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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUA BARATA SALGUEIRO [ II ]

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«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 2 )»
 Rua Barata Salgueiro - (2012) -  Foto de Manuel V. Botelho -  (Sede da Sociedade Nacional de Belas Artes na RUA BARATA SALGUEIRO, 36.  Época das últimas obras (2005) e remodelação da S.N.B.A.)   in  WIKIPÉDIA
 Rua Barata Salgueiro  -  (2012) - Foto de Manuel V. Botelho -  (A parte lateral do edifício da S.N.B.A. na RUA MOUZINHO DA SILVEIRA)    in   WIKIPÉDIA 
 Rua Barata Salgueiro  -  (2016)  -   (Vista Panorâmica do antigo "BAIRRO BARATA SALGUEIRO" de 1882)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Barata Salgueiro  -  (2016)  -  (Cruzamento da "RUA CASTILHO" junto da "RUA BARATA SALGUEIRO" , passando o cruzamento à direita, temos o S.N.B.A.) in  GOOGLE EARTH
 Rua Barata Salgueiro - (1907)-  (Vista da "RUA BARATA SALGUEIRO" da "AVENIDA DA LIBERDADE". No lado esquerdo o Palacete de "Cipriano José Caleia" na direita o "Palácio de Barata Salgueiro" depois o "BES" hoje NOVO BANCO)  in  A CAPITAL 
 Rua Barata Salgueiro -  (2000)  -  Foto Luís Pavão  -  (A Cinemateca e a antiga Companhia de Seguros Metrópole, S.A, na Rua Barata Salgueiro, 41 um projecto do Arqº. Henrique Lami Tavares Chico)   in  AML 
Rua Barata Salgueiro - ( 1907 ) - Suplemento do Anuário da Soc. dos Arquitectos Portugueses -  (Palacete do dr. Adrião Antão BARATA SALGUEIRO, risco do Arquitecto Alfredo d'Assunção Machado, demolido no início da década de 70, hoje o espaço do NOVO BANCO)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   HEMEROTECA DIGITAL 

(CONTINUAÇÃO) - RUA BARATA SALGUEIRO [ II ]

«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 2 )»

Por extensão, ao bairro circundante durante longo tempo chamou-se de "BAIRRO BARATA SALGUEIRO".
Datam, aliás, da mesma época, (1882) as designações das artérias desse mesmo "BAIRRO":  "ALEXANDRE HERCULANO";  "JÚLIO DE CASTILHO"; "BARATA SALGUEIRO"; "PASSOS MANUEL" (sendo este último logo substituído em 1884 pelo nome de "ROSA ARAÚJO", mudando para a freguesia de ARROIOS.
Foi este BAIRRO um sítio de moda e ainda hoje constitui local de grande prestígio. Ali foram surgindo palacetes particulares, alguns de certo gabarito e: "sólidos prédios de rendimento mas nenhuma edificação digna de relevo, encontramos nesta área do "BAIRRO DE BARATA SALGUEIRO". Isto dizia o mestre "NORBERTO DE ARAÚJO" em 1937 no seu livro XIV"PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" página 41. 
No entanto, será justo, porém, fazer referência a algumas modificações surgidas ao longo de alguns anos na "RUA BARATA SALGUEIRO".
Começamos por uma instituição que tem a sua sede exactamente nesta RUA . Fundada há 116 anos, a "SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS ARTES", tem como principal objectivo "promover e auxiliar o progresso da ARTE em todas as manifestações". Ganhou justo prestígio e, para além da formação prestada a muitos artistas, nos seus salões tiveram lugar muitas das grandes exposições de "ARTES PLÁSTICAS" realizadas em LISBOA, por onde passaram os maiores nomes da pintura e da escultura portuguesa. 

A sua formação resultou da fusão de duas ASSOCIAÇÕES DE ARTISTAS, a "SOCIEDADE PROMOTORA" (1860) e o "GRÉMIO ARTÍSTICO" (1890, este descendente do "GRUPO LEÃO".  Sendo o seu  primeiro Presidente o pintor "JOSÉ MALHOA".  [Fonte WIKIPÉDIA].

O Edifício da S.N.B.A. tem o risco do "ARQUITECTO ÁLVARO MACHADO", e data do início do século XX, mantendo a sua identidade intacta face à proliferação de imóveis recentemente construídos nesta área.Trata-se de um valioso exemplar do "ecletismo"(1) arquitectónico português, cuja expressão neo-romântica, apesar de simplificada, faz, referência aso "vários revivalismos"que pontuam o panorama arquitectónico do século XIX. 
O edifício da B.N.B.A. conta com uma área de implantação de 1 328,14 metros quadrados, integrando uma zona especial de "Protecção Conjunta" aos imóveis classificados na AVENIDA DA LIBERDADE e área envolvente. Embora esteja classificada como imóvel de interesse municipal.

- ( 1 ) - ECLETISMO . Sistema filosófico formado de elementos colhidos em diversos sistemas; Liberdade ou hábito de preferir o que se julga melhor em Ciência ou ARTE, Literatura ou Política, sem que se siga exclusivamente sistema algum. [ Fonte: DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA de JOSÉ PEDRO MACHADO - SOCIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA - VOLUME II  - 1960  - pág. 1142].

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«RUA BARATA SALGUEIRO [ III ] A RUA BARATA SALGUEIRO ( 3 )».


RUA BARATA SALGUEIRO [ III ]

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«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 3 )
 Rua Barata Salgueiro - (2008) -  Edifício da "CINEMATECA PORTUGUESA" na RUA BARATA SALGUEIRO desde 1979, numa moradia de 1887)  in  LUMINESCENCIAS
 Rua Barata Salgueiro  -  (2013)  -  (Fachada do Edifício da "CINEMATECA PORTUGUESA", numa noite de apresentação cinematográfica)   in  TARDES CINÉFILAS
 Rua Barata Salgueiro  -  (2016) -  (Panorâmica mais aproximada da "RUA BARATA SALGUEIRO")    in     GOOGLE EARTH 
 Rua Barata Salgueiro  -  (ant. 1996) - Foto de autor não identificado  - (Sede da Companhia de Seguros ZURIQUE, - ao lado da CINEMATECA -  na Rua Barata Salgueiro, num edifício distinguido com uma Menção Honrosa do Prémio VALMOR em 1996)  in   CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA 
 Rua Barata Salgueiro -  (2000)  -  Foto de Luís Pavão  -  (Edifício do antigo "BANCO FONSECAS & BURNAY, situado na RUA JOSÉ CASTILHO e esquina com a RUA BARATA SALGUEIRO. Foi prémio VALMOR relativo ao ano de 1984)   in  AML 
 Rua Barata Salgueiro -  (2000)  -  (Fachada do "HOTEL BIS-LISBOA - AVENIDA" na "RUA BARATA SALGUEIRO", 53)    in     AML 
Rua Barata Salgueiro  -  (2000)  Foto de Luís Pavão  -  ( A "RUA BARATA SALGUEIRO" no lado esquerdo podemos ver o edifício do antigo "BES", hoje "NOVO BANCO")    in    AML 

(CONTINUAÇÃO)  - RUA BARATA SALGUEIRO  [ III ]

«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 3 )»

A outra abordagem que nos merece também referência por ser bastante antiga é a "CINEMATECA NACIONAL" criada em 1948, graças à pertinácia de um médico que gostava mais de cinema do que de Medicina; "MANUEL FÉLIX RIBEIRO" de seu nome.
Na sequência de uma grande quantidade documental que existia no antigo "SECRETARIADO DE PROPAGANDA NACIONAL", mais tarde o SNI-SECRETARIADO NACIONAL DE INFORMAÇÃO,à guarda do respectivo funcionário deste organismo, sendo o primeiro DIRECTOR da então "CINEMATECA NACIONAL", e teve lugar no "PALÁCIO FOZ"a sua primeira sessão pública e autónoma.
Esta "CINEMATECA" torna-se uma repartição do "INSTITUTO PORTUGUÊS DE CINEMA" em 1973 e 1979, ainda sob a Direcção de FÉLIX RIBEIRO, passando depois para "LUÍS DE PINA".
No ano de 1979 o GOVERNO PORTUGUÊS comprou uma moradia edificada na "RUA BARATA SALGUEIRO"no ano de 1887, para ali instalar a"CINEMATECA PORTUGUESA", agora sob a tutela da "DIRECÇÃO GERAL DO MINISTÉRIO DA CULTURA".
"JOÃO BÉNARD DA COSTA" em 1991 assume o cargo de Director da "CINEMATECA". Entre 2001 e 2002 o edifício entra em obras de restauração, a cargo dos Arquitectos; "ALBERTO CASTRO NUNES"e" ANTÓNIO MARIA BRAGA". Em Dezembro de 2002 voltaram a funcionar as instalações da "RUA BARATA SALGUEIRO" com um espaço "MUSEOGRÁFICO" e salas de Cinema renovadas.  "MARIA JOÃO SEIXAS", foi a sucessora de "BÉNARD DA COSTA" que assumirá em Janeiro de 2010. No ano de 2014 é nomeado novo director "JOSÉ MANUEL COSTA" de seu nome.
O "MUSEU", espaço dedicado à exposição de vasta e rica colecção relacionada com o tema do cinema, distribui-se por três salas.
E em contínuo desenvolvimento, a CINEMATECA torna-se simultaneamente num precioso arquivo fílmico e no local de exibição das grandes obras do cinema NACIONAL e Estrangeiro. 

Exista ainda nesta artéria um "PRÉMIO VALMOR" e outro "MUNICIPAL DE ARQUITECTURA". Relativo ao ano de 1984, ao edifício construído para o "BANCO FONSECAS & BURNAY" situado na"RUA JOSÉ CASTILHO"com esquina para a RUA BARATA SALGUEIRO, sendo a sua equipa de autores composta por sete Arquitectos, chefiada pelo Arq. CARLOS MOREIRA TOJAL. Trata-se de um edifício com um projecto bem desenhado e bem concebido, uma peça que marca uma época. Hoje engloba vários serviços e balcões.

Um outro edifício construído para a "COMPANHIA DE SEGUROS METROPOLE, SA, situado nesta RUA, no número 41, é distinguido com um prémio, desta vez uma "MENÇÃO HONROSA"do"PRÉMIO VALMOR DE 1996". O júri justificou a sua decisão pela qualidade de intervenção de renovação do edifício, ao qual foi recuperada a fachada do início do século XX e acrescentando um novo volume, adaptando-o a uma nova utilização. O projecto pertence ao Arquitecto "HENRIQUE LAMI TAVARES CHICO", hoje o edifício é sede em PORTUGAL da"COMPANHIA DE SEGUROS ZURICH".

Nesta Rua existe ainda o edifício do "DEUTSCHE  BANK" no número 43 esquina para a "RUA JOSÉ CASTILHO"; o antigo edifício do "BES"hoje"NOVO BANCO" esquina com a "AVENIDA DA LIBERDADE" sensivelmente no mesmo lugar onde o advogado e capitalista "DR. ANTÓNIO ANTÃO BARATA SALGUEIRO" tinha o seu Palácio.
Temos ainda no número 53 o "HOTEL IBIS LISBOA-LIBERDADE"; O "ALTIS PRIMEHOTEL" na esquina com a "RUA RODRIGO DA FONSECA"e o"ALTIS GRAND HOTEL" na esquina com a "RUA JOSÉ CASTILHO".
Como é de supor, depois da abertura da "AVENIDA DA LIBERDADE" as artérias que lhe são vizinhas vão mudando também a sua fisionomia, (nomeadamente em edifícios novos ou adaptados) esta com 135 anos, não podia fugir à regra. [ FINAL]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de, - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA- LIVRO IV-1993 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA de JOSÉ PEDRO MACHADO - SOCIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA - VOL. II - 1960 - LISBOA.

INTERNET


(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ I ]-A RUA TOMÁS ALCAIDE E SEU ENQUADRAMENTO»

RUA TOMÁS ALCAIDE [ I ]

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«A RUA TOMÁS ALCAIDE E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua Tomás Alcaide - (2017) -  (Desenho adaptado da "RUA TOMÁS ALCAIDE", parte nascente do "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS", construído para habitação social, na Freguesia de "MARVILA")    in      ARQUIVO/APS
 Rua Tomás Alcaide  - (2016)  -  (A "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS na Malha "I" de CHELAS)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  -  (2016)  -  (Panorâmica do "Bairro das Amendoeiras" onde está inserida a "RUA TOMÁS ALCAIDE)  in GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  - (2016) -  (A Panorâmica mais aproximada da RUA TOMÁS ALCAIDE na zona de CHELAS)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  -  (2008) - Foto de Barragon - (Mapa da Zona de CHELAS onde podem ser vistos os seus BAIRROS, na freguesia de MARVILA)   in SKYSCRAPERCITY
 Rua Tomás Alcaide -  (2008) - Foto de BARRAGON -  (Plano ORTOFOTO da Zona de CHELAS onde se insere o "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" e a "RUA TOMÁS ALCAIDE")  in  SKYSCRAPERCITY
Rua Tomás Alcaide - (1991) -  (CD editado com áreas de ópera cantadas pelo grande "TOMÁS ALCAIDE" e "LIONEL CECIL" em Itália, com o título "IL MITO DELL'OPERA" onde "TOMÁS ALCAIDE" tem 15 faixas deste disco)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  GUITARRA DE COIMBRA


- RUA TOMÁS ALCAIDE [ I ]

«A RUA TOMÁS ALCAIDE E SEU ENQUADRAMENTO»

A «RUA TOMÁS ALCAIDE» pertence à freguesia de «MARVILA». Está implantada no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" (antiga ZONA"I" de CHELAS), começa possivelmente, na "RUA ACTRIZ PALMIRA BASTOS" e finaliza na "RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES. Tem como convergentes a "RUA RUI DE SOUSA" e a "RUA LUÍS PACHECO", sendo esta última uma "via principal de peões em Chelas".
A ACTA Nº 97 de Outubro de 1970 da "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA" constata o recebimento de uma carta da "EDITORIAL POLIS", sugerindo que a uma RUA DE LISBOA, seja dada o nome de "TOMÁS ALCAIDE".
A COMISSÃO considerou inteiramente justificada a consagração do nome referido, sendo de parecer que passe a denominar o arruamento ma "MALHA""I"de CHELAS, freguesia de MARVILA, que na "RUA - I - DEZ", seja destinado o topónimo de "RUA TOMÁS ALCAIDE" - cantor Lírico - (1901-1967), com a aprovação do EDITAL CAMARÁRIO de 04 de Novembro de 1970.
A "RUA TOMÁS ALCAIDE" está inserida no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" abrangendo as antigas QUINTAS: do"ALENTEJÃO" ( a Norte), QUINTA DAS AMENDOEIRAS"; QUINTA DA RAPOSA e QUINTA DA CERA no meio, ficando mais para Sul a QUINTA DA LEBRE e o VALE FUNDÃO. 
Este espaço era também atravessado pelas antigas AZINHAGAS: da QUINTA DA CERA, do FERRÃO, da QUINTA DOS CRAVOS e AZINHAGA DA TROCA. A Nascente tinha mais uma "QUINTA DE ALFENIM". A Sudeste do BAIRRO fica o "PARQUE URBANO DO VALE FUNDÃO  e no lado Sudoeste a"ESCOLA SECUNDÁRIA DOM DINIS".
Durante vários anos no passado, a área de MARVILA e CHELAS eram denominadas pelo nome de ZONAS: ZONA "I"; ZONA "J"; ZONA "M"; ZONA "N1"e ZONA "N2". Sensivelmente a partir do meio da década de 90 do século XX, as designações das ZONAS foram substituídas pela denominação de BAIRROS.
Ao "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" correspondia a (ex-ZONA "I");  BAIRRO DO ARMADOR (ex-ZONA "M"); BAIRRO DO CONDADO (ex-ZONA "J"); BAIRRO DA FLAMENGA (ex-ZONA "N1") e ao BAIRRO DOS LOIOS a (ex-ZONA "N2").
A freguesia de MARVILAé constituída por 10 BAIRROS: BAIRRO DA FLAMENGA; BAIRRO DA PRODAC "Norte"e"Sul"ou VALE FUNDÃO; BAIRRO DAS AMENDOEIRAS; BAIRRO DAS SALGADAS; BAIRRO DO ARMADOR; BAIRRO DO CONDADO; BAIRRO DOS ALFINETES; BAIRRO DOS LÓIOS; BAIRRO MARQUÊS DE ABRANTES e "POÇO DO BISPO" (zona histórica de MARVILA).
Permanece no tempo a memória de algumas QUINTAS nesta freguesia de MARVILA, e noutras, quando aconteceu o realojamento de grande parte da população residente (em bairros Sociais) oriundas de "BAIRROS DE LATA". Depois de 1974, muitas construções de madeira evoluíram para alvenaria de tijolo, aproximando-se das tipologias de alguns Bairros clandestinos de pior qualidade. Outros especialmente os mais antigos, oferecem condições muito deficientes, aproximando-se de verdadeiras "BARRACAS", como foram os casos da "QUINTA DA CALÇADA"da"MUSGUEIRA", do"RELÓGIO", do "ALTO DO VAREJÃO", do"ALTO DO PINA", do"ALTO DA EIRA", do"VALE ESCURO", da "QUINTA DA CURRALEIRA", do"VALE FORMOSO"ou do "BAIRRO CHINA".  Isto de"BAIRROS CLANDESTINOS" merecia mais desenvolvimento, embora neste momento tenhamos de ficar por aqui!.

A voz de TOMÁS ALCAIDE para recordar...https://youtu.be/6w7zdg1c-e8

(CONTINUAÇÃO)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE[ II ]-DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA».

Tomaz Alcaide, tenor " Gosto de Ti" (filme BOCAGE) 1936 Columbia HQ.

RUA TOMÁS ALCAIDE [ II ]

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«DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA»
 Rua Tomás Alcaide - (2016)  -  (Um aspecto da "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS em CHELAS, freguesia de MARVILA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide - (1907) - Foto de Ernesto Vieira -  (Foto de "Tomás Alcaide" tirada em Estremoz com seis anos de idade)  in TOMÁS ALCAIDE (1901-1967)
 Rua Tomás Alcaide - (1921)  -  (O Primeiro-sargento cadete (a cavalo) do Regimento de Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda em Belém, no campo de obstáculos do regimento)  in  TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1924)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" em LISBOA no "CLUBE ESTEFÂNIA" na sua primeira representação de "RODOLFO" na ópera "LA BOHÉME")  in TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  - (1924)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" nas primeiras interpretações de "LA DONNA E MOBILE" da ópera "RIGOLETTO" de VERDI)   in TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1925) -  (Cartaz da Temporada de Ópera 1925/26 do TEATRO CARCANO, de MILÃO, onde "TOMÁS ALCAIDE" (agora com nome de "ALCAIDE TOMASO") iniciou a carreira internacional)  in   TOMÁS ALCAIDE
Rua Tomás Alcaide - 1926 - ("TOMÁS ALCAIDE" com sua primeira esposa "KATHARINE RICH" em STRESA, depois de uma partida de ténis)  in  TOMÁS ALCAIDE


(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ II ]

«DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA»


«TOMÁS DE AQUINO CARMELO ALCAIDE», nasceu em ESTREMOZ Distrito de ÉVORA a 16 de Fevereiro de 1901 e faleceu em LISBOA a 9 de Novembro de 1967.
Filho de "ROBERTO MARIA ALCAIDE"e de"MARIA DAS PEDRAS ALVAS GOMES CARMELO", residentes em ESTREMOZ, a cidade onde nasceu e viveu toda a sua infância e iniciou os seus estudos.  
Foi viver para LISBOA aos onze anos, para frequentar o COLÉGIO MILITAR, onde recebeu educação completa nas mais diferentes armas. Permaneceu no COLÉGIO MILITAR de 1912 a 1920, com o número 236, tendo concluído o CURSO LICEAL. Alista-se depois, como SARGENTO-CADETE no REGIMENTO DE LANCEIROS 2, na CALÇADA DA AJUDA em BELÉM, mas verifica que a sua forma de estar na vida, não era compatível com uma CARREIRA MILITAR.
Em LISBOA, já se tornava notado pelas suas qualidades no CANTO LÍRICO, com uma voz tenorina de belo timbre.
Tenta os estudos Académicos, inscrevendo-se em MEDICINA,  no ano de 1921 e inicia o "CURSO PREPARATÓRIO DE MEDICINA"na"ESCOLA POLITÉCNICA DE LISBOA", onde acabou por fazer as cadeiras de ZOOLOGIA, BOTÂNICA e FÍSICA, mas os resultados são insuficientes. "TOMÁS ALCAIDE"vivia em LISBOA com seu tio que tinha paixão pela música, tendo-o incentivado  e apoiado no estudo do belo canto e da música clássica. Assim ainda em 1921 inicia as lições de canto com o professor ALBERTO SARTI. Em 1922 o seu professor de canto era já o Barítono "D. FRANCISCO DE SOUSA COUTINHO".
Após uma primeira apresentação pública na sua terra, continua os seus estudos de canto, desta vez com a célebre MEIO-SOPRANO Italiana,"EUGENIA MANTELL" e do maestro FERDINANDO FERRARA.
Decide tentar novamente o "CURSO DE MEDICINA", desta vez em COIMBRA, tendo em conta o ambiente Académico e de boémia saudável de que tanto gostava, sendo que a presença de ALENTEJANOS seus amigos e contemporâneos, contribuiu para esta decisão.
Caloiro na "FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA", no ano lectivo de 1923-1924, começando logo por fazer parte do "ORFEON ACADÉMICO DE COIMBRA". É assim que nesse ano de 1923, o ORFEON e a TUNA ACADÉMICA DE COIMBRA, obtêm um êxito retumbante na sua deslocação a ESPANHA de que a IMPRENSA da época fez eco. A passagem de TOMÁS ALCAIDE, pela UNIVERSIDADE DE COIMBRA, foi brilhante. Situação ignorada por grande parte dos que abordam o ser traçado biográfico. A sua referência histórica, fica a dever-se a uma deslocação do "ORFEON ACADÉMICO DE COIMBRA", ao "COLISEU DOS RECREIOS DE LISBOA", no segundo semestre de 1923. No programa, constava "EDMUNDO BETTENCOURT", uma voz afamada de COIMBRA, iria cantar, e muitos estavam à espera no COLISEU.À última hora, "BETTENCOURT" faltou  à chamada, e o regente manda avançar o "CALOIRO DE MEDICINA", que cantava de forma sublime. O público delirante, aplaude, julgando tratar-se de "EDMUNDO BETTENCOURT" que eles não conheciam. Ninguém desfez o equivoco, e o "ORFEON"com um desempenho global muito bom, registou mais um sucesso monumental. Esta história verdadeira, é-nos recordada no livro do "DR. ANTUNES NUNES RIBEIRO SANCHES"-Vol. I-Editora- Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra-1959, e nós recontamos. Ficando assim registado para sempre, desta forma, a passagem meteórica de "TOMÁS ALCAIDE"pela"ACADEMIA DE COIMBRA". Perante os insucessos escolares, por falta de estudo, "TOMÁS ALCAIDE"abandona COIMBRA e regressa a LISBOA em 1924.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ] -DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA».

RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ]

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«DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA»
 Rua Tomás Alcaide - (2016)  -  (A "RUA TOMÁS ALCAIDE" no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" no sentido Norte, na Freguesia de MARVILA)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide - (1927)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" considerado um dos maiores artistas líricos da sua época, representando o "RIGOLETTO" em (BOSTON-USA) Publicado no CM de 23.02.2001 por ocasião do lançamento do seu segundo livro)   in  CORREIO DA MANHÃ
 Rua Tomás Alcaide -  16 de Abril de 1927 -  (Anúncio do "RIGOLETTO" de VERDI, ópera em 3 actos, onde TOMÁS ALCAIDE representa o "DUQUE DE MANTUA")  in  TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1928) -  ("TOMÁS ALCAIDE" na representação da Ópera "MADAMA BUTTERFLY" drama em 3 actos de G. PUCCINI)    in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1929) -  ("TOMÁS ALCAIDE" na interpretação da ópera "O PESCADOR DE PÉROLAS" de BIZET, na ária "mi par d'udire ancora")  in  TUKAKUBANA
 Rua Tomás Alcaide - (02.05.1929)  -  (Anúncio de apresentação da ópera "LA BOHÈME" de PUCCINI, no Coliseu dos Recreios em LISBOA, com a participação de TOMÁS ALCAIDE)  inDIÁRIO DE NOTÍCIAS
Rua Tomás Alcaide  - (1929) -  (Anúncio da estreia de TOMÁS ALCAIDE no Coliseu dos Recreios em LISBOA, publicado no DN de 25.04.1929)  in  DIÁRIO DE NOTÍCIAS

(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ]

«DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA»

Na sua passagem pela cidade do MONDEGO, acabaria por ser-lhe bastante proveitosa, não como aluno da FACULDADE, mas como cantor de inúmeras serenatas nocturnas que lhe deram uma enorme popularidade. É nesta ocasião e incentivado por amigos e críticos, que "TOMÁS ALCAIDE" decide dedicar-se exclusivamente por uma carreira lírica.
"TOMÁS ALCAIDE" realiza a sua estreia como amador no"CLUBE ESTEFÂNIA"de LISBOA, cantando a ópera"LA BOHÈME"de GIACOMO PUCCINI (1858-1924). Começara assim, a fulgurante carreira de "TOMÁS ALCAIDE", que passou de seguida por diversas salas de espectáculos portugueses como: "COLISEU DE LISBOA", "TEATRO NACIONAL DE S. CARLOS", o"CLUBE ESTEFÂNIA", "CASINO PENINSULAR DA FIGUEIRA DA FOZ" e o"TEATRO MUNICIPAL DO FUNCHAL", interpretando entre outras óperas "LA BOHÈME"e o"RIGOLETTO"de GIUSEPPE VERDI (1813-1901).
A internacionalização não tardou para o tenor português. MADRID recebe-o no "TEATRO ESPANHOL"com a "TOSCA"de PUCCINI e MILÃO adopta-o como seu.
A 19 de Abril de 1925 "TOMÁS ALCAIDE"partia para MILÃO onde desenvolveu a sua técnica e arte vocal, aperfeiçoando-se com o professor e maestro "FERDINANDO FERRARA", estuda e ensaia com grande vontade, até que a 5 de Dezembro do mesmo ano, tem a sua estreia no "TEATRO CARCANO"de MILÃO, no papel de "WILHELM  MEISTER"da ópera"MIGNON"de"AMBROIS THOMAS (1811-1896), que obtém um sucesso grandioso.
Nos anos seguintes "TOMÁS ALCAIDE" trabalhou, ininterruptamente em quase todos os teatros de ITÁLIA tendo sido escolhido para a estreia MUNDIAL de "AS PRECIOSAS RIDÍCULAS"de FELICE LATTUADA (1882-1962), interpretando o papel de "MASCARILLE", no"REAL DE ROMA".
Posteriormente é contratado para o mais reputado Teatro de Ópera Italiana de sempre, o "LA SCALA" de MILÃO. No"SCALA" onde é escutado com grande êxito nas óperas "AS PRECIOSAS RIDÍCULAS", "IL GOBBO DEL CALIFFO"de FRANCO CASAVOLA (1891-1955) e"MADONNA IMPERIAL"de FRANCO ALFANO(1875-1954).
Depois do "LA SCALA"em MILÃO, seguem-se actuações sempre com enorme sucesso, o que acabou por levar o nome de "TOMÁS ALCAIDE"a toda a EUROPA e AMÉRICA.
Apreciado pelos seus inegáveis dotes naturais (os "pianíssimos" eram levados ao extremo) mas também pelo seu virtuosismo técnico e escola, "TOMÁS ALCAIDE" figurou nos mais importantes cartazes dos teatros líricos da EUROPA e da AMÉRICA.
"TOMÁS ALCAIDE"canta ópera em BOSTON, seguido de uma digressão pelos ESTADOS UNIDOS. Em resultado dessa projecção INTERNACIONAL, o mundo da ZARZUELA e daÓPERA VIENENSE concedeu-lhe honras de primeira vedeta.

Aos 26 anos continuam êxitos atrás de êxitos, "TOMÁS ALCAIDE"é um homem bonito, culto, elegante e famoso. É referido em todo o MUNDO (do "BELO CANTO") como uma das maiores vozes, do cântico lírico do seu tempo.
Na década de 30 parte para "MONTECARLO" (ITÁLIA) onde interpreta a "ZARZUELA" ou "COMÉDIA LÍRICA"«DOÑA FRANCISQUITA» de AMADEO VIVES (1876-1932), seguindo depois para "BOLONHA" e"PARIS" com a opereta "O PAÍS DOS SORRISOS" de FRANZ LEHÁR (1870-1948), com o qual obtém um sucesso magnifico.
Em 1930 no mês de Fevereiro "TOMÁS ALCAIDE" separa-se da sua primeira esposa "KATHARINE RICH", dessa união, existe uma filha nascida a 16.12.1927 em EVANSTOS (ILINOIS) de seu nome "MARY RICH ALCAIDE", única filha de "TOMÁS ALCAIDE".


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]-DEIXA  ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIAL». 

RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]

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«DEIXA ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIAL»
 Rua Tomás Alcaide - (2008) BARRAGON -  ("BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" na Malha "I" de CHELAS, na freguesia de MARVILA)  in  SKYSCRAPERCITY
 Rua Tomás Alcaide  -  2004 - Foto de Ambroise Tézenas -  (Aspecto do "TEATRO ALLA SCALA" de MILÃO, onde vários anos actuou o tenor lírico "TOMÁS ALCAIDE")  in INFOESCOLA
 Rua Tomás Alcaide  -  (1932)  -  (Representação de "TOMÁS ALCAIDE" no "TEATRO ALLA SCALA" de MILÃO, na ópera "KÖNIGSKINDER")   in   AI QUERIAM ÓPERA
 Rua Tomás Alcaide - (29 de Agosto de 1941) -  (Casamento de "TOMÁS ALCAIDE" com sua segunda esposa "ASTA.ROSE JORDAN", em JOINVILLE  no  BRASIL)   in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  -  (1951) - (TOMÁS ALCAIDE na opereta "AS TRÊS VALSAS" de ÓSCAR STRAUSS, no inaugurado TEATRO MONUMENTAL, ao lado da actriz "LAURA ALVES")  in TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide -  (1936) -  (Apresentação do filme «BOCAGE» uma realização de LEITÃO DE BARROS, onde "TOMÁS ALCAIDE" dá a sua colaboração com uma canção de sucesso na época)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   CINEMA PORTUGUÊS
Rua Tomás Alcaide - ( 1936 ) -  (Cena do filme "BOCAGE" de LEITÃO DE BARROS, "TOMÁS ALCAIDE" canta "O AMOR É CEGO E VÊ" rodado em QUELUZ.  Ouvir aqui a canção.... )  in    CINEMA PORTUGÊS

(CONTINUAÇÃO)-RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]

«DEIXA ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIA

Voltou em 1931 ao "TEATRO ALLA SCALA"de MILÃO, e em Janeiro estreou-se na "ÓPERA DE PARIS" ( a sua única apresentação nesse teatro com RIGOLETTO e em substituição de BENIAMINO GIGLI) e no verão no "FESTEVIAL DE SALZBURGO" e na "ÓPERA DO ESTADO DE VIENA", juntamente com um grupo de cantores ligados ao "TEATRO ALLA SCALA".
"TOMÁS ALCAIDE" a partir de 1932 andou pelos TEATROS do SUL DE FRANÇA, no "GRANDE THÉÂTRE DE BORDÉUS", ou o "THÉÂTRE DU GRANDE CASINO DE VICHY", actuando também nos TEATROS BELGAS e no Norte de FRANÇA.
No ano de 1934 em Outubro "TOMÁS ALCAIDE"foi condecorado pelo Governo Português com a ORDEM MILITAR DE CRISTO e a ORDEM MILITAR DE SANTIAGO DA ESPADA.
No ano de 1936 é realizada uma longa-metragem de ficção portuguesa com o título «BOCAGE», dirigida por"LEITÃO DE BARROS", onde o tenor "TOMÁS ALCAIDE" tem uma participação musical cantando: «O AMOR É CEGO E VÊ». O filme teve a sua estreia no CINEMA S. LUÍS no dia 1 de Dezembro do mesmo ano.
"TOMÁS ALCAIDE" regressa a ITÁLIA onde é informado de que, para cantar naquele país, terá de se naturalizar-se italiano. Recusa-se a renegar a identidade portuguesa e transfere-se para FRANÇA, onde prossegue uma carreira invejável.
Entretanto, deflagra a II GUERRA MUNDIAL e vê interrompida a sua carreira. Embarca para o BRASIL, onde conhece a sua segunda mulher "ASTA ROSE" com quem viria a casar a 29 de Agosto de 1941, ano também do falecimento de seu pai "ROBERTO MARIA ALCAIDE". Esta segunda esposa vai ser sua companheira até ao fim da vida.
Parte em digressão pela "AMÉRICA DO SUL", onde permanece até 1942, actuando no "TEATRO CÓLON"em BUENOS AIRES, que o recebe de braços abertos, assim como a "ÓPERA DO RIO DE JANEIRO"e o"TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO"no BRASIL.
A situação criada pela guerra, e problemas de saúde, levaram-no a não cantar durante dois anos, entre 1943 e 1945.  Embora em 1943 seja submetido a uma intervenção cirúrgica a uma hérnia diafragmática, surgindo depois várias complicações. Em Fevereiro de 1944 é novamente operado. desta vez a uma hérnia inguinal.  No ano de 1945 começa a frequentar um curso de pintura na ESCOLA DE BELAS ARTES, que lhe valerá a completar mais tarde, a sua actividade de encenador.
Quando retomou a actividade profissional, a carreira de "TOMÁS ALCAIDE" não voltaria a ser a mesma; para além de algumas récitas em PORTUGAL, cantaria nos Teatros Belgas em 1946/47 e no BRASIL, onde no início de 1948, actuaria pela última vez como cantor de Ópera Internacional.

De regresso a LISBOA em 1949, não conseguiu encontrar ocupação profissional como cantor lírico, assumindo um lugar de Assistente de programas de 2.ª classe na EMISSORA NACIONAL, entre 1951 e 1955 data em que se retirou, actuou pontualmente nos Teatros Portugueses, cantando operetas. É convidado em 1951 para integrar o elenco da opereta "AS TRÊS VALSAS"deÓSCAR STRAUSS, aquando  da inauguração do "TEATRO MONUMENTAL (1951-1982), ao lado da actriz"LAURA ALVEZ"e os actores"JOÃO VILLARET"e"EUGÉNIO SALVADOR", entre outros.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]-EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR "ÓPERAS"».

RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]

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«EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR ÓPERAS»
 Rua Tomás Alcaide  -  (2016) -  (Um troço da "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS na freguesia de MARVILA)    in   GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide -  (1930) -  (Cartaz da Columbia, anunciando os primeiros discos de "TOMÁS ALCAIDE" - "O maior tenor lírico do Mundo"em Setembro de 1930)  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1936)- Foto de Silva Nogueira  -  (Tomás Alcaide cantando a ópera "MANON" de "MASSENET" na ária "Ah! dispar vision" no segundo semestre de 1936)  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1963) - (Foto de "TOMÁS ALCAIDE" nesta ocasião já era encenador na "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA" no TEATRO DA TRINDADE da antiga FNAT)  in INFOPÉDIA
 Rua Tomás Alcaide - (1963) - Foto de Luís Mendes  -  (O elenco de "A CANÇÃO DO AMOR", opereta com música de FRANZ SCHUBERT: LUÍS FRANÇA, NATÁLIA VIANA, FERNANDO SERAFIM, ANA LAGOA, TOMÁS ALCAIDE, MARIA SUSANA MATOS, ÁLVARO MALTA, VASCO GIL, GUILHERME KJÖLNER, JOÃO VELOSO(nosso colega do coro da ex-FNAT) e MANUEL LEITÃO, no TEATRO DA TRINDADE, "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA" em Julho)   in   TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  -  (1963) - Foto de Luís Mendes -  (TEATRO DA TRINDADE com o elenco da ópera "LA BOHÉME": MÁRIO OLIVEIRA, JOÃO ROSA, HUGO CASAIS, CRISTINA MARIA DE CASTRO, TOMÁS ALCAIDE (encenador), MARIA ANDREIA GASPAR, ÁLVARO MALTA e MANUEL LEITÃO).  in TOMÁS ALCAIDE
Rua Tomás Alcaide  -  (1991)  -  (Rosto do CD  "IL MITO DELLÓPERA" onde "TOMÁS ALCAIDE" tem quinze faixas gravadas)  in   DO TEMPO DA OUTRA SENHORA

(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]

«EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR ÓPERAS»

No ano seguinte é interprete da opereta "JUSTIÇA DE SUA MAJESTADE" com música de RAÚL FERRÃO, ANTÓNIO MELO e FREDERICO VALÉRIO. Em 1953 estreia-se no Teatro declamado na peça "AS MULHERES DE QUEM SE FALA"de VITOR RUIZ IRIARTE. Em 1955 entrará ainda na peça"SUA ALTEZA REAL"de RAMADA CURTO.
No início da década de 60, "TOMÁS ALCAIDE" realizou diversas conferências, publicou a sua autobiografia, intitulada "UM CANTOR NO PALCO E NA VIDA", colaborou em programas de Rádio e dirigiu a "ESCOLA DE CANTO" do "TEATRO DA TRINDADE"(que a ex-FNAT tinha adquirido em 1962 por cerca de oito mil contos, sendo nomeado para Director o Dr. JOSÉ SERRA FORMIGAL, também ele um conhecido melómano com formação musical, que viria a revolucionar aquele espaço de cultura). "TOMÁS ALCAIDE"acumulará assim os cargos de mestre de canto e de encenador (da recente criada) "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA". Foi com a ÓPERA "LA BOHÉME" de PUCCINI, que se estreou como encenador,  aque se seguiram muitas outras, como "RIGOLETTO" , "TRAVIATA"de VERDI e"O AMIGO FRITZ"de MASCAGNI.
No ano de 1964 "TOMÁS ALCAIDE" volta a adoecer, em 28 de Abril de 1966 regressa ao TEATRO DA TRINDADE para iniciar o trabalho de encenação do "RIGOLETTO", que será representado a 4 de Maio. A 20 do mesmo mês  é apresentada a ópera "LUCIA DI LAMMERMOOR"de DONIZETI (1797-1848), com encenação de "TOMÁS ALCAIDE". Em 28 de Abril de 1967 é inaugurada a 3ª temporada de ÓPERA da"COMPANHIA NACIONAL DE ÓPERA"do TEATRO DA TRINDADE e uma grande homenagem prestada a "TOMÁS ALCAIDE".
A 15 de Julho é representada "LA BOHÉME" e a 18 de Julho "WERTHER" ambas com encenação de "TOMÁS ALCAIDE". Preparava a ópera"MANON"de MASSENET (1842-1902) quando a morte o surpreendeu a 9 de Novembro de 1967, tendo falecido na sua residência na AVENIDA INFANTE SANTO,361-3º  em LISBOA.

A TÍTULO DE HOMENAGEM
"TOMÁS ALCAIDE" tenor lírico com grande facilidade no registo agudo, o que o aproxima do tipo do "tenore di grazia", "ALCAIDE" inseria-se na escola italiana de final do século XIX e princípio do século XX. A sua voz, possuía um timbre suave e aveludado. "TOMÁS ALCAIDE" nas suas representações interessava-se particularmente pelos aspectos visuais da composição da personagem, como a escolha dos trajes, ou a caracterização, sem descuidar a construção psicológica das personagens que interpretava. 
No "CORREIO DA MANHÃ" aquando do lançamento do livro "TOMÁS ALCAIDE(1901-1967) da autoria de Dr. MÁRIO MOREAU, referia que: "TOMÁS ALCAIDE" ocupa no panorama lírico português grandeza a par de uma "LUIZA TODI" de uma "JUDICE" ou de uma "PACINI" de um "BENSAÚDE" ou dos "ANDRADES". Isto é já dizer muito, pois nesta afirmação está evidentemente implícito que ele foi  dos maiores artistas líricos da sua época. Julgo ter feito, nos seus traços essenciais, um retrato artístico e humano de "TOMÁS ALCAIDE". Creio que poderei concluir dizendo, em síntese , que ele ocupou um lugar da primeira linha entre os maiores artistas líricos da sua época, que sempre exerceu a sua arte com inteira dedicação e dignidade, e que foi um homem de bem em todos os actos da sua vida".

O seu nome faz parte da toponímia de vários Concelhos: ALMADA (freguesia da Sobreda); AMADORA; ESTREMOZ; ÉVORA: LISBOA(freguesia de Marvila); OEIRAS (Freguesia de Linda.a.Velha): SEIXAL (freguesia de CORROIOS e FERNÃO FERRO); SINTRA (Freguesia do Algueirão-Mem Martins).  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL de TOPONÍMIA DE LISBOA 1943/1974-Ed. CML-Concepção da edição de Agostinho Gomes-PAULA MACHADO - Rui Pereira- Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS- Org de ÁLVARO DE ANDRADE, Constantino de Figueiredo e ÁLVARO SALEMA - Ed. RÁDIO SEMANAL - Sup. do "JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS" - 1938 - LISBOA.
- CANTORES DE ÓPERA PORTUGUESES de MARIO MOREAU . BERTRAND EDITORA - VOLUME II e III - 1987 e 1995 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA- Dir. de Francisco Santana e Eduardo Sucena- 1994 - LISBOA.
- PARA A HISTÓRIA DOS TEMPOS LIVRES EM PORTUGAL da FNAT à INATEL (1935-2010) de José Carlos Valente - Colibri - 2010- LISBOA.
- PLANO DE URBANIZAÇÃO DE CHELAS (1965) - CML - Gabinete Técnico de Habitação - 1981 - LISBOA.
- PORTUGAL SÉCULO XX - PORTUGUESES CÉLEBRES . Cood. Leonel de Oliveira - Ed. do Círculo de Leitores - 2003 - LISBOA.
- TOMÁS ALCAIDE (1901-1967) de Mário Moreau - Hungin Ed. 2001- LISBOA.
- VIDAS DE GRANDES COMPOSITORES - de HENRY THOMAS e DANA LEE THOMAS - ED. LIVROS DO BRASIL, LDA - Col. VIDAS CÉLEBRES - 1960 - LISBOA.

INTERNET



(PRÓXIMO)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ I ]-O REC. LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO».


TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ I ]

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«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO»
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1925)- Desenho de João Marques  -  Fachada do Recolhimento de Lázaro Leitão, segundo desenho de João Marques, inserto na obra de Artur Lamas: A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO)  in   CAMINHO DO ORIENTE I
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (Post. 1780)- Pormenor da Planta Topográfica da cidade de LISBOA, posterior a 1780, reconhecendo-se a a estrutura viária primitiva da "CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA". Em primeiro plano o traçado da "TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO" as hortas que separavam o "CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO")    in  CAMINHO DO ORIENTE I
 Trav. Do Recolhimento de Lázaro Leitão - (2016) -  (PANORÂMICA DO SÍTIO DA "TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", a "AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE" e o "CONVENTO DE SANTOS - O - NOVO")    in  GOOGLE EARTH
 Trav. do Recolhimento  de Lázaro Leitão - (2016)  -  (Panorâmica mais aproximada do RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO, na freguesia de SÃO VICENTE, com entrada pela "RUA DE SANTA APOLÓNIA" in  GOOGLE EARTH
Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1966-08) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart -  (Prédio da Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão, alguns muito degradados. Ao fundo à esquerda o "RECOLHIMENTO" e o chafariz)   in  AML 

(CONTINUAÇÃO)  - TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ I ]

«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO»

A «TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO" pertencia à antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA", hoje pela "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", pertence à freguesia de «SÃO VICENTE». Começa na "RUA DE SANTA APOLÓNIA" no número doze e não têm saída para carros.
Após presença da Instituição logo marcou a toponímia do local, passando de "PÁTIO DOS BARBADINHOS" a"RECOLHIMENTO"ou do"RECOLHIMENTO DOS ANJOS". Mais tarde foi chamada de "RUA" e depois de "TRAVESSA DE LÁZARO LEITÃO" ficando actualmente com a designação de "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", em memória do seu fundador.
«LÁZARO LEITÃO ARANHA», filho de MANUEL LEITÃO ARANHA e de BRÁSIA DUARTE, nasceu em LISBOA na (freguesia da MADALENA hoje SANTA MARIA MAIOR) em 15.12.1678 e faleceu em LISBOA na freguesia das "MERCÊS", hoje freguesia da "MISERICÓRDIA" em 02.08.1767 tendo sido sepultado no "RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS", que ele fundara.
Frequentou a UNIVERSIDADE DE COIMBRA e Doutorou-se em DIREITO CIVIL. Foi deputado do SANTO OFÍCIO, recebeu o hábito de CRISTO, foi desembargador da CASA DA SUPLICAÇÃO e DEPUTADO DA MESA DE CONSCIÊNCIA E ORDENS.
Foi principal primário da IGREJA PAROQUIAL, entre 1712 e 1718 integrou, como secretário da Embaixada enviada por D. JOÃO V ao PAPA CLEMENTE XI em 1712, que foi a ROMA requerer a divisão da cidade e a criação do PATRIARCADO.
Diz-nos "ARTUR LAMAS": "Considera provável que, ao regressar a LISBOA, tenha ido habitar na RUA CORDOARIA VELHA, onde que se saiba, morava em 6 de Novembro de 1719 e continuou a morar até que comprou o PALÁCIO à CRUZ DE PAU, (...) o que ocorreu em 1726".
Este PALÁCIO, situado diríamos hoje, no "LARGO DO CALHARIZ",é o mesmo em que faleceu, que foi posteriormente conhecido por "PALÁCIO SOBRAL" (ver mais aqui...) ( 1 ) e onde, remodelado, veio a instalar-se a "CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS".
Terá vivido ainda em casas de "ANTÓNIO VAZ COIMBRA", a SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA. Teve uma magnifica casa de recreio na "RUA DA JUNQUEIRA", "CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO" mandada edificar no ano de 1734 pelo Engº CARLOS MARDEL (ver mais aqui...), onde hoje podemos encontrar instalada a "UNIVERSIDADE LUSÍADA".
Nesta local do RECOLHIMENTO que em tempos se chamou de "SANTA MARIA DO PARAÍSO"é que assentou, depois da transferência de SANTOS ao poente de LISBOA, a primitiva "CASA DAS COMENDADEIRAS DE SÃO TIAGO", ditas de SANTOS-O-NOVO, casa que D. JOÃO II lhes determinara e que se construiu, embora pequenas por sinal, para tão Nobres hóspedes. Em 22 de Julho de 1689 entraram para elas os "BARBADINHOS ITALIANOS"sendo Procurador e Fundador deste hospício o  "PADRE PAULO DE VARACE", pregador e missionário que tinha sido em ANGOLA.
A casa era do início do século XV e foi comprada depois às COMENDADEIRAS por D. JOÃO V para que os frades se sentissem em "sua casa" passando as religiosas de S. TIAGO para o seu grande e novo Convento contíguo, além da Horta, actual "CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO". 

- ( 1 ) -  PALÁCIO SOBRAL - Mandado construir entre 1770 e 1780 por JOAQUIM IGNÁCIO DA CRUZ SOBRAL, 1º Administrador do vinculo dos SOBRAIS, nasceu da compra de um velho prédio, propriedade de "D. LÁZARO LEITÃO ARANHA" rico e erudito "PRINCIPAL DA SÉ", que neste lugar fez reunir a famosa "ARCADA" em (1764).

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ II ]-DA CASA DOS BARBADINHOS E COMENDADEIRAS, À COMPRA DO RECOLHIMENTO»

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ II ]

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«DA CASA DOS BARBADINHOS E COMENDADEIRAS, À COMPRA DO RECOLHIMENTO»
 Trav. do Recolhimento Lázaro Leitão - (1856-1858) - Filipe Folque  -  Planta Nº. 30 do ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA, onde podemos ter uma ideia da aproximação das duas "casas" e o espaço entre elas que mais tarde passaria a "AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE" in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão -   (entre 1900-1958) - Foto de Eduardo Portugal -  ("Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão" o edifício do "Recolhimento Nossa Senhora dos Anjos") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 
 Trav. do Recolhimento Lázaro Leitão - (c. 1740?) -Óleo sobre tela atribuído a Francisco Vieira Lusitano-Escola Portuguesa)  -  ( O retrato do Principal "LÁZARO LEITÃO ARANHA", em pose austera, sentado num grande cadeirão, estrutura tradicional do retrato Barroco de aparato. Com um magnifico traje em seda e rendas, as joias - Cruz de Cristo e Anel de Rubi - revelam a condição de Principal da Patriarcal, cargo que recebeu em 1740. Este quadro foi encomendado para a inauguração do Recolhimento em 1747)   in CAMINHO DO ORIENTE
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (c. 1740 ?)  Óleo sobre tela de autor desconhecido- (Retrato de "D. JOÃO V" encomendado por "Lázaro Leitão Aranha" a uma oficina desconhecida)  in CAMINHO DO ORIENTE
Trav. do Recolhimento Lázaro Leitão - (c. 1760) Pintura a óleo de autor não identificado -  (Retrato de "DONA JOANA INÁCIA DE MACEDO E SILVA", sobrinha e herdeira de "LÁZARO LEITÃO", chegou a ser padroeira do Recolhimento) (Retrato restaurado em 1962 no I. J. F.)  in CAMINHO DO ORIENTE


(CONTINUAÇÃO) - TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ II ]

«DA CASA DOS BARBADINHOS E COMENDADEIRAS, À COMPRA DO RECOLHIMENTO»

Onde se encontravam os "FRADES CAPUCHOS" ou "BARBADINHOS"(Ver mais aqui...) essas casas pertenciam às "COMENDADEIRAS DE SANTOS-O-NOVO"(Ver mais aqui..). E para que os frades pudessem dispor à vontade destas instalações, "DOM JOÃO V"comprou esta "CASA"às "COMENDADEIRAS". Mais tarde, ou seja 53 anos depois, em 06.07.1742 quando os frades Capuchos deixaram de precisar do edifício - dispunham, agora de um vasto CONVENTO bem perto nas traseiras do RECOLHIMENTO -  O Rei "DOM JOÃO V" vendeu por 11.000 cruzados a "Casa e os terrenos a um famoso cónego de nome LÁZARO LEITÃO ARANHA",  possuidor de grande fortuna, que aqui instituiu, depois de feitas as necessárias obras e lhe ser concedido o alvará a 19.06.1747, que lhe permitia erguer um recolhimento para viúvas nobres, pobres e honestas, e meninas nobres sem recursos financeiros 
A compra constava do EDIFÍCIO DA IGREJA, CONVENTO e todas as OFICINAS,HORTAS e JARDIM, que tinham pertencido aos RELIGIOSOS BARBADINHOS ITALIANOS, e algumas propriedades de CASAS JUNTAS ao mesmo Recolhimento no qual entraram as primeiras viúvas e recolhidas no dia 3 de Julho de 1747.
O Recolhimento mantendo a invocação de NOSSA SENHORA DOS ANJOS, era destinado a viúvas nobres (como atrás nos referimos), sob a protecção régia de D. JOÃO V, vivendo em regime de clausura, independentemente de terem ou não professado os "VOTOS".
O edifício passou a dispor de IGREJA, SACRISTIA, CORO, COMUNGATÓRIO, QUARENTA E DUAS CELAS e restantes dependências utilitárias. Na sua inauguração, foi celebrada uma missa cantada à qual assistiu a RAINHA DONA MARIA ANA DE ÁUSTRIA, (então regente, que tomou a instituição sob sua protecção). Diz-nos: "FREI CLÁUDIO DA CONCEIÇÃO" que todos prometeram observar, e beijando a mão à RAINHA subiram para o coro, as dez viúvas e sete educandas porcionistas de onde assistiram à missa cantada e sermão que pregou "FREI LUÍS DA GAMA", prior do REAL MOSTEIRO da "PENHA LONGA". 
O sustento desta instituição dependia, entre outras rendas, da doação de dois mil cruzados anuais doados pelo instituidor.
Neste "RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS" podemos observar ao passar a porta e na entrada do átrio, a antiga portaria, existindo na parede do lado esquerdo o lugar da "RODA" (não a "RODA" dos expostos ou "RODA DOS ENJEITADOS") mas o único ponto de comunicação com o exterior, para abastecimento da casa ou saída e entrada de correspondência.
Na sala ligada à portaria estão colocados os retratos a óleo de "D. LÁZARO LEITÃO ARANHA", duas sobrinhas do fundador ( as quais muito demandaram com a justiça após a morte de seu tio) e, ainda, um retrato do REI DOM JOÃO V. Um dos retratos de "D. JOANA INÁCIA DE MACEDO E SILVA", sobrinha e herdeira de "LÁZARO LEITÃO". Esta senhora foi padroeira do RECOLHIMENTO. Na antiga CAPELA-MOR, se guarda ainda, o TÚMULO do Fundador da Instituição de que nos debruçaremos noutro capitulo. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA LÁZARO LEITÃO[ III ]O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO, ANALISADO NA TIPOLOGIA ARQUITECTÓNICA».  

5 DE OUTUBRO DE 1910

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«O 5 DE OUTUBRO DE 1910»

                                     «VIVA A REPÚBLICA E  A DEMOCRACIA»
 5 de Outubro de 1910- Data comemorativa  do 107.º ANIVERSÁRIO da IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA em PORTUGAL )   in  SLIDE PLAYER
5 de Outubro de 1910-  (A Bandeira de Portugal com a explicação da sua simbologia - Outros elementos da «BANDEIRA» e seu significado simbólico: O VERDE - A Esperança; OVERMELHO - A coragem e o sangue dos portugueses tombados em combate; A ESFERA ARMILAR - O Mundo descoberto pelos Navegadores portugueses nos século XV e XVI e os povos com quem permutaram ideias e comércio; OS 7 CASTELOS - As localidades fortificadas, conquistadas aos Mouros por Dom Afonso Henriques;  AS 5 QUINAS - Os 5 réis Mouros vencidos na Batalha de Ourique por Dom Afonso Henriques;OS 5 PONTOS BRANCOS INSERIDOS EM CADA QUINA- As 5 Chagas de CRISTO.)   in  PINTEREST


Com a IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA, PORTUGAL sofreu várias transformações tais com: NOVA BANDEIRA, NOVO HINO NACIONAL e NOVA MOEDA. Desde 1910 a BANDEIRA e o HINO foram mantidos até hoje, com a nossa entrada na UNIÃO EUROPEIA e no SISTEMA MONETÁRIO EUROPEU-SME, deixámos o "ESCUDO" e passámos a usar o "EURO".


(PRÓXIMO)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ III ] O RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO ANALISADO NA SUA TIPOLOGIA  ARQUITECTÓNICA».

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ III ]

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«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO, ANALISADO NA SUA ARQUITECTURA»
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1998) - Foto de António Sacchetti- (Fachada do Recolhimento de Lázaro Leitão, com a sua bem lançada escadaria exterior de belo efeito)   in  CAMINHO DO ORIENTE
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1998) - Foto de António Sacchetti -  ("Pedra de Armas" de "LÁZARO LEITÃO" existente sob o Túmulo. Leitura Heráldica: partido, de LEITÃO - de Prata três faixas de vermelho - e de ARANHA - Azul, chaveirão de vermelho, perfilado de prata, acompanhado de 3 flores de lis de ouro e carregado ao alto de um escudete de vermelho com a banda de 3 aranhas negras)  in CAMINHO DO ORIENTE
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1967-03) Foto de Augusto de Jesus Fernandes -  (A "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", no lado esquerdo, um pouco mais para a frente podemos ver o antigo "RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  AML
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1964-03) foto de Arnaldo Madureira -  A "Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão" nesta década, ainda com prédios degradados)    in     AML
Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (entre 1890-1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia - ( Na "TRAV. DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO" o actual "CENTRO DE REABILITAÇÃO NOSSA SENHORA DOS ANJOS") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML

(CONTINUAÇÃO) - TRAV. DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ III ]

«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO, ANALISADO NA TIPOLOGIA ARQUITECTÓNICA»

«RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO» no número 19 da TRAVESSA com o mesmo nome, é constituído de planta em "L", o edifício apresenta volumetria composta por "paralelipípedos" rectangulares, sendo a cobertura efectuada por telhado de 2 e 3 águas articulados nos ângulos. O alçado principal, a NE, no braço maior, desenvolve-se em 2 planos e em 3 pisos animados pela abertura de janelas de peito de "emolduramento" simples de cantaria, sendo superiormente rematado por beirado simples.
No edifício se destaca a escadaria (de dois lanços rectos divergentes, com patamares intermédios dos quais partem outros dois lanços convergentes diante da porta principal), caracterizada pela réplica da sua guarda exterior em ferro forjado pontuado por "plintos" de cantaria, em "lambril" de azulejo no muro.
A porta principal, ladeada por duas portas de menor dimensão ( de verga abatida e"emolduramento"recortado), apresenta sobre a sua verga "contracurvada", rematada por "ática", uma PEDRA DE ARMAS sobrepujada de chapéu episcopal rematando em elipse com cordão de seis nós de cada lado, e integrada numa cartela de "concheados". A leitura Heráldica é a seguinte: partido, de LEITÃO (de Prata três faixas de vermelho) e de ARANHA (de Azul, "chaveirão de vermelho", perfilado de Prata, acompanhado de 3 flores de LIS de Ouro e carregado ao alto de um escudete vermelho com uma banda de Prata coberto de três aranhas negras.

A ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO REMOTA AO SÉCULO XVIII.
CRONOLOGIA - Ano de 1747  representa a fundação de um RECOLHIMENTO, por acção do cónego da SÉ PATRIARCAL DE LISBOA D. LÁZARO LEITÃO ARANHA, com a invocação de NOSSA SENHORA DOS ANJOS e destinado a albergar viúvas pobres ainda que preferencialmente de ascendência nobre; a 03 de JULHO dão entrada nas instalações as primeiras viúvas e recolhidas. A 22 de Julho de 1758 nas "MEMÓRIAS PAROQUIAIS", assinadas pelo pároco LUÍS DA CUNHA DE BARBUDA, é referido que o Recolhimento tem uma pequena IGREJA com 3 altares; Em 1767 processo do enterramento de LÁZARO LEITÃO, num túmulo executado anteriormente, cujo busto era separado, tendo sido colocado no conjunto por ordem testamentária; Em 1928 o edifício encontrava-se em muito mau estado de conservação.
INTERVENÇÕES REALIZADAS - A DIRECÇÃO GERAL DE EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS-DGEMN no ano de 2001 no RECOLHIMENTO, procedeu a beneficiações das instalações sanitárias, remodelação da instalação eléctrica do 6.º piso; 2000/2003 - OBRAS para a instalação do CENTRO DIA e beneficiação dos quartos dos utentes; 2003/2004 - beneficiação do 5.º piso, com recuperação do pavimento e pinturas nas paredes e portas, e ainda na zona da entrada e portaria; 2004 - Projecto de beneficiação das zonas circundantes.
O RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO, encontra-se incluído na "Zona especial de protecção da IGREJA PAROQUIAL DE SANTA ENGRÁCIA, PALÁCIO-PALHA-PANCAS e pela ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS-MUSEU DA ÁGUA". [Fonte: D. Teresa Vale e Carlos Gomes -1995-SIPA].

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO[ IV ]-A IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS»

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ IV ]

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«A IGREJA DE Nª. SENHORA DO ANJOS»
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (Foto possivelmente do quarto quartel do século XX) -  (Fachada principal do "RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO", no século XX)   in   SIPA
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1968) Foto de Augusto de Jesus Fernandes  -  ("Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão" notando-se a platibanda do edifício que nos fica ao fundo)  in  AML 
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2010) Foto de autor não identificado  -  (Entrada para a "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO" ao nossos lado esquerdo, com esquina para a "RUA DE SANTA APOLÓNIA", o "PALÁCIO PANCAS-PALHA")  in   C.M.L.
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2016) -  (Um troço da "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO" já com alguns edifícios reabilitados)  in   GOOGLE EARTH
Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2016) -  (No lado esquerdo ao fundo o novo "CENTRO DE REABILITAÇÃO Nª. SENHORA DOS ANJOS")   in   GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ IV ]

«A IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS»

A "IGREJA DE Nª. SENHORA DOS ANJOS" tinha pertencido inicialmente às "COMENDADEIRAS" que, quando dali saíram a deixaram para os "FRADES BARBADINHOS ITALIANOS"ou"CAPUCHOS".  A "IGREJA" teve cinco capelas, ornadas, com um belíssimo retábulo (encomendado em ROMA, pelo "PRINCIPAL D. LÁZARO LEITÃO ARANHA"), que embelezava o ALTAR-MOR e duas capelas laterais, as quais desapareceram ou apodreceram com a idade... Ficando a IGREJA a ser utilizada como capela para os utentes deste estabelecimento.

Do ponto de vista arquitectónico, o mais interessante que hoje nos é dado observar resulta da reedificação do edifício do antigo RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO. Trata-se da Capela elevada com o seu túmulo e busto e da escadaria exterior em lanços duplos, que dá acesso a essa mesma capela, adornada mais tarde com azulejos a imitar o gradeamento que insinuam um curioso sentido cenográfico. O gosto evidente é o do chamada "BARROCO JOANINO", surgindo na documentação e pagamento a "CUSTÓDIO VIEIRA", um dos mais importantes Engenheiros Militares então em actividade. A atribuição desta adaptação do edifício ao referido arquitecto-engenheiro, poderá reforçar a leitura de uma intervenção no panorama artístico desse período, iniciada já por "LEONOR FERRÃO" no seu estudo sobre o contemporâneo PALÁCIO-CONVENTO DAS NECESSIDADES.
"LÁZARO LEITÃO", figura de grande relevo nas transformações políticas do reinado de "DOM JOÃO V", e um dos grandes construtores deste período, parece ter utilizado a sua capacidade mecenática com alguns dos mais importantes arquitectos da época.
Diz-se que "LÁZARO LEITÃO" terá fundado o seu "RECOLHIMENTO" e vinculo, dando corpo a uma velha tradição lisboeta de fundações privadas com fins Sociais.

No seu "PALÁCIO DA RUA DA JUNQUEIRA, 194 a 198" mandado construir em 1734, "CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO ARANHA", depois "UNIVERSIDADE LUSÍADA" (Ver mais aqui...)é o nome de "CARLOS MARDEL" que surge na documentação. Aqui no "RECOLHIMENTO" encontramos o nome de "CUSTÓDIO VIEIRA", outro protagonista de relevo desse período lisboeta.
Quanto ao interior e dadas as profundas alterações realizadas posteriormente e o carácter de adaptação de um edifício anterior, há somente a registar algum mobiliário antigo e os retratos em tela que neste blogue reproduzimos, interessante conjunto de pinturas "palacianas" desse período. Fica assim, sobretudo, a pequena capela bastante maltratada, exemplar muito interessante de panteão com o túmulo em lugar central, como se o objectivo último fosse o louvor perpétuo ao próprio fundador.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA LÁZARO LEITÃO [ V ] O TÚMULO DE LÁZARO LEITÃO E ARCO DA TRAVESSA PARA AS HORTAS». 

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ V ]

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«O TÚMULO DE LÁZARO LEITÃO E ARCO DA TRAVESSA PARA AS HORTAS»
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1959) Foto de Fernando Martinez Pozal  -  ("Arco do Recolhimento Lázaro Leitão". Do ARCO podemos observar o "CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO" e o local onde passaria a "AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - ( 1966-05) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart - Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose)  -  (Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão com algumas casas degradadas, ao fundo à direita o "ARCO" que dava para as "HORTAS")   in  AML
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1925) - Desenho de João Marques  -  (Túmulo de mármore do principal Lázaro Leitão Aranha, na Capela do Recolhimento. Desenho inserto na obra de "ARTUR LAMAS" -A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO", Representando o Busto no lado direito e Brasão de Armas no lado esquerdo, a caixa está assente  em cima de dois Leitões)   in   CAMINHO DO ORIENTE
Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1998) Foto de António Sacchetti -  (BUSTO de "LÁZARO LEITÃO ARANHA" que se encontra sobre o Túmulo no lado direito, situado na capela, hoje profanada)   in  CAMINHO DO ORIENTE


(CONTINUAÇÃO)- TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ V ]

"O TÚMULO DE LÁZARO LEITÃO E ARCO DA TRAVESSA PARA AS HORTAS"


"LÁZARO LEITÃO" mandara ele próprio em vida, construir o seu "SEPULCRO".
O TÚMULO de mármore do Principal "LÁZARO LEITÃO ARANHA" encontra-se na "CAPELA DO RECOLHIMENTO".
Situado à direita do ALTAR-MOR, na parede da esquerda ao fundo, num arco insólito, estando a CAIXA assente em dois leitões de mármore cinzento(numa evidente alusão ao seu apelido) e com exuberantes inscrições em LATIM, que indicam a data da sua morte - 2 de Agosto de 1767 -  com 89 anos.  (Morreu no seu Palácio do CALHARIZ, onde hoje está instalada a CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS).
O "TÚMULO" está encimado lateralmente por um "busto de mármore"e um"alto Brasão de Armas".  Peças que em 1932 as "RECOLHIDAS" colocaram no Jardim da CASA, sobre um Plinto. Com efeito a ideia foi amável para a memória do PRINCIPAL DA SÉ PATRIARCAL.
Por sobre o TÚMULO pode ver-se ainda a grade que dava para o CORO DO RECOLHIMENTO. O TÚMULO do patrono e fundador do RECOLHIMENTOé a peça central que resta da Capela, hoje profanada. O desenho do TÚMULO é da autoria  de "JOÃO MARQUES", tal como se encontrava na data (1925) na publicação da obra de "ARTUR LAMAS" - "A CASA-NOBRE DE LÁZARO LEITÃO" no sítio da JUNQUEIRA (extra-muros da antiga LISBOA), ano 1925 -1.ª Edição.  A pedra de ARMAS e o BUSTO que ainda lá se encontram na mesma posição. É natural que a disposição original das peças não posse esta, estando possivelmente a PEDRA DE ARMAS na parede sobre o TÚMULO, e o BUSTO em situação frontal.

No exterior num recanto em oposição ao RECOLHIMENTO, existia "um delicioso pórtico Quinhentista"cujo remate de "VERGA"( 1 ), BLASONA"( 2 ) de uma espada (de SÃO TIAGO) entre"VIEIRAS"( 3 ), este portal dava ligação às HORTAS das COMENDADEIRAS (que poderá ser visto em foto aqui publicada neste blog - de Fernando Martinez Pozal tirada em 1959 pertencendo à CML - porque já não existe no local; o PÓRTICO, de volta abatida, historiado e florido, está desfalcado de pedras no conjunto, e mutilado nalguns pontos a merecer um restauro.  Este local da antiga horta foram terrenos do ESTADO após 1834, hoje modificado e estava destinado a passar por ali não a «AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE» mas uma imaginada "AVENIDA DE JACINTO NUNES" que iria ligar a "RUA MORAIS SOARES"à "CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA".  A CML terá adquirido cinquenta e nove mil metros quadrados por 294 contos e tal, da antiga "CERCA DAS COMENDADEIRAS"para a abertura da AVENIDA.

- ( 1 ) -VERGA - Parte superior de um vão de janela ou porta. 
- ( 2 ) -BLASONAR - Pintar ou esculpir escudo de ARMAS ou BRASÃO em; mostrar com alarde, ostentar.
- ( 3 ) -VIEIRAS -(HERÁLDICA) Nome heráldico da concha; as vieiras são reminiscências das Cruzadas e das peregrinações à Terra Santa.(Na maioria dos Brasões peninsulares em que se encontram, são comemorativas da batalha). Representam-se ordinariamente com a parte convexa para fora e com a charneira para cima: pontas que estão a um e outro lado na parte superior.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ VI ]-DOAÇÕES E TESTAMENTO».

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ VI ]

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«DOAÇÕES E TESTAMENTO»
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão -  (2016) -  (Panorâmica do "RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO" ou "RECOLHIMENTO DE Nª. SENHORA DOS ANJOS" visto de outro ângulo)    in  GOOGLE EARTH 
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2016) -  (Entrada da "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO", vendo-se a placa sem saída)  in  GOOGLE EARTH
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - entre 1890 e 1945 - Foto de José Artur Leitão Bárcia -  (Arco do Recolhimento Lázaro Leitão na parte de Trás da Travessa)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in  AML 
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1968) - Foto de Armando Maia Serôdio  -  (A "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO", no lado esquerdo o  antigo Recolhimento e Igreja com a sua escadaria emblemática)   in  AML 
Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1964-03) Foto de Arnaldo Madureira  -  (Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão, casas degradadas no lado direito)   in   AML 


(CONTINUAÇÃO)-TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ VI ]

«DOAÇÕES E TESTAMENTO»

«LÁZARO LEITÃO ARANHA» entes de falecer, fez várias "doações"à sua instituição, incluindo a doação de todo o edifício do mesmo RECOLHIMENTO; mais dois padrões de "JURO REAL" e as CASAS NOBRES que possuía à CRUZ DE PAU (antiga freguesia de SANTA CATARINA) todos vinculados, e como património do mesmo recolhimento. Como procurador do Recolhimento nomeou "JOSÉ DA FONSECA PEREIRA", seu secretário há mais de 24 anos, com uma das casas pequenas próximas do Recolhimento, em vida. "D. JOANA INÁCIA" recebia habitação gratuita nas casas nobres imediatas ao mesmo recolhimento.
Segundo a instituição deveriam ser admitidas tantas viúvas quantas pudessem ser sustentadas pelas rendas do recolhimento, pelo que o fundador lhes deixou 8 contos de réis de Juros Real; "dote de uma sobrinha D. MARIA DE MACEDO E SILVA". Esta senhora, por sua vez, em testamento acrescentou um outro padrão de juro por sua morte. No TESTAMENTO de (28.07.1766), "LÁZARO LEITÃO"obrigava a 1400 missas por sua alma.
Depois da sua morte a 02 de Agosto de 1767 procedeu-se a Inventário Judicial.
a Padroeira, D. JOANA INÁCIA, e recolhida obtiveram um Alvará (12.01.1773) de D. JOSÉ para venderem bens da DOAÇÃO.  Quanto aos bens de raiz logo os aforaram, em especial, o "PALÁCIO DA CRUZ DE PAU"depois o"PALÁCIO SOBRAL" sendo os rendimentos diminutos em ( 1806 ) para poder sustentar a decência do culto divino e das recolhidas.
Em 1800 foram confirmados os alvarás de protecção REAL de 1747 e 1766.  Nesse ano, morrendo sem descendência, "ANTÓNIO RODRIGUES DE MACEDO LEITÃO ARANHA) (apelido imposto pelo vínculo), foi sepultado na IGREJA DO RECOLHIMENTO.
Por ter cessado a parentela do instituidor, começaram as complicações no recolhimento. O "Desembargo" coincide com o "Procurador da Coroa", dando-lhes provimento a 23.01.1801, pois não deviam continuar "historietas" desta natureza.
O zelo com que administravam o recolhimento. não foi suficiente às recolhidas, cuja situação, em 1822 era preocupante. Não recebiam, por circunstâncias do ESTADO, os JUROS REAIS; tinham vendido muitas alfaias e o que restava estava empenhado; o edifício encontrava-se arruinado, sem terem dinheiro para o consertar. E o novo padroeiro justificava a consternação das recolhidas que o recolhimento ameaçando ruína de poderem perigar as suas vidas. 
Em 1827 persistia a total ruína sem rendimentos para receber mais recolhidas. 

Embora como RECOLHIMENTO tenha existido até à década de 40 do século XX, e seu proprietário tinha falecido a 2 de Agosto de 1767 sem deixar descendentes. E as Recolhidas resolverem administrar a instituição, o que originou uma demanda judicial que teve como sentença: "a passagem do "MORGADO" para a "COROA" em 1802"


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ VII ]-AINDA DO TESTAMENTO E NOVAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS"


TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ VII ]

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«AINDA DO TESTAMENTO E NOVAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS»
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão -  (2013) -  (Placa Toponímica TIPO II da Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão na freguesia de SÃO VICENTE, colocada na esquina da fachada do "PALÁCIO PANCAS-PALHA")   in   QUATRO ALMAS
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão -  (2016)  -  Panorâmica do sítio da "Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão" podemos ainda ver o Convento das Comendadeiras de Santos-o-Novo e a "Avenida Mouzinho de Albuquerque" que atravessa a "Calçada da Cruz da Pedra", passa sobre a Linha-Férrea e liga com a Avenida Infante Dom Henrique)   in  GOOGLE EARTH
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2016)  -  (O novo "CENTRO DE REABILITAÇÃO NOSSA SENHORA DOS ANJOS", no antigo "RECOLHIMENTO")   in   GOOGLE EARTH
 Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (2016)  -  (Um troço da "Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão, na freguesia de "SÃO VICENTE")  in  GOOGLE EARTH
Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão - (1959) Foto de Armando Maia Serôdio  -  (O antigo "ARCO" na Travessa do Recolhimento Lázaro Leitão, que funcionava como passagem para as hortas da Instituição)    in     AML

(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO [ VII ]

«AINDA DO TESTAMENTO E NOVAS INSTITUIÇÕES SOCIAIS»

O TESTAMENTO de "LÁZARO LEITÃO" é, a vários títulos, merecedor de uma atenção muito peculiar. Destaque-se o interesse que demonstrava pela CIDADE DE LISBOA nele revelado e mencionado: "todos os mapas, entre os quais os de LISBOA feitos pelo Engenheiro "MAYA" o qual talvez seja único, e mereça estimação. Todos os riscos, papeis impressos e manuscritos e existe entre eles um projecto meu sobre a reedificação de LISBOA utilíssimo". Fosse ou não "Utilíssimo", esse projecto ficou no CARTÓRIO DO RECOLHIMENTO.
Diz-nos "ARTUR LAMAS" autor do livro "A CASA-NOBRE DE LÁZARO LEITÃO no sítio da JUNQUEIRA, LISBOA, 1925", resumindo assim o seu conteúdo: "(...) enumera os defeitos principais da antiga cidade e corrige-os da seguinte forma (...). 1.º Defeito: sendo a vista do mar a mais deliciosa, pelo concurso de naus, contínua navegação de embarcações pequenas e alegres, vista dos verdes montes da "OUTRA BANDA", não podia o público nem o particular, gozar dessa deliciosa vista desde a "TENENCIA"até ao "FORTE DE ALCÂNTARA", por não haver em toda essa distância Rua, Praça, nem PASSEIO PÚBLICO  onde ela se pudesse gozar, sendo preciso subir ao"MONTE DE SANTA CATARINA"ou ao adro das CHAGAS para se admirar essa bela perspectiva , pois todo o mais estava ocupado com casas ou com impedimentos de oficinas e armazéns que a perturbavam. 2.º Defeito: na grande distância da "TENENCIA"até ALCÂNTARA não havia  nenhuma RUA LARGA sobre o mar aonde se formasse um passeio para os dias alegres e frescos se usar dele, como havia em outras cidades tais como NÁPOLES e MESSINA (...)". (um parêntese para uma nota de comparação: Esta ideia terá sido eventualmente aproveitada no século XXI, pela edilidade de OEIRAS para valorização do seu "PASSEIO MARÍTIMO" com a construção do "PAREDÃO"entre ALGÉS a finalizar na praia da TORRE em OEIRAS)? E assim por diante "LÁZARO LEITÃO" chegou até ao 7.º Defeito, que não transcrevemos para não se tornar muito fastidioso, e ficamos por aqui.

Voltamos ao RECOLHIMENTO, que em 07.11.1945 foi integrado no "INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA AOS INVÁLIDOS", destinado a acolher viúvas ou filhas solteiras de oficiais e de altos funcionários do ESTADO.

No dia 02.02.1955, foi inaugurado o "LAR DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS", como sendo um "CENTRO DE TRABALHO" para raparigas cegas que funcionava como uma dependência do ASILO DE VELHOS DE MARVILA(Ver mais aqui...).

Em 27.05.1962 deu lugar ao "CENTRO DE REABILITAÇÃO Nª. Srª. DOS ANJOS" para deficientes visuais com cegueira recente. Norteado por um modelo de intervenção de vanguarda, implementado por um perito americano em reabilitação de cegos, enviado pelo "BUREAU INTERNATIONAL DU TRAVALI", que permaneceu em PORTUGAL 18 meses dando formação e organizando a estrutura de funcionamento do CRNSA.

Em 2012 o "CRNSA" celebrou 50 anos a apoiar pessoas com cegueira e baixa visão. A 10 de Abril de 2017, com o patrocínio contínuo da SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA, esteve uma equipa de reportagem da RTP a acompanhar o trabalho que se faz diariamente  no CRNSA.
De então até agora o antigo "RECOLHIMENTO" não deixou de guardar o destino que lhe foi dado há cerca de 270 anos, embora perdesse o seu carácter religioso, mas continua como SERVIÇO SOCIAL. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Sob a Direcção de FILIPE FOLQUE-1856-1858-CML - 2000 - LISBOA
- BELÉM - REGENGO DA CIDADE - Coord. de MARIA DO ROSÁRIO SANTOS 
BONNEVILLE - ED. ASA- CML 1990 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE-GUIA HISTÓRICO - VOLUME I de José Sarmento de Matos e Jorge Ferreira Paulo - Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DOM JOÃO V (REI DE PORTUGAL) de Maria Beatriz Nizza da Silva - Colecção Reis de Portugal - Círculo de Leitores - 2006 - LISBOA.
- HISTÓRIA DOS MOSTEIROS, CONVENTOS E CASAS RELIGIOSAS DE LISBOA - TOMO II - CML -  1972 - LISBOA.  

INTERNET

-CML 
- CORREIO DA MANHÃ
- PAIXÃO POR LISBOA (Blogue) 


(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS[ I ]-A RUA BARTOLOMEU DIAS E SEU ENQUADRAMENTO»

RUA BARTOLOMEU DIAS [ I ]

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«A RUA BARTOLOMEU DIAS E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua Bartolomeu Dias  -  (2016)  -  (Panorâmica da antiga "RUA DO BOM SUCESSO" hoje "RUA BARTOLOMEU DIAS") in   GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - (1856-1858) - Direcção de Filipe Folque  -  (Convento do Bom Sucesso na antiga "RUA DIREITA DO BOM SUCESSO" na Carta Nº 63) (Abre em tamanho grande) in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua Bartolomeu Dias -  (2016) - (Vista de cima na parte Sul do "CONVENTO DO  BOM SUCESSO" na "RUA BARTOLOMEU DIAS" freguesia de BELÉM)  in GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - (1967-5) - Foto de Armando Maia Sorôdio- ("PALÁCIO MARIALVA" edificado na Quinta Real da Praia no século XVI. Informação de Norberto de Araújo em Inventário de Lisboa fascículo 4)   in   AML 
Rua Bartolomeu Dias - (1945)  - Foto de André Salgado -  ("PALÁCIO DOS MARQUESES DE  MARIALVA" depois dos "MARQUESES E DUQUES LOULÉ", em 1929 foi adquirida pelo Estado)  in  AML 


(INÍCIO) - RUA BARTOLOMEU DIAS [ I ]

«A RUA BARTOLOMEU DIAS E SEU ENQUADRAMENTO»

A "RUA BARTOLOMEU DIAS" pertencia à freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM", hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, juntamente com a antiga Freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER" passaram a integrar a freguesia de «BELÉM».
Chamada anteriormente de "RUA DIREITA DO BOM SUCESSO"passou a "RUA DO BOM SUCESSO"por EDITAL MUNICIPAL de 8 de Junho de 1889 e mais tarde, pelo EDITAL de 07 de Agosto de 1911 ganhou a designação de "RUA BARTOLOMEU DIAS". Sendo a legenda colocada de «NAVEGADOR/SÉCULO XV» cerca de 46 anos depois, por proposta de 04 de Junho de 1957, ACTA Nº. 58 da "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA".
A "RUA BARTOLOMEU DIAS"começa na"PRAÇA DO IMPÉRIO" e finaliza na "AVENIDA DA TORRE DE BELÉM". São-lhe convergentes pelo lado esquerdo a "TRAVESSA DA SAÚDE"e"RUA DA PRAIA DO BOM SUCESSO", pelo lado direito  "RUA VILA CORREIA"e"RUA LUÍS BAILLE". 

No início da "RUA BARTOLOMEU DIAS" do lado esquerdo, situa-se a "MOLE"( 1 ) do "CENTRO CULTURAL DE BELÉM", instalado na desaparecida "QUINTA DA PRAIA", junto da "vetusta""PRAIA DO RESTELO" e pertenceu ao 5.º CONDE DE SÃO LOURENÇO "DOM RODRIGO DE MELO E SILVA", filho segundo dos 3.ºs  CONDES desse título que foi, Gentil-homem da CÂMARA DO INFANTE DOM ANTÓNIO, irmão de "DOM JOÃO V. Este rei adquiriu a QUINTAà viúva daquele fidalgo, "DONA MARIANA ROSA DE LENCASTRE", 3.ª CONDESSA DE SABUGOSA, que transformou o edifício, modificando-lhe o aspecto exterior, e vedou a propriedade com um muro. Em 1729, o REI ofereceu a QUINTA ao 4.º MARQUÊS DE MARIALVA, 6.º CONDE DE CANTANHEDE, "DOM PEDRO JOSÉ DE ALCÂNTARA ANTÓNIO LUÍS FRANCISCO MENESES DE NORONHA COUTINHO".

A partir de 1820 a "QUINTA DA PRAIA" ficou na posse da família dos MARQUESES e DUQUES DE LOULÉ, até que foi vendida ao ESTADO pelo CONDE DE VALE DE REIS, "DOM PEDRO FOLQUE"em 1919, a fim de lá ser instalada a FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA, o que nunca chegou a acontecer.

Por perto havia o "ARCO DO BOM SUCESSO", assim chamado para se diferenciar do "ARCO DA TORRE", o primeiro foi demolido em 1837 para facilitar o transito.  A "VILA CORREIA" era o VIVEIRO-ESCOLA CORREIA DA SERRA, cujos terrenos e casas pertenciam à CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (Departamento da Direcção de Estufas e Viveiros) ou (DIRECÇÃO DE ESPAÇOS VERDES)
A "VILA CORREIA" foi concebida há anos para alojar o pessoal da C.M.L. e operários das fábricas circunvizinhas na época. Parte das moradias antigas foram demolidas, e uma empresa construiu recentemente nesse espaço, edifícios de grande volumetria, a que chamou "VILA CORREIA", mantendo assim o antigo nome.

- ( 1 ) - MOLE- Volume enorme; massa informe; construção gigantesca.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS[ II ]-A RUA BARTOLOMEU DIAS E O SÍTIO DO BOM SUCESSO»

RUA BARTOLOMEU DIAS [ II ]

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«A RUA BARTOLOMEU DIAS E O SÍTIO DO BOM SUCESSO»
 Rua Bartolomeu Dias - (2000) - Foto de Luís Pavão  -  (O "CENTRO CULTURAL DE BELÉM-CCB", no início da antiga "RUA DO BOM SUCESSO" (hoje RUA BARTOLOMEU DIAS), da autoria dos Arquitectos "VITTORIO GREGOTTI" e "MANUEL SALGADO", foi concebido com o objectivo na promoção da CULTURA, desenvolvendo a criação e difusão em todas as especialidades, do TEATRO à Dança, ...  Iniciado em 1988 foi concluído em Setembro de 1992)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua Bartolomeu Dias -  ( 2012 ) Foto de Rui Teodósio -   (Entrada do "CONVENTO DO BOM SUCESSO" antes das últimas obras)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in LISBOA, UM OLHAR PARA O PASSADO
 Rua Bartolomeu Dias  - (2016)  -  (Um troço da "RUA BARTOLOMEU DIAS", no rés-do-chão à esquerda, morava uma família que deixou saudades)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias  -  (2016) -  (Visto de cima, o "CONVENTO DO BOM SUCESSO", na "RUA BARTOLOMEU DIAS")   in     GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - (1965-10 - Foto de Armando Maia Serôdio  -  ("CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" na Rua Bartolomeu Dias)   in     AML 
Rua Bartolomeu Dias - (entre 1900-1958) Foto de Eduardo Portugal  -  (As traseiras do "CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO")     in   AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA BARTOLOMEU DIAS [ II ]

«A RUA BARTOLOMEU DIAS E O SÍTIO DO BOM SUCESSO»

Na "RUA BARTOLOMEU DIAS" o prédio seguinte ao CCB. com o Nº. 45 é o antigo PALÁCIO DO CORREIO-MOR, DUARTE DE SOUSA DA MATA COUTINHO, descendente dos CONDES e MARQUESES de PENAFIEL.  Esta propriedade, cuja entrada principal dava para a a (antiga "RUA DIREITA DO BOM SUCESSO"), foi adquirida em 1717 por DOM JOÃO V ao CORREIO-MOR, LUÍS VITORIO DE SOUSA MATA COUTINHO, mas nunca lhe deu uso, passado anos, foi vendida a "DOM FERNANDO JOSÉ LOBO", 1.º CONDE e 2.º MARQUÊS DO ALVITO e 5.º da ORIOLA.

Em 1872, foi um HOTEL, frequentado pelos veraneantes que pretendiam desfrutar da bela praia de BELÉM. Há anos atrás, funcionou ali a FÁBRICA DE CONSERVAS da FIRMA CORDEIRO SANTOS & FERREIRA, LIMITADA. e apesar da degradação do imóvel, o belo portão do século XVII, bastante largo para dar passagem aos coches da época. No Nº. 53 da mesma RUA situa-se o "CONVENTO DO BOM SUCESSO". Por detrás do CONVENTO abre-se o"BECO DA RÉ", e na "RUA DA PRAIA DO BOM SUCESSO", com grandes edifícios antigos com grades nas janelas do rés-do-chão e em estado de abandono, funcionaram ali uma "FÁBRICA DE FARINHAS", o antigo"DIÁRIO DA MANHÃ" e depois o "JORNAL ORBIS", e a"GELMAR"(Empresa de Congelação de Peixe). Ainda na "RUA BARTOLOMEU DIAS, no nº. 42 existe uma colectividade - SPORT BOM SUCESSO - fundada em 08.12.1913.  No prolongamento da RUA, pode ver-se o POSTO DE LIMPEZA DE PEDROUÇOS, da CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA.
O antigo "SÍTIO DO BOM SUCESSO" era composto de uma área RIBEIRINHA e outrora RURAL, constituída pela antiga "QUINTA DA PRAIA"; a OESTE pela QUINTA DA PRINCESA (DONA MARIA FRANCISCA BENEDITA,  irmã de DONA MARIA I); a NORTE, pela antiga cerca do "MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS"; e a SUL, pelo RIO TEJO. 
Na área RIBEIRINHA era a praia que, como a da "TORRE DE BELÉM", a da "CRUZ DA PEDRA"e a de"PEDOUÇOS" teve o seu apogeu nos finais do século XIX e início do século XX, tendo entrado em declínio nos anos 30 e 40 do século XX, devido ao desenvolvimento das outras praias da "LINHA DO ESTORIL".

Não dispensámos incluir esta deliciosa obra que nos fala da Linha do ESTORIL e particularmente do "BOM SUCESSO". "MEMÓRIAS DA LINHA DE CASCAIS" de BRANCA DE GONTAe MARIA ARCHER, de 1943 -  "La vai de abalada o comboio eléctrico, no rumo da COSTA DO SOL. O aterro, o Porto de Lisboa, Alcântara e BELÉM... Pelas alturas do "BOM SUCESSO" o passageiro abrange, na rápida visão consentida pela velocidade, um amontoado de casario vetusto, parte dele em ruína, aqui e além, a ser demolido pelo camartelo oficial. Não se alcança um trecho de urbanismo vistoso, nem um recanto idílico, nem vestígios heráldicos de palácios ou muros de quintas senhorial. A "TORRE DE BELÉM" ergue-se na paisagem desconsolada com um aspecto exótico de jóia, uma jóia abandonada num monturo.
Cá está PEDROUÇOS. É o mesmo fundo de casario modesto, fusco, empilhado; do lado do RIO a esplanada do CLUBE «ALGÉS e DAFUNDO» a e praia enxovalhada. No verão formiga pela praia a multidão humilde. Vêm-se cestos de farnéis, melancias e garrafões de vinho. Crianças pálidas rebolam-se no areal. Senhoras fazem "Crochet"à sombra das barracas. Passam raparigas vestidas de "MAILLOTS" fora de moda e desbotados no colarinho. (...) à vista do que é actualmente PEDROUÇOS, que o sítio foi uma praia de luxo, que a povoação teve nomeada, que existiu ali Palácios de grande Nobreza? Não foi há muitos anos, não"!


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS[ III ]-O SÍTIO DO BOM SUCESSO E O CINEMA BELÉM-JARDIM»

RUA BARTOLOMEU DIAS [ III ]

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«O SÍTIO DO BOM SUCESSO E O CINEMA BELÉM-JARDIM»
 Rua Bartolomeu Dias - (2017)  -  (Um troço da "RUA BARTOLOMEU DIAS" podendo ver-se ainda na parede no lado esquerdo o símbolo de uma antiga empresa de telecomunicações portuguesa "TLP-Telefones de Lisboa e Porto", integrada na PORTUGAL TELECOM em 1994)   in    GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias -  (2016) -  ( A entrada nascente da antiga "RUA DO BOM SUCESSO", hoje RUA BARTOLOMEU DIAS, NA FREGUESIA DE "BELÉM")  in GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias -  (1967)  Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo -  (O antigo "CINEMA BELÉM-JARDIM" na "RUA BARTOLOMEU DIAS" que não resistiu ao camartelo)  in   AML 
 Rua Bartolomeu Dias -  (1953) - Foto de Eduardo Portugal  -  (Nesta foto podemos ver da esquerda para direita  "COMPANHIA DAS REDES DE PESCA", "FÁBRICA DE BORRACHA E CALÇADO -REPENICADO & BENGALA", o "CINEMA BELÉM-JARDIM" e o resto da "FÁBRICA DE BORRACHA". Estes edifícios foram demolidos entre os anos de 1989 e 1990)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Bartolomeu Dias - (1953) - Foto de Eduardo Portugal  -  (O "CINEMA BELÉM-JARDIM" na "RUA BARTOLOMEU DIAS" Nºs. 25 a 27)  -  in RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA BARTOLOMEU DIAS [ III ]

«O SÍTIO DO BOM SUCESSO E O CINEMA BELÉM JARDIM»


(Ainda do livro "MEMÓRIAS DA LINHA DE CASCAIS" de BRANCA DE GONTA e MARIA ARCHER") concluímos: "Foi no tempo dos nossos pais, ...dos nossos avós ainda vivos. (Cabe aqui um parênteses para umas linhas de história).  Nos começos do século passado (1800), LISBOA é ainda tão pequena e os meios de transporte citadino eram tão moroso e tão limitados, que, para o grande público privado do luxo da carruagem particular, PEDROUÇOS é um lugar mal conhecido. Fica fora de portas, fica nos arrabaldes. Fica separado da cidade por más estradas, por longas azinhagas que torciam entre muros de QUINTAS. Fica muito longe... Os nossos avós consideravam muito afastada toda essa região arrabaldina do BOM SUCESSO, PEDROUÇOS, ALGÉS, DAFUNDO, consideravam-na como um trecho da terra saloia e chamavam-lhe geralmente e globalmente «PEDROUCOS», tal como nós hoje englobamos uma vasta área sob o nome genérico de «ESTORIS».  É que a LISBOA setecentista, no seu aglomerado urbano, vinha a "morrer", pelo lado OESTE, na RIBEIRA DE ALCÂNTARA. Para lá do riacho alfacinha tudo era arrabalde, com quintas, hortejos, terras de semeadura, fazendo moldura à cidade. Era ali o campo. Campo tracejado de quintas senhoriais, de palacetes, de belas moradias, alongando-se, num arrabalde aristocrático, entre a Ribeira de ALCÂNTARA  e o RIO JAMOR na CRUZ QUEBRADA.  A nobreza com cargos na Corte, na politica, enfim, a nobreza de LISBOA, não podia afastar-se continuamente da CAPITAL, e por isso, para as pequenas férias de repouso, preferia os seus PALÁCIOS CAMPESTRES do termo de PEDROUÇOS;  e quando veio a moda dos banhos do mar desceu ao rio e tomou banhos ma sua praia.
Aquela praia de PEDROUÇOS, aquela nesga de areia à beira do RIO, deu causa a que o povoado crescesse e se multiplicasse. Naquela nesga de areia, que vemos actualmente, tão suja e tão pisada, já foi "moda tomar banhos". Parece que, aqui há uns bons pares de anos, esses banhos de PEDROUÇOS curavam, milagrosamente os doentes"[ Livro interessante que nos conta a burguesia e seus Palácios ou Quintas de LISBOA até CASCAIS- pág. usadas 41,42 e 43].

CINEMA BELÉM-JARDIM

O CINEMA BELÉM-JARDIM inaugurado no ano de 1925 na RUA BARTOLOMEU DIAS, números 25 e 27 (antiga RUA DO BOM SUCESSO), teve uma vida curta de 43 anos.
O "BELÉM-JARDIM" terá aberto as suas portas em Junho de 1925, nas veio a fecha-las no ano de 1968. O velho CINEMA de BELÉM tinha frequentadores mais assíduos a classe operária, marítimos e militares que possivelmente habitavam o local. Em 1954 terá sentido a concorrência do próximo e moderno "CINEMA RESTELO", (que na sua construção tem o traço de FARIA DA COSTA), situado na "AVENIDA DA TORRE DE BELÉM".
Durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) esteve encerrado, para ser utilizado como depósito de cereais, com destino à SUIÇA.
Na RUA BARTOLOMEU DIAS" no seu lado esquerdo (lado do RIO) podemos observar (numa foto que aqui se publica), vários edifícios posteriormente demolidos entre 1989 e 1990) por ocasião das obras para a construção de «CENTRO CULTURAL DE BELÉM», de que destacamos a "COMPANHIA DAS REDES DE PESCA" (Nºs. 17 e 19), a "FÁBRICA DE BORRACHA E CALÇADO -REPENICADO & BENGALA"com os números (21 e 23 ; 29 a 31) e o "CINEMA BELÉM-JARDIM" (Nº. 25 e 27) que ficava "encravado" entre esta "FÁBRICA DE BORRACHA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS[ IV ]O CONVENTO DO BOM SUCESSO».

RUA BARTOLOMEU DIAS [ IV ]

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«O CONVENTO DO BOM SUCESSO»
 Rua Bartolomeu Dias - (2015) Foto de Sara Pereira (BR) -  (Fachada exterior Norte do "CONVENTO NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" na RUA BARTOLOMEU DIAS, 53)  in PATRIMÓNIO CULTURAL DA CML
 Rua Bartolomeu Dias - (2016)  -  (Vista de cima a parte Norte do "CONVENTO DO BOM SUCESSO" na RUA BARTOLOMEU DIAS)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias  - (2016)  -  (O "COLÉGIO DO BOM SUCESSO"à esquerda na RUA BARTOLOMEU DIAS, e novas edificações à direita no antigo BAIRRO DA VILA CORREIA)  in GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - ( 2017 )  -  ("CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" visto de Poente)  in  SÍTIO DA C.M.L.
 Rua Bartolomeu Dias -  ( 1968 ) - Foto de Armando Maia Serôdio -  (Construções novas no espaço antigo da Rua Bartolomeu Dias)   in    AML 
Rua Bartolomeu Dias - (1926)  -  Foto de Ferreira Cunha(1901-1970) - (Demolição da fábrica de Conservas BOM SUCESSO, na Rua Bartolomeu Dias, tendo uma filial na Figueira da Foz e Sede em Lisboa)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 


(CONTINUAÇÃO)-RUA BARTOLOMEU DIAS [ IV ]

«O CONVENTO DO BOM SUCESSO»

O «CONVENTO DO BOM SUCESSO» estando separado por um alto muro, fica na "RUA BARTOLOMEU DIAS" número 53, num pátio que tem  à esquerda o antigo CONVENTO e ao fundo a IGREJA.

No século XVII os "CATÓLICOS IRLANDESES" foram considerados "proscritos" ( 1 ), e durante o reinado dos primeiros STUARTS, ( JAIME I e CARLOS I), o clero e fiéis procuraram refugiar-se no estrangeiro, especialmente na FRANÇA e na PENÍNSULA IBÉRICA, e os membros da PROVÍNCIA IRLANDESA da"ORDEM DE SÃO DOMINGOS"espalharam-se pela EUROPA.
O jovem "DANIEL O´DALY", de"KILSARKEN" (IRLANDA), enviado para ESPANHA como noviço esteve primeiramente em  "LUGO", depois em"BURGOS", até que, tendo sido ordenado em 1624, foi colocado em "LOVAINA" ( PAÍSES BAIXOS) (de domínio Espanhol na época), com o fim de ensinar TEOLOGIA.  Tendo passado a ser, em religião, "FREI DOMINIC DO ROSÁRIO", chegando mesmo a REITOR da CASA DOMINICANA daquela cidade.
Em 1629 veio "FREI DOMINIC"à PENÍNSULA com duas missões: pedir a"FILIPE IV de ESPANHA - III de PORTUGAL, ajuda para os frades pregadores da IRLANDA em LOVAINA" e autorização para fundar em LISBOA uma casa de estudos, que constituiria uma base para os estudantes DOMINICANOS IRLANDESES. Recorreu-se a um pequeno grupo de damas portuguesas em que se incluía "DONA IRIA DE BRITO, viúva do 4º CONDE DA FEIRA, "DOM DIOGO FORJAZ PEREIRA" (assassinado em MADRID em1595). Entretanto o FREI DOMINIC fundava o"CONVENTO DO ESPÍRITO SANTO DE FEIRA"dos CÓNEGOS de"SÃO JOÃO EVANGELISTA".
"DONA IRIA DE BRITO", filha de"JOÃO DE BRITO"e de sua mulher"DONA GUIOMAR DE ATAÍDE"casou em segundas núpcias com o"1.º CONDE DE ATALAIA""DOM FRANCISCO MANUEL ATAÍDE", que falecei em 1624.  A"CONDESSA DE ATALAIA" segunda vez viúva e não tendo descendência, pensou oferecer uma sua quinta perto de BELÉM, para um recolhimento de SANTA PAULA e, mais tarde, para um MOSTEIRO de FREIRAS JERÓNIMOS, projectos que não foram concretizados.

"FREI DOMINIC", aproveitando a disponibilidade da QUINTA de"DONA IRIA", "CONDESSA DE ATALAIA", instalou nos terrenos o"CONVENTO DO BOM SUCESSO" para as jovens IRLANDESAS impossibilitadas de serem religiosas no seu próprio país, cuja primeira pedra foi lançada em 1645, desconhecendo-se a autoria do projecto do edifício.
Estas autorizações não foram, porém, fáceis de obter. O REI FILIPE IV de ESPANHA e III de PORTUGAL, só muito contrafeito lhas concedeu, a troco do "FRADE" conseguir um Regimento irlandês para ajudar a ESPANHA na luta contra o inimigo nos PAÍSES BAIXOS.

Precariamente, em casa mais tarde substituída pelo CONVENTO definitivo, a comunidade abriu as portas a duas freiras. MADRE MARIA ANTÓNIA e MADRE ANA, que tinham vindo do CONVENTO DE SÃO JOÃO de SETÚBAL para iniciar as noviças. A primeira prioresa Irlandesa foi "DONA LEONOR KAVANAGH", refugiada em CASTELA muitos anos antes. Em 1640 entraram URSULA e sua prima ELEONOR BRUKE.

- ( 1 ) - PROSCRITOS - (do Lat. proscriptu) s.m. Desterrados, exilados.

(CONTINUAÇÃO)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS [ V ]-O CONVENTO DO BOM SUCESSO E SUA IGREJA».
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