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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VII ]

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RUA CHABY PINHEIRO
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (A entrada para a "RUA CHABY PINHEIRO", junto do CAMPO PEQUENO in  GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2007) - ( Panorama das AVENIDAS NOVAS onde está inserida a RUA CHABY PINHEIRO)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (Um troço da RUA CHABY PINHEIRO voltada para o seu final, junto do apeadeiro de "ENTRECAMPOS")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (A RUA CHABY PINHEIRO visto da parte Norte, junto ao apeadeiro de "Entrecampos", com a Praça de touros do CAMPO PEQUENO no fundo)  in GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (Publicado em 1925 uma colecção da autoria de AMARELHE sob a direcção de Mário Duarte) (CHABY PINHEIRO, depois de ter sido um amador distinto, estreou-se no Teatro D. MARIA II com a Empresa ROSAS & BRAZÃO, numa peça em um acto "O TIO MILHÕES") inARQUIVO DIGITAL
 Rua Chaby Pinheiro - (1924) (Prato esculpido pelo Mestre Teixeira Lopes, em molde de cera, retratando o actor "CHABY PINHEIRO")  in  MASSARELOS - OLX
 Rua Chaby Pinheiro - ( 1925 ) - (Em 1925, estreou-se no Teatro POLITEAMA com a peça "O LEÃO DA ESTRELA" de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos. Esta peça original era representada pela primeira vez pela Companhia CHABY PINHEIRO. Faziam parte da Companhia os actores: Chaby Pinheiro, sua esposa Jesuína de Chaby, Emília de Oliveira, João Silva, Helena de Castro e outros.) in   MEMÓRIAS DE OUTRO TEMPO
Rua Chaby Pinheiro - (1925) (Programa de "O LEÃO DA ESTRELA" representação teatral no POLITEAMA com Direcção e Encenação de CHABY PINHEIRO)  in MEMÓRIAS DE OUTRO TEMPO

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VII ]

«RUA CHABY PINHEIRO»

A "RUA CHABY PINHEIRO" pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA" que pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, juntamente com a freguesia de SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA, resultou na actual freguesia de «AVENIDAS NOVAS».
A rua tem início no CAMPO PEQUENO número 12, finaliza junto do apeadeiro de ENTRECAMPOS.
Converge para esta artéria no seu lado direito, a "RUA ISIDORO VIANA" (Francisco IsidoroViana, fundador da casa bancária Fonsecas, Santos & Vianna, Fundador e Presidente do Conselho de Administração da Companhia dos Tabacos de Portugal).
Por Edital de 17 de Abril de 1934 o topónimo foi atribuído à "RUA-A" da antiga "QUINTA DO VIANINHA".

ANTÓNIO AUGUSTO DE CHABY PINHEIRO (Lisboa-12.01.1873 - 06.12.1933-Algueirão).
Nasceu no número 53 da RUA DE SÃO JULIÃO em LISBOA, frequentou a ESCOLA MODERNA e o LICEU FRANCÊS.
CHABY PINHEIRO acaba por ir trabalhar como funcionário dos CORREIOS e TELÉGRAFOS. Matricula-se ainda no INSTITUTO INDUSTRIAL e depois no CURSOSUPERIOR DE LETRAS, embora tivessem ficado incompletos, pela sua falta de assiduidade.
Começa a fazer teatro de amador, principalmente recitando poemas ou monólogos, ganhando assim, alguma notoriedade no meio teatral. É convidado pela COMPANHIA ROSAS & BRAZÃO que, na altura era concessionária do TEATRO D. MARIA II, para se tornar profissional. Foi assim que a 10 de Outubro de 1896, pisa o palco do Rossio na comédia alemã "O TIO MILHÕES" (desempenhando o papel de AUGUSTO LITZMAN).
Foi o início de uma brilhante carreira de interprete, que se irá prolongar até 1931, trabalhando em várias Companhias e tendo ele próprio fundado a sua.
Representa ainda no D. MARIA II na época seguinte, "A IMACULADA"de ABEL BOTELHO, e "O REGENTE"de MARCELINO MESQUITA, ambas de 1897. A Companhia ROSAS &BRAZÃO deixa o NACIONAL em 1898 e transita para o TEATRO D. AMÉLIA na RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO, (Teatro que mais tarde seria nomeado de"REPÚBLICA" e, numa derradeira alteração, passou a chamar-se SÃO LUÍS), resultado desta mudança CHABY PINHEIRO, foi dispensado do NACIONAL.
No ano seguinte ingressa na COMPANHIA LUCINDA SIMÕES, participando na célebre "tourenée" em que se apresenta "A CASA DA BONECA" de IBSEN estreada em COIMBRA, faz depois uma digressão triunfal que culmina com uma temporada em LISBOA, no TEATRO GINÁSIO, com a peça"DEMI-MONDE", de ALEXANDRE DUMAS e"TERESARAQUIN", deÉMILE ZOLA.
Associado então à COMPANHIA CREMILDA DE OLIVEIRA-CHABY PINHEIRO que, em LISBOA, fica sediada no TEATRO AVENIDA, embora eles trabalhassem frequentemente no PORTO, e e, digressão pelas províncias e no BRASIL.
No início de 1925 CHABY PINHEIRO regressa ao palco do TEATRO NACIONAL, para interpretar o papel que fora do actor JOÃO ROSA numa reposição de "O ABADECONSTANTINO", de H. CRÉMIEUX e P. DECOURCELLE. Ainda nesse ano organiza uma companhia no POLITEAMA e estreia"O LEÃO DA ESTRELA"de ERNESTO RODRIGUES, FÉLIX BERMUDES e JOÃO BASTOS, que durante os 3 meses de Verão, esgotou as lotações do POLITEAMA.
Desloca-se mais uma vez ao BRASIL onde obtém grandes êxitos e óptimos lucros. Disse o próprio CHABY; "que o LEÃO aguentou-se em mais de cem representações". Em 1927 existem referências muito elogiosas a CHABY na Imprensa de S. PAULO. No início da década seguinte ingressa na COMPANHIA LUCÍLIA SIMÕES-ERICO BRAGA, no TEATRO DA TRINDADE, onde são representadas variadíssimas peças. 
Em Agosto de 1931 adoece gravemente e tem de se afastar dos palcos. Parece estar em plena recuperação, quando aceita, a 2 de Dezembro de 1933, recitar alguns monólogos do seu reportório numa colectividade em MEM MARTINS-ALGUEIRÃO. O público acorre em tal número e recebe-o com tal entusiasmo que o debilitado actor tem uma forte comoção que lhe desencadeia uma congestão cerebral. CHABY PINHEIRO faleceu no ALGUEIRÃO a 6 de Dezembro de 1933.
Este actor, demasiado forte e memorável, cuja a fama continuou como uma lenda, e perdura mesmo já quase não existindo possivelmente, qualquer pessoa que o tenha visto trabalhar em palco, a homenagear o seu valor, tem um "CINE-TEATRO CHABY", para glorificar seu nome na vila do ALGUEIRÃO e uma RUA na freguesia das AVENIDAS NOVAS em LISBOA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VIII ]-RUA HELENA FÉLIX(1)».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VIII ]

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RUA HELENA FÉLIX ( 1 )
 Rua Helena Félix - (2014) - (Entrada para a RUA HELENA FÉLIX, junto da AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS) inGOOGLE EARTH 
 Rua Helena Félix - (2007) - (Foto panorâmica da antiga freguesia do Campo Grande, onde está inserida a RUA HELENA FÉLIX)  in GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix -(2014) (A RUA HELENA FÉLIX com percurso para a direita e esquerda)  in GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (Um troço da RUA HELENA FÉLIX no lado direito) in GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (Século XX) - (Retrato de HELENA FÉLIX nos anos sessenta do século vinte) in  RUA DOS DIAS QUE VOAM
Rua Helena Félix - (1954) - Cartaz do filme "QUANDO O MAR GALGOU A TERRA" de Henrique Campos, onde HELENA FÉLIX teve a sua participação. Estreou-se no cinema a 27 de Abril de 1954) inDO TEMPO DA OUTRA SENHORA


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES  [ VIII ]

« RUA HELENA FÉLIX ( 1 ) »

A "RUA HELENA FÉLIX" pertencia à freguesia do CAMPO GRANDE, hoje com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, juntamente com as freguesias de S. JOÃO DE BRITO e ALVALADE, passou a designar-se por «ALVALADE». Tem início na AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS.
Pela acta Nº4  de 30 de Abril de 1992 a COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA emitiu parecer favorável, propondo que o nome da actriz seja atribuído ao arruamento designado por "Impasse Um à AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS" (junto ao número 34-A), situado nas imediações do Teatro, que passará a denominar-se por: RUA HELENA FÉLIX - ACTRIZ -(1920-1991).
«MARIA HELENA DE CARVALHO FÉLIX», nasceu na cidade do PORTO em 10 de Abril de 1920, tendo falecido no ano de 1991.
Foi uma actriz do Teatro e do Cinema português. A música e o canto foram a sua grande paixão de infância, desta ilustre portuense que viria a brilhar nos palcos do teatro, na segunda metade do século XX.
No início dos seus estudos, os pais, matricularam-na no CONSERVATÓRIO DE MÚSICADO PORTO, onde estudou canto durante dois anos. Mas a música a as cantigas acabariam por abrir-lhe as portas do Teatro.
A sua estreia deu-se no Teatro em LISBOA, com pouco mais de vinte anos, integrada num espectáculo musical, e durante quatro anos andou pela opereta e pela revista, em busca de uma permanência nos palcos. A tarefa não foi fácil, um longo e duro caminho teve de percorrer, esta talentosa actriz que esteve na origem de uma das mais importantes Companhias de sempre do teatro independente: O TEATRO - ESTÚDIO DE LISBOA.

O Teatro de Revista era para ela a sua principal experiência, quase sempre com simples quadros, no entanto ia acalentando o sonho de uma oportunidade no teatro declamado.
HELENA FÉLIX já em 1941 entrava numa revista "O JOGO DA LARANJINHA" de Fernando Santos, Almeida Amaral, Xavier de Magalhães e Lourenço Rodrigues. Foi musicada por JAIME MENDES, FREDERICO VALÉRIO e FERNANDO GUIMARÃES, com estreia no TEATRO DA TRINDADE. No ano de 1945 seguiu-se "ALTO LÁ COM O CHARUTO" de José Galhardo, Luís Galhardo, Vasco Santana e Carlos Lopes, com música de Raul Ferrão e Fernando de Carvalho, foi representado no "PARQUE MAYER"no TEATRO VARIEDADES".
Um dos  sucessos patrocinados também com HELENA FÉLIX, ao lado de MIRITA CASIMIRO e EUGÉNIO SALVADOR, tinha a revista o nome de "O TICO-TICO" de Amadeu do Vale, António Cruz, Manuel Santos Carvalho e Lourenço Rodrigues, com música de Raul Ferrão, Jaime Mendes e João Nobre, foi um êxito de representação no TEATROMARIA VICTORIA no ano de 1948. Foi nesta revista que FERNANDA BAPTISTA interpretou também  o seu maior êxito, o «FADO DA CARTA», da autoria de João Nobre e Armando do Vale.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[IX]-RUA HELENA FÉLIX(2)».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]

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RUA HELENA FÉLIX ( 2 )
 Rua Helena Félix - (2014) - (A saída da RUA HELENA FÉLIX" para a AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS)  in GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (A RUA HELENA FÉLIX no final do lado direito in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (A RUA HELENA FÉLIX no final do lado esquerdo, junto de parques privados)  inGOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (24 de Setembro de 2012) Foto de João Francisco (O que resta do "TEATRO VASCO SANTANA", antigo estúdio da RTP e Teatro-Estúdio de Lisboa, na antiga FEIRA POPULAR de ENTRECAMPOS, encerrada em 2003) in  BECO DAS BARRELAS
Rua Helena Félix - (1948) - (HELENA FÉLIX na revista "O TICO-TICO" representada no TEATRO MARIA VICTORIA em 1948 com MIRITA CASIMIRO e EUGÉNIO SALVADOR) in HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]

«RUA HELENA FÉLIX ( 2 )»

Em consequência dos bons resultados obtidos nos seus trabalhos, o empresário ROBLESMONTEIRO convidou-a para umas representações na cidade do PORTO, integrada na COMPANHIA DO TEATRO NACIONAL D. MARIA II, com a peça "AS MENINAS DAFONTE DA BICA", mas este trabalho ficaria sem efeito, no entanto acabaria por chegar essa oportunidade.
HELENA FÉLIX partiu para PARIS. Por lá se especializou o mais que lhe fora possível, no regresso teve um convite para integrar o elenco da peça "MISS BABEL", no TEATRO DA TRINDADE, onde trabalha ao lado de PALMIRA BASTOS.
Veio depois "O NINHO DE ÁGUIAS" e o ingresso durante onze anos na Companhia do TEATRO D. MARIA II.
Realizou-se ainda uma tentativa isolada de reatar a tradição das Revistas de Carnaval, com o "PONTO DE VISTA" de Varela Silva com música de LUCIEN DONNAT no NACIONAL, em que se caricaturavam as personagens da peça que a companhia então representava ("VISTA DA PONTE" de ARTHUR MILLER), com intervenção de MARIANA REY-MONTEIRO, LURDES NORBERTO, HELENA FÉLIX, EURICO BRAGA e RAUL DE CARVALHO.
No inicio dos anos sessenta vai para LONDRES, durante três anos estuda numa das melhores escolas londrinas. Quando regressa a PORTUGAL procura um teatro disponível para trabalhar e receber a sua COMPANHIA DE TEATRO - "O TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA". Encontrou um espaço na FEIRA POPULAR DE LISBOA, ate então utilizado como estúdio de Televisão.
Com seu repertório, criteriosamente escolhido, pretendia alertar consciências e, devido a essa manifesta intenção, a Companhia teve sempre grandes problemas com a censura. A Censura do velho regime não perdoavam a ousadia do TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA e tornavam a sua vida num verdadeiro inferno. Mesmo assim ainda foram representadas: "AS MÃOS DE ABRAÃO ZACUT" de Sttal Monteiro em 1969, "A LOUCA DE CHAILLOT" de JEAN GIRAUDOUX e"QUEM É ESTAMULHER"de MARGUERITE DURAS (que valeram a HELENA FÉLIX, o prémio LUCINDA SIMÕES para melhor actriz de 1968 e 1970, que escaparam também ao filtro apertado dos "sensores", juntando-se um reportório sério e exigente das obras de: SHAKESPEAR, TCHEKOV, STRINDBERG ou ARNOLD WESKER.
HELENA FÉLIX teve ainda algumas participações em filmes portugueses "QUANDO O MAR GALGOU A TERRA"(1950) de Henrique Campos, "OS TOUROS DE MARY FOSTER" de Henrique Campos e "O MAL AMADO", onde a actriz deixou bem vincada para a posteridade a marca da sua imensa dedicação à arte de representar. 

Após 12 anos a sua fundação, o TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA, teve de fechar as portas, face a enormes dificuldades, apesar de já no tempo da revolução do 25 de Abril de 1974. HELENA FÉLIX começa afastar-se aos poucos. No ano de 1985 aceitou voltar ao cinema para fazer "A NOITE E AMADRUGADA"(1985) drama de ARTUR RAMOS, fechando assim o seu percurso da sétima arte.
Mas seria injusto esquecer o contributo de tantos artistas secundários que à revista e ao cinema, emprestaram o seu talento a sua presença insinuante, como, entre outras, a HELENA FÉLIX. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]-RUA EUGÉNIO SALVADOR»

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ X ]

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RUA EUGÉNIO SALVADOR
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (A RUA EUGÉNIO SALVADOR o seu final liga com a ESTRADA DO PAÇO DO LUMIAR)  in GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (Entrada para a RUA EUGÉNIO SALVADOR no antigo Bairro da Horta Nova)  in GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (Um troço da RUA EUGÉNIO SALVADOR na freguesia de CARNIDE)  in GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador- (2014) - (Um troço da RUA EUGÉNIO SALVADOR e sua ligação com a RUA VIRGÍLIO MARINHO)  in GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) - (Panorâmica de parte da freguesia de CARNIDE onde está inserida a RUA EUGÉNIO SALVADOR) inGOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (1952) Cartaz do filme "OS TRÊS DA VIDA AIRADA" de PERDIGÃO QUEIROGA, com a participação de EUGÉNIO SALVADOR)  in  OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
Rua Eugénio Salvador - (1935) Desenho de Júlio Sousa ("EUGÉNIO & LINA" num dos bailados na revista "MILHO REI" de Rodrigo de Melo, Manuel Caiola, L. Ferreira, Fernando Santos e A. Amaral. Musica de Fernando Guimarães, Rafael Medina, J. Mendes e Frederico Valério apresentado no Teatro MARIA VITÓRIA no ano de 1935)  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA. 

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ X ]

«RUA EUGÉNIO SALVADOR»

A «RUA EUGÉNIO SALVADOR» pertence à freguesia de «CARNIDE». Está instalada na antiga "RUA - A"do"BAIRRO DA HORTA" (troço compreendido entre a "ESTRADA PAÇO DO LUMIAR"e o LOTE 11). O referido topónimo foi atribuído pela Acta 5/93 de 04 de Junho de 1993 da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA, tendo sido marcada a cerimónia e o descerramento da placa, para o dia 29 de Novembro de 1993 às 16,00 horas. Assim, esta rua terá o seu início junto da RUA VIRGÍLIO MARTINHO e finaliza na ESTRADA PAÇO DO LUMIAR.
«EUGÉNIO SALVADOR MARQUES DA SILVA» nasceu em LISBOA a 31 de Março de 1908 e faleceu também em LISBOA, a 1 de Janeiro de 1992.
Foi um actor bastante dinâmico na comédia revisteira, embora a sua primeira actividade artística tenha começado como dançarino, tendo passado também pelo desporto, como jogador de futebol, fazendo parte da equipe principal do "SPORT LISBOA E BENFICA".
Casou com "LINA DUVAL" de quem teve um filho de nome ANTÓNIO MANUELSALVADOR MARQUES. Com sua mulher, formou um par em dança denominado "EUGÉNIO & LINA".
Formou-se no Conservatório e profissionalizou-se em 1927 na comédia, género que nunca mais abandonaria. Figura notável do Teatro de Revista, tendo representado mais de cem peças e nos anos 50, introduzido um novo alento de parcerias com outros autores e interpretes de nomeada.
Data de 1930 a sua primeira interpretação no cinema, uma rábula ao lado do grande CHABY PINHEIRO e da actriz BEATRIZ COSTA em"LISBOA, CRÓNICA ANEDÓTICA"de LEITÃO DE BARROS, tendo participado em mais de 20 longas-metragens.
A Companhia que EUGÉNIO SALVADOR manteve no TEATRO MARIA VITÓRIA de 1953 a 1961, assume a dupla função de actor-produtor e dirige com outros actores os Teatros; APOLO e MARIA VITÓRIA.
Normalmente quase todos os grandes actores dessa época e algumas das maiores vedetas internacionais, passaram pelos elencos dos espectáculos que produziu naquelas salas. ANTÓNIO SILVA; BEATRIZ COSTA; IRENE ISIDRO; HUMBERTO MADEIRA; MAX; CAMILO DE OLIVEIRA e RAUL SOLNADO, foram alguns dos actores que contracenaramcom Eugénio Salvador, nessas produções.
Passaram pelo "TEATRO MARIA VITÓRIA" (que, no minúsculo palco se conseguia "Milagres" no dizer de PAVÃO DOS SANTOS) o teatro mais antigo do "PARQUEMAYER" tendo sido inaugurado no ano de 1922. As REVISTAS, como actor-produtor e em algumas no texto - MILHO REI(1935); ANIMA-TE ZÉ(1935);O QUE SE LEVA DESTA VIDA(1949); SEMPRE EM FESTA(1950)Teatro VARIEDADES; Ó ROSA ARREDONDA A SAIA(1952) de "Velhos e Novos"-Amadeu do Vale, M. Santos Carvalho, Eugénio Salvador e R. Martins, com música de FERNANDO CARVALHO e A. TAVARES BELO; CANTIGAS Ó ROSA(1953) de "Novos e Velhos" - A. do Vale, Eugénio Salvador, R. Martins e Pedro Teixeira, música de Fernando de Carvalho, José Nobre, Tavares Belo e Melo Júnior,(apresentava como vedeta HELGA LINÉ, faziam ainda parte do elenco TERESA GOMES, ANTÓNIO SILVA, COSTINHA, HUMBERTO MADEIRA e MAX) ; SAIASCURTAS(1953); CALA O BICO(1954); FESTA É FESTA(1955); FONTELUMINOSA(1956) no COLISEU DOS RECREIOS; Ó ZÉ APERTA O LAÇO(1955); PERNAS À VELA(1958); TACO A TACO(1960); PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO!(1967) eTOMA LÁ REVISTA(1987) entre muitas outras.
NO CINEMA, quando podia, também fez alguns registos: 
CAIS DO SODRÉ(1946) de Alejandro Perla. no elenco além de EUGÉNIO SALVADOR, BARRETO POEIRA, COSTINHA e VIRGÍLIO TEIXEIRA; FADO-HISTÓRIA DE UMACANTADEIRA(1947) de Perdigão Queiroga, com AMÁLIA RODRIGUES, ANTÓNIO SILVA, RAUL DE CARVALHO, VASCO SANTANA e VIRGÍLIO TEIXEIRA; "SONHARÉFÁCIL"(1951) de Perdigão Queiroga, com LAURA ALVES, ANTÓNIO SILVA, EMÍLIOCORREIA, MANUEL SANTOS CARVALHO e VASCO SANTANA;"ERAM 200IRMÃOS(1952) de Constantino Esteves, Fernando Garcês e Armando Vieira Pinto, no elenco LUCÍLIA SIMÕES, EUGÉNIO SALVADOR, HUMBERTO MADEIRA, RUY DECARVALHO e VASCO SANTANA; "O DESTINO MARCA A HORA(1970) de Henrique Campos com TONY DE MATOS, ISABEL DE CASTRO etc. Uma comédia no cinema com "A MALUQUINHA DE ARROIOS"(1970) de Henrique Campos, no elenco ALINA VAZ, ARTUR SEMEDO, HELENA ISABEL, EUGÉNIO SALVADOR e IVONE SILVA. E o último filme em que EUGÉNIO SALVADOR participou chamava-se "AQUI D' EL-REI"(1992) de António Pedro de Vasconcelos, um filme de argumento histórico, tinha no elenco além de SALVADOR, FERNANDO MENDES, JOSÉ VIANA, RAUL SOLNADO e VARELA SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]-RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA» 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]

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RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA ( 1 )
 Rua Actor António Silva - (2014) (A RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA vista da ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES)  in GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (2014) (Vista Panorâmica da freguesia do LUMIAR onde está inserida a RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA)  in GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - ( Um troço da RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA na freguesia do LUMIAR)  in GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (1931) (Na "REVISTA VIVA O JAZZ!" no teatro Maria Vitória em 1931 reunia nomes prestigiados da Revista e de cena declamada como: Costinha, Maria Matos e ANTÓNIO SILVA) in HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua Actor António Silva - (1935) (Colecção Cinemateca) - (Cartaz do filme AS PUPILAS DO SENHOR REITOR de Leitão de Barros baseado no romance de JÚLIO DINIS - No elenco: Joaquim Almeida (reitor), Maria Matos (srª. Joana), ANTÓNIO SILVA (João da esquina), Leonor d'Eça (Margarida), Maria Paula (Clara), Oliveira Martins (Pedro), Paiva Raposo (Daniel) e Lino Ferreira (João Semana).) in AMOR DE PERDIÇÃO





 Rua Actor António Silva - (1942) (Cartaz do filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" com Maria das Neves, Vasco Santana, ANTÓNIO SILVA, Ribeirinho, Laura Alves, Barroso Lopes e Carlos Alves -Música de Frederico de Freitas - Argumento diálogos e produção de António Lopes Ribeiro, realização de Francisco Ribeiro (Ribeirinho). Estreou-se no Cinema ÉDEN em 23 de Janeiro de 1942) in RESTOS DE COLECÇÃO

Rua Actor António Silva - (1942) - (ANTÓNIO SILVA numa cena do filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" . -Deste... já não há mais! Dizia no filme o "EVARISTO".) inOS ANOS DE OURO DO CINEMA 

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]

«RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA ( 1 )»

A «RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA» pertence à freguesia do «LUMIAR». Começa na ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES, 2 e finaliza na RUA CIPRIANO DOURADO.
Na Acta Nº 102 de 16 de Junho de 1971 e por despacho do Presidente da Comissão Consultiva Municipal de Toponímia, solicitando a indicação de nome para identificar o arruamento de ligação entre a ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES e a antiga ESTRADA DE TELHEIRAS (hoje RUA CIPRIANO DOURADO), situado a topo do CAMPO GRANDE. A COMISSÃOé de parecer que o arruamento indicado seja atribuído a seguinte denominação: RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA(1886-1971).

«ANTÓNIO MARIA DA SILVA» nasceu em LISBOA, a 15 de Agosto de 1886, no seio de uma família humilde, ainda jovem, teve vários empregos. Principiou a trabalhar como marçano, depois empregado duma retrosaria e, durante anos, caixeiro duma drogaria.
Com apenas 16 anos já assistia a todas as peças que passavam no TEATRO D. AMÉLIA (actual S. LUÍS), na RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO (antiga RUA DO TESOURO VELHO).
Tirou o Curso Comercial e frequentou diversos grupos cénicos amadores.
Pelo ano de 1907, fez interpretações sonoras (sincronização atrás da tela) dos artistas que actuavam em filmes mudos, projectados no SALÃO IDEAL DO LORETO.
A sua verdadeira estreia dá-se em 1910 com a peça "O NOVO CRISTO" de Leon Tolstoi, no "TEATRO DA RUA DOS CONDES", integrado na COMPANHIA DE ALVES DA SILVA/ADELINA NOBRE.
Entre 1913 e 1921, viaja pelo BRASIL em "tournée", com a Companhia de ANTÓNIO DESOUSA, onde se estreia no mundo cinematográfico em "CONVÉM MARTELAR" e"CORAÇÃO DE GAÚCHO" 
Em 1920 casa-se com JOSEFINA SILVA. Em Maio de 1986, a Cinemateca Brasileira confirma à Cinemateca Portuguesa a inexistência de qualquer material referente a estes dois filmes, especificando - quanto ao primeiro - que a pista do negativo em nitrato se perdeu na produtora Carioca, por volta de 1950. 
Só em 1921 depois de regressar do BRASIL, iniciou uma lenta ascensão, apenas vencendo o apagamento após a sua verdadeira estreia no cinema, no elenco principal de A CANÇÃO DE LISBOA. Em 1928 na Companhia SATANELLA/AMARANTE, na peça de teatro ligeiro e de revista, onde se destaca com ÁGUA-PÉ ( 1 ) (a sua primeira experiência no Teatro de Revista). Até 1932 vai fazendo várias revistas no TEATRO VARIEDADES e no MARIA VITÓRIA, uma delas"VIVA O JAZZ!" ( 2 )
Acaba de chegar ao topo do cinema português depois de passar por outras Companhias Teatrais, como as de LOPO LAUER", ANTÓNIO DE MACEDO, COMEDIANTES DE LISBOA e VASCO MORGADO.
Em 1933, figura, então no elenco do principal filme "A CANÇÃO DE LISBOA" de COTTINELLI TELMO, onde interpretou o alfaiate "Caetano".  Numa sua entrevista ANTÓNIO SILVA terá dito: "quando me entregaram o papel para estudar, achei que se podia fazer alguma coisa mais do que estava indicado. Comecei a alvitrar uma cena, mais outra alteração, a acrescentar coisas que não estavam no texto, sempre com o agrado do realizador. Ao receber depois o ordenado, tinham aumentado a importância, atendendo à minha colaboração".
E a partir daqui, participa em mais de trinta filmes, variando entre papeis cómicos e dramáticos, criando personagens inesquecíveis.
No ano de 1935 nas "PUPILAS DO SENHOR REITOR" de Júlio Dinis, realizado por LEITÃO DE BARROS, pela primeira vez na tela, tem uma personagem muito característica o "JOÃO DA ESQUINA", confirmando as suas extraordinárias qualidades cinematográficas. Este filme foi estreado no CINEMA TIVOLI (Lisboa) a 1 de Abril de 1935. No filme "O BOCAGE" (1936) do mesmo LEITÃO DE BARROS, ANTÓNIO SILVA convence uma vez mais plenamente. Em 1937  LEITÃO DE BARROS volta a confiar-lhe a ingrata caracterização do americano "Mr. SCORT"em"MARIA PAPOILA". Dois anos depois é chamado para interpretar o empresário "GOUVEIA"na"VARANDA DOS ROUXINÓIS"(1939).

- ( 1 ) - Na Revista "AGUA-PÉ"AMARANTE confiou-lhe o papel de "ZÉ DOS PATACOS", que foi finalmente reconhecido por toda a gente, marcando o início duma carreira gloriosa, que não sofreria eclipses durante mais de 60 anos.

- ( 2 ) - A revista "VIVA O JAZZ!" de L. Ferreira, Silva Tavares, Fernando Santos, V. de Matos Sequeira, Acúrcio Pereira, Luna de Oliveira e L. Lauer. Música de J. Mendes, estreada no Teatro MARIA VITÓRIA em 1931, reunia nomes prestigiados da revista e da cena declamada como: Costinha. Maria Matos e ANTÓNIO SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XII ]-RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA (2)». 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XII ]

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RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA (2)
 Rua Actor António Silva - (2014) - (A "RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA" vista da "RUA CIPRIANO DOURADO" na freguesia do LUMIAR) in GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (2014) - (Um troço da "RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA" ao fundo a "ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES")  in GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (2007) - (A "RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA" e a vista superior do viaduto da Estação do Metro do "CAMPO GRANDE")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (1943) Autor do cartaz PACHECO (Cartaz do filme "O COSTA DO CASTELO" de Artur Duarte, segundo a peça do mesmo nome de JOÃO BASTOS. No elenco: Maria Matos, António Silva, Milú, Fernando Courado Ribeiro e Teresa Casal) in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Actor António Silva - (1944) - (Cartaz do filme "A MENINA DA RÁDIO" de Artur Duarte. No elenco: Maria Matos, António Silva, Teresa Casal, Óscar de Lemos, Maria Eugénia, Fernando Courado Ribeiro, Maria Gabriela, Maria Olguim e Ribeirinho)  in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua Actor António Silva - (1947) (Cartaz do filme "O LEÃO DA ESTRELA" de Artur Duarte. No elenco: ANTÓNIO SILVA, Milú, Laura Alves, Artur Agostinho, Maria Olguim, Cremilda de Oliveira, Óscar Acúrcio e Erico Braga) in RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) -RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XII ]

«RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA ( 2 )»

Em 1940, ANTÓNIO SILVA desempenha o papel de ferrador "TEOTÓNIO" no filme "JOÃORATÃO" de Jorge Brum do Canto, com alguns outros populares actores como; SANTOS CARVALHO, o "tendeiro",  "ÁLVARO DE ALMEIDA" o "farmacêutico", e "COSTINHA" o "ervanário" um elenco humorístico, precioso do filme, dizia "EUGÉNIO NAVARRO" o cronista do jornal "A VOZ" nessa época.
O "FEITIÇO DO IMPÉRIO" (1940) de António Lopes Ribeiro, dizia o "DIÁRIO DE LISBOA" que ANTÓNIO SILVA sempre natural, no seu processo cómico.
Em 1941, como "Evaristo" em  "O PÁTIO DAS CANTIGAS" de Francisco Ribeiro (Ribeirinho), no ano de 1942 fez uma intervenção especial no filme "LOBOS DA SERRA" de Jorge Brum do Canto, "Fernando Fragoso" em "ANIMATÓGRAFO" diz: "que gostou de ver ANTÓNIO SILVA fora dos papeis caricaturais que ultimamente vem desempenhado".
Em 1943, ANTÓNIO SILVA compôs a figura de "Simplício Costa" como um dos elementos decisivos para o sucesso de "O COSTA DO CASTELO", de Artur Duarte, tendo RAUL FARIA DA FONSECA no"DIÁRIO DE NOTÍCIAS" reconhecido que "demonstra agora conhecer muito melhor as características da interpretação cinematográfica. Progrediu muito e, à parte o seu "COSTA" optimista, representa uma bela vitória".
Por esta altura, ANTÓNIO LOPES RIBEIRO desafia-o para o seu primeiro papel dramático.
O "JOÃO DA CRUZ"em"AMOR DE PERDIÇÃO"(1943). Vinte anos depois confidenciava "ANTÓNIO SILVA":"Aquele ferrador fez-me recear... E saiu como pôde ver. Gosto bastante daquela interpretação. Passado tanto tempo, ainda sinto um especial carinho pela figura". Em 1944 ganha o prémio ACTOR DO ANO, do SNI-Secretariado Nacional da Informação, pelo seu desempenho em "A MENINA DA RÁDIO"(1944)de Artur Duarte, no papel do pasteleiro "CIPRIANO".
É nesse ano que faz a sua entrada para a COMPANHIA DE ANTÓNIO E FRANCISCOLOPES RIBEIRO, COMEDIANTES DE LISBOA, em cujo elenco inicial figuraram: LUCÍLIA SIMÕES; MARIA LALANDE; ASSIS PACHECO; JOÃO VILLARET eANTÓNIO SILVA, que nele permaneceu até 1946.
No primeiro ano, participa "NÃO O LEVARÁS CONTIGO"; "O JOGO DAS ESCONDIDAS", de Ruy Correia Leite, "MISSE BA", de Rudolf Besier e "A ROSA ENJEITADA" de D. João da Câmara.
Em 1945 com os COMEDIANTES DE LISBOA: "O REI" de Robert de Flers, "FANNY"; "A MENSAGEIRA DE DEUS"; "PIGMALIÃO", de Bernard Shaw, em que atinge o ponto mais alto da sua carreira com a interpretação da personagem de "ALFRED DOOLIRTE".
No ano de 1950 forma uma SOCIEDADE ARTÍSTICA que explorou o TEATRO APOLO durante dois anos, em que participaram actores como: IRENE ISIDRO; LAURA ALVES; RIBEIRINHO; BARROSO LOPES e CARLOS ALVES. Trabalhou com LEITÃO DE BARROS, JORGE BRUM DO CANTO, ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, ARTUR DUARTE, CONSTANTINO ESTEVES e PERDIGÃO QUEIROGA, alguns dos realizadores com que se cruzou durante mais de 30 anos de cinema. 
 "O LEÃO DA ESTRELA"(1947) de Artur Duarte, "O FADO-HISTÓRIA DE UMACANTADEIRA"(1947) de Perdigão Queiroga, são alguns dos filmes onde a sua interpretação é notável. O seu último filme terá sido "O SARILHO DE FRALDAS" de Constantino Esteves com ANTÓNIO CALVÁRIO e MADALENA IGLESIAS. Trabalhou ainda até ao ano de 1966 no TEATRO ABC" na revista "ADÃO E ELA" de Rogério Bracinha, José Augusto Ramos, e Badaró, terá sido a última aparição teatral de ANTÓNIO SILVA, que nesse ano - em que completava 80 anos de idade - se reformou. Faleceu no dia 3 de Março de 1970. Um dos segredos de ANTÓNIO SILVA consiste em dizer os maiores disparates com ar sério e natural deste mundo. Nunca se descompunha e, por isso, tornava o riso mais fácil.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XIII]-RUA ACTOR EPIFÂNIO»

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIII ]

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RUA ACTOR EPIFÂNIO
 Rua Actor Epifânio - (depois de 1971) (Imagem da Placa Toponímica Tipo IV, da RUA ACTOR EPIFÂNIO(1813-1857) na freguesia do LUMIAR)  in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Actor Epifânio - (2007) (Vista Panorâmica da freguesia do LUMIAR onde está inserida a RUA ACTOR EPIFÂNIO) in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor Epifânio - (Século XX) - ( Um troço da Rua Actor Epifânio ) in TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Actor Epifânio - (2014) - (A RUA ACTOR EPIFÂNIO com início na ESTRADA DO DESVIO) inGOOGLE EARTH
 Rua Actor Epifânio - (2014) - ( A RUA ACTOR EPIFÂNIO na freguesia do LUMIAR) inGOOGLE EARTH
Rua Actor Epifânio - (2014) (O final da "RUA ACTOR EPIFÂNIO" forma um beco sem saída)  in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIII ]

«RUA ACTOR EPIFÂNIO»

A «RUA ACTOR EPIFÂNIO» pertence à freguesia do «LUMIAR».  Começa na ESTRADADO DESVIO, em frente ao número 206 e não tem saída.
Este topónimo já anteriormente atribuído a um arruamento projectado, mas que não chegou a ter execução. A COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA, na sua "Acta Nº 101 de 19 de Março de 1971", formulou o parecer que o nome do ACTOR EPIFÂNIO passa-se a denominar o arruamento "QUARTA T.F. da ESTRADA DO DESVIO", pelo topónimo "RUA ACTOR EPIFÂNIO (1813-1857), tendo passado a ter existência oficial pelo Edital de 26 de Março de 1971.

«EPIFÂNIO ANICETO GONÇALVES» nasceu em LISBOA  a 07 de Abril de 1813 e faleceu também em LISBOA a 15 de Outubro de 1857.
No passado dia 7 de Abril de 2014 passaram 201 anos sobre o nascimento deste actor do século XIX.
EPIFÂNIO, homem do teatro estreou-se no TEATRO DO SALITRE em 1832, em "O TRIBUTO DAS CEM DONZELAS", num período em que o teatro português atravessava uma das fases mais difíceis do seu desenvolvimento. O grupo de actores em actividade era constituído por gente de pouca cultura, sem ninguém com qualificações suficientes e capaz de assumir uma direcção competente dos espectáculos.
As grandes preocupações dos actores resumiam-se à  necessidade de "pisar bem, saber  quadrar-se bem, saber gesticular, saber cair bem e saber recuar". A declamação, por sua vez era lastimável. Estando ciente desta realidade o jovem EPIFÂNIO decide incentivar "EMILE DELOUX", "actor de uma prestigiada troupe francesa em digressão pelo nosso país", a aceitar o desafio de ALMEIDA GARRETT de ficar em LISBOA e fundar uma COMPANHIA PORTUGUESA DE TEATRO.
EPIFÂNIO, nome que ficaria para a história do TEATRO PORTUGUÊS, integrou desde a primeira hora o elenco daquela Companhia que viria a ter sede no TEATRO DA RUA DOSCONDES, convertendo-se no mais acérrimo defensor da nova escola de representação francesa. Quando DELOUX decide voltar ao seu país, EPIFÂNIO, homem dotado de superior inteligência, possuída de grande carisma e espírito de liderança, não só deu continuidade ao trabalho do mestre como o superou em ousadia e inovação. A burguesia lisboeta era arrastada até aquele velhinho teatro, com a curiosidade de ver em cena, Cavalos e Camelos, de forma a rivalizar com o circo (espectáculo das grandes multidões da época).
E bem depressa o Teatro se transformou no divertimento por excelência dos burgueses alfacinhas. Embora as péssimas condições dos teatros, apesar disto tudo, o teatro passou a ser o centro da vida citadina.
O TEATRO D. MARIA II é inaugurado em 1846 (onde se juntava meia LISBOA para dizer bem do próximo e mal do afastado, e saber as últimas novidades do mundo político e financeiro).
EPIFÂNIO foi o primeiro director, sócio, ensaiador e um dos mais bem pagos actores do TEATRO D. MARIA II, onde foi encontrar as condições materiais e de espaço para se tornar no maior encenador. Lança-se na produção de espectáculos de grande montagem, cuidando ele próprio de todos os aspectos técnicos e artísticos, bem como da formação de novos actores. EPIFÂNIO passa onze anos da sua vida no TEATRO fundado pelo seu particular amigo ALMEIDA GARRETT, vivendo os maiores êxitos como actor e director, mas aguentando também as críticas mais violentas que à época eram normais numa sociedade em grande transformação.
EPIFÂNIO era um homem de forte estatura e também de grande sobranceria, mas doce e solidário com os colegas de profissão. Dizia-se que quando não estava no palco, no seu gabinete de trabalho ou no camarim, passeava no ROSSIO a admirar o frontispício do D.MARIA II, com seu olhar de profunda melancolia.
Ficam registados os mais diversos escritos e suas criações nos espectáculos "OTRAPEIRO DE LISBOA"de Bayard, "O TEMPLO DE SALOMÃO" um drama francês que MENDES LEAL traduzira, e se estreara em 1849 neste TEATRO, numa aparatosa encenação de EPIFÂNIO, e fora reposto na temporada seguinte mas sem os Camelos que tinham figurado na primeira e triunfal série de representações. Ainda o "ALFAGEME DE SANTARÉM" (no papel de FOLIÃO DIAS) de ALMEIDA GARRETT, "RUYBLAS" de VICTOR HUGO e"FREI LUÍS DE SOUSA" (no papel de TELMO) também de GARRETT.
EPIFÂNIO foi distinguido com uma condecoração (o hábito de Cristo), atribuído em Fevereiro de 1839 pelo REI D. FERNANDO II.
Em 1857 a cidade de LISBOA é varrida por uma epidemia de febre-amarela. O filho mais novo do actor  é contagiado e o actor passa noites inteiras à sua cabeceira, sem dormir. Mas o rapaz não resiste. E EPIFÂNIO acaba também ele por sucumbir à febre, e assim desaparecia um verdadeiro ícone do TEATRO PORTUGUÊS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIV ]-RUA ANTÓNIO VILAR».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XIV]

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ANTÓNIO VILAR
 Rua António Vilar - (2014) (O início da RUA ANTÓNIO VILAR no novo bairro dos actores da AMEIXOEIRA) inGOOGLE EARTH 
 Rua António Vilar - (2007) - (Vista Panorâmica da freguesia de SANTA CLARA onde está inserida a RUA ANTÓNIO VILAR)  in  GOOGLE EARTH
 Rua António Vilar - (2014) - (Um troço da RUA ANTÓNIO VILAR na freguesia de SANTA CLARA) in GOOGLE EARTH
 Rua António Vilar - (2014) - (Vista da parte final da RUA ANTÓNIO VILAR no Bairro dos Actores da AMEIXOEIRA) in GOOGLE EARTH
 Rua António Vilar - (década de quarenta do séc. XX) (O galã do cinema português ANTÓNIO VILAR)  in TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua António Vilar - (1945) - (O filme A VIZINHA DO LADO uma realização de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO em 1945. Elenco: LUCÍLIA SIMÕES; HORTENSE LUZ; MADALENA SOTTO; CARMEM DOLORES; NASCIMENTO FERNANDES; ANTÓNIO SILVA; RIBEIRINHO e ANTÓNIO VILAR) inRESTOS DE COLECÇÃO
 Rua António Vilar - (1945) - (Uma cena com CARMEM DOLORES e ANTÓNIO VILAR no filme A VIZINHA DO LADO(1945) de António Lopes Ribeiro, adaptação da comédia de ANDRÉ BRUN) in OS ANOS DE OURO DO CINEMA
Rua António Vilar - (1946) - (ANTÓNIO VILAR na personagem de CAMÕES no filme do mesmo nome, realizado por ANTÓNIO LOPES RIBEIRO)  in OS ANOS DE OURO DO CINEMA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIV ]

«RUA ANTÓNIO VILAR»

A «RUA ANTÓNIO VILAR» pertencia à freguesia da "AMEIXOEIRA", com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2013 e juntamente com a antiga freguesia da "CHARNECA", passou a denominar-se freguesia de «SANTA CLARA».
Começa na AVENIDA GLICINIA QUARTIN (ou na Azinhaga das Galinheiras?) e finaliza na RUA 1 DE MAIO - QUINTA DO GRAFANIL.
Por proposta do olisipógrafo APPIO SOTTOMAYOR enquanto membro da COMISSÃOMUNICIPAL DE TOPONÍMIA, propôs o nome deste actor para vir a figurar na toponímia de LISBOA, o que aconteceu por Edital de 14 de Julho de 2004, numa artéria nova do BAIRROMUNICIPAL DA AMEIXOEIRA, iniciando assim, mais um BAIRRO DE ACTORES.

«ANTÓNIO VILAR», actor de seu nome completo ANTÓNIO VILAR JUSTINIANO DOS SANTOS, nasceu em LISBOA na freguesia de ALCÂNTARA a 31 de Outubro de 1912 e faleceu em MADRID no dia 15 de Agosto de 1995.
Na sua época foi o mais internacional galã do cinema Nacional. Estudou no LICEU PEDRONUNES e no INSTITUTO COMERCIAL DE LISBOA (na RUA DAS CHAGAS).
Participou no filme A SEVERA de LEITÃO DE BARROS em 1931 como figurante e veio a estrear-se nesse mesmo ano no TEATRO D. MARIA II na peça ROMANCE.
No ano de 1934 entra no filme GADO BRAVO de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO que havia sido colega no LICEU PEDRO NUNES, tendo desempenhado as mais variadas funções, desde assistente a caracterizador. Em 1940 no filme FEITIÇO DO IMPÉRIO, igualmente de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO.
Com "O PÁTIO DAS CANTIGAS"em 1942 de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, ANTÓNIOVILAR no papel de "Carlos Bonito" (ao lado de vários actores de renome), começou uma carreira que o elevaria a primeira figura de cartaz em PORTUGAL e no Estrangeiro, onde contracenou com vedetas célebres.
A sua actuação no filme CAMÕES de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO em 1946, mereceu-lhe o prémio de melhor interprete. Em 1947 fixou residência em ESPANHA.
Na década de 50 era cotado como um dos mais disputados galãs do cinema europeu.
ANTÓNIO VILAR deu a sua colaboração nos filmes: AMOR DE PERDIÇÃO(1943) de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO; INÊS DE CASTRO(1945) de LEITÃO DE BARROS; A VIZINHA DO LADO(1945) de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO e MANTILHA DE BEATRIZ(1946) do realizador espanhol EDUARDO GARCIA MAROTO, que em 16 de Agosto desse ano, estreava no cinema TRINDADE.
ANTÓNIO VILAR entrou em imensos filmes em ESPANHA, FRANÇA, ITÁLIA, ARGENTINA e BRASIL, isto entre 1946 e 1978, protagonizou cerca de 40 filmes em castelhano, e contracenou com nomes do estrelato internacional como: ANNA KARINA; BRIGITTE BARDOT; JOAN FONTAINE; MARIA FÉLIX e ORSON WELLES, entre outros.
Já nos seus anos finais acalentou a ideia de custear o projecto da realização de um filme abordando a epopeia de FERNÃO DE MAGALHÃES, tendo até mandado construir uma réplica da embarcação "NAU TRINIDAD".
Esta réplica, após o falecimento de ANTÓNIO VILAR, foi oferecida à "COMISSÃO NACIONAL DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XV]-RUA JOSÉ VIANA ( 1 )». 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XV ]

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RUA JOSÉ VIANA ( 1 )
 Rua José Viana - (2014) - (A entrada Norte para a RUA JOSÉ VIANA, entre os dois blocos a rua central pertence a outro actor "Arnaldo Assis Pacheco")  in GOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (2007) - (Panorama da antiga freguesia da "AMEIXOEIRA" onde se insere a "RUA JOSÉ VIANA")  in GOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (2014) (Um troço da "RUA JOSÉ VIANA" de Sul para Norte) in  GOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (1962) - Foto da colecção de APS (Uma das cenas da opereta de cariz popular apresentada na RTP - "ROMANCE NA SERRA" de José de Oliveira Cosme, com musica do maestro Alves Coelho (Filho). Neste quadro "JOSÉ VIANA" cantava um fado, estando acompanhado pelo actor LUÍS CERQUEIRA, HORTENSE LUZ e alguns elementos  do Coro da ex-FNAT, que também faziam  figuração)  in  ARQUIVO/APS
 Rua José Viana- (1969) (Uma caricatura alusiva à revista "MÃOS-À-OBRA" de Aníbal Nazaré, Eugénio Salvador, e JOSÉ VIANA, musica de José Nobre e C. Dias, com estreia no Teatro Maria Vitória. Um quadro  "CLÍNICA GERAL", em que JOSÉ VIANA personificou o "ZÉ POVINHO" sendo o "médico" o actor Mariano Franco) inHISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA
Rua José Viana - (Ano setenta do séc. XX) - (Um dos retratos de JOSÉ VIANA nos anos setenta do século passado) in DIGITAL BLUERÁDIO

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XV ]

«RUA JOSÉ VIANA ( 1 )»

A «RUA JOSÉ VIANA» pertencia à freguesia da "AMEIXOEIRA", com a REFORMAADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, e juntamente com a antiga freguesia da "CHARNECA", passou a denominar-se freguesia de «SANTA CLARA». Começa na RUADO ALTO DO CHAPELEIRO e finaliza nessa rua com o mesmo topónimo. Tem como convergente no seu lado esquerdo a RUA ARNALDO ASSIS PACHECO, também um actor de nomeada. 
Por Edital de 14 de Julho de 2004, foi dado o nome a uma das artérias do novo BAIRROMUNICIPAL DA AMEIXOEIRA, num novo Polo de BAIRRO DOS ACTORES, no extremo da cidade de LISBOA, fronteira com o Concelho de ODIVELAS.

"JOSÉ MARIA VIANA DIONÍSIO" nasceu em LISBOA e 6 de Dezembro de 1922 e faleceu também em LISBOA a 8 de Janeiro de 2003.
JOSÉ VIANA actor, artista plástico, era um homem de múltiplos interesses e amores.
A sua vida terá girado à volta do teatro, cenografia, pintura, da escrita e cinema.
Nasceu numa família de recursos modestos e terá sido educado por sua mãe e por sua avó materna, "Monárquica, Salazarista e, profundamente devota". Quem nos diz é "LUAROANTÓNIO" (Realizador  e Crítico Cinematográfico), aquando dos 50 anos de actividade artística deste actor. Frequentou a ESCOLA INDUSTRIAL MACHADO CASTRO, no Curso de Serralheiro Mecânico, que não chegou a concluir, por "alegada falta de queda para os números e limagem dos metais".
Após ter aprendido a desenhar melhor, começou aos 13 anos, a fornecer desenhos para o Jornal O SENHOR DOUTOR, para o suplemento de "O SÉCULO", "PIM PAM PUM", e fazer capas para o "O PAPAGAIO". Terá conseguido o seu primeiro emprego graças ao seu enorme jeito para o desenho, tornando-se retocador de gravuras, na casa "BERTRAND &IRMÃOS" na TRAVESSA CONDESSA DO RIO, 27 perto da "CALÇADA DO COMBRO".
Começa a interessar-se pela música e descobre a política, lendo às escondidas o AVANTE. Inicia a vida de cantor em conjuntos que animam as sociedades de recreio (da época), passando mais tarde a cantar em "Cabarés" (ARCÁDIA), enquanto vai subindo na carreira de desenhador-tipógrafo, passando a publicista de cinema, na SONORO/FILMES. Chega ao TEATRO como cenógrafo na "SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO GUILHERME COSSOUL". Nesta colectividade encontra: JACINTO RAMOS; VARELA SILVA; RAUL SOLNADO e JOSÉ VIANA começa a pintar os seus primeiros cenários e estreia-se como actor amador, (substituindo um colega doente), em obras de GIL VICENTE, ALVES REDOL e RAULBRANDÃO. Conhece a actriz brasileira "JUJÚ BAPTISTA" de quem tem uma filha de nome MARIA.
JOSÉ VIANA regressa de África em 1957, quando a RTP faz as suas primeiras emissões experimentais na FEIRA POPULAR. Estreia-se num programa infantil da RTP"RISCOS E GATAFUNHOS" e mais tarde em MELODIAS DE SEMPRE do maestro ALVES COELHO (Filho), são etapas de consolidação da carreira.
Ainda na sua passagem pela RTP no ano de 1962 tivemos um trabalho relacionado com uma opereta de cariz popular "ROMANCE NA SERRA" escrita por JOSÉ DE OLIVEIRA COSME e musicada pelo maestro ALVES COELHO (Filho). Como protagonistas (um casal romântico) ALICE AMARO e PAULO ALEXANDRE, o resto do elenco era rico em actores e em vozes: JOSÉ VIANA (interpretava o papel de BARBEIRO), LUÍS CERQUEIRA (O FARMACEUTICO), HORTENSE LUZ (a mãe da noiva), ALBERTO GHIRA (o MAESTRODA BANDA), ANTÓNIO SACRAMENTO (o PADRE), ÓSCAR ACÚRCIO ( o embriagado), ARTUR GARCIA (o FOGUETEIRO), EMA PAUL (a VEDETA), MIGUEL SIMÕES (o SURDO) e MARIA FERNANDA SOARES, com as estreantes NATALINA JOSÉ e VERÓNICA. Davam a sua colaboração a esta opereta em quatro actos, alguns elementos do ex-coro da FNAT (hoje INATEL) (onde estavam integrados) e que simultâneamente faziam os coros e figuração em "MELODIAS DE SEMPRE". A realização deste trabalho esteve a cargo do saudoso FERNANDO FRAZÃO, e foi para o ar pela 1ª vez na RTP em 24 e 31 de Agosto e 7 e 14 de Setembro de 1962. "JOSÉ VIANA", neste trabalho foi uma figura bastante destacada, emprestando o seu talento e experiência à opereta, para que tudo corresse na perfeição.
JOSÉ VIANA iniciou um novo período de recolhimento, durante o qual voltou a dedicar-se à pintura.
Na década de 60 volta a casar-se, desta vez com a actriz "DORA LEAL" de quem teve duas filhas (Maria Raquel e Madalena Leal).
No cinema. JOSÉ VIANA tem uma carreira longa, mas pouco intensa. Começou em pequenos papeis como em "O CERRO DOS ENFORCADOS"(1953) de Fernando Garcia, "PERDEU-SE UM MARIDO"(1956) de Henrique Campos, "O RECADO"(1972) de José Fonseca e Costa, "A FUGA"(1977) de Luís Rocha, "A NOITE E A MADRUGADA"(1985), "MASCARA DE AÇO CONTRA ABISMO AZUL"(1988), "A ILHA"(1990) de Joaquim Leitão, "AQUI D'EL-REI"(1992) de António Pedro de Vasconcelos, "ENTRE MORTOS E VIVOS"(1992), "VIUVEZ SECRETA"(1992), "O FIM DO MUNDO"(1993) de João Mário Grilo, "MORTE MACACA"(1997) e"SENHOR JERÓNIMO"(1998) de Inês de Medeiros (curta metragem).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XVI]- RUA JOSÉ VIANA ( 2 )».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XVI ]

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RUA JOSÉ VIANA ( 2 )
 Rua José Viana - (2014) - (A entrada Sul da "RUA JOSÉ VIANA" no lado esquerdo o início da Rua Arnaldo Assis Pacheco, outro actor de grande valor artístico)  in  GOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (2014) - (Mais um troço da "RUA JOSÉ VIANA" no sentido Norte na freguesia de SANTA CLARA) inGOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (2014) - ( A parte Norte da "RUA JOSÉ VIANA", na nova freguesia de SANTA CLARA) inGOOGLE EARTH
 Rua José Viana - (1965) Foto de Miguel Villa  ("JOSÉ VIANA" e "FLORBELA QUEIROZ" na revista "O PECADO MORA AO LADO" representado no TEATRO AVENIDA, Companhia de "VASCO MORGADO") in FOTOLOG
 Rua José Viana - (1974) (Capa do disco de "JOSÉ VIANA" na rábula "A NOTA" na revista "Ó PÁ PEGA NA VASSOURA" que subiu à cena em 1974 no VARIEDADES. Do elenco faziam parte: DORA LEAL, CARLOS COELHO, LEONIAL MENDES e outros.)  in  FOTOLOG
Rua José Viana - (1974) - (Capa de mais um disco de "JOSÉ VIANA" na rábula "O PASTOR DA SERRA" na revista "Ó PÁ PEGA NA VASSOURA") inDESENVOLTURAS & DESACATOS

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XVI ]

«RUA JOSÉ VIANA ( 2 )»

É também em meados da década de 60 que JOSÉ VIANA atinge o auge da sua carreira na EMPRESA DE GUISEPP BASTOS e VASCO MORGADO, então no TEATRO MARIA VITÓRIA, onde participou em variadíssimas rábulas, além de fazer algumas parcerias nos textos das revistas. Na revista "ZERO-ZERO-ZÉ-ORDEM PARA PAGAR"(1966) de P. da Fonseca, César de Oliveira, M. Santos Carvalho, Ribeirinho e Nelson de Barros, com música de Fernando de Carvalho, Frederico Valério e Carlos Dias, com a estreia no TEATRO VARIEDADES, JOSÉ VIANA interpretou o célebre «ZÉ CACILHEIRO», que marca definitivamente o estilo próprio do artista.
Outras rábulas merecem destaque em "ESPERTEZA SALOIA"(1969) de Aníbal Nazaré, Eugénio Salvador, e JOSÉ VIANA. Musica de J. Nobre e C. Dias, estreou-se no TEATROMARIA VITÓRIA, em que JOSÉ VIANA além de participar no texto da revista, figurava numa rábula do "SINALEIRO DA LIBERDADE". Ainda no mesmo ano temos "MÃOS-À-OBRA"(1969) de igual elenco. 
A abertura "MARCELISTAS" foi aproveitada pelos actores de revista para restituírem a esta  a sua vocação crítica muito condicionada pela censura. No quadro "CLÍNICA GERAL"é exemplo desta fase da revista; o actor JOSÉ VIANA um dos autores do texto, personificou em "ZÉ POVINHO"acompanhado por"MARIANO FRANCO" no médico, que o vai consultar na esperança de uma receita que lhe restitua a liberdade de movimentos.
Em "PIMENTA NA LÍNGUA"(1970) de Aníbal Nazaré e JOSÉ VIANA, utilizando o mesmo processo no dueto "O POETA E A CANTADEIRA", em que os cortes da censura transformavam, por exemplo a quadra. «RESTAURANTES HÁ ALGUNS/ QUE ATÉ SÃO BONS, QUE DIACHO!/ BONS COZINHEIROS NÃO LARGAM/ O FORNO, A PANELA E O TACHO» (as reticencias representam os cortes da Censura, ficando assim a canção) ("...há alguns/ ...que diacho!/ ... não largam/ ...o tacho"). Este sistema já tinha sido usado em "ALTO LÁ COM O CHARUTO(1945), com VASCO SANTANA a ironizar o que sobrou das quadras (Censuradas).
Bastou que a Censura se tornasse menos rigorosa para que a imaginação dos autores se desprendesse e a revista voltasse a encontrar a sua vida natural. E não foi, decerto, por acaso que nesse "reencontro" com "GIL VICENTE" não ficou esquecido; em o "PRATO DODIA"(1970) e"CALA-TE, BOCA"(1971) com textos de Aníbal Nazaré e JOSÉ VIANA, apresentaram versões actualizadas do "AUTO DA BARCA DO INFERNO", em que a sátira social atinge uma contundência de que o público se tinha desabituado. Assim, no batel infernal embarcam sucessivamente uma espectadora dos mercados, um mixordeiro, uma rapariga dos cabarés, uma cronista, enquanto o político vai para o purgatório, e só o "ZÉ POVINHO" tem acesso à barca celestial.
JOSÉ VIANA representou na cidade do PORTO em 1974 a peça "SIMPLESMENTEREVISTA" de que era autor juntamente com CÉSAR DE OLIVEIRA e ROGÉRIO BRACINHA, que em Dezembro de 1973 se tinha estreado no CAPITÓLIO, entre os números proibidos pela Censura e reiterados no corpo da revista, figurava um soneto de BOCAGE alusivo à LIBERDADE.
Foi estreado no TEATRO VARIEDADES a 20 de Dezembro de 1994 a revista "Ó PÁ, PEGA NA VASSOURA" de JOSÉ VIANA com a colaboração de dois jornalistas, Mário Castrim e Rolo Duarte(pai), João Vasconcelos, Nuno Nazaré Fernandes, e Artur Rebocho na parte musical. Era sem dúvida, a mais partidarizada das revistas do ano da REVOLUÇÃO DOSCRAVOS, evocada e exaltada em vários momentos ( uma linda canção de Castrim e Nuno Nazaré), lembrava que "ERAM CRAVOS CRAVOS CRAVOS/ ERAM CRAVOS MAIS DE MIL/ ERAM PUNHOS LEVANTADOS/ DO POVO NO MÊS DE ABRIL", o que lhe valeu a animosidade da imprensa reacionária (na época), que já começava a manifestar-se. Havia nela momentos altos, como o "NOVO AUTO DA BARCA" (que JOSÉ VIANA já havia glosado em "O PRATO DO DIA" 1970, em que o Diabo Vicentino obriga a entrar no batel infernal o ex-Almirante Américo Tomás, "por alcunha o Presidente da República", um banqueiro e um jornalista corrupto, por fim uns agentes da ex-PIDE, e duas magnificas rábulas de JOSÉVIANA a "D.MARIA II" das notas de cor azulado de mil escudos (da época) e o "PASTOR DA SERRA", cujo "refrão" sobre musicalidade de JOÃO VASCONCELOS, que o povo de LISBOA cantou nas ruas: SOLDADO AMIGO,/ O POVO ESTÁ CONTIGO... Além das revistas já referidas, JOSÉ VIANA participou em:  MULHERES À VISTA (1959), ELAS SÃO O ESPECTÁCULO(1963), DÁ-LHE AGORA!(1965), PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO(1967), GRANDE POETA É O ZÉ(1969), ORA BOLAS P'RÓ PAGODE(1973) eATIRA O BARRETE AO AR(1977). 
O actor e sua mulher deixaram de ser acarinhados como outrora por colocarem o teatro ao serviço de uma ideologia, JOSÉ VIANA e DORA LEAL sentem a delicadeza desta situação e quando regressam ao PARQUE MAYER, em 1987, com FESTA NO PARQUE, o público reserva-lhes uma recepção fria e distante.

Noticiava o "CORREIO DA MANHÃ" do dia 8 de Janeiro de 2003, que faleceu na madrugada de ontem no HOSPITAL S. FRANCISCO XAVIER em LISBOA, o actor e pintor JOSÉ VIANA de 80 anos, na sequência de um acidente de viação, ocorrido no passado Domingo à noite na auto-estrada de CASCAIS (A5).
"JOSÉ VIANA", que deixou no início de 2003 o "palco da vida", pelas suas excepcionais características, só podia ser alfacinha. Despontando numa Colectividade como a "GUILHERME COSSOUL", frequentador do PARQUE MAYER (antes de fazer parte dele), parceiro de conversa fácil e larachas de lojistas, de empregados de cafés, de motoristas de táxis e de condutores de eléctricos, da malta curtida e sofrida de dito rápido a sair na ponta da língua, de crítica e humor à pressão... Actor e autor, cenógrafo, pintor  e até como desenhador de capas e "cartoons", a grande escola que frequentou tem o nome de LISBOA. Toda esta cidade que é ao mesmo tempo activa e madraça, chorosa e pronta a rir, pobrezinha e armada em cosmopolita.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XVII]-RUA ACTOR VASCO SANTANA»

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XVII]

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RUA ACTOR VASCO SANTANA ( 1 )
 Rua Actor Vasco Santana - (2014) (A "RUA ACTOR VASCO SANTANA" no novo Polo do BAIRRO DE ACTORES, no Bairro de Santa Cruz em BENFICA) in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor Vasco Santana - (2007) - (Panorâmica do "BAIRRO DE SANTA CRUZ" em BENFICA onde está inserida a RUA ACTOR VASCO SANTANA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor Vasco Santana - (2014) (A RUA ACTOR VASCO SANTANA no Bairro de Santa Cruz em BENFICA) in GOOGLE EARTH
 Rua Actor Vasco Santana - (1941) Desenho de Leite Rosa (Cartaz do filme "O PAI TIRANO", protagonizado por: MARIA DA GRAÇA; VASCO SANTANA; RIBEIRINHO; LEONOR MAIA; ARTUR DUARTE; LUIZA DURÃO; TERESA GOMES; BARROSO LOPES e outros) inRESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Actor Vasco Santana - ( 1937) Foto de autor não identificado (VASCO SANTANA e Mirita Casimiro, numa cena da Revista "OLARÉ QUEM BRINCA", exibida no Teatro Variedades no Parque Mayer, um quadro passado no "RETIRO DA SEVERA" in LISBOA NO GUINESS
Rua Actor Vasco Santana - (1933) (A graciosa comédia musical do filme "A CANÇÃO DE LISBOA" com Beatriz Costa e Vasco Santana) in CITI

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XVII ]

«RUA ACTOR VASCO SANTANA ( 1 )»

A «RUA ACTOR VASCO SANTANA» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na "RUA DAS GARRIDAS" e tem o seu final na "RUA DO PARQUE", no BAIRRO DE SANTACRUZ. Tem convergente no lado direito a "RUA ACTOR ALVES DA CUNHA" e é atravessada pela "RUA MAESTRO RAUL FERRÃO". No seu lado esquerdo convergem a "RUA ACTOR ESTÊVÃO AMARANTE" e a "RUA ACTOR NASCIMENTO FERNANDES". Por Edital Municipal de 10 de Abril de 1969, a CML veio a construir um novo "POLO DO BAIRRO DE ACTORES" (provavelmente o segundo) e designou que o topónimo deste actor ficasse na "RUA-12" deste bairro.
Sem querermos menosprezar outros artistas, estamos convencidos de que se houve alguém que marcou o teatro no século XX, esse poderá certamente chamar-se VASCOSANTANA, tendo sido actor de operetas, teatro, comédias, teatro de revista à portuguesa, cinema e ainda na rádio. VASCO SANTANA não carece muita identificação, basta dizer que era o "gordo" bonacheirão dos filmes antigos, (calão ou bêbado) quase sempre bem-disposto, ainda assim dado a fúrias que passavam depressa. As suas personagens sobrevivem na sua capacidade de fazer rir.

«VASCO ANTÓNIO RODRIGUES SANTANA» de seu nome completo, nasceu em LISBOA na freguesia de BENFICA em 28 de Janeiro de 1898 no seio de uma família burguesa atípica. Nascido de uma família ligada ao TEATRO, nomeadamente o seu pai, "HENRIQUE SANTANA", que no início do século XX era talvez o mais respeitado ensaiador e cenógrafo da cena lisboeta, e ainda seu tio "LUÍS GALHARDO" (pai) era, nos anos Vinte, um potentado no mundo do espectáculo alfacinha, sobretudo depois de se criar, em plena "AVENIDA DA LIBERDADE" o "PARQUE MAYER", durante várias décadas o centro de diversões da Capital do país. Mas seria, porém, com o primo "JOSÉ GALHARDO" (que terá seguido as pegadas do pai), que VASCO SANTANA manteria uma relação profissional nos anos 30, ao produzir alguns êxitos tanto cinematográficos como teatrais.
VASCO SANTANA inscreve-se em Arquitectura, parecia assim, escapar ao mundo do TEATRO, para alívio do pai, e dar seguimento ao talento precoce pelo desenho. Ficaria no entanto pelo terceiro anos do "CURSO GERAL DAS BELAS-ARTES". No entanto matricula-se na ESCOLA DE ARTE DE REPRESENTAR (o actual CONSERVATÓRIO), não por vontade explícita de se tornar actor, mas simplesmente para ir atrás de uma bonita rapariga de quem gostava.
Por volta de 1917 (nas suas próprias palavras) era um namoradeiro, um conquistador, que se ia tornando conhecido o seu sorriso, a sua simpatia, o seu bom humor.
Em 21 de Outubro de 1917, um Domingo de touros, ocorreu o episódio que transformou VASCO SANTANA em actor. A história foi contada, ao longo da sua vida, por si e por outros, vezes sem conta. Com ligeiras diferenças, "a coisa ter-se-há passado mais ou menos assim": ao percorrer num eléctrico, a Avenida da Liberdade, a caminho do Campo Pequeno, foi abordado para acorrer a uma emergência - ARTUR RODRIGUES - "compère"da revista em cena no TEATRO AVENIDA com "O BEIJO" (de ARNALDO LEITE e CARVALHO BORGES), adoecera subitamente e a "matiné" daquela tarde estava em risco de não se realizar. VASCO assistia à peça tantas vezes que sabia o papel de cor. Após muita insistência, lá conseguiram convencê-lo a entrar no palco para desempenhar "O PALAVREADOR" nome da personagem central. Alguns dias depois, era assim noticiado pelo JORNAL DOS TEATROS: "Novo Actor: por motivo de doença do actor A. Rodrigues, estreou-se no AVENIDA, desempenhando o papel de "compère" ma peça "O BEIJO", o nosso amigo VASCO SANTANA, rapaz muito estudioso e inteligente. Dizem-nos que o seu trabalho foi uma verdadeira revelação para o público". 
O episódio da estreia de VASCO foi sempre contada como um acaso. Como se, de um dia para o outro, aquele jovem sem destino marcado, mas em posição de ser mais ou menos tudo aquilo que quisesse na vida, tivesse descoberto a verdadeira vocação. Foi, sem dúvida, um acaso, e um acaso que podia ter corrido mal.
VASCO SANTANA frequentador do meio teatral, muito popular, criativo e filho de um respeitado ensaiador de TEATRO, sobrinho de um dos mais poderosos empresários do momento, parecia inevitavelmente fadado para, pelo menos por brincadeira, experimentar em palco a sua extroversão natural.
Aconteceu tudo muito rapidamente nos primeiros anos da carreira de VASCO SANTANA. Os favores do público, os elogios da crítica, os contratos (no seu caso), não se fizeram esperar, ao contrários do que acontecia com a generalidade dos principiantes.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XVIII]-RUA ACTOR VASCO SANTANA (2)»

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XVIII ]

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RUA ACTOR VASCO SANTANA ( 2 )
 Rua Actor Vasco Santana - (2014) - (Um troço da "RUA ACTOR VASCO SANTANA" na freguesia de BENFICA) in GOOGLE EARTH
 Rua Actor Vasco Santana - (2014) - (A "RUA ACTOR VASCO SANTANA" no novo POLO do BAIRRO DOS ACTORES, no Bairro de Santa Cruz em BENFICA)  in GOOGLE EARTH
 Rua Actor Vasco Santana - (2010) (A Rua Actor Vasco Santana, na freguesia de BENFICA) (Abre em tamanho grande) in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Actor Vasco Santana - (1954) - (Uma cena do filme "O COSTA DE ÁFRICA", com VASCO SANTANA, ROGÉRIO PAULO, HORTENSE LUZ e ANA PAULA, uma realização João Mendes e musica de Victor Bonjour)  in OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
 Rua Actor Vasco Santana - ( 1933 )- (Cartaz do filme "A CANÇÃO DE LISBOA" do realizador Conttinelli Telmo, tendo como actor principal "VASCO SANTANA") inRESTOS DE COLECÇÃO
Rua Actor Vasco Santana - (1933) - (Uma cena do filme "A CANÇÃO DE LISBOA", os noivos do elenco VASCO SANTANA e BEATRIZ COSTA. Uma produção feita com equipamento da TOBIS, iniciou-se a filmagem num palco improvisado, enquanto continuava a construção do Estúdio)  in  HISTÓRIAS DE CINEMA


(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XVIII ]

«RUA ACTOR VASCO SANTANA ( 2 )»

Passados dois meses (da sua estreia forçada) estrear-se-ia profissionalmente no "TEATRO AVENIDA", em"ÁS DE OIROS". A crítica teceu-lhe grandes elogios. Já no início de 1918 participa em "NOVO MUNDO"; da célebre parceria de ERNESTO RODRIGUES, FÉLIXBERMUDES e JOÃO BASTOS, onde demonstrou grande desejo de progredir e continuar. Ainda em 1918 é contratado pela Companhia ESTÊVÃO AMARANTE  e LUÍSA SATANELA. Em 1919 regressa ao ÉDEN, teve oportunidade de entrar em "MISS DIABO", que mais tarde VASCO SANTANA recordaria como um dos momentos mais marcantes da sua carreira. No final da década de 10, com apenas 3 anos de carreira, VASCO SANTANA já tinha trabalhado com grandes figuras do Teatro, pisando os principais palcos da Capital.
A sua primeira "tournèe" ao BRASIL, representou para VASCO um momento de emancipação. O BRASIL era à época um destino frequente para as companhias portuguesas, que aí se exibiam nas principais cidades, em digressão que se prolongavam frequentemente por largos meses. Este, parece ter sido também o caso de VASCOSANTANA ao longo das suas viagens até ao outro lado do ATLÂNTICO nas décadas de 10 e de 20 do século passado. A importância da primeira  viagem, porém, está mais ligada a um facto da sua vida pessoal do que da sua carreira profissional: quando regressa, no Verão de 1921, vinha casado com a colega de Companhia "ARMINDA MARTINS", também ela crescida no meio teatral.  Para VASCO não se tratou tanto de constituir família autonomamente, mas de aumentar a família no próprio interior daquela comunidade, que, desde que nasceu, era a sua verdadeira casa. 
No ano seguinte nasceria o único filho do casal, "HENRIQUE SANTANA" (nome igual ao de seu avô), que duas décadas mais tarde, se tornaria, ao lado do pai, também um actor popular nos palcos lisboetas.
De volta a LISBOA, VASCO SANTANA não foi esquecido pelo seu público. A sua entrada para a Companhia de ARMANDO DE VASCONCELOS, era outro prestigiado empresário lisboeta ( e colaborador de LUÍS GALHARDO) que nos anos 20, exploravam o Teatro SÃOLUÍS com um reportório sobretudo composto por operetas.
VASCOfoi substituir o autor HENRIQUE ALVES e em pouco tempo afirmou-se como o galã cómico da Companhia. Interessa realçar que as operetas de VASCONCELOS no SÃO LUÍS foram, durante esses anos, consideradas como de melhor teatro que se fazia em LISBOA. A qualidade musical, a sofisticação da cenografia, as peças em que VASCO SANTANAentrou ao longo dos cerca de 14 anos que durou o seu vínculo a ARMANDO VASCONCELOS escapavam, segundo os jornais, à mediocridade generalizada do teatro apresentado nos palcos da Capital. Foi sobretudo aqui que se formou o actor.
Em 1928 nasceu o segundo filho do actor, duma relação com ALDINA DE SOUSA, de nome JOSÉ MANUEL, que tal como o meio-irmão mais velho "HENRIQUE" também estará ligado ao Teatro, seguindo os passos do avô como cenógrafo e compondo, já na década de 40, um trio na produção de comédias com o pai e o irmão. Quanto à carreira, mas sempre em família, VASCOiniciou outra dimensão na sua actividade teatral escrevendo com os primos JOSÉ e LUÍS (os filhos de seu tio LUÍS GALHARDO pai) e outros. A sua primeira peça "DE ARROZ", que foi também o seu primeiro êxito. Daqui para a frente, e em diferentes parcerias com os primos (sobretudo com JOSÉ) e com nomes como os de ALBERTO BARBOSA, XAVIER DE MAGALHÃES ou MANUEL DOS SANTOS CARVALHO.
O grande acontecimento na sua carreira neste final da década de 20, foi o cinema. Em 1929 dirigida por ANTÓNIO LOPES RIBEIRO "A MENINA ENDIABRADA"ondeVASCO teve um papel secundário. Em 1941 no "O PAI TIRANO", LOPES RIBEIRO dirigiu novamente o actor.
Nas vésperas da "explosão" da popularidade com o êxito cinematográfico, estava talvez no auge da sua carreira. Mas a facilidade de representação foi ensombrada pela tragédia pessoal. Ainda em 1930, durante o enorme êxito de "O MEU MENINO", uma adaptação escrita por si, JOSÉ GALHARDO e SANTOS CARVALHO, "ALDINA DE SOUSA" morreu, de complicações numa pequena operação de rotina. Com trinta e poucos anos, foi como jovem galã que VASCO teve o primeiro êxito no cinema sonoro "A CANÇÃO DE LISBOA"(1933) de COTTINELLI TELMO, com o seu lendário "VASQUINHO DA ANATOMIA". Com o papel de "MESTRE JOSÉ SANTANA" entrou no filme "O PAI TIRANO"(1941), talvez o seu melhor papel cinematográfico, o "NARCISO" de "O PÁTIO DAS CANTIGAS"(1941) era uma personagem de certas características, com seus trocadilhos com o actor ANTÓNIO SILVA, repletos de humor... "Ó EVARISTO, tens cá disto?". VASCO SANTANA terá quase atingido as duas dezenas de representações em filmes, tendo em alguns a responsabilidade na parte escrita, é o caso de "MARIA PAPOILA"(1937), "O PAI TIRANO"(1941), "O PÁTIO DAS CANTIGAS"(1942) e "O COSTA DE ÁFRICA"(1954).
VASCO SANTANA além de actor, foi ensaiador, autor, tradutor e empresário, sendo património da memória colectiva a sua inconfundível prestação como artista de Rádio, tendo 
o multifacetado actor um grande sucesso ao desempenhar a figura de "ZEQUINHAS" das rábulas do "ZEQUINHAS E A LÉLÉ" de ANÍBAL NAZARÉ e NELSON DE BARROS, com IRENE  VELEZ (LÉLÉ) e ELVIRA VELEZ (Aquela Santa), transmitidas em 1947 pela EMISSORA NACIONAL
Era dia de "SANTO ANTÓNIO" do ano de 1958, VASCO SANTANA estava em casa, convalescendo de uma operação que se julgava não trazer complicações de maior. A doença forçara-o a interromper o seu papel em "UM FANTASMA CHAMADO ISABEL". A imprensa fazia votos para que, em breve, o actor pudesse regressar aos palcos, quando sucumbiu a complicações cardíacas. O "TEATRO MONUMENTAL" cobria-se imediatamente com uma tarja negra. LISBOA assistia depois a um funeral impressionante.
O Teatro podia estar em crise, mas ele mantinha-se no centro da cena. Quando morreu, assim, não morreu uma figura do passado, mas um actor dos mais activos. Daí o enorme vazio que deixou atrás de si.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[XIX]-RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIX ]

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RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES
 Rua Actriz Adelina Abranches - (2014) (Um troço da RUA  ACTRIZ ADELINA ABRANCHES no Bairro da Quinta do Charquinho, na freguesia de BENFICA) inGOOGLE EARTH
 Rua Actriz Adelina Abranches - (Panorâmica do BAIRRO DO CHARQUINHO" na freguesia de BENFICA, onde está inserida  a RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES) inGOOGLE EARTH
 Rua Actriz Adelina Abranches - (2014) (A RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES no novo Polo do BAIRRO DE ACTORES em BENFICA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Adelina Abranches - (2013) (A RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES no Bairro do Charquinho na freguesia de Benfica) in TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Actriz Adelina Abranches - (1930) ("ADELINA ABRANCHES" na magistral interpretação de uma velhinha no filme "MARIA DO MAR" de Leitão de Barros. Capa da revista "O NOTÍCIAS ILUSTRADO" Suplemento do Diário de Notícias) in CINEMA PORTUGUÊS
 Rua Actriz Adelina Abranches - (1926) (Uma foto da Actriz "ADELINA ABRANCHES" nos seus sessenta anos  in CINEMA PORTUGUÊS
 Rua Actriz Adelina Abranches - (1925) (Caricatura da ACTRIZ ADELINA ABRANCHES representada num álbum do caricaturista AMARELHE, publicado em 1925) inARQUIVO DIGITAL 
Rua Actriz Adelina Abranches - (1902) (A Actriz ADELINA ABRANCHES no último acto da revista "À PROCURA DO BADALO" (titulo depois alterado para "NUM SINO") de Baptista Dinis, música de Miguel Ferreira, representado no Teatro do Príncipe Real, que depois de 1910 passou a chamar-se APOLO) inHISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL.

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIX ]

«RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES»

A «RUA ACTRIZ ADELINA ABRANCHES» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na "RUA QUINTA DO CHARQUINHO" e finaliza na "ESTRADA POÇO DO CHÃO".
Em Acta Nº 89 de 7 de Novembro de 1966  foi do parecer da "COMISSÃO de TOPONÍMIA" que o nome de ADELINA ABRANCHES fosse colocado na "RUA-D" do "BAIRRO DA QUINTA DO CHARQUINHO".
No Processo Nº 246/66 da REPARTIÇÃO DA SECÇÃO CULTURAL E TURISMO, originado por recortes dos jornais do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS e de"O SÉCULO", no sentido de se perpetuar num arruamento de LISBOA, o nome da Actriz "ADELINA ABRANCHES", que tinha sido pedido em 1957. Estava agora encontrada uma rua com maior representação e envolvente com outros artistas do Teatro, que por EDITAL de 10 de Novembro de 1966, lhe é atribuída a respectiva RUA.
"MARGARIDA ADELINA ABRANCHES" nasceu em LISBOA no dia 15 de Agosto de 1866 e faleceu em LISBOA a 21 de Novembro de 1945. Nascida na "TRAVESSA CRUZ DODESTERRO" número 11, (antiga freguesia da PENA) hoje freguesia de ARROIOS.
Estreou-se aos 4 anos de idade, no TEATRO NACIONAL D. MARIA II em LISBOA, na comédia "OS MENINOS GRANDES" em 10 de Janeiro de 1870. Aos 13 anos já era disputada pelos empresários teatrais e ao longo da sua carreira tornou-se numa das maiores figuras do TEATRO PORTUGUÊS, na representação de comédias ou dramas e até na revista.
Tendo evoluído no TEATRO NACIONAL D. MARIA II, no TEATRO DA RUA DOS CONDES e no TEATRO LUÍS DE CAMÕES (em BELÉM), no do RATO, no DONA AMÉLIA (hoje São Luís), no APOLO e no TEATRO TRINDADE. Sendo de destacar a sua actuação em "ROSAENJEITADA" (1902) de D. JOÃO DA CÂMARA, quando permaneceu no TEATRO S. LUÍS entre 1902 e 1912, depois desta data passa a fazer parte do TEATRO D. MARIA II.
No S. LUÍS interpretou entre outras peças, além da já referida "ROSA ENJEITADA", A SEVERA, O SEGREDO DO POLICHINELO"(1902) (que viria a representar novamente em 1904), AS PUPILAS DO SENHOR REITOR(1909) de Júlio Dinis (1825-1890).
Já no NACIONAL "A TABERNA"(1925), "O GEBO E A SOMBRA"(1926) de Raul Brandão (na sofredora DOROTEIA), e ainda  "ROSAS DE PORTUGAL"(1927) de Silva Tavares,José Romano (pseudónimo de José Clímaco), a música era de Venceslau Pinho, Alves Coelho (pai) e Raul Portela (nesta revista estreou-se a cantora "CORINA FREIRE" de requintada voz, nos anos 60 do século XX, era professora de canto), a "FEIRA DA LUZ "(1930) de Pereira Coelho e "A FORMIGA" (1941).
Representou centenas de peças dos mais variados géneros teatrais, e sempre com assinalável êxito tanto em PORTUGAL como no BRASIL, onde actuou diversas vezes, com interpretações ao tempo consideradas inigualáveis.
Casou em LISBOA na freguesia dos ANJOS, em 26 de Julho de 1890 com o empresário do TEATRO DO PRNCÍPE REAL, LUÍS GONZAGA VIANA RUAS (nascido em LISBOA na freguesia do SOCORRO), era também conhecida por ADELAIDE RUAS, teve uma filha do casal, a actriz AURA ABRANCHES.
Desempenhou um papel de relevo no filme "MARIA DO MAR" (1930) de LEITÃO DEBARROS e ainda "LISBOA" do mesmo realizador. Ainda o filme "A ROSA DO ADRO" (1938) de CHIANCA GARCIA, tendo actuado pela última vez no ano de 1944.
Foi condecorada com a "ORDEM DE SANTIAGO E ESPADA" e com a "MEDALHA DEOURO DA CIDADE DE LISBOA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [XX]-ELVIRA VELEZ»  

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XX ]

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RUA ELVIRA VELEZ
 Rua Elvira Velez - (2014) - (A "RUA ELVIRA VELEZ" num novo Polo de "BAIRRO DOS ACTORES" na freguesia de BENFICA) inGOOGLE EARTH
 Rua Elvira Velez - (2007) - (Panorâmica de uma parte da freguesia de BENFICA onde está inserida a "EUA ELVIRA VELEZ") in GOOGLE EARTH
 Rua Elvira Velez - (2007) -(Parte mais aproximada da panorâmica, onde podemos ver a "RUA ELVIRA VELEZ")  in GOOGLE EARTH
 Rua Elvira Velez - (2014) - (Um troço da "RUA ELVIRA VELEZ" na freguesia de BENFICA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Elvira Velez - (1938) Foto de Paulo Borges Almeida (ELVIRA VELEZ e MANUEL SANTOS CARVALHO, numa cena do filme "A ALDEIA DA ROUPA BRANCA" de Chianca Garcia) in OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
 Rua Elvira Velez - (1950) Foto de Paulo Borges Almeida (Os intervenientes dos folhetins do "Zéquinhas e da Lélé", transmitidos pela rádio - IRENE VELEZ - ELVIRA VELEZ - VASCO SANTANA e ANTÓNIO SILVA) in  OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
Rua Elvira Velez - (1962) - Foto de APS - (Uma cena de «O PÁTIO DA MILAGRES» apresentado pela RTP com: ELVIRA VELEZ, HORTENSE LUZ, SIMONE DE OLIVEIRA(a MILAGRES), MARIA FERNANDA SOARES, DOMINGOS MARQUES, ARTUR GARCIA, música do Maestro ALVES COELHO (Filho) e o Coro misto das "MELODIAS DE SEMPRE") (Abre em tamanho grande) in  ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XX ]

«RUA ELVIRA VELEZ»

A «RUA ELVIRA VELEZ» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na "ESTRADA DOS ARNEIROS" e termina na "RUA QUINTA DO CHARQUINHO".
Na Acta Nº 9/92 de 4 de Dezembro de 1992 foi apreciada e analisada uma carta de vários admiradores de ELVIRA VELEZ, sugerindo que fosse prestada homenagem à memoria desta actriz na Toponímia de LISBOA, que mereceu parecer favorável da Comissão, tendo esta designação, para o efeito, o actual impasse " I "à "RUA DA QUINTA DO CHARQUINHO"que, assim passará a denominar-se"RUA ELVIRA VELEZ - ACTRIZ -(1892-1981). Em 8 de Março de 1993 "DIA MUNDIAL DA MULHER" procedeu-se à cerimónia de descerramento da placa toponímica, com a presença do vereador Engº REGOMENDES, acompanhados pelo senhor IGREJAS CAEIRO, genro da homenageada. Nesta cerimónia proferiram algumas palavras em homenagem à actriz que se destacou na RÁDIO, CINEMA, TEATRO e  TELEVISÃO.

«ELVIRA SALES VELEZ PEREIRA» de seu nome completo, nasceu a 19 de Dezembro de 1892, em LISBOA no BAIRRO DA AJUDA. Com 21 anos de idade estreia-se no teatro em 1913, na farsa  "OS GROTESCOS", no extinto TEATRO MODERNO, embora sua família não aceitasse muito bem a hipótese de se dedicar à vida artística. Em 1914 já faz parte do elenco do TEATRO S. LUÍS com colegas como: ÂNGELA PINTO e CHABY PINHEIRO e mais tarde com outras estrelas das quais destacamos: ADELINA ABRANCHES, ANTÓNIO SILVA, AURA ABRANCHES, MARIA MATOS, VASCO SANTANA, BRUNILDE JÚDICE entre outros.
Fez parte de várias Companhias como as de CHABY PINHEIRO/CREMILDE DE OLIVEIRA, PALMIRA BASTOS, MARIA MATOS, VASCO SANTANA e ALVES DA CUNHA. Artista de acentuado feitio cómico, passou por todos os géneros artísticos e alcançou uma longa carreira teatral. Retirou-se nos anos 70 com a representação da «A RELÍQUIA" de Eça de Queirós, no papel de "TITI" apresentado no teatro MARIA MATOS. Fez ainda CINEMA, RÁDIO E TELEVISÃO. Com várias digressões ao BRASIL, foi uma excelente actriz no género da comédia e  revista.
No início de Janeiro de 1956 é inaugurado junto do TEATRO MARIA VITÓRIA, o quarto teatro do PARQUE MAYER, o"ABC" (Construído no mesmo local onde tinha funcionado o "ALHAMBRA" e o"PAVILHÃO PORTUGUÊS), sendo a segunda revista a ser apresentada neste teatro "JÁ VAIS AÍ?" (1956) de C. Lopes e P. da Fonseca e E. Fernandes (filho), com música de Ferrer Trindade e Carlos Dias. Seguiu-se depois "DAQUI FALA O ZÉ" (1956) de Fernando Santos e Eduardo Damas, música de João Vasconcelos e Manuel Paião. Nestas duas revistas esteve como vedeta "HERMÍNIA SILVA", encabeçando o elenco, e pelo palco desfilaram valores consagrados, como TERESA GOMES, HORTENSE LUZ, ELVIRA VELEZ, ANTÓNIO SILVA, ÁLVARO PEREIRA, MANUEL SANTOS CARVALHO e HUMBERTO MADEIRA.
Foi sobretudo na revelação de novas personalidades que o empresário JOSÉ MIGUEL e o seu sucessor SÉRGIO DE AZEVEDO apostaram no teatro ABC.
Numa das suas passagens pela RTP no ano de 1962, ELVIRA VELEZ representou num programa semanal, musical que tinha o título «O PÁTIO DA MILAGRES». Foi uma realização de NUNO FRADIQUE, com música do maestro  ALVES COELHO (FILHO). Faziam parte do elenco, além de ELVIRA VELEZ, HORTENSE LUZ, SIMONE DE OLIVEIRA (a MILAGRES), MARIA FERNANDA SOARES, DOMINGOS MARQUES e ARTUR GARCIA. O CORO misto das"MELODIAS DE SEMPRE" (onde eu estava incluído dando o contributo tanto da parte coral como na figuração). É bom recordar que nessa época os programas eram transmitidos em directo, ainda não existia (em Portugal) a gravação magnética de imagem e voz.
ELVIRA VELEZ esteve no elenco dos filmes portugueses "ALDEIA DA ROUPA BRANCA"(1938) de Chianca de Garcia, "O COMISSÁRIO DA POLÍCIA"(1953) de Constantino Esteves, "AGORA É QUE SÃO ELAS"(1954) de Amadeu do Vale, Aníbal Nazaré e Carlos Lopes, com música de Carlos Dias e João Nobre (estreado em revista no teatro AVENIDA em 1953, com a vedeta da simpatia MILÚ), "O PRIMO BASÍLIO" baseado no romance de Eça de Queirós adaptação de António Lopes Ribeiro, em que ELVIRA VELEZ fazia o papel da "Senhora Helena", estreado simultâneamente em três cinemas no dia 1 de Dezembro de 1959: São Luís, Alvalade e Politeama. "AS PUPILAS DO SENHOR REITOR"(1960) de Perdigão Queiroga e "ENCONTRO COM A VIDA"(1960) de Artur Duarte.
É precisamente na RÁDIO em teatros radiofónicos que a sua voz foi mais conhecida  de todos os portugueses. Nos folhetins  "ZEQUINHA E LELÉ" de Aníbal Nazaré e Nelson de Barros, interpretava "AQUELA SANTA" ao lado de sua filha (IRENE VELEZ) e VASCO SANTANA.
Foi também em 1970 que ELVIRA VELEZ ganhou o prémio "LUCINDA SIMÕES" pelo seu desempenho no espectáculo "A RELÍQUIA" e é condecorada com a ORDEM DE SANTIAGO E ESPADA.
Era mãe da actriz IRENE VELEZ, casada também com um homem da rádio e político, IGREJAS CAEIRO.
ELVIRA VELEZ deixa-nos para sempre a 8 de Abril de 1981, na sua casa no ALTO DOLAGOAL, em CAXIAS, com 89 anos de idade.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[XXI]-RUA LUCÍLIA SIMÕES»

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XXI ]

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RUA LUCÍLIA SIMÕES
 Rua Lucília Simões - (2012) - Foto de André Barragon (A RUA LUCÍLIA SIMÕES próximo da Rua Maria Lalande na freguesia de BENFICA) in PANORAMIO
 Rua Lucília Simões - (2012) Foto de André Barragon (A RUA LUCÍLIA SIMÕES no BAIRRO DAS PEDRALVAS) in PANORAMIO
 Rua Lucília Simões - (2010) Foto de Lampião2000 (Um troço da RUA LUCÍLIA SIMÕES no segundo Bairro dos Actores, na freguesia de BENFICA) in SKYSCRAPERCITY
 Rua Lucília Simões - (1977) Foto de autor não identificado (Placa Toponímica TIPO II indicando que mais uma actriz, tem uma RUA em LISBOA) in O INFERNO
 Rua Lucília Simões - (Década dos anos 40 do século XX) (Um retrato da actriz LUCÍLIA SIMÕES antes do final da sua carreira)  in  OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
Rua Lucília Simões - (1945) - ("LUCÍLIA SIMÕES" e "NASCIMENTO FERNANDES" numa cena do filme "A VIZINHA DO LADO" direcção de António Lopes Ribeiro)  inOS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XXI ]

«RUA LUCÍLIA SIMÕES»

A «RUA LUCÍLIA SIMÕES» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na RUA MARIALALANDE número 7 e finaliza na RUA PAZ DOS REIS.
A Acta Nº 122 de 14 de Novembro de 1977, da COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA, dava parecer favorável que a "RUA-E" da zona Nascente do BAIRRO DASPEDRALVAS, entre a "CALÇADA DO TOJAL"e a"ESTRADA DE BENFICA", seja designada por "RUA LUCÍLIA SIMÕES" - ACTRIZ - (1879-1962), sendo aprovado pelo EDITAL de 31 de Janeiro de 1978.

«LUCÍLIA CÂNDIDA SIMÕES FURTADO COELHO» nasceu no RIO DE JANEIRO (BRASIL) a 2 de Abril de 1879 e faleceu em LISBOA a 8 de Junho de 1962. Filha da actriz "LUCINDA SIMÕES" e do actor-empresário LUÍS FURTADO COELHO, estreou-se como amadora em 5 de Abril de 1895 na peça "FREI LUÍS DE SOUSA" de Almeida Garrett, no papel de MARIA, representada no TEATRO AVENIDA em COIMBRA. Pouco tempo depois abraça a carreira profissional em LISBOA, na peça"MADAME DE SANS-GENÉ"de SARDOU em Dezembro de 1895, no TEATRO DA RUA DOS CONDES. Contracenou com os principais actores portugueses do final do século XIX e princípio do século XX como: EDUARDO BRAZÃO, ÂNGELA PINTO, ROSA DAMASCENO, ADELINA ABRANCHES e sua mãe, LUCINDA SIMÕES.
LUCÍLIA SIMÕES na interpretação do papel de NORA, em"CASA DE BONECAS"(1897) do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, terá sido um dos seus primeiros grandes sucessos da sua carreira.
Em Fevereiro de 1899, a Companhia de sue mãe LUCINDA SIMÕES, estreou este texto em COIMBRA, no TEATRO-CIRCO PRÍNCIPE REAL. A partir da tradução de CRISTIANO DE SOUSA a peça foi ensaiada por "LUCINDA SIMÕES", tendo o par NORA/HELMER sido desempenhado por "LUCÍLIA SIMÕES" e CRISTIANO DE SOUSA, e a personagem da senhora LINDE representada por "LUCINDA SIMÕES". A"CASA DE BONECAS" foi o primeiro espectáculo baseado numa peça de Henrik Ibsen feito por uma Companhia portuguesa e representada em Portugal e no Brasil. Depois desta representação, um crítico de teatro teceu alguns elogios a "LUCÍLIA SIMÕES" referindo-se ao seu papel na personagem de NORA, dizendo:"Que deve lutar (...) para ter longa vida de triunfos".
Apesar destas críticas, LUCÍLIA SIMÕES teve ainda outra fase de grandes sucessos, até que, por razões particulares afasta-se do teatro durante treze anos. 
Reaparece nos palcos em 1921, à frente da sua própria COMPANHIA, tinha-se associado ao actor ERICO BRAGA, (com quem tinha casado entretanto) formando assim a COMPANHIA LUCÍLIA SIMÕES/ERICO BRAGA. São inúmeras as listas de obras a que LUCÍLIA SIMÕES ligou o seu nome, mas recordemos as mais recentes: "O BÂTON" de Alfredo Cortês, escrita para ela e para JOÃO VILLARET e a"PERDOAI-NOS SENHOR", de Mendonça Alves, "FOGUEIRAS DE S. JOÃO", onde o seu trabalho mereceu justamente os louvores da crítica.
Interpreta magnificamente a peça "RAÇA" de Lenhares Rivas e de "GARÇONNE" extraída do romance de Victor Marguerite. Depois de uma temporada brilhante em que levou à cena todo o género de teatro, apresentou também "MAR ALTO" de António Ferro, que serviu para mostrar que desejava lançar novos ares no teatro com a Companhia. LUCÍLIA afirmava não ser possível trabalhar no palco do D. MARIA II porque"a lei que rege esse teatro mo proíbe, por ser brasileira". Em 1936, após a separação com ERICO BRAGA, esta Companhia dissolve-se e LUCÍLIA SIMÕES vai para a COMPANHIA REY COLAÇO/ROBLES MONTEIRO substituir a sua mãe, na peça "A CONSPIRADORA" de Mendonça Alves. 
Durante dois anos esteve como ensaiadora teatral no BRASIL, na COMPANHIA DE EVA TUDOR. Regressou a PORTUGAL e integrou-se nos COMEDIANTES DE LISBOA (dirigido por RIBEIRINHO) onde deu o seu melhor, tendo representado em 1951 no TEATRO MONUMENTAL a sua penúltima peça "O HOMEM QUE VEIO PARA O JANTAR". Teve ainda  a sua festa de despedida a 8 de Junho de 1951, acabando por deixar definitivamente o TEATRO.
No CINEMA colaborou nos filmes: "A VIZINHA DO LADO"(1945) de António Lopes Ribeiro, "NÃO HÁ RAPAZES MAUS"(1948) de Eduardo Garcia Maroto e "ERAM DUZENTOS IRMÃOS"(1952) de Armando Vieira Pinto. 
Ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios, destacando-se a "COMENDA DAORDEM DE SANTIAGO"em PORTUGAL e as"PALMAS DE OURO"da ACADEMIA FRANCESA e bastantes homenagens que o BRASIL lhe prestou.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[XXII]-RUA MARIA LALANDE

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XXII ]

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RUA MARIA LALANDE
 Rua Maria Lalande - (2010) Foto de André Barragon (A "RUA MARIA LALANDE" no novo Polo do "BAIRRO DOS ACTORES" na freguesia de BENFICA) inPANORAMIO
 Rua Maria Lalande - (2010) Foto de André Barragon  (A "RUA MARIA LALANDE" na freguesia de BENFICA) inPANORAMIO
 Rua Maria Lalande - (depois de 1978) Foto de autor não identificado (A "RUA MARIA LALANDE" no Bairro das Pedralvas) in TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Maria Lalande - (2007)  (Vista panorâmica da "RUA MARIA LALANDE" na freguesia de BENFICA) inGOOGLE EARTH
 Rua Maria Lalande - (1938) (A inesquecível "MARIA LALANDE" no filme " ROSA DO ADRO" de Chianca de Garcia, publicado na revista CINÉFILO) inOS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
 Rua Maria Lalande - (1948) - (Maria Lalande numa cena do filme "NÃO HÁ RAPAZES MAUS" de Eduardo Garcia Maroto) in OS ANOS DE OURO DO CINEMA
Rua Maria Lalande - (1950) - (Capa da Revista FLAMA com MARIA LALANDE numa cena do filme "FÁTIMA TERRA DE FÉ" de Jorge Brum do Canto de 1943) inOS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS


(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XXII ]

«RUA MARIA LALANDE»

A «RUA MARIA LALANDE» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na "ESTRADA DE BENFICA"e finaliza na"RUA AUGUSTO COSTA(Costinha)". São convergentes a esta rua pelo lado esquerdo a "RUA LUCÍLIA SIMÕES"e"RUA AURA ABRANCHES", também duas distintas actrizes. E por EDITAL de 31 de Janeiro de 1978, a CÂMARA MUNICIPAL DELISBOA designou que o topónimo desta actriz fosse dado à "RUA - D" da Zona a nascente do BAIRRO DAS PEDRALVAS, que faz a ligação com a ESTRADA DE BENFICA.


«MARIA ADELAIDE DA SILVA LALANDE» nasceu a 7 de Novembro de 1913 em SALGUEIRO DO CAMPO - CASTELO BRANCO e faleceu em LISBOA em 21 de Março de 1968. Entre para o CONSERVATÓRIO DE LISBOA com apenas 13 anos, onde fez os cursos de teatro (ou de Arte Dramática) e de Bailado, tendo obtido o 1º prémio quando terminou o curso de teatro. Ainda aluna, estreou-se no TEATRO DA TRINDADE na peça "A COVA DA PIEDADE", contracenando com ADELINA ABRANCHES.  
MARIA LALANDE integra a Companhia AMÉLIA REY-COLAÇO/ROBLES MONTEIRO, depois da reposição das peças; "PERALTAS" e "SÉCIAS", sendo a sua estreia como profissional  no ano de 1931, no TEATRO NACIONAL D. MARIA II, interpretando a peça "ROMANCE" de Sheldon.
Pela sua aparência terna e cândida (de olhos muito grandes e febris), passa a desempenhar um papel especifico de "ingénua dramática" desta companhia, onde permanecerá durante mais de uma década.
Seguiram-se depois a peça de Eduardo SCHWALBACH a "CAROCHINHA", "FREI LUÍS DE SOUSA" de Almeida Garrett no entanto foi em "A ASCENÇÃO DE JOANINHA"(1944) de Gerhart Hauptmann, que revelou o grande talento para esta área artística, estando na origem, o seu maior êxito. Representou ainda "A DAMA DAS CAMÉLIAS "(1936) de Alexandre Dumas e outras.
É constituída a Companhia de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO e seu irmão FRANCISCO RIBEIRO (Ribeirinho), que alugam o TEATRO DA TRINDADE para sua representações. Chamava-se "OS COMEDIANTES DE LISBOA" e levaram à cena um reportório cheio de novidades e de grande qualidade. 
MARIA LALANDE estava descontente com a ideologia praticada no D. MARIA II, tal como muitos dos seus colegas grandes actores, que resolveram juntar-se a LALANDE e à nova COMPANHIA no TRINDADE. São representados "PIGMALEÃO"(1945) de Bernard Shan, "MISS BÁ" e "BÂTON", entre outras. Durante o seu percurso em "OS COMEDIANTES DELISBOA" onde contracenou com o actor FRANCISCO RIBEIRO (Ribeirinho), com quem casou e de quem teve uma filha, "MARIA MANUELA LALANDE LOPES RIBEIRO".
Com a extinção da Companhia de "OS COMEDIANTES DE LISBOA" em 1950, MARIALALANDE não pretende voltar ao NACIONAL e decide percorrer outras casas de TEATRO (VARIEDADES e MARIA VITÓRIA). É neste contexto que entre 1952 e 1953 que representa "A HIPÓCRITA" de Emlyn Wiliams e "O MILAGRE DA RUA" de Costa Ferreira.
No ano de 1955 marca a sua presença no "TEATRO D'ARTE DE LISBOA", destacando-se na peça "A CASA DOS VIVOS" e "YERMA", após o que fica parada durante uns anos.
Retoma a sua actividade de actriz em 1965 nas comemorações do CENTENÁRIO DE GIL VICENTE, é convidada para fazer o"AUTO DA ALMA"no TEATRO DE SÃO CARLOS com encenação de Almada Negreiros. Em 1966 MARIA LALANDE reaparece. Ninguém sabe mas é o seu derradeiro folgo, numa série de espectáculos memoráveis que com outros actores integra a COMPANHIA PORTUGUESA DE ACTORES, no TEATRO VILLARET, com as peças "AS RAPOSAS"e"FUMO DE VERÃO". A sua última aparição foi em "ANTÓNIO MARINHEIRO" de Bernardo Santareno no TEATRO SÃO LUÍS, representando o papel (embora já doente) da "BERNARDA", com a qual se despede dos palcos.
No CINEMA (embora ainda mudo) integrou o elenco de "LISBOA CRÓNICA ANEDÓTICA"(1930) de Leitão de Barros, "CAMPINOS DO RIBATEJO"(1932) de ANTÓNIO LOPESRIBEIRO. Na era do cinema sonoro teve interpretações em "ROSA DO ADRO"(1938) de Chianca de Garcia, "FÁTIMA TERRA DE FÉ"(1943) de Jorge Brum do Canto e "NÃO HÁ RAPAZES MAUS"(1948) de Eduardo Garcia Maroto. Ao longo da sua vida ganhou os prémios EDUARDO BRAZÃO e de LUCÍLIA SIMÕES.
MARIA LALANDE foi uma figura de primeiro plano no TEATRO português contemporâneo. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
- 2ªs. Jornadas sobre Toponímia de Lisboa-Coord. António Trindade e Teresa Pereira - Edição da CML-DMAGGRH/Departamento de Administração Geral 1997- LISBOA.
- 3ªs. Jornadas sobre Toponímia de Lisboa- Coord. Antº. Trindade, Paula Machado e Teresa Sancha Pereira - Edição da CML-Dep. de Administração Geral - 2000 - LISBOA.
- 4ªs. Jornadas sobre Toponímia de LISBOA -Coord. Paula Levy, Jorge Pereira da Silva e Antº. Trindade-Edição da CML - Dep. de Serviços Gerais- 2004 LISBOA.
- ACTAS da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa - Edição da CML- anos 1943-1974; 1974-1989;1990-2000 - LISBOA.
- ALEXANDRE, Paulo - Duas Vidas uma só-Esquilo-2010-LISBOA.
- ANTÓNIO SILVA - Edição da CINEMATECA PORTUGUESA - 1986 - LISBOA.
- AS NOVAS RUAS DE LISBOA 102 TOPÓNIMOS(1998-2001)-CML- 2001- LISBOA.
- CINEMATECA PORTUGUESA  - CICLO DE ANTÓNIO SILVA - Cinemateca-1986 - LISBOA
- MACHADO, Paula - As Novas Ruas de LISBOA "102 topónimos(1998/2001)-Comissão Municipal de Toponímia - Ed. da CML - 2002 - LISBOA.
- PORTUGAL SÉCULO XX - Portugueses Célebres - Ed. Círculo de Leitores - 2003-LISBOA.
- REBELLO, Luiz Francisco - História do Teatro de Revista em Portugal- Vol. I e II - Publicações Dom Quixote - 1985 - LISBOA.
- REIS, António - Portugal contemporâneo-Vol.I- Publicações ALFA- 1996 - LISBOA
- SANTOS, Salvador - No Palco da Saudade recorda "Helena Félix".
- SARAIVA, A. J., e LOPES, Óscar - HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - 17ª ed. Porto Editora - 1996 - PORTO.
- SOBREIRA, Rosa Maria - Os Jornalistas Portugueses 1933-1974 uma profissão em construção - Livros Horizonte - 2003 - LISBOA.
- TRINDADE, Luís - ANTÓNIO SILVA - Temas e Debates - 2005 - LISBOA.
- TRINDADE, Luís - VASCO SANTANA - Círculo de Leitores - 2008 - LISBOA
(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ I ] O PAÇO DA RIBEIRA ( 1 )»

TERREIRO DO PAÇO [ I ]

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 Terreiro do Paço - (Século XVI) - Gravura em madeira - anónimo (Panorama de LISBOA vista desde o Campo de Stª. Clara, a Oriente até à Esperança a Ocidente. Limitada a Norte pelos Montes da Graça, Penha de França e Santa Ana, nela estão representados os mais importantes edifícios deste século XVI. Ao centro tem o título de: LISBONA - Inserida na obra de Seb. MUNSTER (1489-1552) Volume II(1541) in MUSEU DA CIDADE 
 Terreiro do Paço - (Séculos XVI  e XVIII) (Desenho de Matthaus Santer) (LISBOA antes e depois do terramoto de 1755. Inspirada pela perspectiva Quinhentista de BRAUNIO)  inMUSEU DA CIDADE
 Terreiro do Paço - (anterior a 1147) - (Planta que mostra o local, exacto ou aproximado de alguns edifícios ou monumentos de LISBOA anteriores à Conquista CRISTÃ no ano de 1147, o traçado da MURALHA MOURA à direita baixa, e a situação do esteiro do Tejo que penetrava por onde é agora a BAIXA POMBALINA, e que desapareceu por completo até aos finais do século XIII) in BIC LARANJA
 Terreiro do Paço - (século XII) - (Localização do esteiro do TEJO na época, e o traçado a vermelho da CERCA MOURA) in GEOLOGIA AUGUSTA 
Terreiro do Paço - (1147) - Engº A. Vieira da Silva ( Fragmento da planta topográfica de LISBOA, mostrando o "ESTEIRO DO TEJO", que penetrava pelo vale da baixa e a "CERCA MOURA". Nesta planta conhecem-se aproximadamente os sítios com letras a preto e o edifício a vermelho, onde os romanos tinham algumas edificações na sua "FELICITAS JULIA". LEGENDA- (A) Anfiteatro romano - (B) Estabelecimento termal dedicado a CASSIOS - (C) Termas AUGUSTAIS no cruzamento entre a actual RUA DA PRATA e a RUA DOS RETROSEIROS ou da "CONCEIÇÃO" etc.. Encontram-se mais pormenores no livro do ilustre Engº A. Vieira da Silva em "A CERCA MOURA DE LISBOA" Publicações da CML, nas páginas 7 e 8) in A CERCA MOURA DE LISBOA

-TERREIRO DO PAÇO [ I ]

«O PAÇO DA RIBEIRA ( 1 )»

"O ESTEIRO DO TEJO"
Nos tempos pré-históricos o vale da cidade de LISBOA terá sido um esteiro do RIOTEJO, onde vinham desaguar as ribeiras de "SANTO ANTÃO" (que descia a zona de VALVERDE  hoje AVENIDA DA LIBERDADE) e a "RIBEIRA DE ARROIOS", que passava no (REGUEIRÃO DOS ANJOS), juntando-se um pouco abaixo da actual "RUADO OURO", sensivelmente dois quarteirões depois do ROSSIO, seguindo todo o percurso da RUA DO OURO em direcção ao RIO TEJO. Podem notar-se as boas defesas naturais do CASTELO DE SÃO JORGE, com suas encostas escarpadas e protegidas por água a Oeste e Sul, proporcionando, certamente um refúgio seguro para os seus primeiros habitantes.

Na época do domínio ROMANO o esteiro já se encontrava parcialmente assoreado e com dimensões mais reduzidas. Vestígios arqueológicos encontrados até hoje mostram que a ocupação no alto da colina de S. JORGE descera até ao rio, e se estendia pelo vale a Oeste.

Os ÁRABES terão fortificado com novas muralhas LISBOA, a chamada CERCA VELHA ou CERCA MOURA, protegendo uma área aproximadamente de 16 hectares; reforçaram igualmente a "ALCÁÇOVA",( 1 ) e aí instalaram o palácio do Alcaide e uma Mesquita.
Com a conquista de LISBOA pelos CRISTÃOS em 1147, os vencidos que mantiveram a  sua fé, tiveram que deixar o núcleo fortificado e instalarem-se num arrabalde, sendo hoje conhecido por MOURARIA.
A comunidade JUDAICA também saiu e constituiu os seus bairros próprios; a JUDIARIAGRANDE no vale a Oeste, e duas JUDIARIAS PEQUENAS, uma no vale e outra em ALFAMA.
Duzentos anos mais tarde, em 1373, o Rei D. FERNANDO construiu novas muralhas, a "CERCA FERNANDINA", que ocupava 104 hectares, incluindo não só casas mas também terrenos para cultivo. Tanto a CERCA MOURA como a CERCA FERNANDINA, ainda hoje existem pedaços, incorporados em edifícios ou muros.
No final do século XIII LISBOA tinha aproximadamente vinte e sete mil habitantes, tendo aumentado a sua população para mais do dobro até início do século XVI.
O rei D. MANUEL residia no PAÇO DA ALCÁÇOVA mas descia constantemente à beira rio. Assim, ainda em finais do século XV este rei inicia a construção do "PAÇO DA RIBEIRA" reforçando a deslocação do centro em direcção ao rio e às zonas ribeirinhas. 
Os desenhos de "JORGE BRAUNIO", embora do século XVI, ilustram bem o aspecto da cidade na época Medieval.
A planta mais antiga de LISBOA que se conhece é a de JOÃO NUNES TINOCO data de 1650.
Não deixa de ser interessante analisar estes desenhos em conjunto com outras gravuras de JORGE BRAUNIO, que se reproduz parcialmente. Na densa malha construída destacam-se dois amplos espaços públicos, o ROSSIO a Norte, abrindo para o campo e os arredores, e o "TERREIRO DO PAÇO"junto ao RIO. TINOCO mostra já o renovado "PALÁCIO REAL" e os melhoramentos nos edifícios ribeirinhos.

O PAÇO DA RIBEIRA

A primeira residência régia da cidade de LISBOA, situava-se desde os tempos da conquista da cidade, no interior do CASTELO DE S. JORGE, aproveitando não só a capacidade defensiva do sítio, mas integrando-se perfeitamente no núcleo do burgo primitivo. Em finais do século XV, D. MANUEL decidiu abandonar o PAÇO DE ALCÁÇOVA e mandar construir, junto do RIO, um novo palácio. A medida teve razões práticas e dimensão simbólica.

- ( 1 ) - ALCÁÇOVA -(s.f. - Árabe "ALKASABA", Cidadela), Castelo antigo, fortaleza principal de um Castelo, último reduto da fortaleza Medieval, constituindo a zona habitacional do Castelo.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO[ II ]-O PAÇO DA RIBEIRA (2)» 

TERREIRO DO PAÇO [ II ]

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O PAÇO DA RIBEIRA (2)
 Terreiro do Paço - (1650) (Óleo sobre tela de Dirk Stoop-Londres) ( O "TERREIRO DO PAÇO" com destaque para fidalgos, Cavaleiros e crianças, alguns criados ou moços militares, homens do clero e diversos tipos populares; negros, criadas e vendedores. O chafariz "APOLO", alguns aguadeiros enchem as bilhas, enquanto outros se envolvem em algumas brigas) (Este quadro pode ser visto no MUSEU DA CIDADE)(Abre em tamanho grande)  inWIKIPÉDIA
 Terreiro do Paço - (Século XVI)  (Panorâmica Geral de Lisboa, durante o cerco de D. Afonso Henriques, na iluminura da Crónica de Duarte Galvão, atribuída a António de Holanda) (Museu  dos Condes de Castro Guimarães, Cascais - 1520) inTHE APRICITY 
 Terreiro do Paço- (1598) Gravura de cobre (Pormenor da planta de JORGE BRAUNIO , do TERREIRO DO PAÇO e RIO TEJO, com os navios da época gloriosa dos Descobrimentos, que partiam do Tejo) in MUSEU DA CIDADE
Terreiro do Paço - (Terceiro quartel do século XVI) (Pormenor da planta de Jorge Baunio. Nos estaleiros da Ribeira das Naus construíam-se os melhores navios do mundo, êxito que muito se deve ao rio, com condições perfeitas para acolher e proteger embarcações de diversos calados. Era frequente trabalharem no empreendimento centenas de carpinteiros, ferreiros e calafates, que tornaram Portugal um dos mais poderosos países da Europa na época) in MUSEU DA CIDADE 

(CONTINUAÇÃO) - TERREIRO DO PAÇO [ II ]

«O PAÇO DA RIBEIRA ( 2 )»

O "PALÁCIO DA RIBEIRA" vinha ordenar urbanisticamente uma zona organizada em função das necessidades logísticas das viagens  oceânicas e, dispondo no piso térreo os armazéns das CASAS DA ÍNDIA e MINA, juntar num mesmo edifício, a administração política e económica do reino. Em 1505 já a família real o habitava. Tratava-se, na altura, de um corpo perpendicular ao TEJO, segmentado no eixo pela torre sineira da capela. Em 1508 o Arquitecto DIOGO DE ARRUDA dirigiu a construção de um baluarte adossado ao Paço Manuelino. Voltado ao TEJO e com a base rebatida, tratava-se essencialmente de uma estrutura defensiva, com terraço guarnecido de guaritas, nos ângulos. Em meados do século não existia já, mas a sua memória foi decerto recuperada quando FILIPE II, decidiu a reforma profunda dos PAÇOS DA RIBEIRA DE LISBOA. A autoria dos trabalhos do Torreão, que substituiu o baluarte Manuelino, já concluído no essencial,  em 1584, não está perfeitamente esclarecida. O Italiano FILIPE TERZI, à época Engenheiro-mor do reino, tem sido tradicionalmente apontado como um dos responsáveis do projecto, mas o mais provável é que o seu papel tenha limitado à direcção do estaleiro.
Para obras desta dimensão FILIPE II contava naturalmente com os seus arquitectos e, talvez para suprir às necessidades da Corte, JUAN DE HERRERA, autor do ESCORIAL, esteve em LISBOA entre 1580 e 1583, período que  corresponde com exactidão à construção do TORREÃO
Contribuição decisiva, também, foi a do arquitecto Castelhano FRANCISCO MORA. Como aposentador dos PAÇOS REAIS dirigiu, na RIBEIRA, entre 1605 e 1608, uma importante campanha de obras, e os seus apontamentos ainda foram seguidos quando se preparou a visita de FILIPE III de PORTUGAL , em 1619. 
A estrutura do PALÁCIO REAL DA RIBEIRA estava, por essa altura, completa. A imagem que dele nos ficou, fixada na gravura do pintor DOMINGOS VIEIRA SERRÃO, incluída no relato oficial da viagem de FILIPE III, mostra uma longa fachada orientada a nascente, dominada pela massa do TORREÃO, debruçado à beira-rio. Esta preponderância volumétrica tinha, aliás, uma leitura simbólica, pois num dos andares nobres dispunha-se a SALA DO TRONO, decorada com um programa iconográfico de exaltação dinástica, elaborado pelo Engenheiro LEONARDO TURRIANO. Outro piso ainda era ocupado pela BIBLIOTECA, tendo sido o piso baixo reservado para canhoeiras (espingardas), tal como o apresenta um projecto de FRANCISCO DE MORA, recentemente identificado.Na sua configuração arquitectónica o TORREÃO surgiu como um corpo estranho, inspirado em desenhos do francês JACQUES ANDROUET DU CERCEAU ou em alguns exemplos de Arquitectura Medieval Portuguesa. A utilização da gramática das ordens clássicas é, porém, aqui mais definida do que nos protótipos de DU CERCEAU e o ritmo dos alçados enriquecidos pela alternância de frontões, tratamento que se estendia ao resto da construção palacial. Não se conhecendo , em pormenor, as alterações levadas a cabo nos períodos seguintes.
A estrutura oficial das obras régias contemplou sempre o cargo de mestre do "PAÇO DA RIBEIRA", mas o exercício do lugar não tinha conteúdo prático muito expressivo, dadas as dificuldades financeiras que afligiram a Coroa após a RESTAURAÇÃO.
Os pagamentos que se conhecem dessa época, como os de 1663, a TEODÓSIO DEFRIAS, e os de 1679, a MATEUS DO COUTO, se evidenciam intervenções regulares de manutenção não deixando, também de provar a incapacidade de transformar a residência da COROA portuguesa num Palácio de verdadeira dimensão europeia.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ III ] -O PAÇO DA RIBEIRA ( 3 )» 

TERREIRO DO PAÇO [ III ]

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O PAÇO DA RIBEIRA ( 3 )
 Terreiro do Paço - (Primeiro Quartel do século XVIII) autor desconhecido (Painel de azulejos representando a vista de LISBOA entre o Palácio dos Condes de Miranda, o lugar mais a Ocidente, e o Convento de Stª. Maria de Jesus de Xabregas. Nesta caso no particular temos só o TERREIRO DO PAÇO, lugar do poder político  e económico. A sua produção data entre 1700 e 1725, sendo em azulejos de faiança azul e branca. O painel pertenceu ao antigo Palácio dos Condes de Tentúgal no Largo de Santiago, em Lisboa. A sua venda foi anunciada no D.G. em 11 de Abril de 1843 e a aquisição feita pelo Marquês de Sousa Holstein para a Real Academia de Belas-Artes, tendo dado entrada nas colecções do Museu de Belas-Artes e Arqueologia instalado no Palácio Alvor em Lisboa, actual Museu Nacional de Arte Antiga, onde esteve exposto desde 1903 na entrada principal do Museu. O painel foi transferido em 1965 para o MUSEU DO AZULEJO, aberto ao público em 1970, por sinal instalado no Convento da Madre de Deus, na zona Oriental de Lisboa-Xabregas) inMUSEU NACIONAL DO AZULEJO 
 Terreiro do Paço - (Século XVIII) Banda Desenhada (O aspecto de LISBOA no século XVIII em Banda Desenhada, vista  pelos olhos e pincéis de dois Belgas: JACQUES MARTIN e LUÍS DIFERR, publicado no Facebook de JOSÉ VALENTE)  inJOSÉ VALENTE - FACEBOOK
 Terreiro do Paço - (Séc. XVIII) Desenho de autor não identificado (O "PALÁCIO DA RIBEIRA" no Terreiro do Paço, no início do século dezoito)  in  WIKIPÉDIA
Terreiro do Paço - (Século XVII) (Gravura em cobre de Ioam Schorquens-1619-1622) (Esta gravura representa o desembarque de FILIPE III no Terreiro do Paço, em 29 de Junho de 1619. Lisboa que se encontra engalanada, desde a casa do Marquês de Castro Rodrigo a Ocidente, até à zona do Mercado a oriente. Este já se encontrava instalado na Ribeira Velha para onde, entretanto, foi transferido. Vê-se com relativo pormenor, as barracas das vendedeiras. O Torreão encontra-se já com as remodelações introduzidas por FILIPE TERZI, por ordem de FILIPE II. Na parte superior, ao centro, lê-se: DESEMBARCACION de SV. M. EN LISBOA ) in MUSEU DA CIDADE

(CONTINUAÇÃO) - TERREIRO DO PAÇO [ III ]

«O PAÇO DA RIBEIRA ( 3 )»

Nem o esforço de renovação da arquitectura portuguesa, em que D. JOÃO V pôs bastante empenho, produziu alterações significativas no PAÇO DA RIBEIRA.
O rei preferiu, então, a construção de um novo Palácio em LISBOA, para o que foi chamado, de TURIM, o arquitecto FILLIPPO JUVARRA. Abandonando a ideia, consagrou-se às obras de MAFRA e do PALÁCIO DAS NECESSIDADES.
Não deixou, no entanto, D. JOÃO V de adaptar interiormente o velho edifício ribeirinho à CORTE BARROCA, onde os rituais de encenação do poder eram cada vez mais complexos.
Nas obras JOANINAS trabalhavam o arquitecto italiano ANTÓNIO CANAVARI que, além da escadaria  de acesso aos aposentos da rainha e das obras de construção de água para o Paço, riscou uma nova Torre Sineira - Conhecida por TORRE DO RELÓGIO - e JOÃO FREDERICO LUDOVICE, que acrescentou ao Palácio um novo corpo.
No PAÇO funcionou, desde sempre, uma capela Real.  Remodelada em 1610, foi transferida para o andar superior em 1619, aquando da visita de FILIPE III.
Sucessivamente adaptada a novos gostos, um viajante estrangeiro considerava, em 1730, nulo o seu valor arquitectónico, embora lhe notasse a vastidão e a excelência dos ornatos. A Capela real, que funcionava como  SÉ PATRIARCAL, era então um templo de três naves e Capela-mor muito profunda.
Nas naves laterais, mais estreitas, distribuíam-se. de cada lado, quatro altares de talha dourada alternando com painéis de azulejos. Á CAPELA-MOR, de profundidade igual à do corpo da Igreja, depois das obras JOANINAS, era enriquecida com um ciclo pictórico de iconografia mariana, em relação, aliás com o orago da Capela, dedicado a NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO.
Em 1755 o conjunto palaciano foi enriquecido pela construção de um imenso TEATRODE ÓPERA, segundo projecto feito pelo arquitecto e cenógrafo GIOVANNI CARLO BIBIENA e realizado por JOÃO PEDRO LODOVICE.
Com capacidade para seiscentos espectadores e uma riquíssima decoração interior, a "ÓPERA DO TEJO" - nome pelo qual também ficou conhecida - era uma das obras mais importantes da EUROPA.
O "PALÁCIO DA RIBEIRA" e todo o seu conjunto de anexos foram completamente destruídos pelo terramoto que abalou LISBOA no dia 1 de Novembro de 1755.
O REI D. JOSÉ, sucedendo ao trono de seu pai, nunca imaginou que cinco anos depois, todas aquelas grandezas, acumuladas por D. MANUEL, D. JOÃO III, D. SEBASTIÃO, o CARDEAL, os FILIPES, D. JOÃO IV, D. AFONSO VI, D.PEDRO e D. JOÃO V e algumas que ele próprio terá arranjado, haviam de desaparecer tão nefasto. Todas aquelas opulências se haviam de aluir, alargar-se de terriça, arder, sumir-se para sempre, com o terramoto. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ IV ] O PAÇO DA RIBEIRA (4)» 

TERREIRO DO PAÇO [ IV ]

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O PAÇO DA RIBEIRA ( 4 )
 Terreiro do Paço - (Primeira metade do século XVIII)(Tinta-da-China com aguada sobre papel, atribuído a FRANCISCO ZUZARTE possivelmente em 1740) (Em primeiro plano o edifício da VEDORIA, ao fundo o Palácio do Paço da Ribeira, salientando-se o imponente torreão mandado construir por FILIPE II, bem como a Torre do Relógio. Em rodapé uma legenda remissiva relativa aos principais edifícios representativos, interrompida ao centro pelas armas Joaninas) in  MUSEU DA CIDADE
 Terreiro do Paço - (Século XVIII) (Banda Desenhada de Jacques Martin e Luís Diferr) (O "PALÁCIO DO PAÇO DA RIBEIRA" com seu torreão e parte do Terreiro do Paço, desenhado em BD, por dois artistas Belgas, retirado do Facebook de JOSÉ VALENTE) in  JOSÉ VALENTE - FACEBOOK 
 Terreiro do Paço - (Século XVIII-Gravura) (O "PALÁCIO DO PAÇO DA RIBEIRA" que no tempo do rei D. Manuel I era seu passatempo favorito ver os barcos saírem dos estaleiros reais. Ninguém se admirou quando o monarca mandou concluir o "PAÇO DA RIBEIRA", mesmo ao lado da fábrica de navios o ARSENAL) in (O Link encontra-se em espelho) REVISTA MUNICIPAL DE LISBOA - C.M.L.
Terreiro do Paço - (Século XVIII) Gravura de autor não identificado (Palácio dos Paços da Ribeira, a gravura representa os Paços Manuelinos já modificados pelas obras empreendidas por D. João III e Filipe II. Nas águas do TEJO,  vinha reflectir-se o pavilhão monumental de FILIPE TORZI, com sua cúpula coroada ) in  COM JEITO E ARTE

(CONTINUA) - TERREIRO DO PAÇO [ IV ]

«O PAÇO DA RIBEIRA ( 4 )»

Em 1874 publicava "CAMILO CASTELO BRANCO"(1825-1890) uma obra"NOITES DE INSÓNIA"extracto de um manuscrito que encontrou, e cujo autor infelizmente não é referido, onde um erudito do século XVIII considerava em termos minuciosos a descrição do PAÇO em tempo de El-REI D. JOSÉ. "É a mais detida descrição que ainda vimos" - diz CAMILO.
Pois esse tal autor anónimo, que parece ter conhecido de perto o edifício, e com os seus pormenores nos vinga de silêncio de outras testemunhas oculares. 
Segundo tão bom informador, continha o edifício dentro em si três grandes quadras ou pátios, com galerias à volta. (CASTILHO refere-se que tem na sua Colecção de estampas um plano, que perfeitamente designa todas as três quadras ou pátios).
O pátio que ficava junto da IGREJA Patriarcal, chamado "PÁTIO DA CAPELA", era rodeado de arcadas com longas janelas no andar superior. Por baixo das arcadas existiam lojas de tudo quanto se podia imaginar precioso, entre oiro e até diamantes. Deste pátio comunicava-se por um vasto pórtico voltado ao Sul, com outro pátio em corredor, não menos rodeado de galerias, e também com lojas ricas; sobre essa galeria ficavam as janelas do chamado "QUARTO DA RAINHA". Junto ficava o quarto de El-Rei D. JOÃO V e a  ala  majestosa da  torre de mármore, com dois sinos para os quartos de hora, e outro de timbre mais grave para as horas.
Sobre a RIBEIRA DAS NAUS edificara o mesmo soberano outra ala chamada "QUARTOS DOS INFANTES", e terminada ao Poente por uma formosa varanda, ou terraço, gradeada de balaústres de mármore primorosamente lavrado, sobre pilares onde assentavam vasos cheios de murtas e outras flores. Tudo do mais apurado estilo da época. 
Toda a fachada Oriental do Palácio, isto é, a que dava sobre o TERREIRO DO PAÇO, era ocupada por uma espaçosa galeria, que pegava pelo lado Sul com o magnifico pavilhão denominado "O FORTE", obra de FILIPE TERZI por ordem de FILIPE II.
É esse justamente a galeria a que alude "SOUSA", e que partia "do Canto da Torre que fica na parte do RIO, até ao outro canto da varanda de pedraria que fica na parte da terra".
Diz ainda o anónimo redactor do manuscrito de CAMILO, que se tinha delineado fechar com o mesmo risco toda a Praça em volta, com outro pavilhão fronteiro, no sítio da ALFÂNDEGA. Nunca vi esta notícia, mas é curioso notar como esse plano veio a realizar-se, graças ao lápis de EUGÉNIO DOS SANTOS DE CARVALHO, e ao quero-posso-e- mando do MARQUÊS DE POMBAL.
Contígua a este lanço (diz no manuscrito) corria uma varanda de arcos que dava serventia para a "SALA DOS TUDESCOS". Essa varanda de arcos era chamada de "VARANDA DE PEDRARIA", e aparece em quase todas as estampas da época.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TERREIRO DO PAÇO [ V ] O PAÇO DA RIBEIRA ( 5 )»

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