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43.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

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25 DE ABRIL SEMPRE!!!!


FRASES RELACIONADAS COM O 25 DE ABRIL

- 25 DE ABRIL - O RENASCER DA ESPERANÇA.

-É IMPORTANTE QUE NÃO DEIXEMOS MURCHAR O CRAVO QUE ABRIL FLORIU

- O 25 DE ABRIL É LIBERDADE DE PENSAMENTO, DE TRABALHO, E DE OPINIÃO.

- A REVOLUÇÃO DE ABRILCONSTITUIU UM DOS IMPORTANTES         ACONTECIMENTOS DA NOSSA HISTÓRIA.

[Fonte: Imagens e texto da NET]

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ III ]-RUA CARVALHÃO DUARTE ( 1)».


RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ III ]

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«RUA CARVALHÃO DUARTE ( 1 )»
 Rua Carvalhão Duarte - (2016) -  (A "RUA CARVALHÃO DUARTE" na freguesia de ALVALADE, no sentido para Norte)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - ( 2016) - (Panorâmica da localização da "RUA CARVALHÃO DUARTE", na antiga freguesia do "CAMPO GRANDE" hoje freguesia de "ALVALADE")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - (2016) -  (A "RUA CARVALHÃO DUARTE" na parte Sul)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - (2016)  - (A "RUA CARVALHÃO DUARTE" na parte Sul junto da 2ª. Circular, no lado esquerdo)   in GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - (3 de Janeiro de 1949) - (Primeira página do Jornal "REPÚBLICA" num artigo dirigido à Nação pelo candidato da Oposição à Presidência da República Portuguesa, General NORTON DE MATOS)  (Abre em tamanho grande)  in EPHEMERA - AQUIVO DE JOSÉ PACHECO PEREIRA 
Rua Carvalhão Duarte - (Finais da década de 60 do século XX) -  (O jornalista "JAIME CARVALHÃO DUARTE" quando conduzia os destinos do jornal "REPÚBLICA")  in  FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ III ]

«RUA CARVALHÃO DUARTE ( 1 )»

A "RUA CARVALHÃO DUARTE" pertencia à freguesia do "CAMPO GRANDE", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a chamar-se freguesia de «ALVALADE».
Começa na "RUA JOSÉ ESCADA" e finaliza na "RUA PROFESSOR PINTO PEIXOTO", são convergentes pelo lado direito a "RUA PROFESSOR MANUEL CAVALEIRO FERREIRA" e pelo lado esquerdo a"RUA HERMANO NEVES".
No livro de ACTAS - 1974 a 1989 da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA na Acta nº. 2/81 consta que na reunião de 16.09.1981 nos Paços do Concelho se refere a um ofício da ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA insistindo para que a uma rua de LISBOA seja dado o nome de «JAIME CARVALHÃO DUARTE». A COMISSÃO deu o seu parecer, que a "RUA-23" de TELHEIRAS-SUL passe a denominar-se "RUA CARVALHÃO DUARTE" - JORNALISTA - (1897-1972).

Nesta ronda dedicada às "RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS" que andamos a publicar há anos, entrámos na 4.ª SÉRIE para incluir alguma gente que passou pelos jornais lisboetas e não só, sem mesmo ter adquirido o estatuto ou a carteira profissional de Jornalista, mas verdade seja dita, não deixaram em qualquer altura de se mostrarem bons JORNALISTAS, REPÓRTERES, ILUSTRADORES e até bons HUMORISTAS, trabalhando para a IMPRENSA. Alguns mesmo dedicaram aos jornais uma parte ou tudo das suas vidas e viram consagrados os respectivos nomes nas «RUAS DE LISBOA», temos deparado com frequência com aqueles que entraram no jornalismo pela via da política.  Ou seja: a "Deusa" dos seus encantos era esta última, mas para chegarem aos seus intentos, nada melhor do que disporem de um meio de comunicação onde pudessem expor ideias e doutrinar os seus leitores. Com outros menos frequentes, ter-se-há dado o inverso: começaram por escrever e, a páginas tantas, entenderam que lhes bastava ser relatores de paixões alheias.
É evidente que os caminhos para chegar aos jornais não ficam por aqui. Há quem escreva somente por vocação e quem entenda que a sua missão na vida é comunicar;  pela palavra falada ou escrita, pelo jornal, pelo livro ou pelo audio-visual.
As más línguas (que sempre as houve) dizem noutros tempos que a maior parte dos jornalistas eram escritores fracassados. E há ainda quem se faça jornalista porque entende que essa é a melhor maneira de pôr em prática uma pedagogia a que se propôs.
Foi exactamente uma missão pedagógica a que trouxe este professor e jornalista para a imprensa.

"JAIME CARVALHÃO DUARTE" nasceu em TINALHAS (CASTELO BRANCO) no dia 9 de Junho de 1897 e faleceu em LISBOA a 21 de Agosto de 1972. Tudo na sua vida apontou para o ensino e foi dele que partiu para os jornais.
Tirou o CURSO DO MAGISTÉRIO e assumiu a nobre missão que então se chamara de professor da Instrução Primária. Já em LISBOA, leccionou na antiga "TUTORIA CENTRAL DA INFÂNCIA". Acabaria, porém, por ver a sua actividade interrompida por razões políticas: ele e o regime do ESTADO NOVO não gostavam nada um do outro. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE) [ IV ] -RUA CARVALHÃO DUARTE ( 2 )». 

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ IV ]

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«RUA CARVALHÃO DUARTE ( 2 )»
 Rua Carvalhão Duarte - ( 2016 )  -  (A "RUA CARVALHÃO DUARTE" na parte Norte próximo da "RUA JOSÉ ESCADA")   in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - ( 2016) -  (Panorâmica mais aproximada da "RUA CARVALHÃO DUARTE" na freguesia de ALVALADE)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Carvalhão Duarte - (2016) -  (A "RUA CARVALHÃO DUARTE" ao fundo a 2.ª circular de LISBOA ou Avenida General Norton de Matos)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Carvalão Duarte - (2016) -  (Um troço da "RUA CARVALHÃO DUARTE" no sentido Norte)   in  GOOGLE EARTH 
 Rua Carvalhão Duarte - (11 de Janeiro de 1949) -  (Publicação no jornal "REPÚBLICA" - que CARVALHÃO DUARTE" dirigia - anunciando que o POVO DE LISBOA se terá manifestado apoteoticamente na "A VOZ DO OPERÁRIO", em favor do candidato da oposição à Presidência da República, o GENERAL NORTON DE MATOS)   (Abre em tamanho grande) in  EPHEMERA - BIBLIOTECA E ARQUIVO DE JOSÉ PACHECO PEREIRA
Rua Carvalhão Duarte - (01.08.1957)-  (Panfleto convidando os seus correligionários a fazerem um artigo para ser publicado no 5 de Outubro no Jornal "REPÚBLICA" que "CARVALHÃO DUARTE" dirigia)(Abre em tamanho grande in  ALMANAQUE REPUBLICANO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS 4.ª SÉRIE [ IV ]

«RUA CARVALHÃO DUARTE ( 2 )»

O afastamento não lhe roubou a vocação nem o fez desanimar. "JAIME CARVALHÃO DUARTE" era dono de um espírito combativo e manteve intensas campanhas em prol do professorado, pugnando ao mesmo tempo por reformas que entendia indispensáveis ao ensino primário.
Escrevia então nos jornais e revistas e são quase inúmeras as conferências que proferiu, nomeadamente em congressos sobre temas da sua especialidade.
A "UNIÃO DO PROFESSORADO PRIMÁRIO" fizera-o entretanto seu secretário Geral.
As suas ideias e os seus combates levaram-no naturalmente a trabalhar como redactor no jornal "REPÚBLICA", único órgão de imprensa que, durante anos se assumiu como de oposição ao regime e ali colaborou desde 1930.

Conta-nos a propósito "MÁRIO SOARES" no "INDEX PROHIBITORUM", memórias do tempo em que o seu nome não podia sequer aparecer na IMPRENSA.
"Foram buscá-lo para JAIME CARVALHÃO DUARTE", assumir a Direcção do Jornal "REPÚBLICA", a altas horas de uma noite de Junho de 1941,  em circunstâncias dramáticas. Não havia tempo a perder. O anterior Director, RIBEIRO DE CARVALHO, herói do movimento que implantou a REPÚBLICA, acabara de ser despedido pelo Director da CENSURA, o então TENENTE-CORONEL ÁLVARO SALVAÇÃO BARRETO. E o jornal não podia publicar-se sem Director".
O Jornal "REPÚBLICA", título fundado por ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA em 1911, iniciou uma 2.ª série em 1930, sob a direcção de JOAQUIM RIBEIRO DE CARVALHO e de"JAIME CARVALHÃO DUARTE". Este jornal era, desde Agosto de 1972, dirigido pelo "Dr. RAUL REGO" (antigo jornalista e tradutor no já extinto "JORNAL DO COMÉRCIO" em Santa Catarina).
Mais um apontamento da FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES que recebeu mais tarde das mãos de "SÉRGIO CARVALHÃO DUARTE", toda a documentação que seu pai tinha reunido.(...) e ainda dizia "MÁRIO SOARES": Detenho-me por ora no pedagogo "CARVALHÃO DUARTE", com uma longa carreira no ensino primário, que nos incentivava a escrever ignorando os censores, (...) "CARVALHÃO DUARTE" não havia sido jornalista, nem viria a sê-lo. Era um pedagogo apaixonado pela sua arte de ensinar! [Fonte: FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES].

No entanto, durante anos, foi também director do jornal "O PROFESSOR PRIMÁRIO", órgão da UNIÃO DOS PROFESSORES PRIMÁRIOS, até que esta associação profissional foi dissolvida.
Não esmoreceu e foi um dos fundadores da revista "ESCOLA NOVA", órgão da ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE PORTUGAL.

Em 1941, ascendeu à direcção "REPÚBLICA", cargo que manteve até ao seu falecimento. No desempenho das suas funções, foi um defensor intransigente dos seus ideais republicanos e democráticos.
Nos períodos eleitorais, quando a censura, por conveniência do próprio regime, abrandava, o vespertino da "RUA DA MISERICÓRDIA" esgotava as edições.
A figura e o trabalho de "CARVALHÃO DUARTE" não caíram no esquecimento: nove anos depois da sua morte, era colocado o seu nome numa "RUA DE LISBOA". mais um jornalista ficava com o seu nome numa "Placa Toponímica". 


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ V ] -RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA ( 1 )»

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ V ]

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«RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" ( 1 )»
 Rua Cândido de Oliveira - ( 2016 )  -  (A entrada da "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" ao fundo por detrás do arvoredo alto está o Cemitério dos Olivais)  inGOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - ( 2016 ) -  (Panorâmica dos OLIVAIS SUL onde podemos encontrar a "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA")   in   GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - ( 2016)  -  (Parte mais a Norte da "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA"  in GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - (2016) -  (Um troço da "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" na freguesia dos "OLIVAIS")   in  GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - (2016) -  (A "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" inserida no BAIRRO DOS OLIVAIS-SUL)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - (2016) -  (A "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" num troço bonito do BAIRRO)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - (Anos 50 do século XX) - (CÂNDIDO DE OLIVEIRA" homem do Desporto, foi jogador de futebol, treinador, Seleccionador e Director de um Jornal Desportivo "A BOLA")  in CANAL SPORTING
Rua Cândido de Oliveira - (1950) -  (O Jornal Desportivo "A BOLA" onde "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" foi seu Director e Jornalista)   in   ANOTANDO FUTBOL


(CONTINUAÇÃO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ V ]

«RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA ( 1 )»

A "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" pertencia à antiga freguesia de "SANTA MARIA DOS OLIVAIS", hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a chamar-se freguesia dos « OLIVAIS ».   Começa na "RUA ACÚRCIO PEREIRA" e finda na mesma artéria.
Pelo EDITAL nº 12/79 de 29 de Janeiro de 1979, indicava que à antiga "RUA-G" da CÉLULA "F" dos OLIVAIS-SUL fosse dado o topónimo de "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" - JORNALISTA (1896-1958). Também na ACTA nº. 127 de 22 de Janeiro de 1979 da COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA dá parecer favorável à atribuição no arruamento ainda sem nomenclatura própria.

«CÂNDIDO FERNANDES PLÁCIDO DE OLIVEIRA» nasceu em FRONTEIRA a 24 de Janeiro de 1896 e faleceu em ESTOCOLMO em 23 de Junho de 1958.

Os Jornalistas chamados de "DESPORTIVOS" ao longo do tempo foram considerados pelas autoridades como uma espécie de "PÁRIAS"( 1 ) do jornalismo.
Exigia-se-lhes, como a todos os oficiais deste ofício, um culto pela verdade e pelo rigor; sabia-se que as suas reportagens, os seus artigos, as suas entrevistas eram procurados e estimados pelo público leitor, não se ignorava que as tiragens dos jornais que faziam não eram inferiores às dos grandes órgãos de dimensão nacional... Mas nada convencia os poderes de então de que os redactores dos jornais desportivos eram profissionais como os outros.  Assim, o termo "JORNALISTA" era utilizado apenas para uso do próprio e dos companheiros de função; acrescentava-se sempre, porém, a palavra "DESPORTIVO", qualidade que, para fins oficiais, destruía a primeira.
Nem o SINDICATO nem a SEGURANÇA SOCIAL (Previdência, se chamava ao tempo) lhes reconhecia o labor.
Como a Imprensa especificamente desportiva, não tinha a dimensão que tem hoje, quase todos os seus feitores tinham de recorrer ao duplo emprego. Seriam assim sindicalizados como empregados de escritório, como trabalhadores do comércio ou por exercerem qualquer outra profissão. Nenhum tivesse, contudo, a veleidade de se intitular JORNALISTA por ir fazer a cobertura de uns jogos aos Domingos ou dar notícias dos bastidores de um clube a meio da semana. 
O "truque" usado por alguns, que eram apenas profissionais da palavra escrita, era o de convencer algum patrão compreensivo a inscrevê-lo por um determinado jornal "reconhecido" como tal...  embora ele trabalhasse noutro.

Entre a gente de jornais cujos nomes figuram nos letreiros da cidade ou - dito de forma mais elegante -  fazem parte da toponímia lisboeta, encontra-se já um bom número de Jornalistas que fazem do desporto o seu tema predilecto. E que muito ajudaram o público em geral a conhecer e apreciar o "fenómeno" futebolístico.

Não seria herético cognominar «CÂNDIDO DE OLIVEIRA» como o"SENHOR FUTEBOL". Afinal, ele foi jogador, capitão de duas das maiores equipas do seu tempo, internacional, fundador de um clube, treinador, seleccionador, criador e responsável de jornais dedicados principalmente ao futebol, impulsionador da imprensa desportiva em geral... "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" era "ganso" -  alcunha carinhosa que é dada aos alunos da CASA PIA.

- ( 1 ) - PÁRIAS - A casta ínfima entre os HINDUS e desprezada por todas as outras castas; (fig.) - homem desprezado ou repelido da sociedade.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS 4.ª SÉRIE [ VI ]RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA ( 2 )».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ VI ]

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«RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA ( 2 )»
 Rua Cândido de Oliveira - (2016)-  (Um troço para Norte da "Rua Cândido de Oliveira")  in GOOGLE EARTH 
 Rua Cândido de Oliveira - (2016)  -  (Panorâmica de parte dos OLIVAIS-SUL onde está inserida a "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA) in  GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - ( 2016 )  -  (Parte Sueste da "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - ( 2016) -  (A "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA" na parte Norte do BAIRRO)   in   GOOGLE EARTH 
 Rua Cândido de Oliveira - (2016) -  (Um troço da "RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA  a Norte na Freguesia dos OLIVAIS-SUL)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Cândido de Oliveira - (Anos 50 do Século XX) -  ("CÂNDIDO DE OLIVEIRA" foi director do Jornal desportivo "OS SPORTS", fundou e dirigiu o jornal "A GAZETA DESPORTIVA")  in FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL 
 Rua Cândido de Oliveira - (Depois de 25.04.1074)  -  (Quando "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" foi preso no TARRAFAL em 1942, teve ocasião de escrever um livro "TARRAFAL-O PÂNTANO DA MORTE", que só foi publicado depois do 25 de Abril a título póstumo)  in   COISAS
Rua Cândido de Oliveira - (07.03.1974) -  (Primeira página do Jornal »A BOLA» de Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo)   in  MADE IN PORTUGAL 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ VI ]

«A RUA CÂNDIDO DE OLIVEIRA ( 2 )»

"CÂNDIDO DE OLIVEIRA", alentejano cedo veio para LISBOA a fim de ser educado na prestigiosa Instituição dos "JERÓNIMOS". 
Nunca se esqueceria, aliás, desse período da sua vida; tendo sido jogador e capitão da equipa do BENFICA durante seis anos, acabou por deixar o então prestigiado clube para fundar o "CASA PIA ATLÉTICO CLUBE", onde continuou a sua carreira. (Diga-se de passagem que, logo no primeiro ano de actividade, o "CASA PIA", capitaneado por "CÂNDIDO", ganhou o Campeonato de LISBOA).
Fez parte, em 1921, da primeira selecção portuguesa. Mais tarde viria a ser seleccionador e treinador.
Assim. no "SPORTING", dirigiu a célebre equipa onde pontificavam os "cinco violinos", na última época em que estes alinharam juntos. E na "ACADÉMICA" lançou grandes nomes do futebol português, como "MÁRIO WILSON", criando uma verdadeira escola que dava prazer ver jogar.
Treinou ainda o "F. C. do PORTO" e até o clube brasileiro "FLAMENGO".

Mas é como jornalista que mais nos interessa este homem do desporto. E também nesta profissão foi dos maiores. Começou a sério num diário um tanto efémero chamado "VITÓRIA". Foi depois director de "OS SPORTS". Fundou e dirigiu a revista "FUTEBOL" e o Jornal "GAZETA DESPORTIVA". Finalmente, lançou-se naquela que seria a empresa jornalística da sua vida; funda com RIBEIRO DOS REIS e VICENTE DE MELO em 1945 o jornal "A BOLA", a que os adeptos dos desportos em geral e do futebol em particular usavam chamar "a bíblia".
Mal imaginava mestre "CÂNDIDO DE OLIVEIRA" como a "sua" imprensa e o "seu jornal"se transformariam a ponto de hoje existirem tantos jornais desportivos.
Faleceu em serviço, como enviado especial de "A BOLA"ao"CAMPEONATO DO MUNDODE FUTEBOL"em 1958 a ESTOCOLMO, quando seu coração parou de bater.
"CÂNDIDO DE OLIVEIRA" foi ainda grande figura humana, democrata convicto que tomou desassombradas posições públicas contra o regime de SALAZAR. A sua coragem intelectual só teve paralelo na sua coragem física. Foi sujeito a um sem-número de prisões a cabo pela PIDE. Brutalmente torturado e espancado aponto de lhe terem partido todos os dentes, em 1942 é enviado para o Campo do "TARRAFAL"[ 1 ], onde permaneceu até 1944. Sobre esse campo, escreveu um livro chamado "TARRAFAL-O PÂNTANO DA MORTE", publicado a título póstumo, após o 25 de Abril de 1974.
Foi autor de vários livros sobre futebol, como "O FUTEBOL: TÉCNICAS E TÁCTITAS" (1935); "A FORMAÇÃO DOS JOGADORES DE FUTEBOL" (1938); "FUTEBOL, DESPORTIVO PARA A JUVENTUDE" (1940"e"OS SEGREDOS DO FUTEBOL" (1947).
Pela sua importância no futebol português, foi dado o seu nome à "SUPERTAÇA", instituída pela FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL.
Mas LISBOA não o esqueceu e, se antes do 25 de Abril não o tinha podido homenagear porque o ESTADO NOVO não o via com bons olhos, consagrou-lhe em 1979 numa RUADE LISBOA nos OLIVAIS, assim que lhe foi possível.

[ 1 ] - TARRAFAL - A COLÓNIA PENAL DO TARRAFAL no lugar de CHÃO BOM do Concelho do TARRAFAL na ILHA DE SANTIAGO em CABO VERDE. 
Foi criada pelo GOVERNO PORTUGUÊS no ESTADO NOVO em 23.04.1936. O CAMPO DO TARRAFAL ou CAMPO DE CONCENTRAÇÃO DO TARRAFAL, como ficou conhecido.
Com a queda do regime SALAZARISTA em 25 de Abril de 1974, CABO VERDE torna-se independente a 5 de Julho de 1975.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[VII]-RUA CARLOS BOTELHO»

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ VII ]

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«RUA CARLOS BOTELHO ( 1 )»
 Rua Carlos Botelho - (2016) -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" no sentido Sul, no lado esquerdo podemos ver a outra margem do VALE DE CHELAS)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016) -  (Panorâmica da "RUA CARLOS BOTELHO" na freguesia do BEATO parte norte na antiga "Quinta da Curraleira")  in GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016) -  (A "RUA CARLOS BOTELHO) virada para nascente e virando ligeiramente para a esquerda norte)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (1929) -  Desenho de Carlos Botelho -  (Publicado em "ECOS DA SEMANA" Maio de 1929, tinta da china sobre papel, de Carlos Botelho)  (Abre em tamanho grande )  inWIKIPÉDIA
 Rua Carlos Botelho - (Dezembro de 1968) - (Retrato do Pintor, Ilustrador, Caricaturista, Decorador, Desenhador e homem dos Jornais)   in WIKIPÉDIA 
 Rua Carlos Botelho - (1978)- (Pintura de "CARLOS BOTELHO" aproveitando a colina do Castelo de São Jorge em Lisboa)  in CABRAL MONCADA LEILÕES 
Rua Carlos Botelho - (1928-1950)- (Publicação do "ECOS DA SEMANA" de Carlos Botelho, nas páginas do Jornal humorístico "SEMPRE FIXE", que nem sempre teve vida fácil com a CENSURA)  in  FRENESI LOJA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ VII ]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 1 )»

A "RUA CARLOS BOTELHO" pertence à freguesia do «BEATO».  Começa perto da "RUA SOL A CHELAS" e finaliza na "RUA FREDERICO PERRY VIDAL". Circunda uma grande parte do antigo Campo de futebol do «VITÓRIA CLUBE DE LISBOA" que nasceu em 11 de Agosto de 1944, sendo o resultado da fusão do "PICHELEIRA ATLÉTICO CLUBE"com o"BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE". Hoje a sua SEDE situa-se na"RUA SILVEIRA PEIXOTO Nº. 7 no sítio da PICHELEIRA.

Por EDITAL de 16 de Novembro de 1982, e ACTA N.º 3/82 de 11 de Novembro de 1982, reuniu a COMISSÃO  CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA, apreciando a proposta subscrita pelo vereador  Dr. MARTINS VIEIRA, submetida à votação e aprovada por unanimidade, em reunião camarária realizada em 24 e 30 de Agosto do mesmo ano, dando o nome de "CARLOS BOTELHO" a uma artéria de LISBOA.
O parecer da Comissão é favorável que o nome de "CARLOS BOTELHO" fique perpetuado, no arruamento " D " do PLANO DE RECONVERSÃO URBANA da "QUINTA DA CURRALEIRA" que assim, passará a denominar-se: "RUA CARLOS BOTELHO" pintor (1899-1982).

A "QUINTA DA CURRALEIRA" em LISBOA na freguesia do BEATO, bem dentro da malha da cidade, a CURRALEIRA desapareceu há vários anos. A imensidão de barracas que por ali coabitavam, deu lugar a prédios de habitação Social. Foi mudado o nome do local, morreu a "CURRALEIRA"( 1 ) e "apareceu" a "QUINTA DO LAVRADO".

«CARLOS ANTÓNIO TEIXEIRA BASTO NUNES BOTELHO» nasceu em LISBOA a 18 de Setembro de 1899 e faleceu também em LISBOA a 18 de Agosto de 1982, foi um pintor, ilustrador, decorador, desenhador, caricaturista e ainda trabalhou para jornais. Mas ninguém podia ter dúvida de que o homem que tirara do céu e da luz da sua terra as cores que lhe imortalizaram os quadros havia de ter, pelo menos, RUA com o seu nome.
Poderão, no entanto, perguntar alguns, com certa legitimidade, o que faz "CARLOS BOTELHO"no meio da gente dos jornais. Ele que andou, estudou e pintou por LISBOA, por PARIS, pela ITÁLIA, pelos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, como aparece misturado com os homens da pena?
A resposta, singela e directa, podia ser apenas o trabalho que desenvolveu no "SEMPRE FIXE". (Tendo ali publicado durante mais de vinte anos, uma página intitulada "ECOS DA SEMANA", uma espécie de resumo gráfico dos mais importantes acontecimentos registados no país. Podemos acrescentar que nem todos, porque a CENSURA frequentemente lhe aplicava a "lei da Tesoura" ou do "lápisAZUL").
Foi este um semanário humorístico de crítica, editado pela mesma Empresa, do não menos saudoso "DIÁRIO DE LISBOA".

( 1 ) - (Botânica) - CURRALEIRAé o nome popular de um arbusto da família das Euforbiácea do Brasil, também chamado de:  Erva-mular, erva-curraleira, mercúrio-do-campo, pé-de-perdiz e alcanforeira. O nome científico da CURRALEIRA (Planta) é: CROTON ANTISYPHILITICUS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [VII] - RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )».

http://lugardoreal.com/video/quinta-da-curraleira

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE)[ VIII ]

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«RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )»
 Rua Carlos Botelho - (22 de Abril de 1999) - Na AVENIDA DA LIBERDADE, 65-r/c LISBOA, foi colocada uma placa com a figura de "CARLOS BOTELHO" (baseado no seu auto-retrato). Foi inaugurada por ocasião do seu 1.º Aniversário do seu nascimento)  in  ARTE PÚBLICA
 Rua Carlos Botelho - ( 2016 )  -  (Panorâmica mais aproximada do sítio da antiga "QUINTA DA CURRALEIRA". O espaço branco era o antigo Campo de Futebol do VITÓRIA FUTEBOL CLUBE. A "RUA CARLOS BOTELHO" circunda parcialmente o antigo campo desportivo)  in GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2017 )  -  (O início da "RUA CARLOS BOTELHO", começa no ponto de ligação da RUA 8, com a RUA 6, embora a Rua 8 na GOOGLE EARTH, esteja assinalada como "Calçada do Carrascal", mas não deve corresponder à verdade)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - ( 2016 )  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" na direcção Noroeste ou Nordeste (NW), entre as casas de habitação social)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016)  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" na parte Sul do Bairro da freguesia do "BEATO")   in GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - ( 1956 )   -  (Jornal "SEMPRE FIXE" onde "CARLOS BOTELHO" colaborou durante 22 anos aproximadamente, neste Semanário Humorístico)   in  GRUPO DE AMIGOS DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA
Rua Carlos Botelho - (1948) -  (Com o título de DEMOLIÇÕES ROMÂNTICAS - CARLOS BOTELHO publica em "ECOS DA SEMANA", uma prancha de um dos mais emblemáticos quadros da época em LISBOA)  (Abre em tamanho grande)   in   LER  BD

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.º SÉRIE) [VIII]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )»

"CARLOS BOTELHO" foi presença certa naquele jornal humorístico "SEMPRE FIXE", com os seus "ECOS DA SEMANA" durante vinte e dois anos.
Era o Jornal da mordacidade possível (na época), da ironia que a CENSURA deixava passar. Criou ali, com o seu lápis predestinado, figuras desenhadas que representavam outras tantas instituições nacionais e ficaram para a posteridade: "O SENHOR PARECEMAL", a "DONA ENCRENCA", o"ESCARRA E COSPE", "O PIO" e tantas outras...
Embora a sua actividade principal se tenha desenvolvido ao longo de um período durante o século XX, também se repartiu por outras actividades.
Em 1920 "BOTELHO" era o pioneiro da "BANDA DESENHADA" "BD" nacional, trabalhou em artes gráficas e no desenho de humor, na década seguinte dedicou-se à equipa de decoradores do S.P.N., o que lhe deu a possibilidade para viajar e tomar contacto com a dinâmica artística do seu tempo.
Noutra ocasião dedicou-se às obras plásticas do qual é destacado como uma das figuras de destaque da 2.ª geração de pintores modernistas portugueses.
Ocupa um lugar central a sua obra, a paisagem urbana. No início, marcada por uma tendência claramente expressionista; pinta cidades, retratos, narrativas. O tema principal será desde a primeira hora a sua cidade natal, a cidade de LISBOA.

Um pouco da sua BIOGRAFIA, ou o seu início.
Filho único de pais músicos, foi a música que dominou a infância de "CARLOS BOTELHO". Inicia a aprendizagem do violino - instrumento que o irá acompanhar por toda a vida - , pouco antes da morte de seu pai, em 1910.  Ingressa no "LICEU PEDRO NUNES", onde faz amizade com "BENTO DE JESUS CARAÇA"e"DIAS AMADO". Faz a sua primeira Exposição no ano de 1918. No ano seguinte entra na ESCOLA DE BELAS-ARTES DE LISBOA. 
Em 1922 realiza-se o seu casamento com BEATRIZ SANTOS BOTELHO, desse casamento nasceram dois filhos: JOSÉ RAFAEL e RAQUEL.
No prédio onde nasceu "CARLOS BOTELHO"situado na"AVENIDA DA LIBERDADE, 65 - R/C, a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA em 22 de Abril de 1999, colocou uma placa com os seguintes dizeres:  (Neste prédio nasceu "CARLOS BOTELHO"- (1899-1982) figura ligada às artes Plásticas, Pintor, Desenhador e Ilustrador). O desenho "AUTO RETRATO" desta placa foi reutilizada a partir de um trabalho original da autoria do próprio pintor "CARLOSBOTELHO", tendo a sua assinatura. Foi inaugurada por ocasião do 1.º Centenário do nascimento deste artista.
Sendo o pintor que soube imortalizar LISBOA nas suas telas, referência incontornável do modernismo em PORTUGAL ao nível das Artes Plásticas. LISBOA não podia deixar de o homenagear. Nós não podíamos esquece-lo entre gente dos jornais que trabalhou e animou as publicações, apesar de não ter sido jornalista.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ IX ]-PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA( 1 )».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ IX ]

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«PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA ( 1 )
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016)  -  (Uma vista da "PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA" na freguesia de BELÉM)   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016 ) -  (Panorâmica da freguesia de "BELÉM" onde se insere a  "Praça Dr. Alfredo da Cunha")   in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha -  (2016 )  -  (A saída da "Praça Dr. Alfredo da Cunha para a "Rua das Pedreiras")   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016 ) -  (Entrada da "Praça Dr, Alfredo da Cunha" na parte Sul)  in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016  ) -  (Um dos cantos da "Praça Dr. Alfredo da Cunha" na freguesia de "BELÉM")   in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - (2010) -  (Placa toponímica Tipo II na esquina da "Praça Dr. Alfredo da Cunha" jornalista 1863-1942)   in  TOPONÍMIA DE LISBOA 
Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2005 )- (Fachada principal do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" na "Avenida da Liberdade" em Lisboa, onde o Dr. Alfredo da Cunha trabalhou entre 1894 e 1919)  in ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO)- RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ IX ]

«PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA( 1 )»

A «PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA» pertencia à antiga freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, conjuntamente com a freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER", passou a chamar-se freguesia de «BELÉM».
Esta Praça tem a sua entrada pela "RUA DAS PEDREIRAS" sensivelmente junto do número três.
Por EDITAL de 20 de Maio de 1970 veio crismar a antiga "PRACETA DA RUA DAS PEDREIRAS"como "PRAÇA ALFREDO DA CUNHA", que decorridos dois meses é corrigida a epígrafe para "PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA - Jornalista (1863-1942)", com o EDITAL de 11 de Julho de 1970.
Esta Praça resulta de uma proposta em carta enviada por "D. MARIA ANTÓNIA COELHO DE CASTRO E BRITO PENEDO", à "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA", na ACTA nº. 95 de 15 de Maio de 1970 deu em seu parecer, que a "PRACETA DA RUA DAS PEDREIRAS" se denominasse; "PRAÇA ALFREDO DA CUNHA"e passado dois meses na acta nº. 96 de 08 de Julho de 1970, que a PRAÇA passasse a denominar-se «PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA - Jornalista (1863-1942)».
É estranho que tenha falecido em 1942 e só em 1970 a edilidade atribua o seu nome a uma artéria de lisboeta.

"ALFREDO CARNEIRO DA CUNHA"nasceu no FUNDÃO a 21.12,1863 e faleceu em LISBOA a 25.11.1942. Foi empresário, advogado, escritor e jornalista, tendo dirigido o «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» entre 1894 e 1919, sucedendo ao fundador e primeiro director "EDUARDO COELHO", que era também seu sogro.
Garantem alguns filósofos de "banco de jardim" que a vida, para ter uma pitada de sal, tem de incluir algum despique, alguma rivalidade, por forma a que se sinta cada um estimulado a fazer melhor que o parceiro.  O LIBERALISMO fez até basear a sua doutrina neste princípio simples e elevou a "livre concorrência" a senhora toda poderosa.
No que respeita aos meios de COMUNICAÇÃO SOCIAL, as lutas pela primazia encontram-se, nos tempos correntes, de tal forma dominados pelos canais de TELEVISÃO, grupos económicos e pelas respectivas audiências ou tiragens, que as picardias entre jornais não têm o relevo de outrora.
Longe vão os anos em que a corrida pela notícia em primeira mão e pela saída para a rua uns minutos antes do rival, representavam vitórias bastas vezes comemoradas. Ficará na história do  jornalismo português, por exemplo, a compita ( 1 ) entre aqueles que foram, durante décadas, os dois maiores matutinos de LISBOA: o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" e o Jornal "O SÉCULO". O primeiro, mais antigo, foi o indicador de uma política de jornais populares, de baixo preço e vasto leque de informação, numa tentativa de "obrigar" o leitor a consultar e comprar diários. O segundo foi, por seu lado o grande impulsionador dos correspondentes, dando azo a um noticiário que abarcava todo o país e a uma consequente implantação generalizada. Acabou por ter morte inglória nos "anos 70 do séc. XX", deixando o campo aberto ao aparecimento de outros rivais do "velho" diário da antiga "RUA FORMOSA", hoje"RUA DO SÉCULO" para perpetuar seu nome.

Muitos foram, obviamente, os jornalistas, de um e do outro lado, que se notabilizaram e têm o seu nome numa RUA DE LISBOA, vamos pois encontrar um para os lados de BELÉM

( 1 )- COMPITA - (de Competir). s.f. - Luta, briga, rivalidade, competição e porfia. [DICIONÁRIO DE SINÓNIMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA-2ª Ed. 1959 da Tertúlia Edípica - (Grupo Charadístico da Sociedade de Geografia de Lisboa].

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS[ X ]-PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA(2)».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

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«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»
 Praça Dr. Alfredo Cunha ( 2016 ) - (Vista mais aproximada da "Praça Dr. Alfredo Cunha" na freguesia de "BELÉM") in  GOOGLE EARTH
 Praça Alfredo Cunha - (2016) -  (Final da "Praça Dr. Alfredo Cunha")  in GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2010)  - (Uma imagem da "Praça Dr. Alfredo Cunha" para os sítios de BELÉM)  (Abre em Tamanho grande)   in TOPONÍMIA DE LISBOA 
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - (c. 1900) Foto de Alberto Castro Lima-  (Jardim do antigo PALÁCIO  ALFREDO CUNHA, onde nos anos 60 do século passado alguns elementos do CORO da FNAT actuaram num exterior (directo) da RTP sobre "SANTOS POPULARES" e "MARCHAS DE LISBOA" com realização do saudoso "NUNO FRADIQUE"   in    AML 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( ( c. 1952 ) - Foto de Salvador de Almeida Fernandes- ("Palácio Teles Meneses" mais tarde "Palácio Alfredo Cunha" no "LARGO DE SÃO VICENTE e TELHEIRO DE SÃO VICENTE)   in    AML 
 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) - Foto de APS -  (Elementos do antigo CORO DA F.N.A.T. no Jardim do "PALÁCIO ALFREDO CUNHA" aguardando para entrar no exterior da RTP (directo), num programa comemorativo aos SANTOS POPULARES, uma realização de NUNO FRADIQUE)  in ARQUIVO/APS
Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) Foto de APS -  (Elementos do CORO da FNAT numa pausa do exterior da RTP no Jardim do "Palácio Alfredo Cunha" em "São Vicente")  in  ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»

É curioso frisar que o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" teve praticamente tantos Directores até 1974 ( ou seja em 110 anos) como desde então. A estabilidade directiva parece assim ser norma seguida com rigor naquele jornal.
Os fundadores (TOMÁS QUINTINO ANTUNES e EDUARDO COELHO) tomaram o leme e só a morte lho tirou. A segunda geração chegou ao poder em 1894, quando "ALFREDO CUNHA"sucedeu a seu sogro,"EDUARDO COELHO" como director e como maior accionista da empresa.

"ALFREDO CUNHA", formado em direito, exerceu advocacia em LISBOA, mas a esta preferiu o jornalismo, ingressando na redacção do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Aconteceu-lhe depois aquele que era o sonho de qualquer empregado: casar com a filha do patrão.  Assim por valor próprio e por herança de sua mulher, veio a ocupar o lugar do sogro em 1894.
Pessoa bastante influente na época, adquiriu o "PALÁCIO TELES DE MENESES" (Junto da "IGREJA DE SÃO VICENTE DE FORA", esquina para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO"), em 1906. Julga-se que o seu primeiro proprietário do sítio tenha sido "DIOGO SOARES" - Secretário do Estado do Conselho de Portugal em MADRID, no reinado de FILIPE II - que anteriormente obtivera autorização para ali construir umas casas nobres, situadas no terreno que então pertencia aos cónegos AGOSTINHOS regrantes do "MOSTEIRO DE SÃO VICENTE". "DIOGO SOARES" vendeu as casas, ao general "D. MANUEL DE MENESES"que acrescentou à propriedade mais um pedaço de terreno no mesmo sítio.
Passaram as ditas casas à sua filha, e mais tarde a FRANCISCO MARIA MORATO que alienou a LUÍS FREIRE DE ANDRADE, conforme escritura;" as casas nobres com quintais, cisterna e várias dependências interiores, constituem um núcleo palaciano sobre o "LARGO DE S. VICENTE". (NORBERTO DE ARAÚJO-INVENTÁRIO DE LISBOA). Em 1734 o Palácio entra para as mãos da família "TELES DE MENESES". Em finais do século XIX, o Palácio é vendido a "D. AGOSTINHO DE SOUSA COUTINHO", MARQUÊS DO FUNCHAL, filho do 3º CONDE DE LINHARES. O brasão das armas dos SILVA TELES na frontaria do PALÁCIO foi substituído pelo dos "COUTINHOS". Como dissemos mais acima, o PALÁCIOé adquirido pelo "DR. ALFREDO CUNHA" e passa a ser conhecido como "PALÁCIO ALFREDO CUNHA", que manda fazer grandes obras de remodelação dirigidas pelo ARQUITECTO VENEZIANO  NICOLA BIGAGLIA (1841-1908, e de nele ter instalado uma notável colecção de azulejos de várias épocas. A fachada lateral poente (que dá para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO") corresponde ao grande jardim do PALÁCIO.

(No ano de 1963 realizou-se um exterior (directo) da RTP, por altura dos SANTOS POPULARES, neste Jardim do PALÁCIO, cuja figuração e canto era composta por alguns elementos do CORO da FNAT, sendo a realização dirigida pelo saudoso NUNO FRADIQUE).

Depois das obras concluídas o "DR. ALFREDO CUNHA" e sua família passaram a habitar o PALÁCIO, sendo visitado pela mais distinta sociedade da época, com festas e serões de música, teatro e poesia.  Mas o seu casamento não foi feliz, tendo terminado num escândalo que agitou a LISBOA pacata e conservadora.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE)[ XI ]-PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA (3)»

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE) [ XI ]

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«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 3 )»
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2016 ) -  (A "PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA" com saída à direita para a "RUA DAS PEDREIRAS")  in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (2016)  -  (Um dos lados da "PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA" na freguesia de BELÉM)   in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (2016)  -  (O edifício do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" na "AVENIDA DA LIBERDADE" visto da Rotunda do Marquês)   in    GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 1910 )  -  (Foto do Doutor Alfredo Cunha, no período em que representava o Diário de Notícias como Director)  in WIKIPÉDIA
 Praça Dr. Alfredo Cunha -  ( 1890 )  - (Figura feminina de GEORGE SAINT-LANNE (1848-1912)- (A esposa do "Dr. Alfredo Cunha", Dona Maria Adelaide Coelho da Cunha)  inWIKIPÉDIA

Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2005 )  -  Foto de APS  -  (Antiga Sucursal do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" no ROSSIO  - Praça D. Pedro IV - tendo no passado como Director o Dr. Alfredo Cunha)  in ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XI ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 3 )»

«MARIA ADELAIDE COELHO DA CUNHA» esposa de"ALFREDO CUNHA", herdeira da maioria das empresas que o marido administrava, resolveu, abandonar a casa em 13.11.1918, desencadeando um grande escândalo na época. Foi depois revelado que "MARIA ADELAIDE" de 48 anos de idade, se tinha apaixonado pelo motorista da família, um jovem de 20 anos mais novo, tendo partido com ele para um esconderijo.
O casal foi rapidamente encontrado, sendo o rapaz preso na cadeia do PORTO, onde permaneceu quatro anos sem culpa formada, e MARIA ADELAIDE internada num hospital considerada louca.  A interdição judicial não foi levantada pelo marido e o único filho do casal, então com 26 anos de idade, mantivera na sua posse toda a fortuna. 
Libertada mais tarde, viveu na cidade do PORTO, onde o novo companheiro foi o "MOTORISTA". O"DRAMA", terá apaixonado a Alta Sociedade lisboeta do tempo, inspirou diversas obras, entre as quais "DOIDOS E AMANTES"de AGUSTINA BESSA LUÍS, o filme"SOLO DE VIOLINO" (1990),  realizado por MONIQUE RUTLER. Existe ainda outro livro sobre o episódio com o título "DOIDA NÃO E NÃO" de MARIA ADELAIDE COELHO CUNHA, LISBOA, BERTRAND EDITORA  publicado no ano de 2009.
Mas voltemos ao "nosso" jornalista "DR. ALFREDO CUNHA". Só em 1919, devido a alterações na constituição da Empresa proprietária do jornal, ALFREDO CUNHA deixaria a direcção, entregue então a AUGUSTO DE CASTRO.

Entretanto, quer na Redacção quer na Direcção, tinha mantido a orientação que fora fixada pelos fundadores:fazer um jornal politicamente imparcial e defensor das causas mais populares.Por outro lado, o DR. ALFREDO CUNHA tinha integrado várias comissões de defesa da IMPRENSA, tomando parte nomeadamente num CONGRESSO INTERNACIONAL sobre o tema e colaborando na ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DA IMPRENSA, sendo também um precursor do SINDICATO DOS JORNALISTAS.

Deixou os jornais ainda cedo, pelo que passou a exercer outras actividades. Esteve, por exemplo, no "BANCO LISBOA & AÇORES" e na Administração dos TABACOS. Sem carácter remuneratório, trabalhou para o JARDIM ZOOLÓGICO e muitas outras instituições de cultura e beneficência. Publicou ainda numerosa obra, parte da qual subordinada à musa da POESIA ("ENDECHAS E MADRIGAIS", "O IMPOSTO DO BEM...). Vários trabalhos incidiram sobre figuras e história do jornalismo em PORTUGAL, com destaque para a biografia que fez de EDUARDO COELHO.
Foi membro da ASSOCIAÇÃO DOS ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES e da SOCIEDADE PROPAGANDA DE PORTUGAL, tendo sido agraciado com a COMENDA DA ORDEM DE SANTIAGO (1903) e o OFICIALATO DA LEGIÃO DE HONRA (1905) e, igualmente com a PLACA DE HONRA ( 1919 ) e a da DEDICAÇÃO (1920) pela CRUZ VERMELHA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ XII]-RUA CARLOS FERRÃO (1)».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XII ]

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«A RUA CARLOS FERRÃO ( 1 )»
 Rua Calços Ferrão - ( 1976 ) - ( A "HISTÓRIA DA 1.ª REPÚBLICA" publicada em 1976 pela TERRA LIVRE, foi escrita por "CARLOS FERRÃO")   in  ESTROLÁBIO 
 Rua Carlos Ferrão - (1960) -  (A "HISTÓRIA DA REPÚBLICA" publicada pela Editorial O SÉCULO  pelo escritor e jornalista CARLOS FERRÃO)  in  ESTROLÁBIO
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 ) -  (Um troço da "RUA CARLOS FERRÃO" ao fundo, depois de passar o arco fica a "RUA DO CRUZEIRO")   inGOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (Panorâmica da freguesia da AJUDA onde se insere a "RUA CARLOS FERRÃO")   in    GOOGLE EARTH
Rua Carlos Ferrão - ( 2016 ) -  (A "RUA CARLOS FERRÃO" na freguesia da "AJUDA")   in    GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) -RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 1 )»

A "RUA CARLOS FERRÃO" pertence à freguesia da « AJUDA ». Começa na "RUA GIOVANNI ANTINORI"e acaba na mesma RUA.
LISBOA transformou, por força de um EDITAL publicado em 01 de Junho de 1981 o antigo impasse " F "à "RUA DO CRUZEIRO"na"AJUDA", em "RUA CARLOS FERRÃO - Jornalista (1898-1979). Diz a  ACTA nº. 1/81 de 13 de Janeiro de 1981, onde reuniu a "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA" para apreciar as propostas de diversos vereadores na reunião Camarária, realizada em 03 de Setembro de 1980, defendendo a consagração na toponímia de LISBOA de vários nomes, entre eles o de "CARLOS FERRÃO". Assim a COMISSÃO sugere que o impasse " F "à RUA DO CRUZEIRO, passe a denominar-se"RUA CARLOS FERRÃO".

Os mensageiros da desgraça prevêem, em épocas cíclicas, o desaparecimento dos jornais, substituídos por outras vias de comunicação e informação que têm a qualidade de ser mais rápidas e a bondade de não sujar de tinta as mãos do utente.
Os humoristas respondem que a verdade é que nunca a RÁDIO, a TELEVISÃO e agora a INTERNETE servirão para forrar o caixote do lixo, embrulhar o bacalhau seco, nem para manter quente o solto  arroz, embrulhando o tacho onde o cereal  foi   cozinhado. Outros mais a sério, contestam que a palavra escrita, digerível, consultável a qualquer momento, recontável, fácil de apresentar como prova, terá sempre um peso específico a considerar.
Assim. parece poder chegar-se, sem força, à conclusão de que, mais do que falecidos de morte natural, há jornais que mais facilmente se suicidam. Esse desaparecimento inglório poderá dever-se, entre outras coisas. à não adaptação das necessidades do leitor, ao divórcio entre a vida real e o que sai nas notícias e nos artigos, ao desprezo pelo rigor e pela inteligência daqueles para quem se escreve.

"CARLOS FERRÃO", foi um dos dez jornalistas que em 1968, acompanharam "NORBERTO LOPES" e "MÁRIO NEVES" quando estes decidiram deixar o "DIÁRIO DE LISBOA"e fundar a"A CAPITAL", considerando-a embora segunda série do vespertino que existira entre 1910 e 1926.
«CARLOS FERRÃO» nasceu em LISBOA a 20 de Dezembro de 1898 e faleceu também em LISBOA a 12 de Setembro de 1979, estudou igualmente em LISBOA, tendo concluído o curso do MAGISTÉRIO. Foi Jornalista, Historiador, Professor na CASA PIA.
Era, porém, na escrita e, sobretudo, nos jornais que se sentia plenamente realizado.  Desde muito jovem, andou pelas redacções, colaborando com artigos de índole política. "AMANHÃ", "O SÉCULO", "VITÓRIA", "PÁTRIA"e a primeira série de"A CAPITAL" contaram com a sua colaboração nos primeiros tempos.
Interessavam-no especialmente os acontecimentos internacionais, sendo  a época muito propícia em fornecer-lhe material de estudo e análise.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ] -RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ]

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«A RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )»
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 ) -  (A "RUA CARLOS FERRÃO" com duas passagens, um túnel para a "RUA DO CRUZEIRO" uma escada para a "RUA CRISTÓVÃO RODRIGUES ACENHEIRO)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 ) -  (Mais aproximado aos Blocos que formam a "RUA CARLOS FERRÃO",  que bem podia ser uma "Praceta")    in GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - (2016)  -  (Final da "RUA CARLOS FERRÃO" que liga à "RUA GIOVANNI ANTINORI")   in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão -  (  2016  )  -  (O início da "RUA CARLOS FERRÃO" vista da "RUA GIOVANNI ANTONORI")      in     GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - (2016)  -  (Lado direito da "RUA CARLOS FERRÃO" ao fundo, depois do arco podemos ver a "RUA DO CRUZEIRO")    in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão -  ( 1966 )  -  ("CARLOS FERRÃO" e a sua obra da reforma de instrução. Defesa do Ultramar e perfis de Republicano, com o título "A OBRA DA REPÚBLICA" da Editorial "O SÉCULO")   in    O ESTROLABIO 
Rua Carlos Ferrão -  ( 1978 ) -  (O Livro "RELATÓRIOS SOBRE A REVOLUÇÃO DO 5 DE OUTUBRO" uma obra de "CARLOS FERRÃO" publicada pela C.M.L.)    in   O ESTROLABIO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM  NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )»

"CARLOS FERRÃO" durante a II GUERRA MUNDIAL fez notáveis comentários, que publicava regularmente em "O SÉCULO", no"DIÁRIO DE LISBOA" e num semanário  de que foi seu Director, a "VIDA MUNDIAL ILUSTRADA". (Mais tarde viria também a dirigir a "VIDA MUNDIAL", precursora em PORTUGAL das actuais revistas semanais de actualidades).
Destaca-se como cronista de guerra, tendo dirigido a edição de "HISTÓRIA DE GUERRA", em 1944. Traduz as memórias de CHURCHIL.
Procurava uma visão serena e isenta dos acontecimentos e acompanhava regularmente o desenvolvimento dos conflitos, fornecendo ao público leitor pormenores que  desconheceria se este se limitasse à leitura simples dos noticiários.
Nos primeiros tempos deste jornal "DIÁRIO DE LISBOA", o comentário Internacional de "CARLOS FERRÃO" era publicado na primeira página, preenchendo a  última coluna.
Dera-se, entretanto, a cisão no "DIÁRIO DE LISBOA" e "CARLOS FERRÃO" viera para outro vespertino que morava então na "RUA DO SÉCULO", quase em frente da sua outra casa, a do matutino em cuja editora publicou boa parte das suas obras, como a "HISTÓRIA DA GUERRA", "50 ANOS DA HISTÓRIA DO MUNDO", "EM DEFESA DA VERDADE" (1961), "HISTÓRIA DA REPÚBLICA" (1960), "A OBRA DA REPÚBLICA" (1966). "DESFAZENDO MENTIRAS" (1968) entre outras e só para falar das mais conhecidas. "CARLOS FERRÃO" foi pois dos muito poucos jornalistas que colaborou nas duas séries do Jornal "A CAPITAL".

A sua biblioteca foi adquirida pelo ESTADO. A BIBLIOTECA, passou a representar a «BIBLIOTECA DULCE FERRÃO", que reúne cerca de 26 mil volumes que constituíam a biblioteca pessoal do jornalista e investigador "CARLOS FERRÃO", tomando por expresso  desejo deste, o nome de sua mulher. Em 1976, o seu proprietário vendeu-a ao ESTADO, por valor simbólico e em 2001, por protocolo entre o MINISTÉRIO DA CULTURA e a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, ficou este acervo ao cuidado do município, através da BIBLIOTECA-MUSEU REPÚBLICA E RESISTÊNCIA, onde se conserva.
Muito rica em bibliografias relativa à "I REPÚBLICA", o seu interesse estende-se pela produção bibliográfica nacional (Política, Social e Literária) de meados do século XIX em diante e pela temática dos dois grandes conflitos Mundiais.
ESPAÇO CIDADE UNIVERSITÁRIA- Rua ALBERTO SOUSA, 10 - ZONA " B " ao REGO - 1600-002 - LISBOA - TEL. 21 780 27 60 - MAIL - bib.republica@cm-lisboa.pt - Acessível ao público em geral [ FONTE ] : BNP.  [  FINAL  ].

BIBLIOGRAFIA

- A FREGUESIA DO BEATO NA HISTÓRIA - Paula C. Ferreira - Paula Sanchez e Sandra Figueiredo - Ed. JUNTA DE FREGUESIA DO BEATO - 1995 - Lisboa
- CASTILHO, Jílio de, LISBOA ANTIGA, BAIRROS ORIENTAIS, Vol. VII, CML-1936-LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. Francisco Santana e Eduardo Lucena - 1994 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS - 1943 a 1974 - da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA- CML- Cord. de Agostinho Gomes, Paula Machado, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS - 1974 a 1989 da COM. MUN. DE TOPONÍMIA DE LISBOA-CML- Cord. de Agostinho Gomes, Paula Machado, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- ROTEIRO CULTURAL DE LISBOA - Editorial Notícias 10.ª Ed. - 2003 - LISBOA.
- TOPONÍMIA DE LISBOA.

INTERNET

- EPHEMERA-BIBLIOTECA E ARQUIVO DE JOSÉ PACHECO PEREIRA
- FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES
- LISBOA DE ANTIGAMENTE
- TOPONÍMIA DE LISBOA
- WIKIPÉDIA 


(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ I ] A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (1)».

RUA ALFREDO DA SILVA [ I ]

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«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO  ( 1 )»
 Rua Alfredo da Silva - ( 2015 ) - ( Panorâmica da freguesia da «AJUDA» onde se insere a "RUA ALFREDO DA SILVA")    in   GOOGLE EARTH
 Rua Alfredo da Silva - (18.07.1885) -  ( Planta da Cidade de Lisboa e seus Arredores na sua totalidade, na época)  in ARQUIVO/APS/FACEBOOK
 Rua Alfredo da Silva - (1998) Foto de Paulo Catrica - (Campo das Salésias, antigo Campo de futebol do Belenenses, junto da "QUINTA DO ALMARGEM" onde se situa a "RUA ALFREDO DA SILVA") ( Abre em tamanho grande )  in    AML 
 Rua Alfredo da Silva -  (2014 ) Foto de Carlos Gomes -  ( Aspecto do "GEOMONUMENTO DE LISBOA" e entrada da enorme Caverna,  virado para o antigo leito do "RIO SECO")  in BLOGUE DE LISBOA
Rua Alfredo da Silva - ( 2016 ) -  A "RUA EDUARDO BARRADA" no sítio do "GEOMONUMENTO DE LISBOA", "antigo leito do chamado RIO SECO" in GOOGLE EARTH 


(INICIO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ I ]

«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO ( 1 )»

A «RUA ALFREDO DA SILVA» pertence à freguesia da «AJUDA», começa na "CALÇADA DA BOA HORA" no número 87 e não tem saída.
Na ACTA Nº. 75 de 21 de Outubro de 1960, a "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA"considerou que a RUA - "D"à "QUINTA DO ALMARGEM" se denomine: "RUA ALFREDO DA SILVA - INDUSTRIAL - (1871-1942)".
Podemos acrescentar que a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA teve a nobreza de colocar o seu nome numa RUA do "ALTO DA AJUDA""olhando cá do alto" o sítio bem perto do seu início  "INDUSTRIAL", que terá a freguesia de ALCÂNTARA como cenário.
A "QUINTA DO ALMARGEM" fazia parte dos terrenos da Ermida de SANTO AMARO, tinham sido reunidos por um "AIRES DE SALDANHA" (filho de um Navegador companheiro de D. AFONSO DE ALBUQUERQUE) e sua esposa "D. JOANA DE ALBUQUERQUE", que instituíram um MORGADO em 1600.
Grande parte do espaço era constituído por terrenos improdutivos, mesmo assim eles seriam arrendados em pequenas propriedades agrícolas, dando à família alguns lucros, que seriam aumentados quando em 1701, foi pedida a autorização a "D. PEDRO II",  o aforamento de terrenos para ali se edificarem casas de habitação. Entretanto estes aforamentos permitiram a construção pela própria família de casas para alugar, e ainda a venda de alguns lotes. E tudo se foi transformando ao longo do século XVIII, num grandioso bairro urbano.
Os próprios "SALDANHAS" iam ao longo do tempo, prosperando o conjunto de casas rústicas que dominavam o seu "MORGADIO", datado de 1582.

Associado à "QUINTA DO ALMARGEM" estará o muito antigo "RIO SECO" do qual permanecem vestígios por onde passou o seu leito, e deixou  a sua designação perpetuado com alguns topónimos. Este RIO, que possivelmente nascia no PARQUE FLORESTAL DA SERRA DE MONSANTO. Deste"RIO SECO" destaca-se um elemento que nos merece um pouco de atenção na encosta da AJUDA, pela riqueza na"HETEROGENEIDADE"Urbanística que o envolve, seja pelo"GEOMONUMENTO" presente no tecido urbano do vale do "RIO SECO", (RUA EDUARDO BAIRRADA). Surpreende quem por ali passa, devido às grandes dimensões a enorme CAVERNA, em plena Freguesia da AJUDA.

Dizia-nos o documento final do doutoramento de FREDERICO CRUZ (na época) estudante de Cartografia na Universidade de Lisboa - Faculdade de Arquitectura. "que outrora o RIO rico em organismos produtores de esqueletos (conchas) de natureza calcária, acabou eventualmente por ser mais uma vítima da industrialização com a ocupação empírica e desordenada, (90 milhões de anos mais tarde), levando à sua extinção e dando origem ao topónimo RIO SECO".

O RIO SECO, propriamente dito, ter-se-há extinguido algures por volta do início do século XIX, talvez aquando da construção do "CHAFARIZ DO LARGO DO RIO SECO" em 1821, sobrando somente um resquício de uma ribeira que percorria um trajecto descendente já canalizado, em parte, após a construção da "CORDOARIA NACIONAL", na "RUA DA JUNQUEIRA" e vinha desaguar no RIO TEJO.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [II]- A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (2)».

RUA ALFREDO DA SILVA [ II ]

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«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (2)»
 Rua Alfredo da Silva - ( 2015 ) (foto de Fábio Pinto) -  (A "RUA EDUARDO BAIRRADA" possivelmente (antigo leito do "RIO SECO" e vista da "GRUTA do RIO SECO", que representa hoje um GEOMONUMENTO DE LISBOA) in OBSERVADOR
 Rua Alfredo da Silva - (1885) -  (Parte da Planta da Cidade de Lisboa, o "X" assinalado representa sensivelmente o sítio do RIO SECO que passava perto da "QUINTA DA ALMARGEM")  in  ARQUIVO/APS/FACEBOOK
 Rua Alfredo da Silva - ( 2014) Foto de Carlos Gomes -  (Um aspecto da "GRUTA DO RIO SECO" ou GEOMONUMENTO DE LISBOA, em pleno Bairro da AJUDA)  in BLOGUE DE LISBOA 
 Rua Alfredo da Silva - ( 2016 ) -  (vista da "CALÇADA ERNESTO DA SILVA" o "GEOMONUMENTO" que representa a gruta do "RIO SECO")  in  GOOGLE EARTH
Rua Alfredo da Silva - (2016)  -  (Panorâmica da vista da "RUA EDUARDO BAIRRADA" possivelmente o antigo leito do "RIO SECO")  in  GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ II ]»

«A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (2)»
Por ocasião do ano de 1911 já a RIBEIRA se encontrava totalmente canalizada, através de um caneiro subterrâneo até à"RUA DO RIO SECO", terminando a segunda fase até ao "POLO UNIVERSITÁRIO" nos anos 80, com a criação da "RUA EDUARDO BAIRRADA". Nesta "RUA", com efeito, são visíveis o leito daquilo que foi possivelmente noutros tempos um rio (passando por várias quintas) definido  por um aglomerado de calhaus, ladeado por dois desfiladeiros de grandes dimensões construídos naturalmente pela corrente das águas durante séculos. São pois, os vestígios deste "RIO" há muito extinto que deram origem ao topónimo do "RIO SECO". 
Na realidade, o "RIO SECO" (quando activo) dividia-se em dois leitos, a partir aproximadamente do "LARGO DO RIO SECO". Em cima, à esquerda, viria a  ser o troço da "RUA EDUARDO BAIRRADA", em baixo, à direita o troço da "RUA D. JOÃO DE CASTRO". Este último mais curto e com menos impacto no território, termina numa PEDREIRA que faz fronteira com a "TAPADA DA AJUDA".

Não só nos terrenos dos "SALDANHAS", como ao longo das prazenteiras margem do RIO, muitas famílias iriam construir as suas casas de veraneio, da nobreza antiga aos grandes nomes que nasceram da RESTAURAÇÃO, e com o passar dos anos, aqueles que se denomina como burguesia "do grande funcionalismo público, Ministros, Juízes, Tesoureiros do Estado, Procuradores de armazém e o alto Clero da IGREJA PATRIARCAL". [FRANÇA, JOSÉ-AUGUSTO, pág. 37 ]. Aqui se refugiaram, usando estas quintas de recreio, como espaços de fuga aos dias quentes ou enfadonhos da CAPITAL.
Após o Terramoto de 1755, de um CONVENTO para "Ermitas Descalços de SANTO AGOSTINHO", entre o lugar da AJUDA e o RIO SECO, que se chamaria de NOSSA SENHORA DA BOA-HORA, e após a extinção das ORDENS RELIGIOSAS, em 1834 o CONVENTO seria transformado em  HOSPITAL MILITAR e a IGREJA passaria anos mais tarde a assumir o papel de IGREJA PAROQUIAL DA AJUDA. No entanto a BOA-HORA será sempre parte da AJUDA, tal como o CALVÁRIO parte de ALCÂNTARA. Lugares mais antigos e já de maior importância.

Não só os religiosos procuravam outros ares; algumas das mais antigas quintas de exploração agrícola foram sendo adquiridas pela nobreza lisboeta, que assim, procurava segunda casa, fora da balbúrdia citadina. Os ares frescos do TEJO, os banhos refrescantes no VERÃO, o repouso, a pesca, a caça, e os passeios pelos campos e azinhagas, foram razões mais do que suficientes para uma cada vez maior, a procura destes lugares.
A «QUINTA DO ALMARGEM» zona recentemente urbanizada, e onde se encontravam instaladas várias empresas, algumas de origem francesa; a H. VAULTIER, produtora e comercializadora de óleos para máquinas, correias de transmissão etc.. A "SOCIEDADE PORTUGUESA AR-LÍQUIDO" também, uma firma de origem francesa, instalada neste sítio, onde hoje se realizam a maior parte das aulas de ARQUITECTURA e DESIGN da UNIVERSIDADE LUSÍADA. E no início do século XX, os arruamentos que vieram ocupar o espaço da antiga "QUINTA DO ALMARGEM", (memórias de um espaço agrícola) onde crescia o "ALMARGE" ( 1 ).
- ( 1 ) - ALMARGE - Erva para pasto. ALMARGEM - Prado natural, Almarge, Almarjão, Almarjem, Pastagem e Prado. TERRENO ALMARGEADO - Diz-se dum terreno que só produz ervas para prado, embora cultivado. A palavra "ALMARGEM" deriva do Árabe " Al-marje".
  (CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ III ]-OS PRIMÓRDIOS DE ALFREDO DA SILVA».

10 DE JUNHO DIA DE PORTUGAL


RUA ALFREDO DA SILVA [ III ]

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«OS PRIMÓRDIOS DE ALFREDO DA SILVA»
 Rua Alfredo da Silva - (1902) -  (Foto de "ALFREDO DA SILVA" com 31 anos de idade, após ter passado a dirigir os destinos da CUF)   in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Alfredo da Silva - (1971)  -  (Placa em homenagem a "ALFREDO DA SILVA" na RUA DA PRATA, 185 1.º - LISBOA, dizendo:  "NESTA CASA NASCEU NO DIA 30 DE JUNHO DE 1871 O INDUSTRIAL - ALFREDO DA SILVA - CRIADOR DO GRUPO CUF")  in O GRUPO DA CUF 
 Rua Alfredo da Silva - (1973) - Foto de autor não identificado  -  ("Cooperativa AJUDENSE" na "RUA ALFREDO DA SILVA")   in    AML 
 Rua Alfredo da Silva - (2016) -  (A "RUA ALFREDO DA SILVA" no sentido nascente, ainda no seu final sem saída, na freguesia da "AJUDA")   in    GOOGLE EARTH
Rua Alfredo da Silva - (início de 1898) -  (Os três logótipos da CUF ao longo da sua vida Industrial e Comercial)  in  RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ III ]

«OS PRIMÓRDIOS DE ALFREDO DA SILVA»

«ALFREDO DA SILVA» nasceu em LISBOA a 30 de Junho de 1871, no edifício da "RUA BELA DA RAINHA"(hoje "RUA DA PRATA"), com o número 185 (Identificado por uma placa colocada no 1.º andar em 1971 por ocasião do CENTENÁRIO DO SEU NASCIMENTO, enaltecendo o grande INDUSTRIAL "ALFREDO DA SILVA" e criador do grupo CUF).
Seu pai "CAETANO ISIDORO DA SILVA" casado com "EMÍLIA AUGUSTA LAYMÉE FERREIRA", com apenas 17 anos de idade, casamento celebrado na freguesia de SANTA ENGRÁCIA ( hoje SÃO VICENTE), a 23 de Junho de 1870.
«ALFREDO DA SILVA» era, apenas mais uma criança embora já com a vantagem então socialmente muito considerada, de ser um primogénito (depois surgindo uma irmão e dois irmãos). O passar do tempo viria, no entanto, a provar que algo o haveria de diferenciar.

Seu pai, nascido a 22 de Maio de 1830, e baptizado oito dias depois, era filho de "DOMINGOS ANTÓNIO DA SILVA - um pequeno comerciante da praça lisboeta - e de MARIA ALEXANDRINA DA SILVA, casado em 1807, na freguesia de SÃO NICOLAU (hoje SANTA MARIA MAIOR) e moradores em LISBOA, na RUA DOS CORREEIROS. A vida, e talvez a profissão, fizeram dele um quarentão «metódico e sereno a quem a prosperidade dos negócios não causava soberba, mas dava um orgulho confiante e optimista». A mãe, nascida a 3 de Março de 1853, baptizada a 15 de Abril, na freguesia da "PENA" (hoje ARROIOS), era filha de "ANTÓNIO FERREIRA"e de MATILDE LAYMÉE FERREIRA, casados a 4 de Maio de 1842, na IGREJA DE SANTA MARIA MADALENA nafreguesia da MADALENA (hoje SANTA MARIA MAIOR), tinha ascendênciafrancesa por parte dos avós maternos e era órfã de pai.

Estamos em pleno reinado de "D. LUIS I", e com a "TUTELAGEM" de "FONTES PEREIRA DE MELO", PORTUGAL de 1871 atravessava um período de pleno desenvolvimento capitalista e material. A ascensão de uma "banca" com cerca de 51 estabelecimentos, ou ainda no apogeu de uma BOLSA DE VALORES na qual pontificavam investidores como o "TODO-PODEROSO" financeiro"HENRIQUE BURNAY" (o homem mais rico de PORTUGAL), banqueiro por excelência, detentor de numerosos interesses na Industria, Comércio, nos CAMINHOS-DE-FERRO, nas COMPANHIAS DE NAVEGAÇÃO,  nos JORNAIS, etc., o qual na década seguinte se afirmaria como o maior financeiro Nacional, negociando com o ESTADO, partidos, políticos e influente como nenhum  outro. No que respeita à INDUSTRIA, e sendo este o século quer da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, quer do desenvolvimento chamado "CAPITALISMO ECONÓMICO", o panorama começava a ser igualmente prometedor. Muito embora dominassem ainda as pequenas unidades, com um número muito reduzido de operários por estabelecimento fabril, começavam também a surgir as primeiras grandes fábricas, fruto de um processo de acumulação de capital, por sua vez proporcionado por uma acentuada especulação financeira.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ IV ]-DOS PRIMÓRDIOS À INSTRUÇÃO E MORTE DE SEU PAI».


RUA ALFREDO DA SILVA [ IV ]

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«DOS PRIMÓRDIOS À INSTRUÇÃO E MORTE DO PAI»
 Rua Alfredo da Silva - (2016) -  (A "RUA ALFREDO DA SILVA" no sentido Oeste e sem saída) in GOOGLE EARTH
 Rua Alfredo da Silva - (Início do século XX) -  (A "FABRICA SOL" na 24 de Julho em LISBOA, já depois da fusão C.A.F. com a C.U.F.)  in FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX 
 Rua Alfredo da Silva - (1894) -  (Anúncio da "COMPANHIA ALIANÇA FABRIL- CAF, publicado num jornal diário)  in  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
Rua Alfredo da Silva - (1888) -  ("ALFREDO DA SILVA" com 17 anos entrava para o INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL DE LISBOA)  in  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX


(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ IV ]

«DOS PRIMÓRDIOS À INSTRUÇÃO E MORTE DO PAI»

O pai de «ALFREDO DA SILVA»,  "CAETANO ISIDORO SILVA" era o mais novo de três irmãos - DOMINGOS, ALEXANDRE ROBERTO e CÂNDIDA JESUÍNA -. tendo desempenhado durante algum tempo as funções de "MARCENEIRO", tornara-se depois proprietário do estabelecimento industrial da BAIXA POMBALINA. Na base desta prosperidade estava, por certo, a firma "SILVA & IRMÃO", fundada em 1855 (em plena REGENERAÇÃO), dedicada ao fabrico de móveis e à colchoaria, sendo abastecedor da realeza Nacional, da qual "CAETANO SILVA" era sócio com seu irmão "ALEXANDRE ROBERTO".
Para além desta sociedade, detinha seguramente outros bens. Prova disso é o caso do acordo pré-nupcial, onde ficou estipulado que não haveria comunicações de bens, passados ou futuros, entre os cônjuges, quer fossem adquiridos a título oneroso ou gratuito. Ou ainda o facto de, a 3 de Setembro de 1855, "CAETANO SILVA" ter recebido uma herança, deixada por um familiar falecido em SÃO PAULO ( BRASIL).
Foi portanto no seio desta família pertencente a uma burguesia confortavelmente instalada que nasceu e cresceu o futuro Industrial "ALFREDO DA SILVA", sem nunca ter passado necessidades.
Sendo de comum acordo com todos os membros do clã que CAETANO  e EMÍLIA decidiram levar o pequeno "ALFREDO DA SILVA" s receber o primeiro sacramento religioso na "IGREJA PAROQUIAL DE SÃO NICOLAU", apadrinhado por seu tio "ALEXANDRE ROBERTO"e Nª. Srª. DA CONCEIÇÃO, tendo ainda tido a "benção" de "JOÃO NEPOMUCENO FERRÃO, um comerciante abastado e amigo de "CAETANO SILVA".

Foi no século XIX quando a questão da instrução em PORTUGAL assumiu uma importância relevante num país onde a percentagem de analfabetos era bastante elevada.
"CAETANO  SILVA" colocou seu filho "ALFREDO DA SILVA" ainda com a idade de seis anos no "LICEU FRANCÊS", (colégio privado, situado mesmo em frente à casa da família no "ROSSIO", (para onde entretanto se tinha mudado), e um dos mais conceituados estabelecimentos de ensino do país (na época), frequentado por nomes como o seu colega de turma e futuro actor "CHABY PINHEIRO".
Quando terminavam as aulas, no Verão, a família sai da capital, sendo o tempo de férias repartido entre a QUINTA DOS MARECHAIS (na BURACA) e CAXIAS ou PEDROUÇOS. Este último local era então "a residência oficial de vilegiatura burocrática da capital".

Em 1885 conclui com êxito a sua passagem pelo LICEU FRANCÊS, o jovem viu-se obrigado a realizar provas de MATEMÁTICA, PORTUGUÊS e FRANCÊS, no LICEU CENTRAL DE LISBOA, para poder matricular-se num estabelecimento superior.
A 29 de Abril desse ano "ALFREDO DA SILVA" afasta-se temporariamente em consequência da morte de seu pai. A data da morte de "CAETANO  SILVA", aos 55 anos, os seus filhos eram ainda menores: ALFREDO tinha 14 anos; MARIA EMÍLIA 11; RICARDO oito e ALEXANDRE apenas dois. Mas a família SILVA não passaria por dificuldades monetárias. O falecido deixara bens que permitiam à mulher e aos descendentes continuarem a viver confortavelmente.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ V ]-DO TESTAMENTO AO FINAL DOS ESTUDOS».

RUA ALFREDO DA SILVA [ V ]

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«DO TESTAMENTO AO FINAL DOS ESTUDOS»
 Rua Alfredo da Silva - ( 2016 ) -  (A "RUA ALFREDO DA SILVA"à nossa esquerda, sentido oeste, vista da "RUA DA BOA-HORA")   in  GOOGLE  EARTH
 Rua Alfredo da Silva - ( 1865 )  -  (A "COMPANHIA UNIÃO FABRIL" em Lisboa na zona de Alcântara)   in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Alfredo da Silva - (1901) -  (Tabela de Preços da C.U.F.- Preço Corrente de Massas para o sustento e engorda de gado)  in FOTOBIOGRAFIAS DO SÉCULO XX
Rua Alfredo da Silva - (Transição do séc. XIX para o séc. XX) -  ANÚNCIO da C.U.F. dos seus óleos, sabão e massas, adubos agrícolas e alimentação de gado)  in  FOTOBIOGRAFIAS  DO SÉCULO

(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ V ]

«DO TESTAMENTO AO FINAL DOS ESTUDOS»

O testamento de "CAETANO DA SILVA" tendo como testamenteiro o irmão "ALEXANDREROBERTO" -  designado também administrador dos seus bens, uma vez que a lei não permitia às esposas assumirem tal encargo  -, JOAQUIM XAVIER DA SILVA OLIVEIRA, FRANCISCO SILVA e o caixeiro que tivesse estado mais tempo ao serviço da firma"SILVA & IRMÃO", prova isso mesmo.
O testador deixava: Acções do BANCO DE PORTUGAL e do BANCO LUSITANO; Acções e Obrigações de algumas importantes empresas nacionais, como a COMPANHIA DAS ÁGUAS, COMPANHIA DO GÁS LISBONENSE, COMPANHIA DOS CAMINHOS DE FERRO, COMPANHIA DA CARRIS DE FERRO DE LISBOA-(CCFL), COMPANHIA DE CRÉDITO PREDIAL, COMPANHIA DE SEGUROS BONANÇA e outras do mesmo ramo de seguros; terrenos de cultivo; Mobiliário; Pratas; Roupas; o recheio da casa; a famosa "QUINTA DOS MARECHAIS; Os Edifícios que possuía na TRAVESSA DA PALHA ( depois RUA DOS CORREIROS); Um prédio situado na "RUA AUGUSTA" que tinha adquirido pouco tempo antes de falecer; e ainda algum dinheiro para ser distribuído por familiares, pelo referido CAIXEIRO, pelos pobres do ALBERGUE DOS INVÁLIDOS DO TRABALHO, pela sua AFILHADA, e por NEPOMUCENO FERRÃO. A juntar a tudo isto, e continuando a analisar o documento com as últimas vontades. "CAETANO" referiu que além destes bens em comum com seu irmão "ALEXANDRE ROBERTO DA SILVA", que possuía sob a firma "SILVA & IRMÃO", os quais deveriam ser inventariados de acordo com o estabelecido na escritura realizada aquando da constituição da sociedade familiar.
Embora o testamento não se refira ao valor exacto da fortuna em causa, DIAS MIGUEL, baseado-se no processo orfanológico de menores existente no TRIBUNAL DA 5.ª VARA desde 31 de Maio de 1886, fala de uma cifra total avaliada em cerca de quatrocentos mil réis ( ou 400 contos, o que equivaleria seguramente, 100 anos depois, a cerca de 230 mil contos).
Passados dois anos sobre a morte de "CAETANO DA SILVA", já em 1887, é que o nome de "ALFREDO DA SILVA" volta a aparecer novamente nas pautas de um estabelecimento escolar mais propriamente nas do INSTITUTO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE LISBOA (ICIL), percursos tanto do INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E FINANCEIRAS como do INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO. 

Com apenas 16 anos, o candidato propunha-se tirar, como aluno voluntário, O CURSO SUPERIOR DE COMÉRCIO. Com a duração de quatro anos, o curso possuía como cadeiras principais e obrigatórias as de FÍSICA GERAL e SUAS APLICAÇÕES à INDÚSTRIA, de ARITMÉTICA, GEOGRAFIA GERAL e HISTÓRIA ELEMENTAR, LÍNGUA INGLESA, DESENHO DE FIGURAS E PAISAGEM NATURAL.
As primeiras provas do jovem realizadas a 1 de Junho de 1888 ficaram logo bem evidentes, ao efectuar o exame de FÍSICA conseguiu tirar uma nota de 18 valores acompanhada de MENÇÃO HONROSA.  A 5 do mês seguinte ficou aprovado com 17 valores na LÍNGUA INGLESA. Para além de dar a perceber as capacidades do jovem ALFREDO como estudante aplicado, designadamente no conhecimento de um idioma estrangeiro, que tanta utilidade teria na sua vida profissional. Foi, portanto, com uma média de 15,7 valores que, em 14 de Julho de 1891,  ALFREDO DA SILVA concluía o seu CURSO SUPERIOR DE COMÉRCIO. Mas quando tudo parecia estar terminado, em Outubro desse ano o MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, JOÃO FRANCO, anunciou a REFORMA que havia criado para o ensino COMERCIAL, INDUSTRIAL e AGRÍCOLA, sob a sua tutela. Para além doa 4 anos até então obrigatórios, os alunos teriam de frequentar um quinto ano, composto de mais umas quatro cadeiras.
Desnecessário será salientar que gerou uma grande polémica entre os alunos, estando "ALFREDO DA SILVA" como contestatário da REFORMA, tal como todos os seus colegas. Revelaria, nesta conjuntura específica, uma dinâmica de atitude de activista e agitador, capaz de agir contra a decisão governamental.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ V ]-VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO BANCO LUSITANO ( 1 )»

RUA ALFREDO DA SILVA [ VI ]

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«VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO BANCO LUSITANO ( 1)»
 Rua Alfredo da Sola - (1894)-  (ALFREDO DA SILVA com 23 anos, casa-se poucos meses depois após se iniciar como INDUSTRIAL, à frente da COMPANHIA ALIANÇA FABRIL -CAF)   in  FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX.
 Rua Alfredo da Silva - ( 1895 ) -  (Uma Acção do "BANCO LUSITANO" igual às que seu pai lhe tinha deixado como herança, um bom lote de Acções desta Instituição Bancária, onde acabou por ser Director)  in   FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX
 Rua Alfredo da Silva - (1907) -  (Anúncio da Companhia União Fabril - CUF, na RUA 24 DE JULHO, 940 LISBOA - Publicitando ADUBOS QUÍMICOS e MASSAS DE PURGUEIRA)  in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua Alfredo da Silva -  (2016)  -  (Um troço da "RUA ALFREDO DA SILVA" no sentido Noroeste, na freguesia da «AJUDA»)    in   GOOGLE EARTH 


(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ VI ]

«VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO "BANCO LUSITANO" ( 1 )»

PORTUGAL encontrava-se numa crise POLÍTICA e ECONÓMICA quando o jovem "ALFREDO DA SILVA" entra para o "mundo dos negócios" e, nomeadamente, como gestor dos negócios da família. Mal poderia adivinhar o que vinha pela frente, quando em 1890 se torna responsável pela administração da parte da herança deixada por "CAETANO ISIDORO DA SILVA" aos filhos. onde figurava a sua cobiçada carteira de acções, incluindo as do «BANCO LUSITANO». Isto é, "ALFREDO DA SILVA" desde os 19 anos e ainda estudante do ICIL,  cabia agora zelar pela aplicação do CAPITAL da sua família, no então confuso meio financeiro português.
No final de 1891 já "ALFREDO DA SILVA" se "movimentava" com notória facilidade nos meandros complicados da organização administrativa das Companhias. Este jovem bem parecido, de bigode castanho escuro, cabelo da mesma tonalidade, que trajava com esmero, possuidor de "palavra-fácil" e de "terrível poder de argumentação", começa a dar nas vistas.
O caso do "BANCO LUSITANO" era, sem dúvida um assunto a resolver.
Em 26 de Novembro de 1891 tem a sua primeira intervenção documentada numa Assembleia Geral do Banco. A reunião convocada para apresentação de um relatório que a Direcção não lograria vê-li discutido.
Em vão "ALFREDO DA SILVA" protestaria. A maioria dos accionistas contra a sua proposta de discussão. Ele é ainda uma voz isolada, mas por pouco tempo. 
Na histórica sessão de 28 de Dezembro de 1891, que só por acaso não deu em  conflito. Encontramos um "ALFREDO DA SILVA" mais enérgico que nunca, na companhia de "JOÃO ALFREDO DIAS", dispostos a impedir um novo adiamento da discussão do Relatório da Direcção. "ALFREDO DA SILVA" perfeitamente senhor dos seus objectivos, recusa terminantemente colar-se.  Ameaçando com a sua bengala todos os que ali pretendessem evitar que ele falasse, no que era puro interesse dos accionistas do BANCO. Acabaria por ser expulso. 

O seu nome salta para os jornais. E vamos encontrar no "O COMÉRCIO DO PORTO" que destaca as intenções de "ALFREDO DA SILVA" junto dos accionistas de "BANCOLUSITANO" reunidos na cidade do PORTO, a 2 de Fevereiro de 1892.

"REUNIÃO DE ACCIONISTAS DO BANCO LUSITANO" - «Na casa do "CENTRO COMERCIAL" reuniram ontem os accionistas do "BANCO LUSITANO", a fim de se ocuparem de assuntos importantes. Como na reunião procedente, presidiu o senhor JOSÉ DA SILVA PIMENTA e foram secretariados pelos senhores ISIDORO DA FONSECA MOURO e JÚLIO GONÇALVES MOREIRA.
Aberta a sessão, o senhor Presidente dá conta dos trabalhos a que se procedeu na sessão transacta; do facto da Direcção do BANCO ter dado a sua demissão e de estar convocada uma reunião em LISBOA para o próximo sábado, a fim de se proceder à eleição de nova Direcção, mostrando que alguma coisa havia que resolver sobre este ponto; e, por último, apresenta ao reconhecimento da numerosa assembleia o facto de estar presente o senhor "ALFREDO DA SILVA", accionista do BANCO, residente em LISBOA, que fizera o sacrifício de vir ao PORTO colaborar na obra de alto valor moral, que a mesma Assembleia está resolvida a levar a cabo, custe o que custar.
O Senhor "ALFREDO DA SILVA", tomando a palavra, faz uma exposição desenvolvida de diferentes factos, ignorados pelos accionistas do PORTO, e que impressionaram profundamente.
Diz estar muito penhorado pelo bom acolhimento que os accionistas do "BANCO LUSITANO", aqui residentes, infelizmente seus companheiros na desgraça, lhe faziam, entendendo ser um dever vir ao PORTO mostrar as razões que teve e tem para combater a Direcção demissionária, por causa das operações que efectuaram pouco regularmente e que deram em resultado a perda deste importante estabelecimento de crédito.   Relata em seguida que a sua família é, infelizmente, grande accionista do "BANCO LUSITANO" e explica o modo violento como as duas assembleias Gerais do BANCO, efectuadas em LISBOA, fora obrigado a deixar a sala das sessões. Consta-lhe que a Direcção demissionária terá praticado ilegalidades; quisera explicações e não lhas deram; então o seu procedimento se levantará com a indignação dos indivíduos ligados a essa direcção.»


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ VII ]-VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO "BANCO LUSITANO ( 2 )».

RUA ALFREDO DA SILVA [ VII ]

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«VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO BANCO LUSITANO ( 2 )»
 Rua Alfredo da Silva - (2016)  -  (Panorâmica mais aproximada da "RUA ALFREDO DA SILVA)   In  GOOGLE EARTH
 Rua Alfredo da Silva -  (2016)  -  (Um troço da "RUA ALFREDO DA SILVA" em direcção a nascente   in  GOOGLE EARTH 
 Rua Alfredo da Silva -  (1954) -  (Anúncio da CUF suas fábricas em todo o país  seus produtos e oferta de serviços)   in  ESTAÇÃO CRONOGRAPHICA
Rua Alfredo da Silva -  (1902)  -  (ALFREDO DA SILVA com 31 anos, já como Director da Companhia União Fabril-C.U.F.)    in FOTOBIOGRAFIAS SÉCULO XX


(CONTINUAÇÃO) - RUA ALFREDO DA SILVA [ VII ]

«VICISSITUDES NA ASSEMBLEIA DO BANCO LUSITANO ( 2 )»

Ainda do Jornal "O COMÉRCIO DO PORTO" de 3 de Fevereiro de 1893.


«Quando o governo de então se convencera do estado aflitivo do BANCO e dos processos que ele empregara em certas operações, arrependeu-se  de ter protegido este estabelecimento e retirou-lhe todo o favorecimento. Todavia a Direcção continuava a afirmar que o "BANCO LUSITANO" tinha a confiança do GOVERNO».

«"ALFREDO DA SILVA" graças  à sua tenacidade, conseguira realizar um ligeiro exame à escrituração do BANCO e, convencido das irregularidades cometidas, requereu em assembleia uma Sindicância a essa escrituração. O resultado, porém, foi ter sido posto violentamente fora da sala. Consta que há dois directores que, por processo curioso, ainda são credores do BANCO, e que alguns dos vogais do Conselho Fiscal negociaram com o estabelecimento.
No relatório de Dezembro de 1890 dizia-se que toda a escrituração se achava na melhor ordem e, não obstante, há três anos não existiam livros de actas. Contudo - triste era dize-lo - perante este sudário a direcção na última assembleia geral tinha nada menos de 1:000 votos a seu favor contra uns 84 ou 86 daqueles que impugnavam seus actos.
Não admira que isto aconteça desde que se saiba que grande número dos accionistas favoráveis à direcção eram devedores ao BANCO.
Constou-se que o senhor CONDE DE ALMEDINA solicitara do BANCO para lhe comprar uma grande soma de FUNDOS PERUANOS em LONDRES e como esses fundos, confiados à guarda deste estabelecimento de Crédito, tinham desaparecido, relatando acto contínuo como aquele titular demandara  o BANCO e como este fora compelido a pagar-lhe 26:600 libras em LONDRES. Pede a todos os accionistas que vão em massa a LISBOA, explicando que cada accionista só pode ser portador de uma procuração de outro e declara constar na praça de LISBOA que a direcção demissionária compra todas as acções que apareçam, a fim de conseguir ter maioria na próxima assembleia geral. Mais constava, sem contudo o garantir, que a direcção demissionária trabalhava pela sua reeleição, o que é condenável, e diz não se conceber que o CONSELHO FISCAL não tenha pedido já a sua demissão. 
Refere que é difícil encontrar em LISBOA gente que não esteja presa por interesses ao mesmo estabelecimento bancário e todos sabem o perigo que há em a actual direcção se fazer substituir na gerência por amigos seus. 
Mostra que o senhor MARQUÊS DA FOZ era devedor ao BANCO pela quantia de 264:792$229 e a direcção, em vez de zelar os interesses confiados à sua guarda, aceitar papeis de difícil realização e uma hipoteca  sobre as propriedades desse titular. Mas as hipotecas às propriedades do senhor MARQUÊS eram tantas que não chegava uma janela para cada uma delas.
Acções que nada valem e que não têm cotação no mercado são também os títulos que se encontram em cofre no BANCO LUSITANO.  Ora, para tudo isto urgem providências, ordenadas por uma direcção independente. A Direcção demissionária e os seus amigos tinham um plano que podia ser-lhes proveitoso. Espalhando, como espalharam, que o BANCO está de todos perdido, tinham em vista afugentar os accionistas honestos da Assembleia Geral. Mas não conseguiram fazer vingar tal estratagema, porque se há-de ir lá, pois talvez se possa salvar alguma coisa. Nem tudo há-de ser papel mau ; O BANCO deve ainda possuir importantes valores. (...) A assembleia "coroou" com muitas palmas as palavras do senhor "ALFREDO DA SILVA"».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ VIII ]-DO BANCO LUSITANO AO MUNDO DOS NEGÓCIOS»
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