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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUA DA PALMA [ VII ]

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«A IGREJA DO SOCORRO»
 Rua da Palma - (1903) Gravador e desenho de J. Novaes- (Gravura da "IGREJA  NOSSA SENHORA DO SOCORRO" - já demolida - ao fundo o "TEATRO APOLO", publicada no Livro "LISBOA" de Alfredo Mesquita, pág. 601 e LISBOA Revista Municipal Nº. 24, página 45 de 1988) in LISBOA de ALFREDO MESQUITA
 Rua da Palma - (191_?) - Foto de Joshua Benoliel- (A "IGREJA DO SOCORRO, parte da sua fachada, esquina para a RUA DA PALMA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - (ant. 1949) Foto de Eduardo Portugal- (A "IGREJA DO SOCORRO" na "RUA DE SÃO LÁZARO" com esquina para a "RUA DA PALMA", antes das demolições do MARTIM MONIZ)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - ( 1949 ) - Foto de Eduardo Portugal- (Estaleiro montado para a demolição da "IGREJA DO SOCORRO" com a finalidade de alinhar e alargar a RUA DA PALMA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML
 Rua da Palma -  (c. 1952) Foto de Firmino Marques da Costa - (Local onde existia a IGREJA DO SOCORRO, demolida em 1949) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Rua da Palma - (195_) Foto de Judah Benoliel- (Espaço onde existiu a IGREJA DO SOCORRO, demolição efectuada para o alargamento da RUA DA PALMA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in  AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ VII ]

«A IGREJA DO SOCORRO»

Na Ermida de invocação de SÃO SEBASTIÃO DA MOURARIA, depois titulada de "NOSSA SENHORA DA SAÚDE E SÃO SEBASTIÃO", construída na "RUA DA MOURARIA"a expensas da IRMANDADE DE SÃO SEBASTIÃO, e constituída por "IRMÃOS ARTILHEIROS", foi criada cerca de 1596, no tempo do ARCEBISPO DOM MIGUEL DE CASTRO, uma nova freguesia que se chamou de"SÃO SEBASTIÃO DA MOURARIA", desmembrada da freguesia de SANTA JUSTA.
Pessoas devotas congregaram-se para a construção de um templo privativo, no LARGO chamado  do SOCORRO e RUA DE SÃO LÁZARO. 
Nessa época a RUA NOVA DA PALMA ainda não estava construída, no troço entre as RUAS de MARTIM MONIZ e FERNANDES DA FONSECA, e a frontaria da IGREJA, voltada ao Norte, caía sobre uma rua rasgada entre as hortas, que atravessava o vale entre a "RUA DE SÃO LÁZARO" e a "RUA DA MOURARIA"; chamava-se-lhe  "CARREIRINHA DO SOCORRO", e a parte conservada é hoje a chamada "RUA FERNANDES DA FONSECA".
O novo templo foi inaugurado solenemente no dia 29 de Setembro de 1646, tendo vindo para ele, da ERMIDA DA SAÚDE, a imagem de "NOSSA SENHORA DO SOCORRO", que deu o título à IGREJA e à PARÓQUIA.

No dia 1 de Novembro de 1755 (com o Terramoto) ficou bastante arruinada a IGREJA, passando por isso os actos paroquiais a realizar-se na ERMIDA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, que ficava na portaria do COLÉGIO DE SANTO ANTÃO, actualmente o HOSPITAL DE SÃO JOSÉ.
Em 1763 já estava novamente a paróquia na sua IGREJA, reparada dos estragos do terramoto. A nova IGREJA DO SOCORRO ficou então orientada no sentido Sul-Norte, com uma saída lateral a poente. Antes do Terramoto, a IGREJA virava as costas à MOURARIA, e a fachada ficara onde estava a porta lateral. O templo não era rico, mas oferecia alguns pontos de interesse.
A IGREJA DE NOSSA SENHORA DO SOCORRO tinha uma única nave e o corpo da IGREJA era curto, com duas capelas de cada lado: a do SENHOR DOS PASSOS, em seu andor, e a do CORAÇÃO DE JESUS, do lado esquerdo; a de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, com outras imagens, e a do S. JESUS DA AGONIA, do lado direito. Na CAPELA-MOR estava a imagem da padroeira (não a primitiva) mas a dita a "velha"NOSSA SENHORA DO SOCORRO, tendo nos lados SÃO SEBASTIÃO e SANTO ANDRÉ. 
A IGREJA tinha um curioso "ZIMBÓRIO" octogonal, que no seu interior, cúpula do mal desenhado "transepto", oferece a particularidade de ostentar uma galeria (pintada, e tão bem pintada que iludia o espectador mais desprevenido).

O processo de demolição da IGREJA DO SOCORRO terá começado nos primeiros dias do mês de Agosto de 1949, altura em que foi assinada uma escritura de venda entre a C.M.L. na pessoa do seu Presidente ÁLVARO SALVAÇÃO BARRETO e o Juiz da IRMANDADE , AMÉRICO DO CARMO DE SANTA MARIA. Nos termos da escritura, o templo e edifícios anexos começaram a ser demolidos no dia 1 de Setembro de 1949. O PATRIARCADO retirou todas as alfaias e outros objectos de culto, colocando-os provisoriamente num pavilhão do "MARTIM MONIZ"

Iniciava-se assim a longa agonia do SOCORRO, cujo nome se mantém hoje apenas (sem muita gente saber porquê), numa estação de METRO. Aquando da  demolição do "TEATRO APOLO"(1957) no quarteirão em frente onde permaneceu a IGREJA DO SOCORRO durante alguns séculos, já não existia, para observar o espectáculo.

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«RUA DA PALMA[ VIII ] O PALÁCIO FOLGOSA  E O HOTEL MUNDIAL» 

RUA DA PALMA [ VIII ]

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«O PALÁCIO FOLGOSA  -  HOTEL MUNDIAL»
 Rua da Palma - (1932) Foto de autor não identificado- (Palácio dos Condes de FOLGOSA na RUA DA PALMA, anterior à sua demolição parcial) (Foto publicada no blogue Lisboa de Antigamente  oriunda do antigo Jornal "O SÉCULO")  in LISBOA DE ANTIGAMENTE
 Rua da Palma - (1930) - Foto de autor não identificado- ("Palácio dos Condes de Folgosa" na RUA DA PALMA, antes da sua alienação pela CML e posterior demolição parcial) (Foto publicada no Blogue LISBOA DE ANTIGAMENTE oriunda do antigo jornal "O SÉCULO")  in LISBOA DE ANTIGAMENTE
 Rua da Palma - (1939) - Foto de Eduardo Portugal- (Palácio dos Condes de Folgosa, na RUA DA PALMA, depois da aquisição do edifício pela C.M.L. e obras efectuadas)  in  AML 
 Rua da Palma - (1960) - Foto de Arnaldo Madureira- (Fachada do PALÁCIO FOLGOSA, na RUA DA PALMA)  in  AML 
 Rua da Palma - (1968) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo- (O "PALÁCIO FOLGOSA" onde funcionavam alguns serviços da C.M.L.)   in AML 
 Rua da Palma - (1958) - ( O "HOTEL MUNDIAL" localizado na "Praça Martim Moniz" em Lisboa, inicialmente com entrada pela "RUA DA PALMA")  in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (2012)- (A fachada Norte do "HOTEL MUNDIAL" virada para a "Praça Martim Moniz")   in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1958)- ( Símbolo usado pelo "HOTEL MUNDIAL" nas etiquetas de bagagem dos seus clientes)  in  RESTOS DE COLECÇÃO 
Rua da Palma - (1958-12-03)- (Publicação do anúncio dos intervenientes que colaboraram na Construção e Equipamentos, não faltando a referencia que o "HOTEL MUNDIAL" está instalado em edifício pertencente  à Companhia de Seguros Mundial)   in  RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ VIII ]

«O PALÁCIO FOLGOSA E O HOTEL MUNDIAL»

O "PALÁCIO FOLGOSA" foi mandado construir em 1893 por "ANTÓNIO DE SOUSA E SÁ"1º. CONDE DE FOLGOSA, nascido em PONTE DA BARCA a 9 de Maio de 1843, e faleceu em LISBOA a 23 de Maio de 1923, era filho de AGOSTINHO ANTÓNIO DE SÁ, proprietário, e de sua mulher"D. ROSA MARIA DE SOUSA".


"ANTÓNIO DE SOUSA E SÁ" grande proprietário e lavrador, casou com a filha herdeira dos "BARÕES DE FOLGOSA", já "CONDESSA DE GERAZ DO LIMA", "D. JÚLIA SOFIA DE ALMEIDA BRANDÃO E SOUSA"de quem foi o seu 3.º marido.

Filha do 1.º BARÃO DE FOLGOSA, por herança, possuía esta senhora vários terrenos, hortas e jardins, que se estendiam desde o SOCORRO até ao DESTERRO, onde se construiu em 1887, o "REAL COLISEU DE LISBOA", demolido em 1926.

A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, adquiriu este PALÁCIO, para rectificação da "RUA DA PALMA"e em obediência à urbanização. Esta operação, encurtou a frontaria do Edifício, sacrificando assim, a principal sala do PALÁCIO.
Este sofreu então outras obras de adaptação às funções públicas ali instaladas, perdendo interiormente o interesse. Hoje há apenas a assinalar neste edifício de quatro pavimentos, o frontal guarnecido de "pilastras", coroadas de "pinázios", e o pátio interior quadrado, com faces correspondentes às duas aulas do edifício. No interior, o átrio é simples, com tecto de estuque em rosetas e chão de lajes, tendo à esquerda, um nicho com uma escultura sem interesse.

HOTEL MUNDIAL

O "HOTEL MUNDIAL", localizado na "PRAÇA MARTIM MONIZ" e "RUA DA PALMA" em LISBOA, teve a sua inauguração a 3 de Dezembro de 1958. A "SOCIEDADE HOTELEIRA DE TURISMO-SOTELMO"é a proprietária do HOTEL, o edifício  foi projectado pelos arquitectos; PARDAL MONTEIRO e ELÍSIO SUMAVIELLE. Inicialmente idealizado para ser a SEDE da "COMPANHIA DE SEGUROS "A MUNDIAL", veio a ser adaptado para HOTEL, continuando como propriedade de Companhia de Seguros.
O empreendimento possuía no início 150 quartos com casa de banho privativa, Telefone, Rádio, TV e Ar condicionado, isto em finais de 1958. Era apetrechado com dois bares; o "BAR AMERICANO" no rés-do-chão e o "BAR ORIENTAL" instalado no terraço com solário ajardinado.
Teve várias fases de remodelações e ampliações ao longo de vários anos, tendo a última sido realizada em MAIO de 2004. Com uma oferta actualmente de 350 quartos, incluindo 3 "suítes" e 5 júnior "suítes".
A Empresa "SOTELMO, S.A." continua sendo a proprietária deste empreendimento do "HOTEL MUNDIAL" de 4 estrelas, dispõe de dois Restaurantes; o "VARANDA DE LISBOA" no 8.º andar, com uma magnifica vista panorâmica sobre a cidade de LISBOA, e o "JARDIM MUNDIAL", no primeiro piso. Possui seis salas adaptadas principalmente para reuniões. Existe ainda um BAR e uma CAVE DE VINHOS, com visitas guiadas aos seus clientes, dispondo de credenciados Escanções.
Em Abril de 2012  a "SOTELMO" adquiriu  o "HOTEL PORTUGAL", que se situava ao lado do "HOTEL MUNDIAL", na parte renovada da "PRAÇA MARTIM MONIZ". Representando um investimento para mais de dez Milhões de Euros, a "SOTELMO", abriu no segundo semestre desse ano, com a classificação de "HOTEL" com quatro estrelas. O novo acrescento ao "HOTEL MUNDIAL" terá mais 54 quartos, bar e sala de pequenos-almoços e vai igualmente usufruir dos serviços de estacionamento e restaurantes.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ IX ] O REAL COLISEU DE LISBOA»  

RUA DA PALMA [ IX ]

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«O REAL COLISEU DE LISBOA»
 Rua da Palma - (19__ ) Foto de Alexandre Cunha- (Fachada do "REAL COLISEU DE LISBOA" na "RUA DA PALMA" próximo do Hospital do DESTERRO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in AML
 Rua da Palma - ( 1887)- ( O "REAL COLISEU DE LISBOA" começou a funcionar na RUA DA PALMA desde finais do século XIX. No interior deste recinto de tão grande significado histórico, realizaram-se em Portugal a partir de Junho de 1896, as primeiras projecções cinematográficas. Relata-nos FELIZ RODRIGUES no seu livro "OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA (1896-1939)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1896)- (Programa do "REAL COLISEU DE LISBOA" na RUA DA PALMA, em 26 de Junho de 1896, apresentava a sua programação, sendo a maior novidade da época "O ANIMATÓGRAFO" in   FACE BOOK - RUI GONÇALVES
 Rua da Palma - (ant. a 1926) - Foto de José Artur Leitão Bárcia- (Panorâmica onde podemos observar a cúpula do "REAL COLISEU DE LISBOA" na RUA DA PALMA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 
 Rua da Palma - (1890)- (O "REAL COLISEU DE LISBOA", na RUA DA PALMA. publicava a extraordinária novidade do CIRCO DE BERLIM)  in  RESTOS DE COLECÇÃO 
Rua da Palma - (2016)- (A "RUA DA PALMA" vista da Avenida Almirante Reis à esquerda a entrada para o LARGO DO INTENDENTE, à direita o "CHAFARIZ DO DESTERRO" ou do "INTENDENTE", a GARAGEM LIZ no espaço onde existiu o "REAL COLISEU DE LISBOA" até 1926 do século passado)  in  GOOGLE EARTH  

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ IX ]

«O REAL COLISEU DE LISBOA»

No espaço onde hoje se encontra o edifício da "GARAGEM LIZ" foi ali construído o "REALCOLISEU DE LISBOA" em 1887, em terrenos que pertenciam à "CONDESSA de "GERAZ DE LIMA"e depois ao seu viúvo"CONDE DA FOLGOSA".

O "REAL COLISEU DE LISBOA" foi um local de diversão multifuncional, que tanto recebia ópera cómica como circo e espectáculos equestres.Foi neste lugar que se realizou a primeira projecção de "ANIMATÓGRAFO" em PORTUGAL, no dia 18 de Junho de 1896, apenas meio ano depois da estreia MUNDIAL em PARIS.

Inicialmente o "REAL COLISEU DE LISBOA" era um barracão desprovido de certas comodidades, com paredes de madeira e cobertura assente em pilares de ferro que não lhe conferiam o aspecto que o fizesse distinguir de outros recintos, como também a sua localização (na época), numa zona pouco central. Recordamos, que nessa altura o "CHIADO", "ROSSIO"e o"CAIS DO SODRÉ", eram zonas mais habitadas de LISBOA nos finais do século XIX.

O "CONDE DE FOLGOSA" que nomeou administrador "ANTÓNIO SANTOS", um homem com especial talento para a exploração teatral. Foi sem dúvida o responsável pela iniciativa o empresário do "REAL COLISEU DE LISBOA","ANTÓNIO SANTOS", que tendo assistido à espantosa novidade em MADRID, decidiu divulgá-la entre nós, chamando EDWIN ROUSBY, um projeccionista possivelmente de origem Húngara. 
Chegou a LISBOA a 15 de Julho, sendo a máquina projectora usada na primeira sessão pública de cinema em LISBOA, e no nosso país, não foi o "CINEMATÓGRAFO" dos "LÚMIERES", mas sim o "TEATRÓGRAFO", sua concorrente, concebida pelo inglês "ROBERT W. PAUL" electricista e fabricante de instrumentos ópticos, e pioneiro do cinema em INGLATERRA, e aqui em LISBOA anunciando como "ANIMATÓGRAFO" 
A sessão estava para ter lugar a 17 de Junho, mas como o "REAL COLISEU DE LISBOA" não possuía electricidade, foi alugado um gerador, que infelizmente teve uma avaria. Pedidas as devidas desculpas aos 200 convidados, a sessão foi adiada para o dia seguinte, que com sucesso foi apresentada, tratava-se de um pequeno filme do inglês "ROBERT W. PAUL", imagens captadas na  "BOCA DO INFERNO", em CASCAIS no ano de 1896.
Nessa altura, estava em cena uma opereta no "REAL COLISEU DE LISBOA", " O COMENDADOR VENTOINHA", em três actos. O"ANIMATÓGRAFO"ou"TEATRÓGRAFO"foi apresentado num dos intervalos, sem encarecer o preço dos bilhetes: 100 réis na geral. Havia um ecrã de tela branca, com dimensão de três por dois e meio metros, com projecção feita nas costas do ecrã, humedecido para aumentar a transparência, na escuridão da sala.
O "REAL COLISEU DE LISBOA" teve sempre vida precária, e como em 14 de Agosto de 1890 se inaugurou o «COLISEU DOS RECREIOS» na RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTÃO, para onde"ANTÓNIO DOS SANTOS" não tardou a passar na qualidade de empresário, este pequeno "teatro-circo" estava quase sempre fechado.
Em 1917 é alugado à ADMINISTRAÇÃO DOS CORREIOS E TELEGRAFOS para serviço de encomendas postais, até este serviço passar para edifício próprio no lado oposta na RUA DA PALMA. O "REAL COLISEU DE LISBOA" manteve-se ainda de pé, até que em 1926 recebeu a condenação e logo demolição. Foi a época da rectificação do alinhamento da RUA DA PALMA, havendo então sido  encurtado  o "PALÁCIO FOLGOSA", que datava da penúltima década do século XIX.
Praticamente quase todos os terrenos naquela zona pertenciam à herança "GERAZ DE LIMA(FOLGOSA)".
Na confluência da "CALÇADA DO DESTERRO" e próximo do "REAL COLISEU DE LISBOA" em 1917, foi para ali transferido o grande"CHAFARIZ DO DESTERRO", que se encontrava no "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE" desde 1824, para fluidez do transito. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ X ] -O PARAÍSO DE LISBOA ( 1 )»

RUA DA PALMA [ X ]

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«O "PARAÍSO DE LISBOA" NA RUA DA PALMA ( 1 )»
 Rua da Palma - (190_) - Foto de Alberto Carlos Lima- (O "PARAÍSO DE LISBOA" instalado na RUA DA PALMA, chegou a ser o "Animatógrafo" na década de 1910 dedicando-se também à Revista) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua da Palma - (1912) Foto de Alberto Carlos Lima (Suporte em gelatina e Prata em Vidro)- (Cena da REVISTA "CALE-SE", no Teatro "PARAÍSO DE LISBOA" na RUA DA PALMA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 
 Rua da Palma - (1912) - Foto de Alberto Carlos Lima- (Mais uma cena da Revista "CALE-SE", apresentada no Teatro "PARAÍSO DE LISBOA", na RUA DA PALMA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in  AML 
Rua da Palma - (c. 1912) -  Foto de autor não identificado- (Animatógrafo no "PARAÍSO DE LISBOA", na RUA DA PALMA, paredes meias com o "REAL COLISEU DE LISBOA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ X ]

«O PARAÍSO DE LISBOA ( 1 ) »

Quando nos alvores do século XX, existiam algumas feiras que preenchiam mais ou menos, as necessidades de compras e vendas e também o gosto pela distracção que sempre esteve inerente aos povos. Mas os lisboetas não se sentiam satisfeitos com os divertimentos essencialmente feirantes, onde um ou outro "teatrinho" ia dando os seus espectáculos populares participados amplamente pelo público que, tal como os  actores em cena, cantava e dizia piadas.
Pretendiam os mais exigentes um recinto feito à medida"do que se fazia lá fora" (com esplanadas, patinagem, "tirinhos" e salões de cinema), um espaço cosmopolita, civilizado. digno do século que começava.

Por iniciativa privada, o novo recinto veio a nascer em 1907. Juntou-se um grupo de capitalistas e foi entregue a gerência ao elegante empresário "D. JOSÉ SARAGGA".

Foi encontrado um terreno na "QUINTA DO PALÁCIO DOS CONDES FOLGOSA", terrenos paredes meias com o "REAL COLISEU DE LISBOA", que lhes pareceram ser apropriado; com jardins e demais espaços anexos ao Palácio existente na RUA DA PALMA.  As obras duraram alguns meses. E, no verão desse mesmo ano abria as suas portas a nova maravilha das noites alfacinhas: dava pelo prometedor nome de «PARAÍSO DE LISBOA».

Reinava então "D. CARLOS I" (aliás, já próximo do seu fim trágico) e presidia ao GOVERNO o impopular político "JOÃO FRANCO".

A abertura do "PARAÍSO DE LISBOA" mais gente trouxe ao local do modernismo que o novo recinto prometia.

Esta "PARAÍSO DE LISBOA" pode falar-se de um antepassado do (velho mas finalmente em plena renovação) "PARQUE MAYER" e da saudosa "FEIRA POPULAR DE LISBOA", ao recordar este recinto de diversões.
E o êxito da abertura não fazia prever que o empreendimento se revelasse afinal tão efémero. 

Um cronista lisboeta "CÂMARA LIMA", escreveu na revista "PORTUGAL-BRASIL", em Julho de 1907, descrevia-o como uma estância de prazer" chique, elegante, moderníssimo, rico e variado...".
Existia  dentro do "PARAÍSO DE LISBOA" dois teatros, um grande e outro mais pequeno, que servia também como "ANIMATÓGRAFO", pelo que em breve ganhou o nome de "CINE-TEATRO".

E com o actual  aspecto que o "PARQUE MAYER" está a surpreender, deixa-nos pensar que esta procura de divertimentos já vem de longe...


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XI ] O PARAÍSO DE LISBOA ( 2 )»

RUA DA PALMA [ XI ]

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«O "PARAÍSO DE LISBOA" NA RUA DA PALMA ( 2 )»
 Rua da Palma - ( 1907) -  Foto de Alberto Carlos Lima- (ANIMATÓGRAFO do "PARAÍSO DE LISBOA", antigo recinto de diversões na RUA DA PALMA) (ABRE EMTAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua da Palma - ( 19__ ) Foto de Alberto Carlos Lima- (Aspecto do interior do "PARAÍSO DE LISBOA" ao fundo as instalações do "REAL COLISEU DE LISBOA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 
 Rua da Palma - (1912) - Foto de Jushua Benoliel- (O "PARAÍSO DE LISBOA" e seu "ANIMATÓGRAFO" na RUA DA PALMA)   in AML 
Rua da Palma - (ant. 1929) - Alberto Carlos Lima- (O "PARAÍSO DE LISBOA" na RUA DA PALMA com um palco  para a representação das sua Revistas) (ABRE EM TAMANHOGRANDE)  in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA  [ XI ]

«O "PARAÍSO DE LISBOA" NA RUA DA PALMA ( 2 )»

O «PARAÍSO DE LISBOA» tinha um LAGO ILUMINADO com jogos de luz; um Restaurante; uma esplanada; uma "Carreira de Tiro" (maneira eufemística de tratar as "barraquinhas" de tiro ao alvo); um recinto destinado à patinagem, onde se praticava até às duas da manhã, e a atracção máxima para a gente nova que era um terreno muito inclinado onde se praticava a "glissage" - que, como o nome indica, consistia em escorregar ou deslizar... e voltar a subir pelas escadaria.

A propaganda falava de "elegantes francesas e desenvoltas espanholas"nos teatros, sobretudo no grande, onde foram à cena algumas revistas das quais escritas pelo humorista "ANDRÉ BRUN".
Anunciava-se também excêntricos trapezistas, ilusionistas, músicos e cantores.
Foram levados à cena respectivamente no "PARAÍSO DE LISBOA": "A REVISTA DE CUPIDO"de ANDRÉ BRUN, Musica de FILIPE DA SILVA, ALFREDO MÂNTUA e WENCESLAU PINTO no ano de 1908. Em 1911 foi exibida"O SALÃO DO TESOURO VELHO"; em 1912,"CALE-SE!"de PENHA COUTINHO, com música de DIAS DA COSTA e MENDES CANHÃO.
No entanto, alguma má vontade reinava contra o "PARAÍSO DE LISBOA", sobretudo por parte de pessoas que se consideravam lesadas por aquele espaço. A pretexto de determinados números de revista "EH! REAL!", também de 1912, da autoria de "PENHACOUTINHO"( 1 ) e "BARBOSA JÚNIOR", terem desagradado a grande número de espectadores, registando-se alguns distúrbios. Era o princípio  do fim deste "PARAÍSO". 
Em breve se procedia à urbanização do lado poente da RUA DA PALMA, pondo-se assim termo à experiência. Não era ainda aquele o terreno onde LISBOA podia dar largas ao seu gosto por sossegados "folguedos" e jantar em paz sob uma ramada. Teria de se entreter na "FEIRA DE AGOSTO" até esta fechar também, para dar lugar a um "PARQUE EDUARDO VII"mais vasto e alinhado. 
Anos depois (1921/22), iria surgir nova e duradoura tentativa: o "PARQUE MAYER" e, nos anos 40 do século passado, a "FEIRA POPULAR DE LISBOA" que esteve em PALHAVÃ em terrenos de JOSÉ MARIA EUGÉNIO ALMEIDA, ocupado inicialmente pelo "JARDIMZOOLÓGICO (1884-1905) e de 1943 a 1957, neste lugar a FEIRA POPULAR DE LISBOA, partindo de uma ideia de "LEITÃO DE BARROS", do (olisipógrafo) GUSTAVO DE MATOSSEQUEIRA e do Director do Jornal "O SÉCULO" JOÃO PEREIRA ROSA, com o objectivo de recolher fundos para a COLÓNIA BALNEAR daquele Jornal. 
Em 1961 abre a "FEIRA POPULAR"em  ENTRECAMPOS (antigo MERCADO GERAL DE GADO) onde se manteve a funcionar até 30 de Setembro de 2003. Em 2015 foi anunciado a abertura de uma Nova FEIRA POPULAR em CARNIDE e a venda dos terrenos da 2.ª FEIRA POPULAR. Estamos em 2017  os lisboetas (e não só), vão aguardando pela sua FEIRA POPULAR.

- ( 1 ) - "PENHA COUTINHO" que repartiu a sua actividade com outros nomeadamente; PEDRO BANDEIRA e ARTUR ARRIAGA. "PEDRO COUTINHO" que em 1911 estreou no "TEATRO DA RUA DOS CONDES" a Revista "FANDANGO" e"MAXIME" escrita em colaboração com CELESTINO DA SILVA. Neste ano de 1912 fui a última parceria com "BARBOSA JÚNIOR".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XII ] O CINEMA-REX NA RUA DA PALMA»

RUA DA PALMA [ XII ]

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«O "CINEMA-REX" NA "RUA DA PALMA"»
 Rua da Palma - (2016) - (A "RUA DA PALMA" no sentido Norte, ao lado esquerdo podemos ver o antigo edifício do ex-CINEMA-REX e ex-TEATRO LAURA ALVES, de momento em reparação da cobertura depois de um incêndio)   in   GOOGLE EARTH
 Rua da Palma - (1960) - Foto de Arnaldo Madureira- (Fachada do "CINEMA-REX" na RUA DA PALMA no número 263)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - (1967)- (O "CINEMA-REX" apresentando o filme "PIRATAS EM BIKINI" com o famoso músico e cantor "ELVIS PRESLEY")   in   RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (20.10.1967)- (Anúncio num jornal de LISBOA do filme "O 18.º ESPIÃO", estreava em 1967 no CINEMA-REX, quase na altura do seu encerramento na "RUA DA PALMA") in CITIZEN GRAVE
 Rua da Palma - (Década de quarenta do século vinte) - (Programa do "CINEMA-REX" com a foto na capa da actriz LUCILLE BALL)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - (1936)- (PLANTA DO "CINEMA-REX) na "RUA DA PALMA", 263)  in   RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XII ]

«O "CINEMA-REX" NA "RUA DA PALMA"»

O terreno (onde funcionou o CINEMA-REX) fora antes utilizado pelo "PARAÍSO DE LISBOA"fundado em 1907, acabou, depois de ser forçada a sua actividade no ano de 1912. Funcionou neste mesmo local a "FEDERAÇÃO ESPÍRITA PORTUGUESA" fundada em 1925 e ali permaneceu até à década de trinta, entretanto ilegalizada, por Decreto, no regime do ESTADO NOVO.

Refere o "DIÁRIO DE LISBOA", que na próxima segunda-feira dia 23 de Novembro de 1936, será inaugurado mais um cinema em LISBOA com o nome de "CINE-REX", na RUA DA PALMA, 263 em LISBOA, exactamente no local das anteriores empresas.
A propriedade do edifício continuou a pertencer à FEDERAÇÃO, sendo a exploração atribuída a "EDUARDO FERREIRA" (Técnico de cinema) e "EDUARDO ROSA" (o simpático ROSA do "STANDER CITROËN"), que procederam às obras de adaptação e construíram um belo cinema com capacidade para 541 espectadores.
Possuía balcão e camarotes, tal como um cinema de estreia. Existindo ainda vários salões para permanecer durante os intervalos, bem assim, como um esplêndido "bufete" e um magnifico "salão de chá-dancing".  O serviço de "bufete" era assegurado pela "CONFEITARIA PARIS".
A decoração do REX; sala de espectáculos, bem como dos salões deste cinema foram fornecidos pelos "ARMAZÉNS NASCIMENTO"da cidade do PORTO.
As cadeiras da plateia e balcão eram do tipo americano, largas e confortáveis, embora sem estofos, certamente, por princípios higiénicos da época.
A fachada do REX era iluminada a luz "NEON" e a ventilação da sala de projecção é feita naturalmente. Dispõe de 32 portas e janelas, o que lhe dá o exclusivo da casa de espectáculos de LISBOA, onde no VERÃO se estava com uma temperatura agradável. O serviço de incêndios era dos mais actualizados que existia, além disso, abertas todas as portas o publico encontrava-se rapidamente fora de perigo, não havendo possibilidade de aglomeração. Na época o sócio  "EDUARDO ROSA" explicava que o REX não se poderá chamar um "salão bairrista", porque ele está quase no centro da BAIXA, mas se quiserem denominá-lo assim, podemos dizer, talvez com uma certa propriedade; uma elegante «BOÎTE», e um dos melhores salões bairristas. Não sendo um cinema de estreias, não deixa de apresentar bons filmes. 
Na sua abertura em (1936) foi apresentado um lindo filme musical produção de «ARTISTAS UNIDOS», intitulado «MELODIA DA VIDA», primorosamente interpretado por: "JOSEPHINE HUTCCHINSON" e"G. HUSTON".
Em 1946 num relatório publicado no "ANAIS DO MUNICÍPIO DE LISBOA", referente as sessões que os cinemas ofereciam aos cinéfilos lisboetas, durante o ano, o CINEMA- REX não tinha ultrapassado os 730 espectáculos.
Em 1960 o "CINEMA-REX", será objecto de algumas transformações, sob o risco do Arquitecto "ANTERO FERREIRA" [ Processo de Obra Nº. 45 947, volume II. AML ].
O "REX" estava a pouca distância do cinema "LYS", ocupavam uma zona importante na história das exibições cinematográficas de LISBOA, marcavam o eixo  - RUA DA PALMA com a AVENIDA ALMIRANTE REIS - (era só atravessar a RUA).  O "CINEMA-REX" encerrou em 1967, reabrindo no ano seguinte com o nome de "TEATRO LAURA ALVES".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XIII ] O TEATRO LAURA ALVES ( 1 )»

RUA DA PALMA [ XIII ]

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«O TEATRO LAURA ALVES ( 1 )»
 Rua da Palma - (Década de 90 do século vinte)- (Fachada do "TEATRO LAURA ALVES", ainda com a designação de TEATRO, mas já se encontrava encerrado)  in   RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (Década de 40 ou 50 do século vinte)- Uma foto de "LAURA ALVES" actriz casada com "VASCO MORGADO" que lhe prestou uma homenagem, dando o seu nome ao antigo CINEMA-REX, na RUA DA PALMA)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1968)-  (Programa da peça "O JOVEM MENTIROSO" uma tradução de BOTELHO DA SILVA, com um excelente elenco, no TEATRO LAURA ALVES, na "RUA DA PALMA") in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (29.10.1968) - (Programa da peça "O JOVEM MENTIROSO" no TEATRO LAURA ALVES, sendo o primeiro espectáculo apresentado neste TEATRO)  in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (06.12.1969)- (Programa anunciando "A FORJA" de ALVES REDOL estreado no TEATRO LAURA ALVES com um excelente elenco, num espectáculo de VASCO MORGADO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - (início de 1987) - ( A "COMPANHIA DE ACTORES" apresenta a primeira revista de 1987: "CÁ ESTÃO ELES!" com "IVONE SILVA" e "CAMILO DE OLIVEIRA" e a cantora MARIA ARMANDA, além de um grande elenco, no TEATRO LAURA ALVES"inARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XIII ]

«O TEATRO LAURA ALVES ( 1 )»


O "CINEMA-REX" estava dotado de balcões e camarotes, tal como um CINEMA de estreia. Determinação que terá possivelmente contribuído na aquisição da sua exploração, pelo empresário Teatral, que em 29 de Dezembro de 1968, reabriria com o nome de «TEATRO LAURA ALVES».

O antigo "REX" passava assim, a ser transformado numa "SALA DE TEATRO", a que o empresário "VASCO MORGADO" e marido da actriz, em homenagem atribuiu o seu nome a esta casa de espectáculos.
Na abertura do novo TEATRO, o empreendedor e empresário Teatral "VASCO MORGADO" expunha assim os seus sentimentos: «"Para mim, actor  que acabei por não ser, empresário em que me tornei por dedicação ao TEATRO, este é um momento de alegria ou, se me permitem, de ternura.
Mais um TEATRO a funcionar em LISBOA. Isto é maravilhoso para quem pertence ao TEATRO e até para quem vive do TEATRO. 
O "TEATRO LAURA ALVES", homenagem justa a uma grande actriz, não está pronto e não está porque o dinheiro não chegou. Será acabado, tenho esperança, com a ajuda do público e é de toda a justiça dizer-se que o que está feito  se deve ao espírito de sacrifício e competência dos seus colaboradores e à amizade e compreensão de alguns credores"»
Assim, "VASCO MORGADO" tinha conseguido transformar o Teatro, sabendo conciliar o cariz popular da zona urbana, com uma boa qualidade de repositório e sobretudo, com uma excelente qualidade de produção de espectáculos.
Estreou-se como tal, uma peça algo "Cinematográfica"; "O JOVEM MENTIROSO" de Keith WATERHOUSE e WILLIS HALL, comtradução de"BOTELHO DA SILVA", foi interpretada pelos grandes mestres da época como: RUI DE CARVALHO, BRUNILDE JÚDICE, MANUELA MARIA, GUIDA MARIA, FERNANDA FIGUEIREDO e CÉLIA DE SOUSA. Nessa estreia foi apresentado no palco, o filho do casal MORGADO (VASCO MORGADO JÚNIOR), a encenação notável da peça, esteve a cargo de JACINTO RAMOS.

"A FORJA" de "ALVES REDOL" terá sido estreada a 6 de Dezembro de 1969 (poucos dias depois da morte do seu autor), numa encenação de JORGE LISTOPAD, com um excelente elenco, nomeadamente: CARMEM DOLORES, JACINTO RAMOS, MANUELA MARIA e SINDE FILIPE, com música de FRANCISCO D'OREY. Trata-se de um drama rural, que a arte de REDOL soube ultrapassar de qualquer regionalismo, colocando o espectáculo num ambiente humano que resulta bem no ambiente hipe-urbano da sala... Pois o próprio REDOL, na edição da peça de 1966 esclarece que: "a forja desta tragédia é Hiroshima, tão distante e tão perto de cada um de nós".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XIV ] O TEATRO LAURA ALVES ( 2 )»

RUA DA PALMA [ XIV ]

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«O TEATRO LAURA ALVES ( 2 ) »
 Rua da Palma (Década de cinquenta)- (Foto de "VASCO MORGADO" o Empresário que renovou o antigo Cinema -REX e abriu o "TEATRO LAURA ALVES" na RUA DA PALMA)  in  RESTOS DE COLECÇÃO

 Rua da Palma - (1987)- (Anúncio da publicação num jornal de LISBOA, onde anuncia "SOCORRO...SOU UMA MULHER DE SUCESSO", com IO APOLLONI, na comédia musical apresentada no TEATRO LAURA ALVES)  in  RESTOS DE COLECÇÃO

 Rua da Palma - (Década de 90 do século XX)- (Outro ângulo do antigo "TEATRO LAURA ALVES", já sem actividade teatral, embora ainda com a indicação de TEATRO)  in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (anterior a 2012)- ( O antigo edifício do Cinema-REX e Teatro LAURA ALVES, agora uma Residência de nome "NOITE CRISTALINA" e comércio no piso térreo)  in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma- (25.05.2012) - (Foto do incêndio no antigo TEATRO LAURA ALVES, que nesta altura servia de residencial "NOITE CRISTALINA", no piso térreo funcionava um supermercado) in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - ( 2016 )- (Edifício do antigo REX e do TEATRO LAURA ALVES depois do incêndio de 2012, algumas lojas a funcionar no piso térreo, e obras de recuperação da cobertura e pisos superiores)  in GOOGLE EARTH 


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XIV ]

«O TEATRO LAURA ALVES ( 2 )»

Em Outubro de 1970 estreou-se no "TEATRO LAURA ALVES" a peça "O PREÇO" de ARTUR MILLER, interpretado por este magnifico elenco: VARELA SILVA, JACINTORAMOS e CLÓRIA DE MATOS, e o retorno de JOSÉ GAMBOA, há muitos anos afastado da representação.
Em 1971, com a interpretação de CÉU GUERRA no papel de "GHRIS" em "SÓ ASBORBOLETAS SÃO LIVRES" de LEONARD GERSHE. Mais que o espectáculo é de interesse referir o comentário que, no programa, fez JACINTO RAMOS, relativamente ao estado que na altura se encontrava o "TEATRO LAURA ALVES".  "Um pequeno teatro, sem condições técnicas e poucas possibilidades de as vir a ter - perdido num bairro popular e asfixiado entre uma garagem e um armazém de sapatos!"

Entretanto em 1972, o "TEATRO LAURA ALVES" começa a apresentar espectáculos de REVISTA. Em 1972 - "CORTA NA CASACA" de EDUARDO DAMAS com musica de MANUEL PAIÃO. No ano de 1974 - "DENTADINHAS NA MAÇÃ" de EDUARDO DAMAS e JOSÉ VILHENA. com musica de MANUEL PAIÃO. Em 1975 - "GAROTAS NO ESPETO" de SPINA, XAVIER DE MAGALHÃES (filho), RAÚL DUBINI, MÁRIO CLEMENTE e MÁRIO SANTIAGO, com musica de HILÁRIO SANCHES  e TOZÉ BRITO. No ano de 1978 tivemos ainda mais duas revistas uma com o título de - "A MÃO NO AR, E O PÉ ATRÁS" de LUIS MENDES, a outra - "MENINAS VAMOS AO VIRA" de COELHO JÚNIOR, com musica de NÓBREGA E SOUSA e L. MACHADO, interpretada pela MILÚ e ARTUR GARCIA.
Finalmente no início de 1987 é formada uma nova "COMPANHIA DE ACTORES" entre "IVONE SILVA"(já adoentada) e "CAMILO DE OLIVEIRA", dispostos a marcar um lugar no TEATRO ligeiro, tendo resolvido serem igualmente produtores da revista - "CÁ ESTÃO ELES!" apresentado neste "TEATRO LAURA ALVES".
Em Dezembro de 1987 o "TEATRO LAURA ALVES" viria a encerrar definitivamente as suas portas, com a exibição da peça "SOCORRO...SOU UMA MULHER DE SUCESSO", de CARLOS PAULO e IO APOLLONI, uma comédia musical em dois actos, com versão livre dos intervenientes.

 O que restou do inicial edifício da "FEDERAÇÃO ESPÍRITA PORTUGUESA". depois do CINEMA-REX, seguindo-se o "TEATRO LAURA ALVES", foi transformado em armazém de revenda, passando depois a "RESIDENCIAL", com um nome bastante curioso; "NOITE CRISTALINA" de utilização duvidosa, mas em 2012 o edifício sofreu um incêndio que lhe danificou muito a cobertura. 
Dizia o JORNAL PÚBLICO numa reportagem de MARISA SOARES, que no dia 25 de Maio de 2012 um incêndio destruiu o interior do edifício do antigo TEATRO LAURA ALVES, situado no número 253 da RUA DA PALMA, no centro de LISBOA
As chamas deflagraram num quarto do segundo andar do edifício onde agora funciona a residencial "NOITE CRISTALINA", e rapidamente chegaram à cobertura do prédio, que ficou totalmente destruído. Enquanto se investiga as causas do incêndio, há quem lamente o estado degradado do imóvel.(...). No rés-do-chão do prédio existem  além de um SUPERMERCADO NEPALÊS uma loja de (carregamentos de telemóveis), que foram encerrados após o alerta para o fogo.

Em 2016 temos uma imagem do edifício a ser recuperado, embora a placa da RESIDENCIAL continue a permanecer no lado esquerdo do prédio. No piso térreo tanto à direita como à esquerda do edifício estão ocupados por lojas e no parte central um "STOPSHOP". Que outra actividade poderá  no futuro aparecer neste edifício?

Na eventualidade de se interessar por mais pormenores referentes à vida de "LAURAALVES", poderá seguir este LINK: RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ VI ]
Existindo ainda o [ III ]; [ IV ] e [ V ] também relacionado com esta grande actriz.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XV ]- O TEATRO APOLO ( 1 )» 


RUA DA PALMA [ XV ]

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«O TEATRO APOLO ( 1 )»
 Rua da Palma - (1865) Foto da Gravura de Eduardo Portugal- (O "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL". que homenageava o príncipe herdeiro, futuro Rei-D. CARLOS, inaugurado em 1865, tendo em 1911 passado a ser chamado de "TEATRO APOLO". Acabou demolido para o alargamento do MARTIM MONIZ e RUA DA PALMA em 1957) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 
 Rua da Palma - (1873)- (Anúncio publicitário, anunciando que no "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" a peça "A GRÃ-DUQUESA DE GEROLSTEIN", numa tradução de E. GARRIDO com música de OFFENBACH)   in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1907) -  (O quadro da "COMPANHIA DAS ÁGUAS" na Revista "Ó DA GUARDA!")  inHISTÓRIA  DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
Rua da Palma - (1908)- (Cartaz anunciando uma récita artística no "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" com o "compère""CARLOS LEAL" na revista "Ó DA GUARDA!")   in   RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINIAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XV ]

«O TEATRO APOLO ( 1 )»

O «TEATRO DO PRÍNCIPE REAL» (em homenagem ao príncipe CARLOS, que subiria ao trono de PORTUGAL com REI em 1889) e que a REPÚBLICA obrigaria fosse tomada a designação depois de 1910 de "TEATRO APOLO", foi construído na "RUA DA PALMA" por FRANCISCO VIANA RUAS" em 1864, o edifício tinha um telhado de mansarda à francesa, um alto "frontão"de "Aleta", verga"trilobada" nas nove janelas da fachada, as três do corpo central de sacada, e nove portas também de verga "trilobada" que serviam de entradas da RUA. Já, ali, no mesmo espaço tinham existido dois salões de concertos; o "VAUXHALH" e o "MEYERBEER".
Em 1865 (aproximadamente há cento e cinquenta e dois anos) era inaugurado nesta RUA, o "TEATRO PRÍNCIPE REAL" que o camartelo Municipal mandou demolir, na década de cinquenta do século XX, já com o nome de "TEATRO APOLO".

O avô do empresário deste teatro «LUÍS RUAS» era além de um competente mestre-de-obras, dono de uma estância de Madeiras. (foi quem reedificou o TEATRO GINÁSIO).
Quando se começou a abrir em LISBOA a "RUA DA PALMA", "FRANCISCO VIANA RUAS", "assim se chamava o popular construtor", reparou que havia um espaço relativamente amplo, à esquina do "SOCORRO". Amigo de teatros, ali edificou inicialmente um Salão a que deu o nome de "VAUXHALH", onde organizou alguns bailes de mascaras - nunca, aliás, com lucros apreciáveis - a desafiar os apetites recreativos dos lisboetas, mudou-lhe o nome para "SALÃO MEYERBEER", onde realizou concertos aos quais o público também não afluiu.
O mestre-de-obras não era, contudo, homem para desanimar facilmente. Associado ao actor "CÉSAR LIMA", inaugurou, depois um pequeno "teatrinho"onde se representou duas comédias com êxito.

Muitas peripécias se passaram, desde então, na saudosa casa de espectáculos, que se ainda existisse, ficaria situada numa das RUAS mais movimentadas de LISBOA. 
Ali foi representada ainda no reinado do REI DOM CARLOS "A PARÓDIA"no ano de 1899, de BAPTISTA DINIS e música de RIO DE CARVALHO JÚNIOR. Nas "coplas" do "ZÉ POVINHO" desta revista exprimem claramente as ideias democráticas e republicanas do seu autor e o desejo de uma mudança do regime, onde as suas peças também contribuíram. Procurando renovar o êxito alcançado por "O ANO EM 3 DIAS",  "ACÁCIO ANTUNES e MACHADO CORREIA estrearam em 1906 "O ANO PASSADO", em que abundavam os momentos de engenhosa observação crítica, como as "coplas" de «ARECEITA E A DESPESA» e «HOMENS E BICHOS» ou «VISÃO DE LISBOA», assim como de alegre comentário à situação da actualidade, como o trânsito de automóveis, a proliferação de sociedades comerciais (recorde-se que a Lei das Sociedades por Quotas é de 1901) e os movimentos femininos.
Uma das revistas mais célebres foi, sem dúvida "Ó DA GUARDA!" de 1907, na qual "NASCIMENTO FERNANDES" conquistou as suas "esporas de oiro" e que só o regicídio em 1908, fez sair de cena. 
A apresentação de "Ó DA GUARDA!" foi a revista da primeira década do século, com o  "031" (de que LUÍS GALHARDO" foi também co-autor). Quase todos os seus quadros e números mereciam ser relembrados aqui, mas limitar-nos-emos a alguns dos seus melhores momentos, desde as "coplas" de «MEXIAS», directamente alusivas ao ditador "JOÃO FRANCO" (MINISTRO DO REI DOM CARLOS), (personificado pelo actor EDUARDO VIEIRA) ao famoso quadro passado na  esquadra de polícia «SÃO ORDES!» (em que NASCIMENTO FERNANDES interpretava a figura de "SAVALIDADE"e "CARLOS LEAL" o "compère""VENTURA" e intervinham ainda os actores "LUCIANO DE CASTRO" e "ARTUR RODRIGUES").

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XVI ] O TEATRO APOLO ( 2 )»

RUA DA PALMA [ XVI ]

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«O TEATRO APOLO ( 2 )»
 Rua da Palma - (1930) - (Cartaz de caricaturas do elenco por AMARELHE) (Revista "OSENHOR DA SERRA" de Xavier de Magalhães, Lourenço Rodrigues e Álvaro Leal, com musica de Bernardo Ferreira, Raul Ferrão e F. de Freitas. Apresentada no "TEATRO APOLO" e depois no MARIA VITÓRIA. Com um  elenco de: Filomena Casado, Ausenda de Oliveira, Carlos Leal, Maria Laura, Cremilda de Oliveira, Adelina Fernandes, Sales Ribeiro, António Gomes, Alda de Sousa e Alberto Miranda) in   HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
 Rua da Palma - (1907)- (Cartaz dos autores da Revista "Ó DA GUARDA" de Luís Galhardo e Barbosa Júnior, estreada neste ano de 1907 no "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL", com um êxito extraordinário)  in HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua da Palma - (23.02.1911) - ( A actriz "CAMILA DE SOUSA" no papel de "O ESTIO" da revista "AGULHA EM PALHEIRO" representada no (antigo Teatro do Príncipe Real) saudoso "TEATRO APOLO", foi a primeira Revista verdadeiramente republicana)  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
Rua da Palma - (1911) - (Crítica publicada numa Revista da época referente a "AGULHA EM PALHEIRO" de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e Marçal Vaz (Lino Ferreira), música de Filipe Duarte e Carlos Calderon, apresentada no "TEATRO APOLO", sendo a primeira Revista representada neste TEATRO com o novo nome)  in    RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XVI ]

«O TEATRO APOLO ( 2 )»

Na Revista «Ó DA GUARDA» de Luís Galhardo e Barbosa Júnior, com musica de Filipe Duarte e Carlos Calderon, um do nosso trecho "DAS COPLAS" seleccionado  referente à aparição do "MARQUÊS DE POMBAL" (desempenhado por ERNESTO DO VALE), dizendo assim em verso - O MARQUÊS: Não importa, que esse é bom.  /  Mas... falemos noutro tom:   /   Dizeis lá aos Liberais:  / Se ainda os há ma minha grei,  /  que já não posso nem sei  /  de entre as cinzas gritar mais!  /  Que não me ergam monumentos  / p'ra pedestal de pandilhas,  / mas que olhem p'rós Conventos  /  onde morrem suas filhas!  /  Acudam às mães aflitas,  /  acudam à PÁTRIA inculta,  /  em poder dos JESUÍTAS  /  cuja seita vil exulta  /  do mal na negra vitória!  /  São eles que ainda procuram  /  apagar a liberdade,  e nas trevas se conjuram  /  contra a luz, contra a vontade.  /  Vai e dizei-lhes ainda  /  que não reneguem a HISTÓRIA /  da nossa terra tão linda!  /  Que ensinem o povo a ler,   /  pois já não posso outra vez  /  ir fazê-lo renascer  /  da fome e da estupidez.

Na rábula «OS CAVALHEIROS DE INDUSTRIA» referida à questão dos adiantamentos, o episódio de «AS CARTAS ROUBADAS», e o recitativo sobre "AS CONTRADIÇÕES DE LISBOA" que aqui deixamos em verso: "É LISBOA a si mesma bem contrária:  /  Diz a AVENIDA ser da LIBERDADE, /  mas tem ao fundo a tal PENITENCIÁRIA /  E andam sempre a vedá-la e com grade.  / Defronte do CASTELO fica a GRAÇA,   /  Que não tem, isso não, graça nenhuma,   /   P'ra lá chegar, é mesmo uma desgraça,   /  Uma pessoa chega a deitar espuma.  /  Mas, para mim, o caso mais ratão,  /  Dentre tantas, tão várias chuchadeiras,   /  É uma RUA haver do CAPELÃO, /  onde à certa não há frades nem freiras!  /  Onde o CRISTO não teve desprazeres,  /  Há um largo chamado do CALVÁRIO.  /  Cemitério se chama dos PRAZERES /  Ao campo que é da dor o santuário.  /  É BOA HORA a casa fatalista  /  Onde em má hora a gente dava entrada;  /  A TAPADAé aberta e a BELA VISTA  /  É que p'los lados todos é tapada.  /  Mas uma coisa há mais piramidal,  /  A destacar de tanto caso incerto:  /  Haver uma receita eventual  /  Que é tudo quanto temos de mais certo.  /  A AJUDA não ajuda mesmo nada;  /  Sem custo só a sobem os Lanceiros;  /  No LARGO que se diz da ANUNCIADA,  /  Não há um só anúncio nem letreiro.  /  A RUA DA ALEGRIAé só tristeza,  /  A tal do BENFORMOSOé chuchadeira.  / Na RUA DOS LAGARES, com certeza,  /  Não se faz nem azeite de purgueira.  /  Mas aquilo a que eu digo: te arrenego!  /  E me chega a dar volta cá ao barco,  /  É haver esse tal ARCO DO CEGO,  /  Sem ter cego e sem mesmo ter um arco!  /  Na  RUA que é da ACHADA, nunca achei  /  Cousa alguma, até hoje, infelizmente.  /  Não me entendo e nem mesmo entenderei  /  Com o LARGO que se chama do INTENDENTE.  /  Na BICA DO SAPATO do Roteiro,  /  Há só bica, mas não há sapato:  / Essa RUA DAS FLORES, se tem cheiro,   /  Não é delas, que mo diz o meu olfacto.  /  O tal LARGO existe o PARLAMENTO,  / É DAS CORTES, essas Cortes afamadas,  /  Que se abrem de momento p'ra momento,  / Mas estão sempre fechadas, [ ACTO  I,  5.º QUADRO ].

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XVII ] - O TEATRO APOLO ( 3 )»

RUA DA PALMA [ XVII ]

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«O TEATRO APOLO ( 3 )»
 Rua da Palma - (Década de 40 do século XX)- (A Opereta popular "O COLETE ENCARNADO" foi representada no TEATRO APOLO pelos actores (cantores) MIRITA CASIMIRO e VASCO SANTANA)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1946) - (O "FADO DA RUSGA" da  Opereta "MOURARIA" em 3 actos, de Lino Ferreira  e Lopo Lauer com música de Silva Tavares, apresentada no "TEATRO APOLO")  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (1915) - Foto de Joshua Benoliel- (Cena da peça "ÁGUIA NEGRA" de Ernesto Rodrigues, Feliz Bermudes e João Basto, representado no "TEATRO APOLO" em 18.01.1915.  A "ÁGUIA NEGRA"é um drama popular, escrito para o povo, portanto com todos os ingredientes necessários para uma plateia com o coração ao pé da boca. Dizia o crítico da ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA da época, o êxito é seguro... já não há que duvidar.) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
Rua da Palma - ( 1912 )- (Anúncio da representação de " O FADO" no TEATRO APOLO, uma opereta portuguesa original de: João Bastos e Bento Faria com musica de Filipe Duarte, com um lote de bons interpretes)  in LISBOA DESAPARECIDA Nº. 4


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XVII ]

« O TEATRO APOLO ( 3 )»

Ainda das "COPLAS"da "REVISTA" «Ó DA GUARDA!» apresentada no TEATRO PRÍNCIPE REAL (depois TEATRO APOLO), cantava o "VENTURA"no ACTO I, do 5.º QUADRO,  no ano de 1907.
A moral mais as reformas  /  Já são tantas, tão em barda,  /  Que eu já perco as minhas normas:  /  vou gritar já«Ó DA GUARDA!» ---  2 --- Como o pobre ZÉ POVINHO, /  Já não posso com a albarda.  /  tiro o freio do focinho:  /  vou gritar já«Ó DA GUARDA!».  ---3---  Pede sempre economia,   /  Que o vão poder aguardar  /  Mas depois só dá fatias...  / Vou gritar já«Ó DA GUARDA!».  --- 4 ---  Era muito Liberal,  /   O MEXIAS sem ter farda;  /  Mas agora é p'ro faval !...  /  vou gritar já«Ó DA GUARDA!». --- 5 ---  Se os apanham distraídos,   /  As mulheres, na vanguarda  /  Pôe coisas aos maridos...  /  Vou gritar já«Ó DA GUARDA!».

Fazendo uma breve pausa das «REVISTAS», vamos aqui referir três "OPERETAS" que também foram representadas com sucesso no «TEATRO APOLO», embora em anos diferentes:
Em 28 de Março de 1912 era apresentada a opereta "O FADO", um original de JOÃO BASTOS e BENTO FARIA, música do maestro FILIPE DUARTE. A opereta em 4 actos, na Empresa de RUAS, sob a Direcção de EDUARDO SCHWALBACH LUCCI. Tema passado nos arredores de LISBOA em princípio da segunda metade do século XIX. Diz-nos o articulista  que "O FADO"que o"TEATRO APOLO" colocou em cena, "é uma peça longa, fastidiosa e triste como uma noite de Inverno... (...) Quiseram os autores, e não pouparam nas personagem, fazer com ela uma opereta bem portuguesa, passada noutros tempos, e não resta dúvida que escolheram como motivo fundamental um tema atraente, obelo do"Fado". Este "O FADO" foi levado novamente à cena mas desta vez no COLISEU DOS RECREIOS época de Verão do ano de 1942, pela GRANDE COMPANHIA DE ÓPERA E OPERETA.

A outra opereta tem o nome de «MOURARIA» foi representada em 3 actos dos autores; LINO FERREIRA e LOPO LAUER com musica de SILVA TAVARES, foi exibida pela primeira vez no "TEATRO APOLO", na noite de 28 de Novembro de 1926. Esta opereta fez encher em noites consecutivas este TEATRO. A protagonista era a fadista "ADELINA FERNANDES" possuidora de uma bela voz, muito treinada para a representação de OPERETAS, desempenhou o papel de "CESÁRIA" que se consagrou num rotundo êxito do "TEATRO APOLO" durante meses a fio, levando o público ao delírio com os temas musicais de; "FADO DA CESÁRIA"e o"FADO DO XAILE". A actriz e fadista "ADELINA FERNANDES" nasceu em 1896 e faleceu a 27 de Janeiro de 1983, tendo deixado uma vasta obra na arte de cantar e representar.

A opereta "NAZARÉ" um original de FERNANDO SANTOS, ALMEIDA AMARAL e FERNANDO ÁVILA, com musica de RAUL PORTELA, RAUL FERRÃO e FERNANDO DE CARVALHO, foi representada pela primeira vez em Fevereiro de 1940 no "TEATRO MARIA VITÓRIA " de LISBOA e em reposição esteve no TEATRO APOLO em Agosto de 1945, em que a fadista "HERMÍNIA SILVA"cantava no 1.º ACTO o"FADO DA NAZARÉ".


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XVIII ] O TEATRO APOLO ( 4 )»

RUA DA PALMA [ XVIII ]

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«O TEATRO APOLO ( 4 )»
 Rua da Palma - ( 1956) - Foto de Armando Serôdio- ( O "TEATRO APOLO" chamava-se "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" até 1910. Tinha sido inaugurado em 1856  (ainda no tempo Real) e seu nome homenageava o então herdeiro ao trono o príncipe CARLOS. Com o nome de "TEATRO APOLO" teve o seu final em 1957)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua da Palma - (ant. a 1910) - Foto de Alexandre Cunha- (Fachada do "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL", posteriormente "TEATRO APOLO" que se manteve até  à sua demolição em 1957, para alargamento da "RUA DA PALMA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua da Palma - ( 1912 )- (O "TEATRO APOLO" leva a cena a sátira "A FEIRA DO DIABO" em 23.11.1912,  um original de Eduardo Schwalbach com musica de Filipe Duarte, anunciada na revista "O PALCO". Foi  ainda  representada  em 1910 no "TEATRO DONA AMÉLIA" (mais tarde com o nome de TEATRO SÃO LUÍS)   in   RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - ( 1957 ) - Foto de Armando Serôdio- (Interior da Sala de espectáculos do "TEATRO APOLO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XVIII ]

«O TEATRO APOLO ( 4 )»

São inúmeros os episódios ligados à história do velho "TEATRO APOLO": podemos mesmo dizer (sem afirmar) que quase todos os grandes artistas de duas ou três gerações (naquela época), pisaram o palco  deste TEATRO. inicialmente como "TEATRO DOPRÍNCIPE REAL" e depois de 1910 o "TEATRO APOLO" que teve uma existência, aproximadamente de setenta anos.
Por estar relacionada com este teatro, iremos relatar algumas passagens de uma grande actriz portuguesa; "ADELINA ABRANCHES" (1866-1945)(para saber mais sobre esta actriz, e sua RUA na freguesia de «BENFICA», pode seguir este link).

Refere "SOUSA BASTOS" que: "ADELINA ABRANCHES" ainda criança entrou no "TEATRO PRÍNCIPE REAL" na revista "O NOSSOS ESPELHO" da qual é autor, no ano de 1878, (já contava então com sete anos de teatro, pois que se havia estreado aos 5 anos em "OS MENINOS GRANDES" do comediógrafo espanhol "ENRIQUE GASPAR"
Do TEATRO saía, no fim das suas actuações, numa "carrocinha" puxada por um burro, a actriz "ADELINA ABRANCHES" (que não encontrara melhor meio de transporte) para a levar à sua casa em PALHAVÃ.
Casou na freguesia dos «ANJOS» (com 24 anos) em 26 de Julho de 1890 com o Empresário do "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL",  "LUÍS GONZAGA VIANA RUAS" (nascido em LISBOA na freguesia do"SOCORRO"),  ADELINA era também conhecida por ADELINA RUAS, tiveram uma filha, a actriz "AURA ABRANCHES".

Quando se entrava no "HALL" do "TEATRO APOLO", existia à esquerda, dentro de uma vitrina, uma curiosa miniatura do TEATRO, pelo qual na época os espectadores localizavam os seus lugares. Poderá eventualmente existir ainda alguém que se lembre dessa miniatura, infelizmente desaparecida.  No escritório do Empresário "LUÍS GONZAGA VIANA RUAS", conservou-se durante muito tempo a COROA RÉGIA, retirada do CAMAROTE REAL, à direita, onde os soberanos (no tempo do TEATRO DO PRÍNCIPE REAL), algumas vezes, assistiam e aplaudiam os artistas.
"LUÍS RUAS" foi o último empresário pitoresco que LISBOA conheceu. Quando faleceu, passou o escritor e autor teatral "ALBERTO BARBOSA" a dirigir  o TEATRO, e ainda lá se representou umas revistas; não como os êxitos de o "SONHO DOURADO", por exemplo, que levou a cidade inteira a rir-se das "FACÉCIAS"do"NASCIMENTO FERNANDES", ali consagrado. e do "JORGE ROLDÃO". há anos desaparecido dos palcos.

Em 5 de Outubro de 1910, os anúncios desse dia espelharam a transformação política entretanto operada na SOCIEDADE PORTUGUESA. Assim o "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL" aparece-nos com a designação de "TEATRO DA RUA DA PALMA" e só a partir do dia 14  desse mês, passará a usar o nome, que conservou até ser demolido  de "TEATRO APOLO"- inaugurado a sua nova denominação - repõe em cena a REVISTA "SOL E SOMBRA" de dois autores do  "ZIG-ZAG", "ERNESTO RODRIGUES"e"FÉLIX BERMUDES";  o terceiro,"PEREIRA COELHO", foi substituído por"LINO FERREIRA", que se ocultava sob o pseudónimo de "MARÇAL VAZ", esta revista tinha musica de FILIPE DUARTE e CARLOS CALDERÓN, e foi «ampliada com novos números alusivos à proclamação da República em PORTUGAL».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XIX ] O TEATRO APOLO ( 5 )» 

RUA DA PALMA [ XIX ]

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«O TEATRO APOLO ( 5 )»
 Rua da Palma - (1956) Foto de Judah Benoliel - (Á esquerda o "TEATRO APOLO" nessa altura apresentava em duas sessões  a comédia "ENQUANTO HOUVER SANTO ANTÓNIO" com IRENE ISIDRO e ANTÓNIO SILVA . Na parte direita o espaço da demolição da IGREJA DO SOCORRO) (Se abrir ao máximo a imagem, poderá ver a esquina Sul da Rua Fernandes Fonseca, que fazia esquina no edifício do "TEATRO APOLO") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - (1927) Foto de Eduardo Portugal - (Panorâmica tirada da varanda do "TEATRO APOLO" sobre a "RUA DA PALMA" para Norte, no cruzamento para a esquerda é a RUA DE SÃO LÁZARO" e podemos observar a sombra da Igreja do Socorro nessa altura)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma - (Década de 40 do século XX) -  (Publicação num jornal de LISBOA  anunciando a Opereta popular "O COLETE ENCARNADO" em representação no "TEATRO APOLO")  in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua da Palma - ( 1912)  -  (A "PRETA FERNANDA" vestida de "CAVALEIRO-TOUREIRO" que o pintor "ALBERTO DE SOUSA" imortalizou numa aguarela, representava em quase todos os teatros de LISBOA , tendo também pisado o palco do antigo "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL")  in "ALFACINHAS"os lisboetas do Passado e do Presente.


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XIX ]

«O TEATRO APOLO ( 5 )»

 Em 23 de Fevereiro de 1911 estreava no "TEATRO APOLO" a primeira revista verdadeiramente republicana ( pelo espírito revolucionário) com o título de «AGULHA EM PALHEIRO», em 3 actos e 14 quadros de ERNESTO RODRIGUES, FÉLIX BERMUDES e "MARÇAL VAZ"pseudónimo de LINO FERNANDES. Com musica de FILIPE DUARTE e CARLOS CALDERON. Entre os colaboradores plásticos figuravam grandes nomes da pintura portuguesa de então; JOSÉ MALHÕA, ALBERTO DE SOUSA, ROQUE GAMEIRO, FRANCISCO VALENÇA e EMÉRICO NUNES. Com um elenco prestigioso de CARLOS LEAL como o "compère""ZÉ QUITOLAS", NASCIMENTO FERNANDES em mais um dos seus inconfundíveis polícias, aqui o "1 2 3 ", convertido ao novo regime mas saudoso das "chanfalhadas"( 1 ) de outrora.
"LUCINDA DO CARMO",  "AMÉLIA PEREIRA", "DELFINA VICTOR", "ISAURA FERREIRA", "JOÃO SILVA" e (um nome ilustre da cena declamada) "ANTÓNIO PINHEIRO", bem como dois jovens actores, um deles também cantor, que não tardariam a notabilizar-se, "ALFREDO RUAS" e "SALES RIBEIRO". «Êxito estrondoso, completo! uma época inteira em cena».

Na revista de 1936 em «HÁ FESTA NA MOURARIA», de LINO FERRREIRA, L. RODRIGUES, FERNANDO SANTOS e C. MOURÃO, com musica de RAUL FERRÃO, RAUL PORTELA e A. LOPES. Dominava a representação a "BEATRIZ COSTA" (14.12.1907 - 14.04.1996) era o símbolo vivo, a própria encarnação do espírito da REVISTA PORTUGUESA dos anos 30. A galeria de personagens que animou com a sua transbordante vivacidade, o seu poder de observação e a sua pitoresca fantasia, é de facto impressionante. Nenhuma actriz, em tão curto período, e talvez mesmo em toda a história do nosso teatro de revista,  atingiu a popularidade que ela desfrutou e que o cinema (sobretudo graças à "CANÇÃO DE LISBOA"e à"ALDEIA DA ROUPA BRANCA") reforçou. À sua volta fez-se sem esforço a unanimidade do público e da crítica, ainda a mais exigente. Escrevendo acerca da sua participação numa remodelação da revista.
"HÁ FESTA NA MOURARIA" de (1936), disse por exemplo "EDUARDO SCARLATTI: " A grande atracção na revista do TEATRO APOLO continua a ser "BEATRIZ COSTA" - a garota endiabrada e comunicativa, brinquedo familiar, de meia LISBOA, saltitante, de rosto expressivo com traços de boneca da BÉNARD e corpo miúdo (...). Anda numa roda-viva gárrula, falaciosa.  No seu trabalho tudo é exteriorização, bufonaria irradiante. Mas a sua presença domina tudo e todos".

Em LISBOA (Cidade e Capital de PORTUGAL) não existe o topónimo de "RUA BEATRIZ COSTA". Só no DISTRITO DE LISBOA o podemos encontrar, nos CONCELHOS de: ALMADA, CASCAIS, LOURES, ODIVELAS etc.. É de estranhar pelo tempo que decorre entre a sua morte (1996), vinte e um anos aproximadamente, não se encontre uma entidade (singular ou colectiva) que proponha o seu nome, para figurar numa "RUA DE LISBOA".

São inúmeros os episódios ligados à história do velho "TEATRO APOLO". A«PRETA FERNANDA» (como lhe chamavam na época) personificada pelo pintor"ALBERTO DE SOUSA" numa aguarela bem divertida, publicada no seu livro (póstumo). A «PRETA FERNANDA» morava do BAIRRO ALTO, representava em quase todos os espectáculos teatrais da época e, muito em especial no antigo "TEATRO DO PRÍNCIPE REAL". Excêntrica por natureza, usava muitos chapéus comprados nas melhores lojas do CHIADO, embora a sua maior façanha que tanto alarido provocou, foi em dado momento se ter vestido de "CAVALEIRO-TOUREIRO", com a indumentária própria  de "tricórnio", casaca, meia branca, calça de malha, bota com salto de prateleira e esporas. Dizem, ter mesmo actuado por divertimento, na PRAÇA DE TOUROS DE ALGÉS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XX ] O TEATRO APOLO ( 6 )»

RUA DA PALMA [ XX ]

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«O TEATRO APOLO ( 6 )»
Rua da Palma - (2016)- (Panorâmica do "CCM-Centro Comercial Mouraria" os arranjos da "PRAÇA MARTIM MONIZ", em cima o conjunto da IGREJA E CONVENTO DA GRAÇA. Em baixo, na esquerda parte da "RUA FERNANDES DA FONSECA" (que fazia - em 1957 - esquina com o TEATRO APOLO, virado para a "RUA DA PALMA". Na frente do "CCM" existe a "RUA SENHORA DA SAÚDE".   in  ARQUIVO/APS
 Rua da Palma - ( 2016 )- (Mais uma panorâmica da "PRAÇA MARTIM NONIZ", mais à esquerda a IGREJA NOSSA SENHORA DA SAÚDE, para cima à esquerda a COSTA DOCASTELO e no cimo o "CASTELO DE SÃO JORGE".  Na parte em baixo o SALÃOLISBOA, ao fundo para a direita o enorme edifício do "HOTEL MUNDIAL" com gaveto para a "RUA DA PALMA".  in  ARQUIVO/APS
 Rua da Palma - (10.05.1957)- ( Anúncio do "TEATRO APOLO" uma representação do "TEATRO POPULAR DE ARTES DO BRASIL" com a peça " A... RESPEITOSA" de PAUL SARTRE.  Com MARIA DELLA COSTA, no elenco principal)  in   RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Palma - (2016) - (Panorâmica do actual "MARTIM MONIZ", o espaço que ocupava o "TEATRO APOLO" era sensivelmente junto na nova Rua da Senhora da Saúde e a Rua Fernandes da Fonseca e o C.C. Mouraria)   in GOOGLE EARTH
Rua da Palma - ( 2016)- ( A "RUA DA PALMA" entrada da "PRAÇA MARTIM MONIZ", próximo da "RUA FERNANDES DA FONSECA" e "RUA DE S. LÁZARO", ao fundo à direita podemos ver o "CENTRO COMERCIAL MARTIM MONIZ" e à esquerda o "CENTRO COMERCIAL MOURARIA")  in   GOOGLE EARTH 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XX ]

«O TEATRO APOLO ( 6 )»


A "morte" do "TEATRO APOLO" estava anunciada desde o início dos anos cinquenta. O edifício de "MANSSARDA FRANCESA" dos finais do século XIX, estava condenado.
Lentamente iam desaparecendo quarteirões completos para o alargamento da "RUA DA PALMA".
Fronteiro ao "TEATRO APOLO" a"IGREJA DO SOCORRO" já tinha sido demolida em 1949, tendo seguido outros edifícios do século XIX. No início de 1956 era a vez dos edifícios circundantes ao TEATRO, e assim se abatiam "com total ausência de sentimentos pelo património edificado". os prédios chamados de tipo "Pombalinos".

Foi Brasileira a última "COMPANHIA" que actuou no "TEATRO APOLO", era dirigida pela actriz "MARIA DELLA COSTA". Tinha ocorrido em 1956 a primeira visita da "COMPANHIADE TEATRO POPULAR DE ARTE DO BRASIL" a Portugal, onde o público pôde assistir no "TEATRO APOLO", com texto de autores variados como; "MORAL EM CONCORDATA" (1956) de "ABÍLIO PEREIRA DE ALMEIDA; "MANEQUIM" (1957) de "HENRIQUE PONGETTI"; "A PROSTITUTA RESPEITOSA" (1957) de JEAN-PAUL SARTRE. Em relação a esta última peça, só pôde ser representada com os devidos cortes do "LÁPIZ AZUL" da CENSURA do ESTADO NOVO, após um longo consenso, passou a ser chamada pelos meios de Comunicação Social, de "A...RESPEITOSA"
É realmente o último trabalho a ser representado no "TEATRO APOLO", com estreia em 10 de Maio de 1957, de "A... RESPEITOSA"de SATRE, que durou até 10 de Junho de 1957, altura do encerramento definitivo do TEATRO APOLO, sendo nessa época o seu Empresário o actor ERICO BRAGA.

No dia 22 de Agosto de 1957 estava colocada a bandeira de LEILÃO pendente na varanda da bonita fachada do edifício do século XIX.  O recheio do "TEATRO APOLO" era levado à "praça". O cenário era fantasmagórico. A cortina de "cena" do Teatro, pintada por MANUEL LIMA, que eventualmente terá custado uns bons contos de réis, era agora vendida a metro. Cartazes, artigos usados nas cenas que alegraram meia LISBOA, eram também vendidos ao preço da "fita de mastro". Quadros de "CHABY PINHEIRO" e "BEATRIZ COSTA" que embelezavam a galeria, eram apeados da glória para acabarem num comum armazém de ferro-velho. No chão dos corredores amontoavam-se vários adereços que faziam parte das revistas, tudo vendido por lotes. E quem dá mais? Eram as palavras do pregoeiro!
Na assistência (desta vez não vieram para aplaudir a rábula) encontravam-se os "sucateiros", alguns "coleccionadores de recordações". e muita gente a assistir à "derrocada do velho" "TEATRO APOLO". (E nem mesmo com APOLO filho de  ZEUS o chefe supremo do Olimpo na Mitologia Grega, e o mais poderoso dos imortais, lhe valeu).
E o Leiloeiro "ALBERTO" continuava com a sua tarefa.

"LEITÃO DE BARROS" um conceituado "olisipógrafo", escrevia na sua página semanal "CORVOS", que se publicava no "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" naquela época: "Depois, foi o silêncio. Em breves semanas, nada mais existia do que um monte de entulho - igual àquele que esta tarde cobrirá já o antigo cartaz do APOLO do seu êxito máximo, rasgado no chão - e nele toda a ilusão, toda a dor, toda a glória destas eternas palavras, que são o próprio TEATRO: SONHO DOURADO".

Desapareceu o edifício do "TEATRO APOLO" para, aproximadamente no mesmo local se construir o "C.C.M-Centro Comercial Mouraria" e mais tarde quase à sua frente junto da "RUA DA PALMA" outros edifícios e mais um "C.C.M.M.-CENTRO COMERCIAL MARTIM MONIZ". Da apreciação que nos move quanto ao arranjo actual urbanístico do "MARTIM MONIZ", nada temos a acrescentar, atendendo que se demoliu bastante (alguns bem antigos), para criar uma Praça, espaços verdes, edifícios novos de grande porte,  de apreciável arquitectura. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXI ] O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»

RUA DA PALMA [ XXI ]

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«O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»
 Rua da Palma - (2016)- (Panorâmica do "MARTIM MONIZ" local onde funcionou o "TEATRO ÁDÓQUE" de 1974 a 1982, paralelo à RUA DA PALMA)  in GOOGLE EARTH 
 Rua da Palma - (1974)- (A primeira Revista "PIDES NA GRELHA" representada no "TEATRO ÁDÓQUE")   in   HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
 
 Rua da Palma - (1974)- (Publicação do anúncio da primeira revista apresentada no "TEATRO ÁDÓQUE" em 1974 com "PIDES NA GRELHA")  inREVOLUÇÃO PARAÍSO
 Rua da Palma - (1977)- (FRANCISCO NICHOLSON", actor e autor de várias revistas apresentadas no "TEATRO ÁDÓQUE" era, sem dúvida, o pilar mais forte da "Companhia")  in JORNAL ÁDOQUE 
 Rua da Palma - (1977)- (É o próprio autor que o afirma: O Calinas existe! No programa de apresentação da Revista "Ó CALINAS CALA A BOCA! Representada no "TEATRO ÁDÓQUE" na "RUA DA PALMA")   in  JORNAL ÁDÓQUE
Rua da Palma - ( 2016 ) - ( A "RUA DA PALMA" no sentido para Sul, na "PRAÇA MARTIM MONIZ" e lateralmente com o "CCMM-Centro Comercial Martim Moniz". Sendo neste espaço aproximadamente, que esteve instalado o "TEATRO ÁDÓQUE" até 1982)   in  GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XXI ]

«O TEATRO ÁDÓQUE ( 1 )»

Nos terrenos entre a "RUA DO ARCO DA GRAÇA"e a"RUA DA PALMA", no espaço frente à "PRAÇA MARTIM MONIZ", onde  hoje existe RUA e EDÍFICIOS novos, depois do 25 de Abril de 1974, nessa área existiu o "TEATRO ÁDÓQUE" uma "COOPERATIVADE TRABALHADORES DE TEATRO", sendo os seus impulsionadores: FRANCISCO NICHOLSON e HENRIQUE VIANA, que representando o espírito revolucionário, ali permaneceram de 1974 até 1982.

O "TEATRO ÁDÓQUE", um teatro desmontável, iniciou-se neste espaço com a Revista "PIDES NA GRELHA". Eram seus autores NICHOLSON, GONÇALVES PRETO e MÁRIO ALBERTO na parte do texto,"JOAQUIM LUÍS GOMES"e"BRAGA SANTOS" na parte musical. A interpretação reunia os nomes de; CÉU GUERRA, HENRIQUETA MAYA, RUI MENDES e NICHOLSON. Com este elenco se iniciou um novo ciclo revisteiro, que iria acompanhar de perto a evolução do complexo e por vezes agitado, processo de transformação democrática da Sociedade Portuguesa. E, dentro deste espírito, outras revistas foram aparecendo.
Quanto à Revista do "TEATRO ÁDÓQUE", de título "PIDES NA GRELHA"(1974), traduzia mais uma aspiração do que representava uma realidade. A "brandura dos nossos costumes"não tardaria a manifestar-se em favor dos que haviam sido, anos e anos, os carrascos do povo português.
Denunciando as ligações do antigo regime com o fascismo, a repressão exercida sobre o povo, e exaltando a resistência popular através de personagens e situações emblemáticas e uma constante intervenção ao nível vocabular ( por exemplo: " chamar-se ladrão a HITLER por ele usar uma cruz gamada").

Na Revista "A CIA DOS CARDEAIS" apresentada no ano de 1975, da autoria de FRANCISCO NICHOLSON, G. PRETO e MÁRIO ALBERTO,é interessante comparar este quadro, em que a personagem do guarda foi interpretada por um dos autores do texto; FRANCISCO NICHOLSON com o quadro"POLICIA PALACE"de"PAZ E UNIÃO", uma revista da "PARCERIA", estreada em 1914. Há sensivelmente 60 anos de distância, não difere substancialmente o tratamento dado pela REPÚBLICA aos seus inimigos, que tudo fazem, agora como então, para derrubar o regime democrático.
QUADRO:"O GUARDA DE ALCOENTRE". O cenário representa o exterior da prisão de ALCOENTRE. As mulheres dos PIDES, transportando cestos com presentes, fazem um grande alarido.

Com as Revistas "A GRANDE CEGADA"(1976) e a "PARÓDIA" de (1977),  que faziam sua a alegria do povo pela liberdade reencontrada, que a prolongaram no palco num clima de festa e crítica jovial, que entre risos e canções ajudavam a construir um país novo.
Não admira, por isso, que os inimigos da LIBERDADE, já que não podiam amordaçar de novo a REVISTA, tenham procurado corrompe-la e a entregar ao serviço dos seus tristes interesses, levá-la a fazer o jogo da oposição. O que, lamentavelmente, em alguns casos conseguiram. 
Exemplo notável de fidelidade incondicional ao 25 de Abril e ao seu espírito revolucionário, foi o do "TEATRO ÁDÓQUE", que até 1982 apresentou treze espectáculos de revista (além de uma comédia musical, livremente inspirada na "LISISTRATA" de ARISTOFANES", e algumas peças infantis), apoiados numa equipa que quase não conheceu variações.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXII ] O TEATRO ÁDÓQUE ( 2 )» 


RUA DA PALMA [ XXII ]

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«O TEATRO ÁDÓQUE ( 2 )»
 Rua da Palma - (1977)- (Primeira página do "JORNAL ÁDÓQUE" fazendo de programa na apresentação sa Revista "Ó CALINAS, CALA A BOCA!)  in JORNAL ÁDÓQUE-EPHEMERA
 Rua da Palma - (1977)- (HENRIQUE VIANA na sua estreia como autor de Revista em "Ó CALINAS, CALA A BOCA!" in JORNAL ÁDÓQUE-EPHEMERA
 Rua da Palma - (1977)- (Elenco da revista "Ó CALINAS, CALA A BOCA!" representada no "TEATRO ÁDÓQUE" na "RUA DA PALMA") inJORNAL ÁDÓQUE-EPHEMERA 
 Rua da Palma - ( 1977 ) - (Revista "A PARÓDIA" representada no "TEATRO ÁDÓQUE" na "RUA DA PALMA")  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL 
 Rua da Palma ( 1982) Foto de STELLA - (O "TEATRO ÁDÓQUE" na "RUA DA PALMA" junto do MARTIM MONIZ, anunciando a sua última revista "TÁ ENTREGUE À BICHARADA" in SIMPLESMENTE BLOG
Rua da Palma - (2016)  -  (A "RUA DA PALMA" no lado direito o novo CCMM-CENTRO COMERCIAL MARTIM MONIZ". Local aproximadamente onde funcionava o "TEATRO ÁDÓQUE", durante o período de 1974 a 1982)   in  GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XXII ]

«O TEATRO ÁDÓQUE ( 2 )»

No "TEATRO ÁDÓQUE" a parte literária era assegurada por: "NICHOLSON e "GONÇALVES PRETO", com a eventual colaboração de"CÉSAR DE OLIVEIRA", e FERRO RODRIGUES, (emA GRANDE CEGADA), os poetas "ARY DOS SANTOS" e "JOAQUIM PESSOA", do cenógrafo MÁRIO ALBERTO, dos actores "HENRIQUE VIANA" ( como autor também em algumas revistas), ARTUR SEMEDO, na parte musical; BRAGA SANTOS (em todas esteve presente); JOAQUIM LUÍS GOMES e CORREIA MARTINS; MAGDA CARDOSO e FERNANDO LIMA na parte coreográfica; e entre os interpretes além do próprio NICHOLSON, ERMELINDA DUARTE, vinda do TEATRO UNIVERSITÁRIO, HENRIQUE VIANA; ANTÓNIO MONTEZ, episodicamente ANA BELA e MARIA TAVARES, a fadista ESMERALDA AMOEDO. 
Durante os nove anos que o "TEATRO ÁDÓQUE" funcionou, foram representados 13 REVISTAS das quais deixamos aqui referenciados: os anos, autores de texto e da música.
( 1974 ) - "PIDES NA GRELHA"de F. NICHOLSON, G.PRETO e M. ALBERTO, commúsica de JOAQUIM LUÍS GOMES e BRAGA SANTOS; ( 1975 ) - "A CIA DOS CARDEAIS" de F. NICHOLSON , G. PRETO e M. ALBERTO com música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS;  (  1976  ) - "A GRANDE CEGADA" de CÉSAR DE OLIVEIRA, F.NICHOLSON, ARY DOS SANTOS, G, PRETO e FERRO RODRIGUES, com música de J.L.GOMES, BRAGA SANTOS e CORREIA MARTINS;  (  1977 ) "A PARÓDIA" de F. NICHOLSON, G. PRETO, ARY DOS SANTOS e JOAQUIM PESSOA, música de J.L.GOMES, BRAGA SANTOS e CORREIA MARTINS;  "Ó CALINAS, CALA A BOCA!" de F. NICOHOLSON, G.PRETO, ARY DOS SANTOS e HENRIQUE VIANA, música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS;  (  1978 ) - "FARDOS E GUITARRADAS"de F. NICHOLSON, G. PRETO, ARTUR SEMEDO e H. VIANA, música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS;  - "ORA VÊ LÁ TU"de F. NICHOLSON, G. PRETO e H. VIANA, música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS;  "ROUPA VELHA"de F. NICHOLSON, G. PRETO, M. ALBERTO e HENRIQUE VIANA, música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS; (  1979 ) - "1926-NOVES FORAS NADA"de F. NICHOLSON, G, PRETO, A. SAMEDO e H. VIANA. Música de J.L.GOMES e BRAGA SANTOS; " QUERIAS MAS NÃO TE DOU", de F. NICHOLSON, G. PRETO, M. ALBERTO e H. VIANA. Música de J:L:GOMES e BRAGA SANTOS; - (  1980 ) "CHIÇA! ESTE É O GOVERNO DE PORTUGAL" de F. NOCHOLSON e G. PRETO. Música de J.L. GOMES e BRAGA SANTOS; - (  1981 ) "PAGA AS FAVAS"de F. NICHOLSON e G. PRETO. Música de BRAGA SANTOS; "TÁ ENTREGUE À BICHARADA"de F. NICHOLSON e G. PRETO. Música de BRAGA SANTOS E CORREIA MARTINS.

"A PARÓDIA", estreada em Fevereiro de (1977), foi não só a melhor revista do "ÁDÓQUE" como de todo este  período.  Concebida como uma homenagem  "RAFAEL BORDALO PINHEIRO", na onda do centenário do "ZÉ POVINHO" que ocorrera ano a meio antes, ela propunha-se, segundo as palavras dos autores, evocar não só o criador dessa personagem emblemática mas "todos os que, com ele, tiveram, têm e terão uma visão muito própria do que é uma boa paródia", pondo em cena "um tema de forte motivação cultural e eminentemente popular". No quadro de «A JUSTIÇA»é denunciada veemente as tradições da "Máquina Judicial"no PORTUGAL DE ABRIL, incluída na rábula e interpretada por "ERMELINDA DUARTE" que foi elemento preponderante das revistas levadas à cena, como esta, pelo "ÁDÓQUE".
FERNANDO DE OLIVEIRA personificou o "CURA". CENÁRIO (um largo com um pelourinho ao centro - "ZÉ POVINHO" e "CURA" estão em cena. Conversam, o "CURA"tem nítida pronúncia do NORTE). 
- "CURA": Então o que o traz à vila, amigo "ZÉ"?
- "ZÉ POVINHO": Eu lhe digo, senhor Abade. Tinha amanhado umas terrazitas porque o dono não lhe ligava nenhuma, e zás, expulsaram-me de lá. Venho pedir Justiça...
- "CURA": Pois também eu venho aqui fazer o mesmo. Apareceram uns filhos de Satanás a dizerem que a terra é de quem a trabalha, a quererem ocupar-me uma quinta que me custou mais de quatro mil missas e oitocentos enterros... Venho pedir Justiça!  ( neste momento, entre a "JUSTIÇA", na figura concebida por "BORDALO PINHEIRO". É uma velha horrenda, com algo de megera. Tem evidentes tiques nervosos. Traz uma enorme balança, que pendura num dos braços do pelourinho) etc..

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXIII ] O TEATRO ÁDÓQUE ( 3 )»

RUA DA PALMA [ XXIII ]

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«O TEATRO ÁDÓQUE ( 3 )»
 Rua da Palma - ( 1977) -  (Figura de "O CALINAS" protagonizado pelo actor HENRIQUE VIANA, que provavelmente deu o título à Revista apresentada no TEATRO ÁDÓQUE, "Ó CALINAS, CALA A BOCA"!)  inJORNAL ÁDÓQUE - EPHEMERA
 Rua da Palma - (1976) -  (Revista "A GRANDE CEGADA" apresentada no "TEATRO ÁDÓQUE" da autoria de CÉSAR DE OLIVEIRA, F. NICHOLSON, ARY DOS SANTOS, G. PRETO e FERRO RODRIGUES)   in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua da Palma - (1978) (Foto de Carlos Queiroz) - (O "TEATRO ÁDÓQUE" apresentando a revista "ORA VÊ LÁ TU!..." , onde no elenco figurava "JOSÉ LUÍS GOUCHA" que ali permaneceu durante dois anos. O carro de exteriores da RTP, devia estar a filmar a revista)   in  CABARÉ DO GOUCHA
 Rua da Palma - ( 1979 ) -  (O "JORNAL ÁDÓQUE" anunciava a revista "1926 - NOVES FORA NADA" apresentada no "TEATRO ÁDÓQUE" em 1979, na Rua da Palma)  in  JORNAL ÁDÓQUE - EPHEMERA
 Rua da Palma - (depois de 1982) -  (O grande apresentador à anos na TVI, esteve durante os anos de 1978/1979 neste "TEATRO ÁDÓQUE", dando corpo ao elenco das revistas: "FARDOS E GUITARRADAS"; "ORA VÊ LÁ TU"; "ROUPA VELHA" e "1926-NOVES FORA NADA")  in CABARÉ DO GOUCHA
Rua da Palma - (2016) -  (A "RUA DA PALMA" no MARTIM MONIZ ao lado esquerdo o novo edifício do CCMM-Centro Comercial Martim Moniz, onde aproximadamente neste local, esteve instalado o "TEATRO ÁDÓQUE")  in   GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO)-RUA DA PALMA [ XXIII ]

«O TEATRO ÁDÓQUE ( 3 )»

O "TEATRO ÁDÓQUE" sem romper inteiramente com a estrutura fixa da Revista tradicional - pela existência de um argumento ou pela recuperação do "COMPÈRE" - mas rejuvenescendo-a, os espectáculos do "ÁDÓQUE" atingiram, quase sempre, um equilíbrio que a relativa estabilidade do grupo tornou possível, embora por vezes com a contrapartida de certas repetições.  E raro terá sido aquele de que uma caricatura, um episódio, um fragmento de diálogo, um bailado, não sejam de recordar.
No "ÁDÓQUE" as  rábulas são de inclusão obrigatória, como aliás também o  "GUARDA DE ALCOENTRE" da revista "CIA DOS CARDEAIS", "O DESEJADO" de "A GRANDE CEGADA" ou o "VENDEDOR DE PORTUGAL" de "Ó CALINAS, CALA A BOCA!".
"Ó CALINAS CALA A BOCA!" de (1977) com os mesmos autores, acrescido de "HENRIQUE VIANA" que se estreou.  No Quadro "O VENDEDOR DE PORTUGAL"é um dos números de crítica mais sangrenta da Revista posterior ao 25 de Abril.  Visando menos uma determinada figura da nossa vida política do que uma classe, e que essa figura pode considerar-se o expoente, foi seu interprete o actor "FRANCISCO NICHOLSON, a quem "VASCONCELOS VIANA" deu a réplica na figura do "PROLETA".

Em Julho de 1977 tivemos a satisfação de assistir à representação da revista "Ó CALINAS, CALA A BOCA!"da Autoria de ARY DOS SANTOS, FRANCISCO NICHOLSON, G.P. e HENRIQUE VIANA nos textos, BRAGA SANTOS e JOAQUIM LUÍS GOMES na música. Os actores: ANABELA, CARLOS BOMBOM, ERMELINDA DUARTE, FÁTIMA VELOSO, FERNANDO OLIVEIRA, F. NICHOLSON, GRAÇA BRAZ, H.VIANA, MAGDA CARDOSO, MANUELA FERNENDES, MARIA JOSÉ ABREU, MARIA NZAMBI, MARIA TAVARES, VASCONCELOS VIANA e VIRGÍLIO CASTELO. Com Encenação de Francisco N. e Assistente de Encenação VIRGÍLIO CASTELO.

Na representação de "Ó CALINAS, CALA A BOCA!" revista cujo título remete para um tipo popular criado pelo falecido "HENRIQUE VIANA", o "CALINAS" arrancado quase sem transposição ao lisboeta, "gingão", "rufião", "desenrascado", de réplica pronta e "MUITO HOMEM", mas com um bom senso e uma sabedoria inata que o levará a dizer, por exemplo, que "ELP" não é pedir que nos ajudem em inglês - é pedir que nos "lixem" em português...
Escrevia "HENRIQUE VIANA" no "JORNAL ÁDÓQUE" que o "CALINAS existe  - e isso é bom que fique desde já assente! E existe não só agora, aqui no título desta revista; nem desde há meses no baptismo de uma figura radiofónica que se popularizou; nem sequer, entretanto, numa rábula do espectáculo "A GRANDE CEGADA". Existe, antes do mais, lá fora na "MOURARIA"como em "ALFAMA", no"BAIRRO ALTO"ou em"ALCÂNTARA", na "MADRAGOA"ou em"XABREGAS": o "CALINAS"é irremediável e incuravelmente alfacinha. É fadista, o "CALINAS". A seu jeito, também anda nos fados, curtindo nas cantigas as suas frustrações de boémio mais atirado  a "fadistices" que ao trabalho. Saiu da escola sabendo pouco mais de letras e dos algarismos do que sabia quando para lá fora empurrado. Entrou na vida pela "porta do cavalo", trabalhando pouco e vadiando muito: as tabernas primeiro; os bares manhosos a "jogatina", as "BOITES" mais tarde, na sua carreira por essa larga "AVENIDA" de desejos que ele sempre julgou ser o caminho mais curto para os papeis importantes que sonhou representar na vida, da cidade.

Em 1982 o "TEATRO ÁDÓQUE"é sacrificado às exigências urbanísticas da "RUA DA PALMA" e"MARTIM MONIZ", encerrou para sempre as suas portas.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ XXIV ] A GARAGEM LIZ»  

RUA DA PALMA [ XXIV ]

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«A GARAGEM LIZ»
 Rua da Palma - ( 2016 ) - Foto de Ricardo Filipe Pereira- (A "GARAGEM LIZ" uma obra assinada pelo Arquitecto HERMÍNIO BARROS, nos antigos terrenos do "Circo Real Coliseu de Lisboa)  in WIKIMÉDIA
 Rua da Palma - (2016)  -  (Fachada da "GARAGEM LIZ" na "RUA DA PALMA", em terrenos do demolido "REAL COLISEU DE LISBOA " de 1887)   in GOOGLE EARTH
 Rua da Palma - (1992)   -  (Fachada da "GARAGEM LIZ" na Década de noventa do século vinte. Uma obra do Arqº. HERMÍNIO BARROS datado de 1933)  in   SIPA-MONUMENTOS
 Rua da Palma - (1992) -  (Fachada da "GARAGEM LIZ" virada para a RUA DA PALMA com actividades Comerciais no piso térreo. Portão fechado e estrutura um pouco degradada)  in  SIPA-MONUMENTOS
 Rua da Palma - ( Década de 80 ?) -  (Entrada principal da "GARAGEM LIZ" virada para a Rua da Palma, possivelmente na época de 80 do século XX. Esta fachada tinha no topo um relógio que nesta altura nem ponteiros existem)  in   SIPA-MONUMENTOS
 Rua da Palma - (1992)  -  (Fachada da "GARAGEM LIZ" virada para a "CALÇADA DO DESTERRO", de portão fechado e com mau aspecto. No piso térreo alguns estabelecimentos Comerciais)   in    SIPA-MONUMENTOS
Rua da Palma - (Possivelmente em finais da Década de oitenta) -  (A "GARAGEM LIZ" na RUA DA PALMA fazendo gaveto para a "CALÇADA DO DESTERRO" no limite da Rua)   in  DIRECÇÃO-GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ XXIV ]

«A GARAGEM LIZ»

A "GARAGEM LIZ" edificada em 1933 com a assinatura do "apagado" Arquitecto "HERMÍNIO BARROS" que responde, na curta história da "ARQUITECTURA MODERNISTA DE LISBOA", comparativamente ao"CINEMA CAPITÓLIO"no"PARQUE MAYER"de CASSIANO DA SILVA, inaugurado em 1931.
Neste local "em terrenos que pertenciam à "CONDESSA DE GERAZ DE LIMA", foi inicialmente construído o teatro Circo "REAL COLISEU DE LISBOA", inaugurado em 24 de Dezembro de 1887. (Dizem ter sido neste espaço onde então existia o "REAL COLISEU" que se estreou em 1896 o CINEMA EM PORTUGAL).

Em 1926 o edifício do "REAL COLISEU DE LISBOA"é demolido e passado sete anos, a firma "J. CALDAS, Lda.", entrega à C.M.L. o pedido de construção naquele local a "GARAGEM LIZ".
A parte de engenharia fica a cargo da firma "GABINETE DE ENGENHARIA,Lda.", ficando como responsável da engenharia o Eng.º JAIME REAL.
O Arquitecto "HERMÍNIO BARROS" embora não seja ele o percursor da Arquitectura "ARTE NOVA", realiza uma edificação que constitui um interessante exemplar de Arquitectura da feição modernista da cidade de LISBOA, inserido no movimento "estético-arquitectónico da década de 30".
Caracterizada essencialmente por um jogo de linhas verticais e horizontais entrecruzadas, pelos seus elementos na sua maioria planos, de desenho geometrizante, patente nas suas fachadas.
A decoração interior e exterior pautada pela geometrização.
O edifício, de planta rectangular, a garagem, possui dois pisos de volumetria simplificada e está dividido em diversos panos de notória verticalidade.

Na fachada principal, dois pilares, rematados por corucheus em estrutura de ferro e revestidos  a vidro, ladeiam a porta principal, a qual é encimada por duas janelas facetadas, rematadas por uma estrutura rectangular com relógio inscrito. Na fachada OESTE e NORTE inscrevem-se vãos.  Notamos que a janela da fachada central, tipo " bow-window", representa um sabor de "ARTE NOVA".
O primeiro piso é animado por portas e vitrines em alumínio anodizado.   A estrutura termina num gradeamento de ferro, interrompido por panos de parede.  
Os elementos que encimam os pilares da fachada ESTE, da qual faz gaveto com a fachada NORTE; repetem-se noutras construções da mesma época.
O edifício de gaveto no lado NORTE da RUA, adossado aos edifícios contínuos, de implantação destoante, destacando-se pelo tratamento das suas fachadas.
Este grandioso edifício da «GARAGEM LIZ» merece particular destaque na sua inserção urbana (embora em certas épocas um pouco abandonado), o carácter misto do edifício, aliando a tipologia de garagem com a actividade comercial. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
- ACCIAIUOLI, Margarida - Os Cinemas de Lisboa-2º Ed. Bizâncio -2013 - LISBOA.
- ALFACINHAS-Os lisbboetas do passado e do presente-ALBERTO SOUSA-Ed. Fernando Sousa - 1964 - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de -PEREGRINAÇÕES EM LISBOA- Lv. - IV-1992-LISBOA.
- AS FREGUESIAS DE LISBOA -Augusto Vieira da Silva-CML-1943- LISBOA.
- BLOGUE DE BIC LARANJA -Rua da Palma(Origem do Nome)-03.03.2013.
- CAMÕES, Luís de, - OS LUSÍADAS-ED. Nac. Imprensa Nac. de Lisboa-1970-LISBOA.
- DIAS, Marina Tavares- Lisboa Desaparecida- Vol. 7 -Quimera - 2001 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA-F.Santana e Ed. Sucena-1994 - LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto-28 Crónica de um percurso-Liv. Horizonte-1999-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto-A Arte em Portugal no Século XX-2º Ed.-Liv. Bertrand-1985-LX.
- HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL -Luiz Francisco Rebelo-Volumes I e II - Publicações Dom Quixote - 1984/1985 - LISBOA.
- JORNAL ÁDÓQUE- Coop. de Trabalhadores de Teatro-L. Martim, Moniz-1977- LISBOA.
- LISBOA - ALFREDO MESQUITA - Ed. Perspectiva e Realidades-Reedição do original do século XIX- 1987- LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL -Ed. Enciclopédia,Lda.-Dir. Afo.E.M.ZUQUETE  1960 - LISBOA.
- SILVA, A. Vieira da-A CERCA FERNANDINA DE LISBOA-Vol. I 2º.Ed.-CML-1983-LISBOA

INTERNET

(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE)[ I ] LARGO CASTRO SOROMENHO( 1 )».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE) [ I ]

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LARGO CASTRO SOROMENHO ( 1 )
 Largo Castro Soromenho - (2016)- (O "LARGO CASTRO SOROMENHO" nos OLIVAIS-SUL, visto da "RUA CIDADE DE TETE")  in GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - (2016)- (Panorâmica dos "OLIVAIS.SUL" onde se insere o "LARGO CASTRO SOROMENHO", sendo a via mais larga à direita a "AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA")  in GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - (2016)- (O "LARGO CASTRO SOROMENHO" visto da "RUA CIDADE DE PORTO AMÉLIA", atravessando a "RUA CIDADE DE TETE" estamos no "LARGO")  in  GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - (2016)- (O "LARGO CASTRO SOROMENHO" com a sua Placa Toponímica)  in  GOOGLE EARTH 
 Largo Castro Soromenho - (1975)- (Publicação do EDITAL onde se inclui o "LARGO CASTRO SOROMENHO" in TOPONÍMIA DE LISBOA 
Largo Castro Soromenho - (1988)- Frontispício do livro de "ÁLVARO MACIEIRA" sobre "CASTRO SOROMENHO" - Cinco Depoimentos)  in TOPONÍMIA DE LISBOA


(INÍCIO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 4.ª SÉRIE [ I ]

LARGO CASTRO SOROMENHO ( 1 )


O «LARGO CASTRO SOROMENHO» pertencia à antiga e grande freguesia de "SANTA MARIA DOS OLIVAIS", que com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a chamar-se freguesia dos «OLIVAIS».
No EDITAL Nº. 80/75 de 14 de Agosto de 1975 (ainda com a Câmara Municipal de Lisboa em Comissão Administrativa), foram atribuídos vários topónimos entre eles o do "LARGO CASTRO SOROMENHO"que fica situado no início da"RUA CIDADE DE TETE", onde se encontram implantados os Lotes 515 a 518 nos OLIVAIS-SUL.
Existe uma particularidade neste sítio: o de representar os nomes de Cidades e Distritos da nossa antiga e muito estimada província Ultramarina que tem o nome de MOÇAMBIQUE. Certamente que isto é um propósito da CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA e das pessoas que estão ligadas à Toponímia da Cidade de Lisboa, que gostam de homenagear (para não esquecer) tão importante país.
Com imensa pena, tenho de avisar as pessoas que costumam ir à Google Earth, verificar a localização da "RUA", da qual desta vez não foi colocada a referência ao "LARGO CASTRO SOROMENHO"no lugar certo. Ficou assinalado no final da "RUA DA MATOLA" (também Moçambicana), o que não corresponde à verdade.

Mas falemos de "CASTRO SOROMENHO" que andou, para além dos jornais, pelo romancismo e ainda pela etnografia.
Com a atribuição de seu nome a um LARGO na Cidade de LISBOA a este jornalista e escritor, representante pioneiro de um movimento aglomerador de povos, que muito nos toca; a lusofonia.

«FERNANDO MONTEIRO DE CASTRO SOROMENHO» na verdade, nasceu em MOÇAMBIQUE - CHINDE a 31 de Janeiro de 1910 e faleceu no BRASIL - SÃO PAULO a 18 de Junho de 1968.
Seus progenitores nasceram ambos no PORTO, sendo a mãe de ascendência de família radicada em CABO VERDE e o pai um Governador de LUANDA- (ANGOLA), pelo que naturalmente tivesse passado parte da sua infância e juventude em ANGOLA. Seus estudos primários e secundários foram passados num colégio como interno no SARDOAL ( PORTUGAL), entre os anos de 1916 a 1925.
Regressou a LUANDA, onde trabalhou na "COMPANHIA  DOS DIAMANTES DE ANGOLA" e mais tarde, como funcionário do quadro Administrativo de ANGOLA. Na Capital angolana iniciou também a sua carreira de jornalista, como redactor do "DIÁRIO DE LUANDA" e colaborador do "JORNAL DE ANGOLA".
Volta para LISBOA em 1937, para trabalhar na revista "HUMANIDADES", da qual foi chefe de redacção. Nessa qualidade se deslocou ao BRASIL, onde entrevistou bom número de escritores. Os resultados desses trabalhos foram visíveis em publicações como; "SEARA NOVA","O DIABO"(Primeira série), "O MUNDO PORTUGUÊS" e  "O PRIMEIRO DE JANEIRO".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE)[ II ]-LARGO CASTRO SOROMENHO ( 2 )».  

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE) [ II ]

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«LARGO CASTRO SOROMENHO ( 2 )
 Largo Castro Soromenho - (2016) - (Panorâmica mais aproximada do "LARGO CASTRO SOROMENHO», ao fundo a "AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA")  in GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - ( 2016 )  - (O "LARGO CASTRO SOROMENHO" entre a "RUA CIDADE DE TETE" e a "RUA DA MATOLA")  in GOOGLE EARTH 
 Largo Castro Soromenho - (2016) -  (O "Largo Castro Soromenho" visto da "Rua da Matola")  in GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - ( 2016 ) -  ("Rua Cidade de Tete"à esquerda a entrada para o "Largo Castro Soromenho)   in GOOGLE EARTH
 Largo Castro Soromenho - (1961) -  (Livro de CASTRO SOROMENHO  "A MARAVILHOSA VIAGEM" 3.ª Ed. da Editora Arcádia)  in  LITERATURA COLONIAL PORTUGUESA 
Largo Castro Soromenho - (1957) -  (Foto do escritor, Jornalista e etnógrafo, tendo afinidades nos seus temas com o neo-realismo)  in  WIKIPÉDIA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - (4.ª SÉRIE) [ II ]

«LARGO CASTRO SOROMENHO ( 2 )»

"CASTRO SOROMENHO" de feitio irrequieto, não se fixou facilmente num só jornal. Assim, foi Redactor do Jornal Literário Brasileiro "DOM CASMURRO" e apareceu nos quadros de "A NOITE", "JORNAL DA TARDE" e"O SÉCULO".  No ano de 1948 CASTRO SOROMENHO, ADOLFO CASAIS MONTEIRO e ANTÓNIO FERRO foram os responsáveis pela propaganda eleitoral na Rádio do GENERAL NORTON DE MATOS candidato oposicionista à presidência da REPÚBLICA PORTUGUESA
No entanto, quando em 1949  voltou a trabalhar no BRASIL, fê-lo já como redactor-correspondente do "DIÁRIO POPULAR".
No RIO DE JANEIRO, acertou com o editor "ARQUIMEDES DE MELO NETO", a constituição de uma editora "SOCIEDADE DE INTERCÂMBIO CULTURAL LUSO-BRASILEIRA"que acabaria por ser dissolvida pelos sócios em 1953.
"CASTRO SOROMENHO"fundou a"EDITORIAL SUL", em sociedade com seu cunhado "RAÚL MENDONÇA", que aparece, nos documentos oficiais, como sendo o responsável pela empresa, pois o escritor sabia que as autoridade portuguesas não permitiam o funcionamento de editora se o seu nome figurasse na sociedade.
Divididas as suas andanças entre o BRASIL e ARGENTINA, em breve regressando a PORTUGAL abandonou então o jornalismo, dominado por outra paixão:  a escrita.
Pelo caminho tinha ficado a sua obra de ficcionista e etnógrafo. Deixou obras como: "NHÁRI",  "LENDAS NEGRAS" ou "HOMENS SEM CAMINHO"e também"IMAGENS DA CIDADE DE SÃO PAULO DE LUANDA"ou"A MARAVILHOSA VIAGEM DOS EXPLORADORES PORTUGUESES".
"NHÁRI" o seu primeiro livro escrito embora o terceiro a ser publicado, inserido no movimento "neo-realista" português, valeu-lhe uma referência no livro da "HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA"de ANTÓNIO SARAIVA eÓSCAR LOPES, Editado pela PORTO EDITORA, 17.ª ED. de 1966, pág. 1041. "Pelas suas afinidades com o neo-realismo, embora tematicamente integrado na literatura angolana, a que serviu de precursor, deve-se aqui uma referência que, depois de várias obras de fundo etnográfico e histórico, se salientou pela triologia de romances de ciclo dito de "CAMAXILO" (TERRA MORTA", 1949; "VIRAGEM", 1957; "A CHAGA", 1970), que denunciam a violência Colonial numa típica região do NORTE DE ANGOLA, com a degradação das estruturas gentílicas e através de um processo inumano de que os próprios agentes administrativos de base sofrem, por ressaca, as consequências degradantes".
CASTRO SOROMENHO terá integrado uma rede de conspiração para derrubar o regime Salazarista de 1959 e 1960 e, quando no início de Abril de 1960 apareceu numa praia o cadáver de um dos membros da conspiração - episódio que inspirou "JOSÉ CARDOSO PIRES"no livro"A BALADA DA PRAIA DOS CÃES" -  pensou ser um assassinato da PIDE e resolveu exilar-se, pelo que algumas semanas depois quando a PIDE lhe invadiu a residência para prendê-lo, já não o encontrou.

"CASTRO SOROMENHO"esteve exilado em FRANÇA até 1965, onde trabalhou comoleitor de português e espanhol,colaborou em revistas, esteve nos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA como professor de LITERATURA PORTUGUESA na UNIVERSIDADE DO WISCONSIN.
Posteriormente, foi viver para o BRASIL onde se dedicou ao estudo da etnografia angolana. Faleceu cedo, tinha apenas 58 anos, no Estado de SÃO PAULO, BRASIL.


(PRÓXIMO)-«43.º ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL».  

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