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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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GENTE DE LISBOA [ X ]

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«OS NEGROS AFRICANOS ( 2 )
 Gente de Lisboa - (1912) - (Ilustração e aguarela de Alberto Sousa) - (A "PRETA FERNANDA" tornou-se figura popular como cavaleira tauromáquica, intervindo em touradas que ficaram célebres na "Praça de Touros de Algés" )  in  "ALFACINHAS" os lisboetas do Passado e do Presente
 Gente de Lisboa - (Janeiro de 1982) - Aguarela de Calderon Dinis - (Também CALDERON DINIS retratou "O PRETO CAIADOR DE LISBOA" no seu livro)  in TIPOS E FACTOS DA LISBOA DO MEU TEMPO
 Gente de Lisboa - (1609) Desenho de Philipe Lupus - cópia aguarelada de ALBERTO SOUSA - (A "PRETA DO MEXILHÃO que vendia em LISBOA . Museu Nacional de Arte Antiga) in ALFACINHAS os lisboetas do Passado e do Presente 
 Gente de Lisboa - ( Século XIX) - ("OS PRETOS DE SÃO JORGE" escultura miniatura em madeira pintada, dentro duma redoma de vidro - Manequins Miniaturas - do Gab. de Estudos Olisiponenses, CML) in ALFACINHAS os lisboetas do Passado e do Presente
 Gente de Lisboa - (1826) Litografia colorida de A.P.D.G. - ("PRETOS DANÇANDO" no peditório para a festa de Nossa Senhora da Atalaia. - "Sketches of Portuguese Life")   in   ALFACINHAS os lisboetas do Passado e do Presente 
 Gente de Lisboa - (1932) Caricatura em carvão de ALBERTO SOUSA - (Desenho a carvão representando uma sátira de ALBERTO SOUSA a "NORBERTO DE ARAÚJO, PEREIRA COELHO e MATOS SEQUEIRA", simbolizando os caiadores, com a legenda - "A COR DE LISBOA. Os três pretos caiadores que se propõem caiar o tecto do Rossio")  in ALFACINHAS os lisboetas do Passado e do Presente
Gente de Lisboa - ( 1940 ) Atribuído a Francisco Câncio - [A NEGRA da "FAVA-RICA" que trazia à cabeça a sua mercadoria cuidadosamente tapada com um pano alvinitente (branco imaculado)] in LISBOA - Revista Municipal - CML 


(CONTINUAÇÃO) - GENTE DE LISBOA [ X ]

«OS NEGROS AFRICANOS ( 2 )»

Quase sempre a Igreja manifestou protecção, não isenta de interesse Catequizante, para com a Colónia negra, aproveitando-a, como elemento decorativo e animador, em certas cerimónias litúrgicas, principalmente nas procissões. Os pretos de SÃO JORGE, vestidos de vermelho e tocando pífaro e tambor, constituíam o conjunto mais fortemente decorativo da "PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS" e, eram sem dúvida, o elemento de maior atracção popular.
Por vezes, constituíam-se em Irmandades, algumas das quais, como a "IRMANDADE DOS HOMENS PRETOS DO CONVENTO DA GRAÇA"teve muita nomeada e eram elementos importantes da "PROCISSÃO DOS PASSOS".
A "IRMANDADE DOS PRETOS DE S. BENEDITO" que tiveram a seu cargo o peditório para a "PROCISSÃO DO TERÇO", gozava. por seu lado, de particular importância.
Os negros foram também grandes animadores dos concorridos "CÍRIOS DA SENHORA DA ATALAIA", (emprestando-lhe com seus cantares e danças exóticas, uma nota fortemente pagã).
Juntando-se vários Círios de LISBOA, uma vez chegados a "ERMIDA DA SENHORA DA ATALAIA" (perto da antiga ALDEIA GALEGA, hoje MONTIJO) as fanfarras e os Círios não paravam de chegar durante todo o dia, "na algazarra, no ruído das gaitas de foles e dos bombos, os que querem praticam as suas devoções, mas a maioria estende-se regaladamente nas sombras e dá começo ao seu repasto"( 1 ).
Fora do grémio da IGREJA intervinham também noutros espectáculos, como nas touradas, onde era número muito popular a retirada dos touros da arena, depois de corridos por um grupo de possantes negros, ataviados para a circunstância.
A sua influência fez-se sentir, praticamente, no domínio das artes rítmicas, para as quais manifestaram sempre uma tendência natural. Muitas das danças e cantos entraram no folclore tradicional do povo de LISBOA, como a "FOFA"( 2 ), o "LUDUM"( 3 ) ou o fado, revelam uma expressiva influência negra, que lhe emprestara acento fortemente sensual.

ALGARVIOS

A colónia de ALGARVIOS foi muito numerosa no passado, assegurando uma grande parte das tarefas marítimas do estuário do TEJO e PORTO DE LISBOA,sendo, entre eles, que se recrutavam, de ordinário, marinheiros, remadores e catraeiros que asseguravam as comunicações entre as duas margens do RIO, constituíam um grupo distinto. Eram activos, laboriosos, inteligentes e muito económicos. O seu traje resumia-se a um casaco de que nunca enfiavam as mangas, atirando-o, negligentemente, sobre o ombro, chapéu desabado, pernas e pés nus. Estava sempre pronto a mergulhar na água. Quando os barcos não podiam atracar, mergulhava até meia-perna e transportava, às costas, os passageiros para terra. 
Eram muito devotos de SANTO ANTÓNIO, mas quando o Santo não correspondia aos seus pedidos, castigavam-no, mergulhando-o no RIO. [ FINAL ]

- ( 1 ) - «Arquivo Alfacinha», Francisco Câncio (1953)
- ( 2 ) - "FOFA" - Era uma dança portuguesa do século XVII, que chegou a ser dançada no Brasil.
- ( 3 ) - "LUDUM" Dança desenvolta, própria dos Negros. Canto ou Música correspondente a essa dança

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa livro VII VEGA-1933-LISBOA
- DINIS, Calderon - TIPOS E FACTOS DA LISBOA DO MEU TEMPO-Pub. Dom Quixote-1986-Lisboa
- FURTADO, Mário - Do antigo sítio de Xabregas-Vega-1997 - Lisboa
- HISTÓRIA DO TRAJE EM PORTUGAL -ENC. PELA IMAGEM-LELLO-1930-PORTO.
- LISBOA - Encyclopédia pela imagem- Lello & Irmãos-1930- PORTO.
- LISBOA Luxo e Distinção - 1750-1830-Nuno Luís Madureira-Ed. Fragmt.-1990-LISBOA.
- LISBOA Revista Municipal -2ª S. nªS. 5 E 6 1983 ED. CML -1983 - LISBOA. 
- LISBOA Revista Municipal - 2ª. S. Nº 22 - 1987 ED- CML- 1987 - LISBOA.
- LISBOA Revista Municipal - 2ª. S. Nº 23 - 1988 - ED. CML - 1988 - LISBOA.
- MESQUITA, Alfredo - LISBOA . Ed. Prespectiva & Real. 1987 - LISBOA.
- O POVO DE LISBOA - Exposição iconográfica-CML-1978-1979- LISBOA.
- SANTOS, Piedade - RODRIGUES, Teresa - NOGUEIRA, Margarida Sá-LISBOA Setecentista vista por estrangeiros-Ed. Liv. Horizonte-1996 - LISBOA.

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(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO[ I ]-A RUA DE SANTOS-O-VELHO E SEU ENQUADRAMENTO»

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ I ]

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«A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua de Santos-o-Velho- (finais do séc. XIX) Foto de José Artur Leitão - (A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO", é já uma reedificação de D. Sebastião. Entre 1876 e finais do século XIX é novamente reconstituída. Gravura de Madeira, desenho de Barbosa Lima e gravura de Pedrozo) (Abre em tamanho grande) in  AML
 Rua de Santos-o-Velho - ( 1856-1858 de Filipe Folque) - ( A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" que nesta época tinha denominação de "CALÇADA")  in ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua de Santos-o-Velho - (2004) - (Painel de Azulejos representando a vista de Lisboa com cerca de 23 metros de comprimento, apresenta uma imensa imagem panorâmica da Capital, entre o lugar mais Ocidental de Lisboa, ao Convento de Santa Maria de Jesus de Xabregas mais a Oriente) (Imagem geral da zona de Santos no painel)  in   LISBOA ANTES DO TERRAMOTO
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (Panorâmica do sítio de SANTOS onde se insere a "RUA DE SANTOS-O-VELHO")  in  GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (O conjunto da "Igreja de Santos-o-Velho" visto de cima, notando-se o acrescento da Capela-Mor)  in GOOGLE EARTH

- RUA DE SANTOS-O-VELHO [ I ]

«A RUA DE SANTOS-O-VELHO E SEU ENQUADRAMENTO»

A «RUA DE SANTOS-O-VELHO» pertencia à freguesia de "SANTOS-O-VELHO" que juntamente com a freguesia da "LAPA" e dos "PRAZERES", passaram a designar-se por freguesia da «ESTRELA», de acordo com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012.
Começa na "CALÇADA MARQUÊS DE ABRANTES", 121 e finaliza na "RUA DAS JANELAS VERDES" no número dois.  Tem convergente do seu lado direito a "TRAVESSA DE SANTOS"que faz a ligação com a antiga"RUA DO GUARDA-MOR". Ficam-lhe muito próximo a "RUA DE SÃO JOÃO DA MATA", RUA DAS TRINAS, CALÇADA RIBEIRO SANTOS (que ladeiam os muros dos jardins) e a "RUA DA ESPERANÇA".
Esta "RUA DE SANTOS-O-VELHO" era uma passagem  vinda da "RUA DA ESPERANÇA", fazendo parte da chamada "HORTA NAVIA" (nome de uma divindade após ocupação Romana), era o caminho percorrido entre as "PORTAS DE SANTA CATARINA"(CHIADO) e"BELÉM". Descendo a "CALÇADA DO COMBRO"seguia a"RUA DO POÇODOS NEGROS" passava por "SANTOS" ( a nossa RUA DE SANTOS-O-VELHO), segue para "ALCÂNTARA atravessando a sua ponte com destino a "BELÉM". (Poderá ver mais aqui...)
Em 1551 este sítio pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES"( 1 ), a freguesia de "SANTOS-O-VELHO" foi destacada da freguesia dos "MÁRTIRES" no ano de 1566  ( 2 ).
No século XIX por EDITAL MUNICIPAL de 22.08.1881, conjuntamente com outras artérias, foi retirada a palavra "DIREITA", quando "ROSA ARAÚJO" ainda era Presidente da Edilidade.
Na "GRANDE VISTA DE LISBOA" uma produção de LISBOA, entre 1700 e 1725 representa um painel de azulejos em faiança azul e branca, encontrando-se actualmente no "MUSEU NACIONAL DO AZULEJO" em (XABREGAS). Nele podemos observar a largura da artéria, a "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO", o"PAÇO DOS DUQUES DE AVEIRO", depois dos"MARQUESES DE ABRANTES".

Ao   passarmos   pela   "RUA DE SANTOS-O-VELHO",      (que não é muito extensa) nota imediatamente quem a percorra,   que por ali se erguem dois    importantes edifícios e que tudo o resto, à sombra deles, terá eventualmente nascido.
A IGREJA PAROQUIAL e um prédio anexo, onde se instalou por aluguer o "CONDEARMAND" em 1870 em representação da FRANÇA, dominaram de facto o local em absoluto e são emblema não só daquele arruamento como de toda a antiga freguesia.

Ora, este edifício é das casas que, em LISBOA, mais história têm para contar, tantos e tão longos têm sido os aproveitamentos feitos do sítio. Bastará lembrar, a traços largos, que ali foi  "RECOLHIMENTO",  "PAÇO REAL"e"CASA DE PARTICULARES" encontrando-se nos dias de hoje  finalmente, uma representação Diplomática. Assim,  o melhor será ir ao começo das coisas, embora se fale apenas do início da nacionalidade.

- ( 1 ) - LISBOA EM 1551-SÚMARIO de Cristóvão Rodrigues Oliveira, pág 27.

- ( 2 ) - AS FREGUESIAS DE LISBOA de AUGUSTO VIEIRA DA SILVA - 1945- CML-Pág.              16 e 30.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA SANTOS-O-VELHO [ II ] DA PRIMITIVA IGREJA À SAÍDA DAS COMENDADEIRAS DO SÍTIO DE SANTOS».

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ II ]

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«DA PRIMITIVA IGREJA, À SAÍDA DAS COMENDADEIRAS DO SÍTIO DE SANTOS»
 Rua de Santos-o-Velho - (2013) - Fachada da Igreja de Santos-o-Velho virada para Poente )  (Abre em tamanho grande)  in LISBOA DE HOJE E DE ONTEM 
 Rua de Santos-o-Velho - ( 2016 ) - (Panorâmica mais aproximada da "RUA DE SANTOS-O-VELHO" podendo destacar-se a sua "velha" IGREJA)  in    GOOGLE EARTH 
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" com sua paróquia no seu lado esquerdo)  in   GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - Sem data e autor não identificado - ( A "RUA DE SANTOS-O-VELHO", uma loja de utilidade doméstica, num prédio revestido a azulejo e no primeiro andar uma Associação Mutualista)  (Abre em tamanho grande) in   AML 
Rua de Santos-o-Velho - (1949) Foto dos Estúdios Mário Novais - ( A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO"é já uma reedificação de D. SEBASTIÃO. É novamente reconstruida entre 1876 e finais do século XX)  (Abre em tamanho grande)  in   AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ II ]

«DA PRIMITIVA IGREJA, À SAÍDA DAS COMENDADEIRAS DO SÍTIO DE SANTOS»

No tempo em que os "VISIGODOS" tiveram o domínio em PORTUGAL, consta que na escarpa que ladeia o RIO TEJO, com uma situação privilegiada, foi erguido um TEMPLO em memória de "TRÊS MÁRTIRES". Atribuído a duas irmãs - MÁXIMA E JÚLIA e seu irmão VERÍSSIMO - martirizados durante o reinado de "DIOCLECIANO",  (filhos de um nobre Senador Romano, e que de ROMA haviam fugido para divulgar a em CRISTO) e cujos corpos, foram atirados ao TEJO, posteriormente encontrados nesta margem do RIO e enterrados. A sua sepultura esteve na origem de uma pequena CAPELA nessa época, sendo o local sempre assinalado com a designação de "SANTOS" em referência aos "MÁRTIRES".
Destruído o TEMPLO durante a invasão dos MOUROS, em 1147 o REI DOM AFONSO HENRIQUES, depois da conquista de LISBOA, mandou edificar sobre essas ruínas uma Igreja consagrada aos "TRÊS MÁRTIRES".
Sabemos que no ano de 1194, o REI "DOM SANCHO" doou  a "IGREJA" erigida em honra dos três JOVENS SANTOS que haviam sido martirizados no tempo dos romanos e cujas ossadas tinham sido ali piedosamente recolhidas pelos CRISTÃOS
Junto do TEMPLO, todas as terras que circundavam a "ORDEM DE SANTIAGO E ESPADA", e casas para os frades guerreiros. Estes, porém, irrequietos e empenhados em CAMPANHAS e CONQUISTAS para SUL. Em breve partiram para batalhar em ALCÁCER, MÉRTOLA e outras povoações que foram ajudando a reconquistar terras aos MOUROS, transferindo a sua SEDE para outro sítio.
As referidas casas passaram então a ser habitadas apenas por mulheres; as esposas, as viúvas, as mães, as filhas, as irmãs solteiras dos que combatiam. Surgiu desta forma «O MOSTEIRO DE SANTOS», entregue às"COMENDADEIRAS DE SANTIAGO".

Estava-se em pleno século XIII, e, segundo o mestre "NORBERTO DE ARAÚJO", a primeira "prelada"do MOSTEIRO terá sido uma tal "DONA SANCHA" (1233) descendente de fidalguia "ASTURIANA", chamada de "COMENDADEIRA-MOR".
Tudo se manteve sem grandes alterações até que, já em finais do século XV, "DOM JOÃO II" tomou dispendiosas e firmes providências para que as Comendadeiras saíssem dali e fossem para um novo MOSTEIRO, que mais não é do que um casarão recheado de algumas belezas que conhecemos ainda hoje pelo nome de "SANTOS-O-NOVO" (evidentemente, por oposição ao MOSTEIRO "VELHO"), ali a seguir a "SANTA APOLÓNIA" na "CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA" a caminho de XABREGAS.

As senhoras levaram tudo, inclusivamente as relíquias dos três Mártires, que assim deixaram para sempre o lugar com o qual tinham muito a ver.  As razões de "D. JOÃO II" - que era o "príncipe perfeito" mas não consta que fosse de ferro - terão sido ditadas pelo coração e por uma "DONA" que não lhe convinha ir visitar aos areais de "SANTOS". Aliás. já o seu "bisavô",  "D. JOÃO I", tinha sido, durante um tempo, dedicado amigo de uma Comendadeira, "D. INÊS PIRES" de seu nome, tendo das visitas e inerentes trocas de impressões entre ambos resultado o nascimento de um "infantezinho".  "D. AFONSO", que  viria a ser o primeiro "DUQUE DE BRAGANÇA" e, portanto, antepassado directo dos Reis da quarta dinastia. A HISTÓRIA, como se vê, nasce de coisas comuns.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DE SANTOS-O-VELHO [ III ]-DE MOSTEIRO A RESIDÊNCIA REAL E PAÇOS DE SANTOS»

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ III ]

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«DE MOSTEIRO A RESIDÊNCIA REAL E PAÇO DE SANTOS»
 Rua de Santos-o-Velho - (Início do século XX) Gravador J. NOVAIS - (Um desenho da Igreja de "SANTOS-O-VELHO" do livro de Alfredo Mesquita)  in LISBOA DE ALFREDO MESQUITA
 Rua de Santos-o-Velho - (Século Vinte) Foto SIPA - (Fachada principal da Igreja de Santos-o-Velho possivelmente do século XX)  in  MONUMENTOS
 Rua de Santos-o-Velho - (Entre 1898 e 1908) - (A "Rua de S. João da Mata" esquina com a RUA DE SANTOS-O-VELHO em finais do século XIX inicio do séc. XX) (Abre em tamanho grande) inAML 
 Rua de Santos-o-Velho - (2008)  Foto de LIJEALSO - (A frente da Igreja de Santos-o-Velho na freguesia da ESTRELA)  in   WIKIPÉDIA
Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A Rua de Santos-o-Velho onde existiu o Mosteiro de Santos depois Palácio Real e Paço de Santos, sendo hoje nesse local a Embaixada de França)  in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ III ]

«DE MOSTEIRO A RESIDÊNCIA REAL E PAÇO DE SANTOS»

Afastadas de «SANTOS» as Comendadeiras, ficou o MOSTEIRO vago e, com ele, o magnifico chão, que formava uma espécie de pequeno promontório, ainda hoje perceptível no adro da Igreja. O antigo Convento passou, então a chamar-se "SANTOS-O-VELHO" e foi alugado a um homem de abastadas posses, "FERNÃO LOURENÇO", que foi feitor da "CASA DA MINA". Achou que mal aproveitado estava um sítio tão bonito, pelo que arrendou tudo às Comendadeiras ( as quais, embora em nova morada, continuavam a ser proprietárias) e ali edificou um Solar para sua residência.
Pouco tempo se gozou do SOLAR e da faixa de terreno na margem do TEJO, com local de atracadoiro privado, o sítio ideal para o riquíssimo banqueiro e armador, um dos principais financiadores da aventura MARÍTIMA PORTUGUESA.

Em 1497, "D. MANUEL I", o afortunado (Rei de 1495-1521), acordou com "FERNÃOLOURENÇO" uma cedência do contracto. O Rei tinha gostado muito do local e mais ainda, da casa que o seu vassalo tinha construído. Logo arranjou maneira de dar umas terras de compensação a "FERNÃO LOURENÇO"e de ficar com o PALÁCIO DE SANTOS para a Coroa.  Assim nascia "O PAÇO DE SANTOS".
A rica habitação burguesa foi transformada em residência real. Mas não foi a única.  Desde 1497, o Monarca utilizou o "PALÁCIO DE SANTOS-O-VELHO" ou simplesmente "PAÇO DE SANTOS" para as cerimónias de seu casamento com "DONA ISABEL", filha dos REISCATÓLICOS DE ESPANHA. As obras de transformação foram entregues ao Arquitecto "JOÃO DE CASTILHO", também autor do PALÁCIO REAL DA RIBEIRA, que participou noutras realizações: MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS, BATALHA  e de TOMAR (tendo sido por isso, o principal mestre de obra do estilo chamado "MANUELINO").

Era uma morada secundária já que o Palácio residencial oficial dos Reis era, nesse tempo, a RIBEIRA.  Mas "D. CATARINA", mulher e depois viúva de D. JOÃO III, gostava de passar temporadas em SANTOS e incutiu o gosto a seu neto D. SEBASTIÃO.
À medida que o "PALÁCIO REAL DA RIBEIRA" ia aumentando, o "PALÁCIO DE SANTOS" adquiria uma função recreativa dada a sua situação arejada, sua vista panorâmica e os seus jardins abrigados.

"DOM JOÃO III" (Rei de 1521 a 1557) não parece ter uma inclinação especial por este "PALÁCIO DE SANTOS" (em 1514, ainda príncipe herdeiro, ia morrendo ao cair de uma das varandas).
Tendo ficado fora de moda, o PALÁCIO atravessou um período obscuro. É nessa altura que se encontram as primeiras referencias da sua ocupação pelos "LANCASTRE" ("LUÍS DE LANCASTRE" 1505-1574), COMENDADOR DA ORDEM DE AVIS, filho de JORGE DE LANCASTRE (1481-1550), filho ilegítimo de "DOM JOÃO III" e, portanto primo do Rei "DOM MANUEL I", mestre da "ORDEM MILITAR DE SANTIAGO, "DUQUE DE COIMBRA"e fundador da dinastia dos LANCASTRES.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO[ IV ]-O PALÁCIO DE SANTOS 

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ IV ]

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«PALÁCIO DE SANTOS»
 Rua de Santos-o-Velho - (1856-1858) de Filipe Folque- (Mapa Nº 49 do "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA" sob a direcção de Filipe Folque)  in   ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua de Santos-o-Velho - (1966) Foto de Armando Serôdio - (A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" na década de sessenta do século passado  in   AML 
 Rua de Santos-o-Velho - ( 2009 ) Foto de André Barrogon  (Fachada da Embaixada de França na "RUA DE SANTOS-O-VELHO" antigo Palácio Abrantes)  in  PANORÂMIO
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" no final, visto da "RUA DAS JANELAS VERDES")  in   GOOGLE EARTH
Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" seguindo para Nascente, vendo-se no lado direito anexos e entrada para a IGREJA DE SANTOS-O-VELHO) in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ IV ]

«PALÁCIO DE SANTOS »

O "REI DOM SEBASTIÃO" (1557 a 1578), sucessor de "DOM JOÃO III", considera, pelo contrário, o "PALÁCIO DE SANTOS" como uma das suas residências preferidas.
Em 1576, o monarca escapou a uma violenta explosão dos armazéns de pólvora que se situavam nas margens do TEJO, do lado actual da "RUA DAS JANELAS VERDES".
O sinistro danificou o Palácio. Em 1577, o "PALÁCIO DE SANTOS"é o"TEATRO" de uma cena histórica: o Rei recebe a notificação do seu ministro contra a campanha, "ÁFRICA DO NORTE", que ele estava a preparar.
A 25 de Junho de 1578, o Rei DOM SEBASTIÃO parte de LISBOA para MARROCOS. Na véspera, assiste à MISSA NA IGREJA DE SANTOS-O-VELHO e não espanta, por isso, que se diga que na mesa de mármore que se encontra no actual jardim, tomou o REI a sua última refeição, antes de embarcar para ALCÁCER QUIBIR.

Esta cruzada contra os MOUROS termina com a catástrofe de "ALCÁCER QUIBIR" a (4 de Agosto) onde morre uma grande parte da Nobreza portuguesa próxima do REI ( um filho, AFONSO e dois netos de JAIME DE LANCASTRE são mortos); um outro neto, "LUÍS", é feito prisioneiro).

Com o desaparecimento de "DOM SEBASTIÃO", o "PAÇO DE SANTOS"ficou abandono, durante mais de meio século.
Novo interesse suscitou então o "PAÇO DE SANTOS": os LANCASTRE - um dos quais, "DOM JORGE", ligado directamente à "ORDEM DE SANTIAGO" - negociaram com as comendadeiras e, em 1629, obtiveram finalmente a posse da casa e do terreno. Terá tido influência na transacção o facto de ser superiora em SANTOS-O-NOVO, "DONA BRITESLANCASTRE", parente dos interessados na compra. 

Foi então reedificado o PALÁCIO... E dá-se aqui um fenómeno curioso: sem nunca deixar de pertencer aos LANCASTRES, a grande casa de "SANTOS" foi sucessivamente dos "CONDES DE FIGUEIRÓ", dos CONDES de "VILA NOVA DE PORTIMÃO", dos Condes de "SORTELHA e de PENAGUIÃO", dos MARQUESES DE FONTES e dos "MARQUESES DE ABRANTES". A explicação para o "fenómeno" está num facto simples: todos estes títulos foram sendo atribuídos à família ou a ela vieram parar através de casamentos...  Assim, foram os "MARQUESES DE ABRANTES" quem, em 1742, doou à vizinha "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" o chão e as paredes para a construção da CAPELA-MOR, que ainda existe, embora com as obras que o terramoto e o tempo impuseram. 
 A família proprietária não residiu, porém, todo o tempo em todo o palácio. Parte deste esteve arrendada, e sabe-se que ali moraram. pelo menos, a IMPERATRIZ viúva, "DONA MARIA AMÉLIA", que fora mulher de"DOM PEDRO", Primeiro do BRASIL e QUARTO de PORTUGAL, e a Infanta"DONA ANA DE JESUS MARIA"e seu marido, o DUQUE DE LOULÉ.  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO [ V ] -PALÁCIO DE SANTOS OU PALÁCIO DE ABRANTES»

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ V ]

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«"PALÁCIO DE SANTOS" OU "PALÁCIO DE ABRANTES"»
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (Um aspecto da "RUA DE SANTOS-O-VELHO" no seu final e junto da Igreja Paroquial)  in GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (Início da "RUA DE SANTOS-O-VELHO" na sua frente a "CALÇADA MARQUÊS DE ABRANTES" e, um pouco mais para a esquerda, o final da "RUA DA ESPERANÇA" e mais à esquerda o início da "RUA DAS TRINAS")  in  GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - ( A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" quase no final, ladeada na esquerda pela vedação da sua Paroquia)  in  GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - (1969) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO", esquina da "TRAVESSA DE SANTOS" nos anos sessenta do século passado)  in AML
Rua de Santos-o-Velho - (2004) - (O Painel de Azulejos que pertenceu ao antigo Palácio dos Condes de Tentugal, no Largo de Santiago em Lisboa. Foi adquirido pelo Marquês de Sousa Holstein, para a Real Academia de Belas Artes. Esteve exposto desde 1903 na entrada principal do MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA. Hoje encontra-se no MUSEU NACIONAL DO AZULEJO na zona de (XABREGAS). (A imagem que reproduzimos podemos ver a zona de Santos e nomeadamente a Igreja de Santos-o-Velho nessa época) in  LISBOA ANTES DO TERRAMOTO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ V ]

«"PALÁCIO DE SANTOS" OU "PALÁCIO DE ABRANTES»

Será durante a segunda metade do século XVII e a primeira do século XVIII que os "LENCASTRES", primeiro "JOSÉ LUÍS" (1639-1687), neto de "FRANCISCO LUÍS" e depois o seu irmão LUÍS (1644-1704) e o seu filho, PEDRO(1697-1752) que confiaram a "JOÃO ANTUNES" o cuidado de dotar o "PALÁCIO" dos mais notáveis embelezamentos (Capela e Sacristia, Sala das Porcelanas).
Este período coincide também com o aumento do "PALÁCIO", os Salões grandes que se abrem a Leste para um pequeno Jardim e a fachada para a RUA. É no período em que habita "DOM JOSÉ LUÍS", possuidor de uma das grandes fortunas portuguesas, que o PALÁCIO deve a iniciativa destas grandes obras.
Não é por acaso que os "BRASÕES DOS LENCASTRES" e dos "VILHENA" estão representados na capela, por cima das duas portas, de um lado e do outro do altar e as que se encontram, lado a lado, sobre a "ESTELA FUNERÁRIA" do casal na "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO", (as grandes obras desta Igreja, foram realizadas na mesma época por "JOÃO ANTUNES").
Os "LENCASTRES" eram também grandes apreciadores de obras de arte. O Inventário elaborado em 1704, por ocasião da morte de "LUÍS", dá uma ideia da riqueza das suas colecções pela descrição de inúmeras porcelanas da CHINA ( de cujo  tecto da sala das porcelanas é o derradeiro testemunho), as tapeçarias, as pinturas de numerosos mestres.

"PEDRO DE LENCASTRE"casa com"MARIA SOFIA DE LORENA" no ano de 1711. "LORENA", filha do primeiro "MARQUÊS DE ABRANTES", "RODRIGO DE SÁ MENEZES", homem de ESTADO, Embaixador reputado e também Arquitecto e desenhador de talento. Apreciador de ARTE, protege numerosos artistas, como "FRANCISCO PAES", pintor ornamentista que contribuiu, assim, para a decoração do PALÁCIO do genro do seu protector.

Entretanto a 1 de NOVEMBRO de 1755 deu-se o terrível Terramoto, seguido de uma tempestade que destruiu a baixa de LISBOA. Não se sabe exactamente quais foram os prejuízos causados no PALÁCIO mas esta parte da cidade que, naquela época estava afastada do centro de LISBOA, foi relativamente poupada.  Os arquivos deixam entender que um grande número de familiares dos "LENCASTRES" foram, naquela altura, acolhidos no PALÁCIO.
Com a morte da 2ª DUQUESA DE ABRANTES, o título passa definitivamente para os "LENCASTRES" no ano de 1780: "PEDRO" (1762-1828) torna-se o 3.º MARQUÊS DE ABRANTES. É a razão pela qual o"PALÁCIO DE SANTOS" passa também a ser conhecido pelo "PALÁCIO DE ABRANTES".
"PEDRO DE LENCASTRE" empreendeu grandes obras, particularmente as da decoração dos dois salões pelo pintor "PEDRO ALEXANDRINO DE CARVALHO".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO[ VI ]-PALÁCIO ABRANTES A EMBAIXADA DE FRANÇA»    

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ VI ]

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«PALÁCIO ABRANTES A EMBAIXADA DE FRANÇA»
 Rua de Santos-o-Velho - (2014) - Foto de Cristian Rodriguez - Fachada do Palácio Abrantes hoje Embaixada de França  in SIETE LISBOAS 
 Rua de Santos-o-Velho - ( 2016 ) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" Fachada principal da "Embaixada de França")  in GOOGLE EARTH 
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" vista da "CALÇADA MARQUÊS DE ABRANTES" tendo no seu lado direito a "RUA DA ESPERANÇA") inGOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho (2015) Foto de Dario Cruz  ("PALÁCIO  MARQUÊS DE ABRANTES" tecto da "sala das porcelanas", hoje Embaixada da França)  in  PÚBLICO  
Rua de Santos-o-Velho - (2012) Foto de Luís Boléo - (PALÁCIO MARQUÊS DE ABRANTES" pormenor de uma das suas belíssimas Salas, decoradas com painéis de azulejos azul e branco)  in PANORAMIO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ VI ]

«PALÁCIO DE ABRANTES A EMBAIXADA DE FRANÇA»

O 5.º MARQUÊS DE ABRANTES, "PEDRO DE LENCASTRE E TÁVORA", alguns anos depois alugou o PALÁCIO de 1841 a 1849, a MARIE AMÉLIA DE BEAUHARNAIS, "DUQUESA DE BRAGANÇA", viúva do IMPERADOR PEDRO I DO BRASIL. Em 1853, uma pequena parte do PALÁCIO serve de residência à INFANTA "ANA DE JESUS MARIA, irmã dos Reis de PORTUGAL, "PEDRO"e"MIGUEL".
Por morte de "D. JOSÉ DE LENCASTRE E TÁVORA" (irmão de PEDRO) em 28 de Novembro de 1870 (Nobre que nunca se enquadrou no título de «MARQUÊS DE ABRANTES» por seguir o partido de "DOM MIGUEL")
Nesse mesmo ano foi para este PALÁCIO residir por aluguer o MINISTRO DE FRANÇA em LISBOA, o "CONDE ARMAND" onde ali instalou a "LEGAÇÃO DE FRANÇA".
Ocupava o piso inferior, mantendo-se os donos da casa na parte superior. Em 1880, "JOÃO DE LENCASTRE E TÁVORA"(1864-1917), continuava a habitar o edifício.
A 14 de Agosto de 1909 "SAINT-REVÉ TAILANDER", MINISTRO DE FRANÇA, adquire todo o edifício e jardim, em nome do GOVERNO FRANCÊS, para ali instalar a sua EMBAIXADA.
Terminaram assim, mais de trezentos anos de vida comum entre o "PALÁCIO DE SANTOS" e a família dos "LENCASTRES". Mas começou um novo episódio da história, mais que milenar deste local de «SANTOS», dedicado agora às relações, também pluri-seculares, entre a FRANÇA e PORTUGAL.
Quem tem a feliz hipótese de entrar neste antigo "PALÁCIO DE SANTOS" verá magnificas salas, excelentes pinturas. belas porcelanas e ainda uma uma esplendorosa vista para o TEJO, a partir do Jardim que é adivinhado por quem passa na "AVENIDA 24 DE JULHO" .

Como última curiosidade, anote-se um acrescento feito ao PALÁCIO, entre este e o edifício da IGREJA, conservando o mesmo estilo. A obra já foi do século passado (1937), levado a cabo pelos arquitectos "RENÉ TOUZET"e"REBELO DE ANDRADE", ali funcionou o "INSTITUTO FRANCÊS", que hoje se encontra, na "AVENIDA LUÍS BIVAR".
Em 1948 a "LEGAÇÃO"torna-se"EMBAIXADA DE FRANÇA".
Não queria deixar de fazer referência a uma pequena câmara deste admirável edifício, com tecto em cúpula, sendo esta revestida interiormente de louças do JAPÃO, daÍNDIA, e algumas "hispano-Árabes", num conjunto original. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«RUA DE SANTOS-O-VELHO[ VII ] A IGREJA DE SANTOS-O-VELHO». 

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ VII ]

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«A IGREJA DE SANTOS-O-VELHO»
 Rua de Santos-o-Velho - (2011) - (A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" com fachada principal de um só corpo, com duas torres sineiras muito interessantes)  in  MONUMENTOS-SIPA
 Rua de Santos-o-Velho - (Imagem do século XVII) (Os Santos Mártires VERÍSSIMO e suas irmãs MÁXIMA e JÚLIA. Podem ser vistos neste belo conjunto dos três santos, apresentados em trajes de romeiros - bordão comprido nas mãos - imagem do século XVII exposta ao culto na Igreja do extinto Mosteiro de Santos-o-Velho, em LISBOA que guarda parte das relíquias dos Mártires. Diz ainda o MARTIROLÓGIO ROMANO de 1953:"Em LISBOA, na Lusitânia (agora Portugal), os Santos Mártires VERÍSSIMO e suas irmãs MÁXIMA e JÚLIA, que sofreram")  in  HEROÍNAS DA CRISTANDADE
 Rua de Santos-o-Velho - (2011) (Pormenor da falsa abóboda de berço em madeira, decorada por 72 painéis pintados com temática alegórica à Eucaristia)   in    MONUMENTOS-SIPA 
 Rua de Santos-o-Velho - (Século XXI) Foto de Hugo Carriço - (Interior da IGREJA DE SANTOS-O-VELHO com as tribunas de tríplice arcaria e balaustrada de mármore)  in   FLICKR
 Rua de Santos-o-Velho - (Século XXI) Foto de Hugo Carriço - ( O interior da IGREJA DE SANTOS-O-VELHO apresenta lateralmente tribunas com tríplice arcaria e balaustrada de mármore com as pedras de armas dos "MARQUESES DE ABRANTES")  in   FLICKR 
Rua de Santos-o-Velho - (Início do século XX) Foto de Alexandre Cunha - ( Panorama, vendo-se ao centro a "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO")  ( Abre em tamanho grande)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ VII ]

«A IGREJA DE SANTOS-O-VELHO»

A «IGREJA DE SANTOS-O-VELHO» tal como nos mostra, está assente num templo e capelas cuja datação provável aponta para o século IV, tendo uma segunda Capela sido edificada (nas ruínas) em 1147, dedicada aos três SANTOS MÁRTIRES"VERÍSSIMO, MÁXIMA E JÚLIA".
Com as intervenções do Arquitecto "JOÃO ANTUNES" em 1696 nas Torres sineiras, frontispício e púlpito.
No ano de 1821, sobre o mesmo lugar foi edificado a galilé, em 1840 concluída a CAPELA-MOR (em terrenos cedidos pelo MARQUES DE ABRANTES) e com obras de restauro nos anos de 1861 e 1876, confere-lhe o perfil como hoje se apresenta.
A IGREJA de planta longitudinal composta pela justaposição axial de dois rectangulos, o da NAVE e o da CAPELA-MOR, sendo a cobertura feita por um telhado de duas águas.
Na fachada principal, de um só corpo, distingue-se, ao nível do piso térreo, o portal em arco abatido fechado por grades de ferro, através do qual se acede à galilé, encimada por um relevo figurando os Santos MÁRTIRES do orago, "VERÍSSIMO, MÁXIMA e JÚLIA".
A eixo, num segundo nível, rasga-se um janelão com emolduramento de cantaria lavrada e coroada de ática, e remate do alçado é feito por frontão triangular vazado por janela iluminante. 
Lateralmente reconhecem-se duas torres sineiras de secção quadrada, com 4 ventanas e rematadas por cúpula coroada de acrotérios.  Na galilé obsevam-se para além da porta principal, com emolduramento de cantaria de mármore e ladeada por pilastras igualmente de mármore, a porta de acesso à capela dos "SANTOS MÁRTIRES", à esquerda.  O interior, de uma só nave e CAPELA-MOR profunda, apresenta cobertura falsa abóbada de berço em madeira, decorada por setenta e dois painéis pintados e dourados, compartimentados em 8 tramos regulares e tendo por temática alegorias à EUCARISTIA.
Adossado ao intradorso do muro da fachada e sobre a porta eleva-se o coro assente sobre 6 missuras e com varanda encurvadas de balaústre dourados. As 3 Capelas, que se abrem em cada um dos muros laterais da nave (sendo encimadas por janelas iluminantes a eixo) são dotadas de altares de madeira com camarim e possuem as seguintes invocações, do lado do EVANGELHO:"SÃO MIGUEL", SANTA LUZIA", "NOSSA SENHORA DA PIEDADE", e do lado da EPISTOLA: "NOSSA SENHORA DA BONANÇA", "SANTO ANTÓNIO"e"CORAÇÃO DE JESUS". Destacam-se ainda as capelas de "Nª. SENHORA DA CONCEIÇÃO"(localizada no topo, ao lado direito do arco triunfal) e do "SANTÍSSIMO SACRAMENTO. O tecto é suportado por quatro colunas decoradas com estuque rosa. A CAPELA-MOR, de planta regular e coberta por abóbada de berço com decoração de estuque em torno de um emblema eucarístico central, apresenta lateralmente tribunas com tríplice arcaria e balaustrada de mármore, observando-se uma pedra de armas dos "MARQUESES DE ABRANTES"no lado da EPISTOLA.
O altar-mor, emoldurado por colunas de estuque simulando mármore, representa trono e sobre este as imagens dos 3 padroeiros de IGREJA. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ANDRADE DE FERREIRA - Palácios Reais de Lisboa - Ed. Império-1949 - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA . Livro VII-1993 - LISBOA
- AS FREGUESIAS DE LISBOA - Augusto Vieira da Silva- Pub. CML- 1943-LISBOA
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-FILIPE FOLQUE-CML-2000-LISBOA.
- CAEIRO, Baltazar Matos-Os Conventos de Lisboa- Dist. Editora-1989-LISBOA.
- DIC. DA HIST. DE LISBOA - Dir. de Francisco Santana e Rduardo Sucena-1994-LISBOA
- HIST´. DOS MOST., CONV. E CASAS RELIGIOSAS DE Lisboa-CML-Tomo II - 1972.
- LISBOA ANTES DO TERRAMOTO -Grande Vista da Cidade. entre 1700 e 1725-Gótica-
   2004- LISBOA.
- LISBOA EM 1551- SÚMARIO-Cristóvão Rodrigues de Oliveira-Liv. Horiz.-1987- LISBOA.

INTERNET

- EMBAIXADA DE FRANÇA 

- HEROÍNAS DA CRISTANDADE


(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ I ] O LARGO DA AJUDA E SEU ENVOLVENTE»

LARGO DA AJUDA [ I ]

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«O LARGO DA AJUDA E SEU ENVOLVENTE»
 Largo da Ajuda - (Década de 80 do século XX) - ("Palácio Nacional da Ajuda" no sítio da AJUDA, próximo da casa do escritor e conservador da Biblioteca da Ajuda, "Alexandre Herculano" e da "Torre da Ajuda")  in DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE PORTUGAL - VOL. I
 Largo da Ajuda - (2016) - (Panorâmica da zona onde está inserida  o "LARGO DA AJUDA" e o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA")  in    GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - ( 2016 ) - (Panorâmica mais aproximada do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e seu envolvente)   in   GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (1973) Foto de Artur Pastor - (Panorâmica sobre a encosta da AJUDA com o Palácio Nacional da Ajuda no topo) - (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Largo da Ajuda - ( 19--)  Foto de José Chaves Cruz - (Palácio Nacional da Ajuda no Largo da Ajuda)  (Abre em Tamanho grande)  in    AML 
Largo da Ajuda - ( Século XIX - Gravura de B. R. Bourdet - (Panorâmica do ALTO DA AJUDA, em primeiro plano vê-se o Jardim de Lázaro Leitão e ao fundo a "REAL BARRACA DA AJUDA", residência do REI depois do Terramoto de 01.11.1755, a CAPELA e a TORRE SINEIRA do Palácio) (Abre em tamanho grande)  in    AML 


(INÍCIO) - LARGO DA AJUDA [ I ]

«O LARGO DA AJUDA E SEU ENVOLVENTE»

O «LARGO DA AJUDA» pertence à freguesia da «AJUDA»é limitado a Oeste pela Nobre fachada do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e fica entre a "CALÇADA DA AJUDA"e a"RUA DO GUARDA-JOIAS". Para ele convergem a Sul; a ALAMEDA DOS PINHEIROS e RUA DOM VASCO; a Norte a"RUA DA TORRE, LARGO DA TORRE e a RUA AUGUSTO GOMES FERREIRA, a Nascente a"TRAVESSA DA AJUDA"e o"PÁTIO DO SEABRA".
Este "LARGO DA AJUDA" tem origem na antiga "QUINTA DE CIMA DO ALTO DA AJUDA" quando este sítio foi eleito para residência REAL, depois do Terramoto de 1755. Nesse "CABEÇO", seria a futura morada de DOM JOSÉ.
O nome de "LARGO DA AJUDA" resulta de uma deliberação camarária de 21 de Setembro de 1916 e do EDITAL de 26 do mesmo mês, que oficializou o topónimo.
A ACTA Nº. 4 de 18 de Janeiro de 1944 da COMISSÃO DE TOPONÍMIA, vem confirmar a aprovação da sua nomenclatura.

O lugar da "AJUDA" começou a existir como aglomerado bairrista e urbanisticamente definido, muito antes de BELÉM ser freguesia. Assim, a crónica bairrista da "AJUDA" não é menos interessante do que a de BELÉM;é mesmo mais rica em elementos populares, mais expressiva e pitoresca e com alguns alicerces históricos.
O nome de "AJUDA" prende-se com a pequena ERMIDA desta invocação. erigida no século de quatrocentos no "ALTO DA AJUDA"à qual andou ligada uma graciosa lenda: Um pastor que por ali trazia seu gado a pastar, entrou em certa ocasião numa gruta entre "fragas"( 1 ) que caracterizava o lugar, e viu nela uma imagem da VIRGEM, que logo  - e porque auxiliava os que a ela recorriam -  ficou sendo a «SENHORA DA AJUDA».
Era grande a devoção dos fieis, que de longe vinham e em tão elevado número que houve a necessidade de se fazerem casas para os recolherem.  À primeira ERMIDA sucedeu outra maior, muito da protecção da RAINHA DONA CATARINA, mulher do REI DOM JOÃO III.
No início do século XVII "AJUDA" estava desenvolvida, sendo em 1742 já uma freguesia autónoma do BAIRRO DO MOCAMBO. Veio então o Terramoto que destruiu grande parte de LISBOA.
Até 1755, como é sabido, os monarcas moravam geralmente no PALÁCIO DA RIBEIRA, junto ao TEJO, nas proximidades do TERREIRO DO PAÇO actual, pelo que , o GOVERNO, também por lá funcionava. Mas o sismo não poupou a residência dos soberanos pelo que, DOM JOSÉ e sua família mais próxima, ficaram a dever a vida ao simples facto de terem pernoitado no PALÁCIO DE BELÉM, que era ao tempo, uma espécie de REAL CASA de Campo. Em circunstâncias normais, poderiam ter ficado soterrados, como aconteceu a muitos dos que se encontravam a trabalhar no PALÁCIO DA RIBEIRA.

Logo que se soube que o morro chamado "AJUDA" tinha sido poupado à fúria devastadora do abalo, El-REI que não ganhara para o susto, decretou de pronto que nesse morro "bendito" seria a sua futura morada. Entretanto, declarou que não mais voltaria a dormir em casa construída de pedra e cal.
Assim, improvisaram-se tendas para receber as altas personalidades e foi iniciada a construção de uma grande casa de madeira, à qual o povo chamou,  a "REAL BARRACA" ou o "PAÇO DE MADEIRA".

- ( 1 ) - FRAGA - Penhasco, brecha, rocha escarpada.

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«LARGO DA AJUDA[ II ] - A REAL BARRACA ( 1 )»

LARGO DA AJUDA [ II ]

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«A REAL BARRACA ( 1 )»
Largo da Ajuda - 1995 - (Vista aérea do lado Norte e Nascente  do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e seu envolvente)  in DIRECÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL
 Largo da Ajuda - (1939) Foto de Eduardo Portugal - (Imagem com a fachada do PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA virada a Nascente, destaca-se, como pormenor curioso, a utilização que os moradores da zona faziam do Terreiro fronteiro do Palácio, que era ocupado por roupa colocada ao Sol a corar)   in    AML 
 Largo da Ajuda - (1933-1983) Estúdios Mário Novais - ( O "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" no inicio do sés. XX. No ano de  1821, em virtude de condicionamentos económicos, procedeu-se a uma significativa alteração ao projecto, visando a redução das suas dimensões) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE )  in  AML 
 Largo da Ajuda - (s/d - Desenho de Paisagens e Monumentos de Portugal-Editor J. P. Monteiro - Rua Nova do Almada,64 - Lisboa - Foto de José Artur Leitão Bárcia entre 1900 e 1945) ( Panorâmica do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" na colina da AJUDA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in  AML 
Largo da Ajuda - (ant. a 1895) foto de Francisco Rocchini - (Fachada virada a nascente do "PALÁCIO REAL DA AJUDA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ II ]

«A REAL BARRACA ( 1 )»

Como vínhamos  dizendo no anterior episódio, o "PALÁCIO" tinha sido construído em madeira e o povo chamou-lhe  a "REAL BARRACA"ou o "PALÁCIO DE MADEIRA". E "DOM JOSÉ" foi então residir, até ao fim da sua vida (que só aconteceu 22 anos depois) nessa habitação, situada no local onde hoje temos o "PALÁCIO DA AJUDA"
Não se pense, porém, que as comodidades andavam dali  totalmente ausentes. O "PAÇO" tinha rés-do-chão e primeiro andar e obedecia a um traçado de vários arquitectos, como PETRONE, MAZONE e VERÍSSIMO JORGE. Os interiores, segundo as descrições da época, mostravam alguma sumptuosidade, nomeadamente através de belos móveis e tapeçarias. Chegaram mesmo a existir pátios onde a música reinava.
No entanto, a vida da corte tinha de ser fatalmente resumida, já que não era prática nem digno receber grandes personalidades estrangeiras num "PAÇO" muito bonito, mas de madeira.
Mesmo depois da morte de DOM JOSÉ, a corte lá se manteve nas altas paragens, até que um grande incêndio ocorrido em 1794 fez desaparecer todo o recheio - móveis, ourivesaria, pinturas tapeçarias... Incêndio provocado, conta-se, por uma candeia deixada acesa por um criado. Dois anos mais tarde, em 9 de Novembro de 1796 a família REAL tinha-se afeiçoado ao sítio e lá mandou edificar  um palácio de pedra e cal que viria a ser o «PALÁCIO DA AJUDA».  Um palácio inacabado e que apesar da sua beleza, passou a ser visto, também, como um palácio "MALFADADO".

Naturalmente, com a fixação de DOM JOSÉ na sua improvisada residência, começaram a afluir à "AJUDA" os vários serviços públicos. E o MARQUÊS DE POMBAL, que fora nomeadamente  PRIMEIRO MINISTRO devido à sua acção enérgica e pronta a seguir ao sismo, entendeu que o melhor era mudar também de casa. Assim, deixou o seu PALÁCIO da "RUA FORMOSA" (HOJE RUA DO SÉCULO)e foi morar para aquela que é actualmente a "CALÇADA DA AJUDA".  Diga-se num "parênteses" que, com o seu apurado sentido económico, SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO, tratou prontamente de alugar o seu palácio da "RUA FORMOSA", para não ficar fechado.
Como habitualmente, mandou abrir uma bica para que a água não faltasse em sua casa (nenhuma das suas residências deixou de ter ao pé um chafariz ou qualquer fonte). E a BICA do MARQUÊS lá ficou, pelo menos, ao longo da RUA que o viu nascer, até aos nossos dias.
As "SECRETARIAS DO ESTADO" foram, evidentemente, atrás. E os fidalgos também: a "AJUDA" tornou-se morada natural de quem tinha conveniência em estar perto da CORTE. O hábito durou longo tempo, lá temos por exemplo, a "RUA DE DOM VASCO", a lembrar a residência de "DOM VASCO CÂMARA" CONDE DE BELMONTE.  A Quinta que cercava o Palácio deste titular foi, mais tarde, vendida e nos respectivos terrenos foi construído um BAIRRO SOCIAL que ali teve lugar nos anos 40 do século XX, com o nome de "BAIRRO DO ALTO DA AJUDA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ III ]-A REAL BARRACA ( 2 )»

LARGO DA AJUDA [ III ]

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«A REAL BARRACA ( 2 )»
 Largo da Ajuda - ( 2016 ) - ( O "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" fachada no lado Nascente e principal entrada)   in   GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - ( 2016) - ( O "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e seu jardim, no "LARGO DA AJUDA")  in  GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - ( 198-) Foto de Artur Pastor - (Panorâmica da colina da AJUDA,  onde se insere o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Largo da Ajuda - ( 195-) Foto de Judah Benoliel - (Palácio da Ajuda, arcos com nichos vazios e um vestíbulo que não chegou a ser concluído (na época), situado ao fundo do pátio depois de renovado)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in AML 
Largo da Ajuda - (195-) Foto de Judah Benoliel - ( Fotografia aérea com a Panorâmica da AJUDA, vendo-se o PALÁCIO, a IGREJA DA MEMÓRIA o MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS e a TORRE SINEIRA do Largo da Torre, o AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES e o VIADUTO DUARTE PACHECO, já construído)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML  
Largo da Ajuda - (1933) - Foto de Eduardo Portugal - (Outro aspecto junto do PALÁCIO na época, o carácter pouco citadino desta situação, completa-se através da observação de imagem na qual se identifica a fachada Sul do Palácio, e a nítida ocupação agrícola dos terrenos que o envolviam) in  AML

(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ III ]

«A REAL BARRACA ( 2 )»

Mas o que interessa salientar de momento é que, entre 1755 e 1777 - ou seja, enquanto DOM JOSÉ foi vivo - a HISTÓRIA do País passou forçosamente pela AJUDA: todas as leis, todas as determinações. mesmo todas as conspirações nasceram ou cresceram entre o "PÁTIO DAS DAMAS"e o"PALÁCIO DE MADEIRA".  ( De todas as conspirações que existiram neste reinado, não queria deixar passar, sem nos referimos a uma que marcou bastante este período;é o caso da "CONSPIRAÇÃO DOS TÁVORAS" que, segundo várias opiniões, não foi justa).
O "MARQUÊS DE POMBAL" ia ali diariamente a despacho e deslocava-se frequentemente à BAIXA para verificar o andamento dos trabalhos da reconstrução da cidade. "DOM JOSÉ" pelo contrário, segundo rezam as crónicas, só voltou a ver a zona do seu antigo palácio, quando se deslocou ao "TERREIRO DO PAÇO" para assistir à inauguração da estátua equestre ali erguida em sua honra. Embora tivessem de ver as cerimónias de uma janela sorrateiramente, bem assim como a família Real, porque quem descerrou o "MONUMENTO" ( e teve as maiores honras ) foi o «MARQUÊS DE POMBAL». Conta-se que nunca mais DOM JOSÉ saiu da AJUDA.

Com a morte de "D. JOSÉ", o exílio forçado de "SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO""MARQUÊS DE POMBAL" e, sobretudo, com a partida da família Real para o "BRASIL", o poder foi deixando a "AJUDA".
A "PRAÇA DO COMÉRCIO", entretanto, ganhara foros de sede do poder. Os vários departamentos de Governação do Reino ali se fixaram e permaneceram durante a MONARQUIA e depois na REPÚBLICA. Todo o País se habituou a falar do "TERREIRO DO PAÇO" - como causa de tudo o que acontece, mau ou bom. Da estrada esburacada ou inexistente até à fonte que está seca ou deita água imprópria, tudo é pecado do "TERREIRO" que, segundo o acusam, ignora a NAÇÃO...

No entanto os MINISTÉRIOS que foram crescendo em número e em funcionários, espalharam-se pela cidade; para a "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO", para a "PRAÇA DE LONDRES", para o"LARGO CONDE DE PENAFIEL", até para a"AJUDA", onde o "MINISTÉRIO DA CULTURA" lembrava velhos tempos do GOVERNO lá no alto.

A Majestade e simultânea graciosidade da "PRAÇA DO COMÉRCIO", a magnifica toalha líquida que lhe serve de antecâmara e as arcadas que sugerem bom acolhimento, têm proporcionado ideias várias a muitos que "sonham" ver ali desde esplanadas e galerias de arte, exposições e estabelecimentos de qualidade, ditos de "charme". Para pôr em prática essa verdadeira revolução urbana, será preciso contudo que os inquilinos mais antigos do local, os "MINISTÉRIOS", peguem nos "tarecos" e procurem casa noutros lados. Esta "antevisão" afinal, ou o que lhe queiram chamar, era escrita no ano de 2004. Doze anos depois, parece que está a realizar-se.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ IV ] A BIBLIOTECA DO PALÁCIO DA AJUDA».

LARGO DA AJUDA [ IV ]

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«A BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA»
 Largo da Ajuda - (1955) Foto 00521292 - (Vista aérea do lado Nascente do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" no século passado)   in    SIPA-MONUMENTOS 
 Largo da Ajuda - (1968) Foto de F. Gonçalves (Fachada da casa de "Alexandre Herculano" - no Largo da Torre-, onde viveu grande parte da sua vida. Em 1977 foi colocada uma lápide lembrando o centenário da morte do escritor, historiador e conservador da Biblioteca da Ajuda) in BELÉM REGUENGOS DA CIDADE
 Largo da Ajuda - Desenho possivelmente de início do século XX - (Planta dos Estacionamentos no "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA")   in  SIPA-MONUMENTOS
 Largo da Ajuda - (2006) - Foto de autor não identificado ( A "BIBLIOTECA" do PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA no século vinte e um)  in   BIBLIOTECA DA AJUDA
 Largo da Ajuda - ( 2016) - (O "LARGO DA AJUDA" e o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" , servidos por carreiras de autocarros)  in  GOOGLE EARTH 
Largo da Ajuda - (2016) - (Vista do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" no lado Nascente e fronteiro para o "LARGO DA AJUDA")   in  GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ IV ]

«A BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA» 

A "BIBLIOTECA DA AJUDA" foi construída no tempo do "MARQUÊS DE POMBAL" (1756) perto do VELHO PALÁCIO DE MADEIRA, em consequência do incêndio que devorou o "PAÇO DA RIBEIRA" e a sua Biblioteca, após o Terramoto do ano anterior.
O edifício terá sido construído em pedra e cal e situado entre o "PAÇO"e a "PATRIARCAL", estes de madeira. Dividia-se em dois corpos: um o da BIBLIOTECA propriamente dita, e o outro àquele ligado através de um passadiço que comunicava entre  edifícios, até 1877, e dava para a casa do Director. Com o desaparecimento do recheio da LIVRARIA REAL , DOM JOSÉ, constituiu um fundo para a BIBLIOTECA DA AJUDA. A compra em 1756 da colecção deixada por NICOLAU FRANCISCO XAVIER DA SILVA. No ano seguinte é negociado com um membro da família do CONDE DE REDONDO a totalidade dos manuscritos daquela casa.  Em 1760, adquiriu os livros deixados por JOSÉ FREIRE MONTARROYO MASCARENHAS. Em 1772, o bibliófilo BARBOSA MACHADO ofereceu ao Monarca os seus livros. Assim, sucessivamente a BIBLIOTECA DA AJUDA foi enriquecendo o seu património em obras de grande valor, como o arquivo e livros da CASA DE AVEIRO e os livros dos cónegos  regentes de SÃO VICENTE DE FORA, quando estes foram transferidos para o MOSTEIRO DE MAFRA.
Entraram também os manuscritos da CASA DO INFANTADO, grande parte dos livros e documentos da COMPANHIA DE JESUS, aquando da sua expulsão (incluindo originais escritos por Jesuítas da ÍNDIA e da CHINA, alguns pelo punho de SÃO FRANCISCO XAVIER, e livros de registo da correspondência da Casa professa de "SÃO ROQUE".  Dezoito volumes da chancelaria de FILIPE II com anotações do próprio REI e muita outra documentação. Embora por pouco tempo, a biblioteca beneficiou daquilo a que hoje se chama "DEPÓSITO LEGAL". Com a ida da FAMÍLIA REAL PARA O BRASIL, em 1807, o príncipe Regente ordenou a saída da BIBLIOTECA REAL, que logo começava a ser encaixotada, seguindo em três remessas. No regresso, não conseguiu o REI remeter para PORTUGAL a totalidade dos livros, por seu filho D. PEDRO o ter impedido, tendo ficado no BRASIL (onde constituíram o fundo da BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO), mais de mil manuscritos da coroa e outras preciosidades bibliográficas. O que veio ficou armazenado ou empilhado sem qualquer classificação, até que D. LUÍS, aproveitando as comemorações do TRICENTENÁRIO DE CAMÕES, destinou três salas do PALÁCIO DA AJUDA para ali instalar aBIBLIOTECA REAL.
Por ser insuficiente o espaço escolhido, foram ampliadas as instalações com mais quatro salas. Quanto à residência do director da BIBLIOTECA, ainda hoje se encontra. no "LARGO DA TORRE". Trata-se de um edifício relativamente pequeno, mas agradável, de rés-do-chão, com cinco janelas e porta de entrada na extremidade direita e 1.º andar com 6 janelas, hoje pertença da CASA PIA DE LISBOA. O hóspede mais ilustre desta casa foi sem dúvida ALEXANDRE HERCULANO, nomeado bibliotecário da BIBLIOTECA DAAJUDApelo REI DOM FERNANDO II (Cargo do PAÇO e não do ESTADO), com o fim de lhe dar uma independência modesta que o habilitasse a prosseguir livremente as suas investigações históricas.
A «BIBLIOTECA DA AJUDA», além de preciosas obras portuguesas, tem magníficos espécimes estrangeiros e uma colecção de pinturas de ópera do antigo "TEATRO DA AJUDA".
A BIBLIOTECA DO PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA está estruturada para prestar apoio aos conservadores e técnicos de MUSEU, podendo disponibilizar consultas das suas publicações a outros utilizadores mediante marcação prévia.
O seu acervo é especializado em HISTÓRIA DE ARTE e nas diferentes temáticas relacionadas com as suas colecções. Até ao momento estão catalogadas cerca de 3 350 monografias e 40 títulos de publicação periódicas.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ V ] -A TORRE DA AJUDA»

LARGO DA AJUDA [ V ]

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«A TORRE DA AJUDA »
 Largo da Ajuda - (2016) - (A "TORRE DA AJUDA" ou "TORRE DO GALO"é actualmente o "ex-líbris" da Freguesia da AJUDA)   in   GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (2016) - (A Estátua do Rei DOM CARLOS I no "LARGO DA AJUDA" foi inaugurada a 28 de Setembro de 1963. A "TORRE DA AJUDA" poderá ser vista ao fundo, por detrás das árvores)   in   GOOGLE EARTH 
 Largo da Ajuda - (2016) - Foto gentilmente cedida pela amiga HELENA AGUIAR - (Pormenor na parte de cima da "TORRE DA AJUDA", com o seu belo galo encimado por uma cruz)  in ARQUIVO/APS
 Largo da Ajuda - (2016) - Foto gentilmente cedida pela amiga HELENA AGUIAR - (A"TORRE DA AJUDA" também conhecida como "TORRE DO GALO", um pormenor da torre sineira)  in ARQUIVO/APS
 Largo da Ajuda - (2010) - ("TORRE DA AJUDA" ou "TORRE SINEIRA DA AJUDA" ou ainda "TORRE DO GALO")  in   LISBOA MONUMENTOS 
 Largo da Ajuda - (2010) - (A "TORRE SINEIRA DA AJUDA" também chamada de "TORRE DO GALO")  in  LISBOA MONUMENTOS
Largo da Ajuda - (1960?) - Foto de Arnaldo Monteiro Madureira - ("TORRE SINEIRA", construída por volta de 1792, integrava-se numa IGREJA (a Capela Real da Ajuda) destruída no século XIX. Motivado esse facto, a TORRE encontra-se isolada no espaço, apresentando um aspecto singular.)  in  BELÉM-REGUENGOS DA CIDADE 


(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ V ]

«A TORRE DA AJUDA»

Próximo da "REAL BARRACA" e outros edifícios fabricados em madeira, foi edificada a IGREJA  PAROQUIAL DA AJUDA, e que serviu de CAPELA REAL de 1792 até 1834, que tinha uma tribuna destinada à família REAL e acesso ao PAÇO.
Em 1792 sob o traçado e direcção do Arquitecto Tenente-Coronel MANUEL CAETANO DE SOUSA, era erigida a "TORRE" (única edificação em cantaria), feita em pedra de lioz, de estilo barroco e de planta rectangular, apresenta uma forma poligonal, com entrada no lado Oriental.
Esta "TORRE" conhecida por "TORRE DA CAPELA REAL DA AJUDA" ou "TORRE DO GALO", isto pelo facto de ter um cata-vento em forma de galo.   A "TORRE"é o único elemento que resta desta IGREJA, que era construída em madeira e foi demolida em 1834, por ordem do Ministro COSTA CABRAL

O acesso ao campanário é feito por uma escada interior em caracol, de 80 degraus e aberta na parte Noroeste. O andar de 8 sinos apresenta quatro aberturas estreitas e altas, e é encimado por fogaréus barrocos nos ângulos.
Os sinos foram sagrados em 25 de Março de 1793 e tocaram, pela primeira vez, no dia do nascimento da PRINCESA DA BEIRA, D. MARIA TERESA, em 29 de Abril daquele ano.(Esta princesa que mais tarde seria a viúva do Infante de ESPANHA, D. PEDRO CARLOS, que depois veio a casar com seu primo e cunhado "CARLOS V"; mãe do INFANTE D. SEBASTIÃO, filho do seu primeiro casamento).

Em Março de 1934, os sinos caíram durante um temporal, mas sem consequências graves. Permaneceram durante anos, antes de serem colocados, assentes na plataforma sineira, no alto do campanário, no 67.º degrau, acedendo por uma  escada a uma porta na face Norte, que dá para o recinto onde está instalado o relógio, com uma corda de 48 horas, que tem a inscrição; "JOZÉ DA SILVA MAFRA, O fez no anno de 1796", tem uma enorme cavidade no lado Sul para os pesos, em cuja base há uma porta para o exterior. Os sinos do relógio, um - o maior - para as horas, e os outros dois de timbre e tamanhos diferentes, para os quartos, estavam suspensos no alto da TORRE. O acesso era feito dificilmente por três escadas de madeira, a primeira das quais estava adossada à face Nordeste.

Os sinos tinham ainda as seguintes inscrições: SALVADOR DO MUNDO; Nª. Sª. DA CONCEIÇÃO; S. TOMÉ APÓSTOLOS; S. FRANCISCO DE BORJA; S. VICENTE MÁRTIR; SANTO ANDRÉ; S. ROQUE E SANTA BARBARA.

Nas faces da TORRE ainda se vê mitra patriarcal; nos quatro cantos onde deveria haver quatro fogaréus ( 1 ) , já só se encontram dois e, no alto um galo de metal sobre uma bola, rematando o conjunto uma cruz, lembra aos crentes a vigilância e a Cruz a Oração.
Esta "TORRE" exemplo da arquitectura BARROCA TARDIA, com afinidades com as TORRES laterais da IGREJA DA ESTRELA e com a "TORRE SINEIRA DAS NECESSIDADES", mais antigas, o último resto da PATRIARCAL E CAPELA REAL DAAJUDA, e sobreviveu seguramente por ser o único elemento em cantaria, dado que o restante era de madeira. Como, em 1834, a Capela foi demolida, dela só ficou a "TORRE", conhecida por "TORRE DO GALO" sendo hoje o "EX-LIBRIS" da freguesia da AJUDA.

- ( 1 ) - FOGARÉU- s.m. - facho, lumeeira, archote, fogueira, fogacho. Tijela, vaso em que se acendem matérias inflamáveis, Ornato de pedra que termina em labareda.(Arq.)

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ VI ]-O PALÁCIO DA AJUDA ( 1 )»

LARGO DA AJUDA [ VI ]

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«O PALÁCIO DA AJUDA ( 1 ) »
 Largo da Ajuda - (2016) - (Aproximação aérea do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e sua entrada a nascente)  in  GOOGLE EARTH 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida pela amiga GLORIA ISHIZAKA do Blogue CLIC PORTUGAL - (Maqueta do Real Paço da Ajuda -realizado segundo o projecto Neoclássico do Real Paço da Ajuda (1802) do Arquitecto José da Costa e Silva (1747-1819) inCLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida pela amiga GLÓRIA ISHIZAKA - (PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA, SALA DO CORPO DIPLOMÁTICO)  in CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - ( c. de 1952) Foto de António Passaporte - (PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA , SALA DE BAILE)   in     AML 
Largo da Ajuda - (195-) Joto de Judah Benoliel - (Arcos com nichos de um vestíbulo que não chegou a ser executado, ao fundo do pátio do PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA, antes de remodelado)  ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 

(CONTINUAÇÃO) - «LARGO  DA AJUDA  [ VI ]»

«O PALÁCIO DA AJUDA ( 1 )»


O "PALÁCIO DA AJUDA" foi mandado construir pelo príncipe DOM JOÃO (futuro DOMJOÃO VI) no topo da colina da AJUDA, no mesmo local onde outrora tinha existido a "REAL BARRACA"ou o"PAÇO DE MADEIRA", que foram destruídos por um incêndio no ano de 1794.
Dois anos mais tarde, em 1796, será iniciada a construção do seu substituto um Palácio de pedra e cal que viria a ser o "PALÁCIO DA AJUDA", que apesar da sua beleza estética passou a ser conhecido pelo PALÁCIO inacabado.

No início esteve à frente do projecto o Arquitecto TENENTE-CORONEL MANUEL CAETANO E SOUSA, homem responsável das obras públicas do REINO, desenhou o edifício de acordo com alguns padrões BARROCOS. Cinco anos mais tarde o projecto é entregue a dois Arquitectos formados em ITÁLIA, "FRANCISCO XAVIER FABRI"e"JOSÉ DA COSTA E SILVA", que romperam com o projecto original adaptando-o à nova linguagem neoclássica, mais depurada e de uma solenidade simples, embora o projecto de "FABRI" e "COSTA" nunca tivessem chegado inteiramente a ser concluído.

Com as invasões francesas, e a partida da CORTE para o BRASIL, em 27 de Novembro de 1807, dá-se uma paragem nas obras da AJUDA. O Arquitecto "FABRI" dirige os trabalhos entre 1813 e 1817, introduzindo novas alterações, até que em 1818 o Arquitecto "ANTÓNIO FRANCISCO ROSA" assume a condução do projecto, reduzindo ainda mais o edifício ao essencial.

Quando a família REAL regressa do BRASIL, em 1821, o Palácio ainda não estava concluído servindo apenas para albergar algumas cerimónias protocolares. Com a morte do REI DOM JOÃO VI, a infanta regente D. ISABEL MARIA (1801-1876) faz uma nova tentativa de tornar o Palácio habitável.
Juntamente com as suas irmãs "D. MARIA DE ASSUNÇÃO" (1805-1834) e"D. MARIA FRANCISCA BENEDITA" (1800-1834), escolhem este espaço para a sua residência. Sendo a primeira vez que membros da FAMÍLIA REAL habitam, verdadeiramente no "PALÁCIO DA AJUDA".

Outro protagonista do "PALÁCIO DA AJUDA" foi "DOM MIGUEL", filho de"D. JOÃO VI, e um dos herdeiros que disputavam o trono de PORTUGAL.
Como  "ABSOLUTISTA" escolheu a "SALA DAS CORTES" em 1828 para ser aclamado REI, e como residência real; as obras foram retomadas, e DOM MIGUEL chegou a habitar o PALÁCIO durante seis meses, acabando por se mudar para as NECESSIDADES, enquanto as obras progrediam. DOM MIGUEL não regressaria ao PALÁCIO DA AJUDA, pois a guerra entre irmãos interpôs-se no seu caminho.
Em 1833, a vitória LIBERAL altera o rumo dos acontecimentos, e é o irmão de "DOM MIGUEL", "DOM PEDRO" (o IV), que regressado do BRASIL, passa pela SALA DO TRONO do PALÁCIO DA AJUDA, para aí jurar aCARTA CONSTITUCIONAL em 1834.
Durante o reinado de DONA MARIA II, herdeira de "DOM PEDRO IV", o PALÁCIO DA AJUDA passa para segundo plano, fixando-se a residência da família REAL no PALÁCIO DAS NECESSIDADES. 

O PALÁCIO DA AJUDA ficava reservado para episódio especial, como a aclamação e casamento de DOM PEDRO V com DONA ESTEFÂNIA de HOHENZOLLERN - SIGMARINGEN que se realizou a 18 de Maio de 1858. O reinado de DOM PEDRO duraria, pouco tempo.  Mas o PALÁCIO DA AJUDA ficaria sempre ligado a este REI bondoso que aí recebia, com frequência, o seu e bibliotecário Real "ALEXANDRE HERCULANO. Os retratos de DOM PEDRO V e de DONA ESTEFÂNIA encontram-se condignamente expostos no PALÁCIO DA AJUDA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ VII ]- O PALÁCIO DA AJUDA (2)».

LARGO DA AJUDA [ VII ]

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«O PALÁCIO DA AJUDA ( 2 )»
 Largo da Ajuda - (1876) - (Pintura do francês JOSEPH LAYRAUD-(1833-1913) - (A família Real portuguesa, pintada pela grande e talentoso francês ; DOM LUÍS, DONA MARIA PIA, o Infante Afonso e o Príncipe Carlos) inWIKIPÉDIA
 Largo da Ajuda - (2010) - Foto de autor não identificado - ( A SALA VERDE do Palácio Nacional da Ajuda)   in   WIKIPÉDIA
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida pela amiga GLÓRIA ISHIZAKA - (Palácio Nacional da Ajuda "SALA DO DESPACHO". Nesta sala o REI concedia audiências diárias)  in   CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2014) - ( O "LARGO DA AJUDA" com o seu "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA"  in  GOOGLE EARTH 
Largo da Ajuda - (2016) - (O "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" no seu lado Nascente virado para o "LARGO")   in    GOOGLE EARTH 

(CONTINUAÇÃO) - "LARGO DA AJUDA [ VII ]"

«O PALÁCIO DA AJUDA ( 2 ) »

Era necessário esperar até ao reinado de DOM LUÍS I para o PALÁCIO DA AJUDA ganhar um novo folgo. Esta é uma das suas melhores épocas de esplendor.
Quando em 1861 o REI DOM PEDRO V sucumbe vítima de febre tifóide, o seu irmão, DOM LUÍS, sobe ao trono. Retomam-se então as obras estruturais no PALÁCIO DA AJUDA. Mas é em 1862, com o casamento de DOM LUÍS com a princesa de SABOIA, DONA MARIA PIA, que o Palácio ganha finalmente a aura e o estatuto de residência Real.

A remodelação foi entregue ao Arquitecto JOAQUIM POSSIDÓNIO NARCISO DA SILVA(1862-1865) que, seguindo de perto as instruções precisas de "DONA MARIA PIA", tornou o PALÁCIO confortável e sofisticado, pronto para ser habitado pela família Real.
Conhecida pela seu espírito caridoso, DONA MARIA PIA não deixava de ser uma princesa do seu tempo. Sensível à beleza e que gostava de rodear-se de objectos especiais. 
POSSIDÓNIO DA SILVA converteu a fachada nascente na fachada principal, e introduziu importantes alterações na disposição e decoração das salas, compartimentos e ornamentando o espaço, sempre seguido o gosto italiano da elegante princesa de SABÓIA.
As reformas estenderam-se por todo o PALÁCIO; paredes revestidas, estucadas, forradas, soalhos em "parquet" ou alcatifado. Os interiores enchiam-se de peças de requintado mobiliário, encomendados pelos monarcas recém-casados (DONA MARIA PIA deu início à moda da compra por catálogo, na época pouco comum)  ou trazidas de ITÁLIA no enxoval da rainha consorte.
O gosto burguês pela intimidade e o conforto na esfera doméstica, no auge nesta segunda metade do século XIX, estendia-se também a outras esferas da sociedade e a residência real adaptou-se aos novos tempos. Introduziram-se novos espaços de carácter mais privado e destinado ao lazer, como a SALA DE ESTAR, aSALA AZULe aSALA DEBILHAR, todas no piso térreo, onde também ficavam os aposentos da família REAL e as modernas casas de banho com águas quentes e fria.
O piso superior estava reservado ao lado mais público da vida do PALÁCIO; era aí que se desenrolavam os grandes banquetes e recepções oficiais, e também, as reuniões do CONCELHO DE ESTADO.
O PALÁCIO DA AJUDA foi sem dúvida, palco privilegiado onde se cruzaram a história, a vida pública e a vida familiar de DOM LUÍS e DONA MARIA PIA.  Foi na AJUDA que nasceram os filhos do casal. DOM CARLOS e DOM AFONSO, foi aí que passaram a sua infância e foi esta a  derradeira morada de DONA MARIA PIA em PORTUGAL. Após a morte do marido, DOM LUÍS, em 1889, a rainha-mãe permaneceria, até à sua partida para o exílio em 1911, no PALÁCIO que ajudara a construir, a seu gosto, e que por isso era a sua verdadeira casa. 
Enquanto DONA MARIA PIA aí viveu, foram feitas várias remodelações no PALÁCIO. Por exemplo para o casamento do príncipe DOM CARLOS, com DONA AMÉLIA, fizeram-se novos melhoramentos, entre eles a aquisição de novo mobiliário para a SALA DA CEIA e o revestimento da SALA DO TRONO. Este último melhoramento esteve envolto num episódio bastante caricato. A dada altura era necessário substituir a seda que revestia as paredes da SALA DO TRONO, pois já não se entrava em condições de receber altos dignitários que tantas vezes visitaram o PALÁCIO, mas a situação económica da família REAL não era das melhores. A MARQUESA DE RIO MAIOR num momento de perspicácia lembrou-se que, dada a escassez financeira, o melhor seria virar a seda do avesso, o que permitiu forrar a sala. 
Durante o reinado de DOM CARLOS, que até ser REI vivia em BELÉM, a família REAL muda-se para as NECESSIDADES, e o PALÁCIO DA AJUDA mantém-se activo apenas para cerimónias oficiais. É nos salões Nobres do PALÁCIO DA AJUDA que DOM CARLOS recebe os monarcas do seu tempo, como EDUARDO VII de INGLATERRA ou GUILHERME II da ALEMANHA. 

A 5 de Dezembro de 1903, o REI AFONSO XIII de ESPANHA visita PORTUGAL e é no PALÁCIO que se realiza um jantar de gala em  honra do monarca.
Ainda hoje o PALÁCIO DA AJUDA continua a ser palco de recepções oficiais a grandes figuras de ESTADO que visitam o nosso país. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ VIII ] O PALÁCIO DA AJUDA ( 3 )».

LARGO DA AJUDA [ VIII ]

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«O PALÁCIO DA AJUDA ( 3 )
 Largo da Ajuda - (2016) - ( O "LARGO DA AJUDA" no centro com a estátua do rei DOM CARLOS I feita pelo escultor "TEIXEIRA LOPES" in  GOOGLE EARTH 
 Largo da Ajuda - (2016) - ( O "LARGO DA AJUDA" seu Jardim no centro com a estátua de bronze com pedestal em pedra do REI DOM CARLOS I)     in     GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - ( 2016) - ( A parte de trás , zona Poente do Palácio que ainda não foi concluída)  in GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (1964) Foto de Garcia Nunes - ( Cerimónias de Inauguração da Estátua do REI DOM CARLOS I no "LARGO DA AJUDA")   in    AML 
Largo da Ajuda - (28-09-1963) Foto de Garcia Nunes - ( Guarda de Honra no "PALÁCIO DA AJUDA", no acto de inauguração da estátua do REI DOM CARLOS I)  in    AML 


(CONTINUAÇÃO)- LARGO DA AJUDA [ VIII ]

«O PALÁCIO DA AJUDA ( 3 ) »


Numa brevíssima viagem ao passado, lembre-se a história desta construção que domina a parte Ocidental de LISBOA, está implantado numa plataforma horizontada artificialmente, em zona de forte declive, possuindo uma excelente vista sobre o RIO TEJO e a BARRA DE LISBOA.
A fachada principal encontra-se virada para o amplo "LARGO DA AJUDA", rectangular conformado, no topo este por casas de habitação e no restante por muro e por árvores de grande porte fronteiro ao PALÁCIO, uma estrada, pavimentada a paralelo e basalto, entre a qual se desenvolve duas zonas ajardinadas, com relvado e algumas árvores. 

No topo da via uma ROTUNDA, no centro da qual se encontra uma estátua de bronze do "REI DOM CARLOS I", com pedestal em pedra. A obra foi executada pelo escultor "TEIXEIRA LOPES". O monumento deve-se à iniciativa estatal e foi inaugurada em 28 de Setembro de 1963, o plinto apresenta, na face principal, virada a nascente, a coroa Real e a inscrição "D. CARLOS I REI DE PORTUGAL (28.09.1863-01.02.1908)".

Tudo começou com com o desejo de DOM JOÃO V de estender os domínios da COROA para o arrabalde de BELÉM. Por ali comprou, o monarca três quintas, pensando construir residência de Verão, mas tudo foi ficando (já nessa altura), em projecto.
Assim, só com DOM JOSÉ começou a história a valer. Este soberano apanhou um tremendo susto com o terramoto que destruiu meia LISBOA, do qual escapou por andar passeando por terras de BELÉM. Achou assim segurar a colina da AJUDA, que ficara ilesa do cataclismo, e lá mandar construir o seu PAÇO, inteiramente de madeira para que, se viesse a abater, não soterrasse os seus ocupantes.

Ali fixou residência o soberano, obrigado na prática a que os fidalgos da CORTE passassem a morar nas imediações; o próprio SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO, futuro MARQUÊS DE POMBAL, lá arranjou casa. DOM JOSÉ I manteve-se na sua "REAL BARRACA" até à morte, ocorrida e, 1777.
Embora de madeira por fora, o PAÇO DA AJUDA continha riquezas no seu interior: tapeçarias, bons móveis, pinturas, tudo o que convinha a uma residência REAL. No entanto, um fogo tudo consumiu em 1794, já reinava nessa altura DONA MARIA I.
O "PALÁCIO DA AJUDA" começou a ser construído em 1795, após o incêndio que destruiu o "PAÇO DE MADEIRA". no "ALTO DA AJUDA". Colaboraram no inicio da construção os Arquitectos: MANUEL CAETANO E SOUSA (1795-1802) e FRANCISCO XAVIER FABRI (1801-1817), tendo a primeira pedra sido colocada por DOM JOÃO VI, ainda príncipe, a 9 de Novembro de 1795. Tendo começado logo a grande série de interrupções nas obras: em 1807, aquando das INVASÕES NAPOLEÓNICAS, a CORTE partiu para o BRASIL, pararam os trabalhos; recomeçados com o regresso, deixaram a casa habitável, mas voltaram a parar em 1833. Depois entrou-se num "para-arranca", com mais "para" do que "arranca" até aos dias de hoje.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [IX]-O PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO ( 1 )».

LARGO DA AJUDA [ IX ]

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«PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO( 1 )»
 Largo da Ajuda - (2016) - (Panorâmica do "PALÁCIO DA AJUDA", Largo da Ajuda, Largo da Torre e Estátua do Rei Dom Carlos no centro do Largo)   in   GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (2012)- Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (Palácio Nacional da Ajuda "SALA DO TRONO", que durante dois séculos esta foi a sala da alta representação da nação)  in  CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - ( Palácio Nacional da Ajuda, "SALA DOS ARCHEIROS" - Quando um novo Embaixador chegada a PORTUGAL, tinha de apresentar ao REI as suas credenciais) in  CLIC PORTUGAL
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (Estátua na entrada do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" representando a "INOCÊNCIA" de Barros Laborão (filho) - este escultor filho de outro grande escultor J.J. de Barros Laborão-pai, trabalharam em várias esculturas para o engrandecimento deste PALÁCIO. O autor de "INOCÊNCIA" e também criador de "HUMANIDADE", revela-se dentro de um gosto novo que exprime com elegância rara nas suas duas obras)  in   CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (Estátua no átrio do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" representando a "CONSIDERAÇÃO" in  CLIC PORTUGAL
 Largo da Ajuda - ( 19--) Foto de autor não identificado - ( O "PALÁCIO DA AJUDA", a "SALA DE TRONO") ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Largo da Ajuda - (2016) - Foto gentilmente cedida pela amiga HELENA AGUIAR - (Parte do Corpo Central do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" na parte de cima rematada por "Frontão Triangular", com as armas reais ao centro, ladeadas por duas figuras femininas representando a simbologia Nacional )  in  ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ IX ]

«O PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO( 1 )»

De arquitectura residencial, neoclássica, o  PALÁCIO REAL de planta rectangular simples, desenvolvendo-se em quatro alas em torno de pátio rectangular, possuindo, nas alas NORTE e SUL, pequenos pátios interiores. Fachada em cantaria calcária, evoluindo em dois e três pisos, aproveitando o desnível acentuado do terreno.
 Divididos por entablamentos e com diferentes ordens arquitectónicas, mas de base toscana, possuindo mezzanino, no último ou no primeiro piso, rematando em entablamento e platibanda balaustrada, ostentando panóplias sobre os corpos torreados que flanqueiam a fachada principal.
Esta apresenta o primeiro piso forrado a silharia, dando um aspecto rústico, com arcadas de acesso ao pátio, através de um amplo vestíbulo coberto por abóbodas de arestas e assentes em pilares toscanos; no segundo piso, surge varanda balaustrada, para onde abrem portas-janelas rectilíneas, envolvidas por arcos de volta perfeita, rematando em frontão triangular sem retorno. 
O pátio é simples, tendo as alas laterais rasgadas por vão rectilíneos com molduras recortadas, algumas rematadas por cornija. 
O interior possui, em cada ala, escadaria de aparato, antecedida por amplo vestíbulo, que dá acesso aos vários pisos, marcados por dependências de ambos os lados e corredor central.
 A zona museológica do PALÁCIO REAL apresenta pisos em "parquet", paredes pintadas ou forradas a seda, com lambris de madeira pintada de branco e dourado, ostentando tectos com pinturas neoclássicas, originais, ou pinturas do final do século XIX.

Edifício de planta rectangular irregular, formando quatro alas, encontrando-se a do lado Oeste incompleta, em torno de um amplo pátio quadrangular, pavimentado a CALÇADA À PORTUGUESA, formando desenhos geométricos.
 As várias alas têm ocupações distintas, sendo  parte delas a ESTE e a SUL ocupadas pela exposição MUSEOLÓGICA do PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA.

De massas simples e articuladas, de disposição horizontal, possui coberturas diferentes em telhados de duas águas. O edifício evolui em dois e três pisos adaptando-se ao declive do terreno, com mezzanino. Fachadas em cantaria de calcário Lioz  aparente, com remates do entablamento.

Fachada principal virada a Nascente, de disposição simétrica, com corpo central rematando em frontão triangular sem retorno, em cujo tímpano surgem as figuras de, que centram, a que sucedem dois panos reentrantes e, nos exteriores dois corpos torneados rematados em platibanda e panóplias.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ X ] O PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO ( 2 )».

LARGO DA AJUDA [ X ]

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«PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO(2)»
 Largo da Ajuda - (2016) - (O "LARGO DA AJUDA" ao fundo o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", tendo a sua construção sido iniciada em 1795 com algumas paragens por meio, embora ainda hoje se encontre por concluir)  in     GOOGLE EARTH 
 Largo da Ajuda - ( 2012 ) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (A escadaria que dá acesso ao andar Nobre do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" in CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - ( Palácio Nacional da Ajuda, a "SALINHA VERDE", pequena antecâmara que dá acesso aos corredores interiores) in  CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - ((Palácio Nacional da Ajuda, "SALA DE MÁRMORE" , sala com plantas exóticas, uma fonte ao centro com mobiliário original dando-lhe um ambiente de tranquilidade)  in   CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (c. de 1927) Foto de António Passaporte - Neste vestíbulo do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" existe 26 estátuas, mais duas na Sala dos Archeiros, de diversos artistas, algumas sem dúvida da autoria do Mestre MACHADO CASTRO ) ( ABRE EM TAMANHOGRANDE)  in  AML 
Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (Abóbada do átrio de acesso à porta principal do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA")  in CLIC PORTUGAL 

(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ X ]

«O PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO(2)»

O corpo central possui dois pisos, o inferior rasgado por três arcos de volta perfeita, a que se endossam sete colunas toscanas que sustentam um entablamento em que se apoia a varanda do segundo piso, com guarda balaustrada e para onde se abre, três PORTAS-JANELAS de verga recta, com molduras simples, encimadas por friso de festões e um tímpano de troféus que se liga a pequena abóbada de apainelados, envolvida por arco de volta perfeita, que descarrega em colunas TOSCANO-JÓNICAS( 1 ), com festões entre as volutas do capitel; as janelas são divididas por seis colunas TOSCANO-JÓNICAS, surgindo, entre as exteriores, duplas, vãos elípticos de arejamento. Cada um dos panos intermédios possui dois pisos e MEZANINO( 2 ), divididos em oito panos de duas ordens de pilastras, as inferiores toscanas e as superiores TOSCANAS-JÓNICAS; no piso inferior, oito janelas de peitoril com moldura recortada, que se prolongam em falso brinco e rematadas em cornijas, surgindo, no superior, o mesmo número de janelas de varandim , com MODINATURAS( 3 ) semelhantes e guardas balaustradas, sobrepujadas por oito janelas rectangulares.  O Torreão têm três pisos divididos por entablamento, apresentando as faces tripartidas, divididas por pilastras toscanas e TOSCANAS-JÓNICAS, no intermédio; no primeiro piso, surgem três janelas de peitoril no primeiro, com moldura recortada e remates em cornijas angulares nas exteriores e curvas nas interiores; no piso intermédio, três janelas de peitoril, semelhantes às anteriores, encimadas por vão quadrangulares, surgindo, no quarto piso, três janelas de varandim.
Na fachada lateral esquerda, virada a SUL, com três pisos, em cada um dos quais se rasgam dezanove janelas, numa sucessão semelhante à da fachada principal, surgindo na base, uma série de nichos, que compensam o desnível do terreno.

A fachada posterior inacabada, possuindo vestígios de várias dependências e algumas janelas de peitoril, tendo ao centro três arcos de volta perfeita, assentes em pilares toscanos almofadados, de acesso ao pátio central surgindo, recuada, parede de alvenaria de tijolo, rebocada e com vãos retilíneos rasgados, com molduras simples em cantaria. Ambas as fachadas possuem nichos de arco de volta perfeita rasgados, os do lado OESTE vazios e os do lado oposto, inseridos em amplo vestíbulo com abóbadas de arestas apoiadas em pilares toscanos, possuem 26 estátuas de mármore, algumas assinadas e datadas.

- ( 1 ) - TOSCANO-JÓNICAS - Toscanoadj. ( do Ital. Toscano) Relativo à Toscana. à sua arquitectura. - JÓNIO, adj. ( do LAT. ionicus ). Relativo à JÓNIA, que vem da JÓNIA, que se imitou dos JÓNIOS.

- ( 2 ) - MEZANINO -  (do italiano MEZZANINO - Andar pouco elevado, entre dois andares altos/ Pequenas Janelas dessa espécie de andar / Janela de porão de edifício.

- ( 3 ) - MODINATURA - (do ital.  modanatura) s. f. conjuntos das molduras de uma construção, segundo o carácter das ordens arquitectónicas.

COMO CURIOSIDADE

Os materiais para esta grande construção eram provenientes de :

"PEDRA"que vinha de MONSANTO, a"AREIA" do ALFEITE, a "CAL" era cozida em "ALCÂNTARA", o"TIJOLO" originário de ALHANDRA, a "PEDRA CALCÁRIA" de PEROPINHEIRO", BELAS, VILA  CHÃ e MONSANTO.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ XI ] O PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO ( 3 )».

LARGO DA AJUDA [ XI ]

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«PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO (3)»
 Largo da Ajuda - (2016) - ( O "LARGO DA AJUDA", ao fundo, o "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" e no lado esquerdo a estátua do REI DOM CARLOS I) in  GOOGLE EARTH
 Largo da Ajuda - (2012) Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - "SALA DE BILHAR" do PALÁCIO DA AJUDA. O Rei D. Luís era grande frequentador desta sala, instalada no andar superior)  in    CLIC PORTUGAL  
 Largo da Ajuda - ( 2012 ) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (A "SALINHA CHINESA" do Palácio da Ajuda, era a primeira Sala por onde passavam os convidados. Aspecto de um BIOMBO Chinês)   in CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (Pormenor do "Contador Chinês" e "jarras Chinesas na "SALINHA CHINESA" do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA")   in  CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHJZAKA - (Palácio da Ajuda " SALA DE JANTAR" onde  desde 1886, a Rainha  " DONA MARIA PIA DE SABÓIA"gostava de jantar)  in  CLIC PORTUGAL 
Largo da Ajuda - (c. 1952) Foto de António Passaporte - "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", "SALA DO CORPO DIPLOMÁTICO" (Postal).   in   AML 

(CONTINUAÇÃO)- LARGO DA AJUDA [ X I ]

«PALÁCIO DA AJUDA SUA ARQUITECTURA E DECORAÇÃO(3)»


No vestíbulo,   situam-se os acessos ao          PALÁCIO, à BIBLIOTECA e à GALERIA DE EXPOSIÇÕES,  através de escadas de  cantaria e de arcos de volta perfeita.           O pátio, bastante amplo e com pavimento  em calçada portuguesa, tem duas alas  (NORTE e SUL) regulares com quatro pisos.   O inferior e o mezanino revestido a silharia  fendida, surgindo os demais divididos em   13 panos por pilastras toscano-jónicas. No piso inferior,   rasga-se um portal central   em arco de volta perfeita,   flanqueado por amplas      janelas rectilíneas, encimadas por   janelas quadrangulares; nos pisos superiores, janelas     de varandim com moldura simples e remate   em cornija, com guarda  balaustrada, encimada   por janelas de peitoril com molduras recortadas.
A ala SUL possuí, no lado direito, uma segunda porta de verga recta, de acesso a serviços da Direcção Geral.
INTERIOR composto por alas de salas intercomunicantes, com corredor central, onde se situam as escadas e elevadores.

Na zona do PALÁCIO, surge, um piso inferior, uma sucessão de salas museulizadas, iniciando-se por um lanço de escadas ladeadas por dois nichos, onde surgem duas esculturas a representar a JUSTIÇA e a PRUDÊNCIA, que ligam à SALA DOS ARCHEIROS.
Sucede-se a pequena SALA DO PORTEIRO DA CANA, aSALA DAS TAPEÇARIASESPANHOLAS, ANTE CÂMARA DA SALA DO DESPACHO também denominada, SALADO RETRATO DE DOM CARLOS ou SALA DE DOM SEBASTIÃO. ASALA DODESPACHO, aSALA DOS CONTADORES, também denominada, SALA DA TALHA ou SALA DAS CÓMODAS. ASALA DE MÚSICA, possui tecto rectilínio pintado em tons de sépia, Branco Dourado, com oito medalhões a representar as armas de PORTUGAL, as dos DUQUES DE BRAGANÇA e as cruzes das ORDENS MILITARES.
O QUARTO DO REI DOM LUÍS, é percorrido por lambrim de madeira almofadada, pintada de branco e dourado. A ANTECÂMARA DO QUARTO REAL apresenta lambrim pintado, encimado por friso ornado por elementos fitomórficos enrolados, que centram vasos da flores. A SALA AZUL, oGABINETE DE CARVALHOé a sala anexa, que serve de sala de fumo. O JARDIM DE INVERNO, aSALA SAXE que tem as paredes forradas a seda.  A SALA VERDE revestida a seda verde, com tecto pintado de branco. A SALA COR DE ROSA, oQUARTO DA RAINHA, aCASA DE JANTAR DA RAINHA encontra-se totalmente revestida a talha em branco. A SALA DE BILHAR, ATELIER DE PINTURA DO REI, com várias obras do Rei DOM CARLOS I.
A BIBLIOTECA, SALA DE TRABALHO DO REI, aSALA DAS INICIAIS L.M. de"LUIS I ede MARIA PIA". A SALA CHINESA, SALA IMPÉRIO, SALA DO RETRATO DA RAINHA, SALA DOS GOBELINS, SALA DO CORPO DIPLOMÁTICO, a SALA DO TRONO, a SALADE BAILE está anexa à anterior com as paredes forradas a seda vermelha.  A SALA DA SEIAapresenta uma cena alegórica que presta tributo a DOM JOÃO VI. 

Este edifício neoclássico da primeira metade do século XIX, foi residência oficial da família real portuguesa e de uma forma continuada a partir do reinado de DOM LUÍS (1861-1889) ao final da Monarquia, em 1910.
Após 1862 com a rainha DONA MARIA PIA DE SABÓIA (1847-1911), o PALÁCIO terá ganho mais vida renovada. 
A disposição e decoração das SALAS que ainda hoje se mantém, a cargo do Arquitecto JOAQUIM POSSIDÓNIO DA SILVA(1806-1936), acompanhou as normas de conforto e higiene características da segunda metade de oitocentos.
Em 1910, instalada a REPÚBLICA e exilada a família Real, encerrou-se o PALÁCIO.
Aberto ao público como MUSEU em 1968, o PALÁCIO conserva ainda hoje a disposição e decoração dos aposentos tipicamente oitocentistas.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DA AJUDA [ XII ] EPISÓDIOS DE BASTIDORES NO PALÁCIO DA AJUDA».

LARGO DA AJUDA [ XII ]

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«EPISÓDIOS DE BASTIDORES NO PALÁCIO DA AJUDA»
Largo da Ajuda - (19--) Foto de Paulo Guedes - (PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA, fachada virada para o "LARGO DA AJUDA") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in AML 
 Largo da Ajuda - (c. de 1952) Foto de António Passaporte (Postal) - (Palácio Nacional da Ajuda, a "SALA DOS ARCHEIROS)  in  AML 
 Largo da Ajuda - (2012) Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - ("PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", "SALA DA MÚSICA". A MÚSICA era uma das distracções preferidas da família Real. Revelavam os jornais que quase todos os dias se podia ouvir concertos neste PALÁCIO)    in    CLIC PORTUGAL 
 Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAKA - (O vestíbulo  do "PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA", com numerosas estátuas e seu chão de "calçada à portuguesa)  in   CLIC PORTUGAL 
Largo da Ajuda - (2012) - Foto gentilmente cedida por GLÓRIA ISHIZAHA - ("PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA" Uma das estátuas do Átrio do Palácio, representando a «DILIGÊNCIA») in  CLIC  PORTUGAL 


(CONTINUAÇÃO) - LARGO DA AJUDA [ XII ]

«EPISÓDIOS DE BASTIDORES NO "PALÁCIO  DA AJUDA"»

Obviamente, foi no tempo de DOM LUÍS e DONA MARIA PIA que ficaram as maiores recordações do PALÁCIO, transformado em casa viva nesse período. Alguns episódios ficaram mesmo anotados em livros, com relevo para o relato feito por um "velho servidor doPaço", VITAL FONTES. este homem, que acabou os seus dias numa casinha da AJUDA (onde havia de ser?), cometeu a façanha de estar ao serviço do Palácio Real (depois) presidenciais, desde os últimos tempos de D. PEDRO V até ao MARECHALCARMONA. Discreto e respeitador, foi possível, mesmo assim, a um jornalista arrancar-lhe algumas confissões.
Contava ele, por exemplo, que a rainha DONA MARIA PIA teve, a princípio alguma dificuldade se relacionar com o feitio de DOM LUÍS, sobretudo porque este até ao nascimento dos príncipes, parecia não renunciar a algumas aventuras amorosas.
Outro narrador chega mesmo a dizer que, quando amuava com o marido, a rainha se punha diante de uma vidraça que em breve estava embaciada com o bafo; aproveitava então para escrever com o dedo no vidro sempre a mesma frase: «não gosto do Luís».
Mas o gosto pela arte, entre outros factores, unia o casal. A música e a pintura constituíam gostos comuns.
Conta "VITAL FONTES"que DOM LUÍS era "um bom garfo", tendo a particularidade de fazer acompanhar as refeições com muito pão e manteiga.
Célebre ficou a antipatia que a rainha nutria pelo "DUQUE DE SALDANHA". Este, com o seu feitio intranquilo e pleno de rompantes, entrou uma vez, já noite alta, pelo PALÁCIO DAAJUDA, pretendendo falar com o REI para este depor o GOVERNO. Ouvindo barulhos estranhos, DONA MARIA PIA apareceu, de roupão, a saber o que se passava. Percebendo o insólito da situação, "chispou" de cólera e invectivou o marido: «Vossa Majestade não manda fuzilar este homem?». Foi DOM LUÍS que acalmou os ânimos, dizendo para a mulher: «Que ideia, fuzilar o Marechal SALDANHA!».  Aliás. tempos depois, era SALDANHA deposto.
Como se disse, depois da morte de DOM LUÍS, ficaram no Palácio a rainha viúva e seu filho DOM AFONSO. Era este homem dotado de bom feitio e bonomia, apaixonado por desportos e pelo nascente automobilismo. de uma vez, ao entrar na AJUDA, tinha sido rendida a sentinela e esta era agora desempenhada por um soldado novato. Vendo aquele janota de chapéu "`as três pancadas", o galucho pediu-lhe: «o senhor, que deve trabalhar aqui, é que me podia avisar quando chegasse o senhor infante». "Então nãooconhece?", perguntou DOM AFONSO. Ante a negativa, informou o magala: «Pois está nasua frente e seria bom deixa-lo passar». Só então o pobre soldado atentou nas feições do sujeito que entrava.
Ainda valeu, que o Infante não aparecesse, como sucedia frequentemente, com as roupas e as mãos todas sujas de óleo do carro, ao qual dispensava boa parte do seu tempo.

EM FORMA DE RESCALDO

O PALÁCIO sofreu grande susto em 1974 quando um incêndio destruiu parte da ala NORTE. Vários planos surgiram para o acabar, o mais recente dos quais será  o do arquitecto GONÇALO BYRNE. Tem existido novos melhoramentos, manutenção adequada, mas o PALÁCIO ainda mantêm por finalizar o lado POENTE. [FINAL]

BIBLIOGRAFIA

- ACTAS da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa - 1943-1974 - Volume 1- C.M.L. - Coordenação e Concepção da Edição - Agostinho Gomes, Paula Machado, Rui, Pereira e Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA - Livro IX-VEGA-1993- LISBOA.
BELÉM Reguengo da Cidade -C.M.L. Cood. de Maria do Rosário Santos Bonnevile-Edicções AS - 1990 - LISBOA.
- CADAVAL, Diana de - Palácios e Casas Senhoriais de Portugal - Esfera do Livro-2015.
- Dicionário Enciclopédico Lello Universal - Vol I- Lello & Irmão- 1976 - PORTO.
- DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE LISBOA-Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL -José Correia do Souto-Vol. I Rep. ZAIROL.LDA.-1983 - LISBOA.
- JANEIRO, Maria João - LISBOA HISTÓRIA E MEMÓRIAS- Livros Horizonte-2000-LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSE - Direcção Editorial - Leonel de Oliveira-1994-LISBOA.
- OLHARES DE PEDRA -Global Notícias Publicações, Lda. - 2004 - LISBOA.

INTERNET

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA
CLIC PORTUGAL
LISBOA MONUMENTOS-


(PRÓXIMO)«LARGO TRINDADE COELHO [ I ]-O SÍTIO DE S. ROQUE 
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