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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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JARDIM FERNANDO PESSA [ III ]

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«CEM ANOS DE COMUNICAÇÃO - EXCERTOS»
 Jardim Fernando Pessa - (15.04.2017)  - ( 15 de Abril de 1902, nasce o jovem que mais tarde seria um dos bons comunicadores de Portugal de seu nome FERNANDO PESSA, hoje é dia de homenagem)   in  PT JORNAL
 Jardim Fernando Pessa - (2017)   -   (Requalificação das redes no Jardim Fernando Pessa, na freguesia do Areeiro)   in    JUNTA DE FREGUESIA DO AREEIRO
Jardim Fernando Pessa -  (2011)  (Autor da foto - ABRUXA)  -  (Estátua de uma senhora sentada perto de um banco do JARDIM FERNANDO PESSA)    in    URBANUS  DETALHES  

(CONTINUAÇÃO)- JARDIM FERNANDO PESSA [ III ]

«CEM ANOS DE COMUNICAÇÃO - EXCERTOS»

Introdução sintetizada do  livro «CEM ANOS DE COMUNICAÇÃO» do autor "LUÍSGUIMARÃES".  «"Não é todos os dias que se comemora um centenário, e só por isso a ocasião merece ser celebrada. No caso, "FERNANDO PESSA"é o oposto do exemplo vivo de quem quisesse considerar, ( ... ) a profissão de jornalista como de desgaste rápido ou, quando muito, seria a excepção que confirmaria a regra.
O DECANO dos jornalistas portugueses, e provavelmente mesmo a nível MUNDIAL, não arrumou as botas e estar apenas a convalescer de um acidente doméstico, aborrecendo-se em casa, contando os dias para poder regressar `a "sua casa", ao ambiente que tão bem conhecia e viu evoluir, ao longo de recados a RTP. Fomos, entretanto, surpreendidos com a sua hospitalização com um problema respiratório que, da mesma forma como evitou as V1 tentónicas, saberá rapidamente contornar, para comemorar com saúde o seu século de vida. (...) Duas semanas volvidas, PESSA deixou.nos. (...) . Lá onde agora se encontra, deve olhar-nos, prazenteiro, e atira-nos  " E ESTA HEIN?", de que foi uma derradeira e inesperada travessura. Até sempre FERNANDO..."»  [AUTOR: LUÍS GUIMARÃES].



No prefácio do livro «CEM ANOS DE COMUNICAÇÃO", sobre "FERNANDO PESSA", conta-nos o escritor "JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS".
«"Conheci "FERNANDO PESSA" em LONDRES, no edifício  português foi a BBC. O Decano do Jornalismo português foi visitar a SECÇÃO PORTUGUESA em BUSH HOUSE, ao fundo da KING'S WAY, e a sua entrada encheu de magia as pessoas que ali estavam. Corria o ano de 1988, tinha de 86 anos e a sua figura era objecto de grande deferência da parte de todos os que o rodeavam.
Uma das coisas que depressa saltou à vista é que aquele homem não era um velho. Movia-se com agilidade e, sobretudo, era senhor de um raciocínio rápido, inteligente e lúcido, algo que se reflectia de forma clara na maneira como usava o humor. A sua piada e sempre a propósito eram bem o sintoma de uma saúde mental invejável, batendo neste aspecto qualquer jovem que com ele tentasse competir.  Por detrás daquele aspecto está uma pessoa especial.  "EM COISAS DE IDADE", disse-me uma vez, meditando amenamente sobre uma das ironias da sua vida, «SEMPRE FUI O "MAIS"».  Queria dizer que, em novo,
era sempre o mais jovem de qualquer grupo. Era o mais jovem locutor da E.N., era o mais jovem jornalista da SECÇÃO PORTUGUESA, era o mais jovem nisto e naquilo. E agora, por ironia do destino, é sempre o mais velho. O mais velho jornalista português, o mais velho repórter do Mundo  em actividade, o mais velho em qualquer coisa.
É também uma das velhas velhas referências. Pela sua voz passaram as notícias da E.N. e as novidades da guerra, da resistência e do desafio, transportadas pelas ondas curtas da BBC a, partir de LONDRES.  Foi a sua voz que em 1945 encheu o éter com o anúncio do fim da guerra, foi a sua voz que descreveu a parada da vitória no "THE MAIL", foi ainda a sua voz que ilustrou os documentários noticiosos da UNITED NEWSREAL que oassavam nas salas de cinema em PORTUGAL antes dos filmes protagonizados por; H. BOGART, LAUREN BACALL e GRETA GARBO.
Para a minha geração, FERNANDO PESSA confunde-se com a história da Televisão. A sua voz característica e o seu estilo inconfundível  veio acrescentar-se o seu rosto afável, a sua figura distinta, o seu porte de "GENTLEMAN". Porque é de um "gentleman", na velha e nobre da palavra, que estamos a falar. Um "gentleman" que personifica o século XX português.
"SO LONG, FERNANDO, OLD CHAP".

(PRÓXIMO) «JARDINS COM NOMES DE PESSOAS[ I ] JARDIM ANT.º NOBRE OU SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA( 1 )».

JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ I ]

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«JARDIM ANTÓNIO NOBRE-OU-JARDIM SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA ( 1 )»
 Jardins de Lisboa com nomes de pessoas- (Jardim Ant.º NOBRE ou S. PEDRO DE ALCÂNTARA - (10.11.2015) Foto de Krista Pepper  -  (Vista panorâmica do Jardim ANTÓNIO NOBRE com vista para o Castelo de São Jorge, Sé de Lisboa e Rio Tejo)     in     TROVER
 Jardim António Nobre ou São Pedro de Alcântara (Post de 1904) Foto de Fernando Martins Pozal - (Monumento a Eduardo Coelho fundador do DN, com o ardina, no Jardim António Nobre ou Jardim São Pedro de Alcântara) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in    AML 
 Jardim António Nobre ou Jardim São Pedro de Alcântara - (2008)  Foto de Aires Santos  -  (O Jardim Renovado nesse ano, vendo-se o Tabuleiro inferior e parte do superior)   in   TREK EARTH
 Escadinhas do Espírito Santo da Pedreira - (2013) Foto de Dante Mendonça  -  (Uma ligação feita à medida, entre a RUA NOVA DO ALMADA e a RUA DO CRUCIFIXO, motivado pelas grandes obras do CHIADO )   in   TR TRIBUNA
Escadinhas do Espírito Santo da Pedreira - (2000)  -  (Entre a Rua Nova do Almada e a Rua do Crucifixo aberta depois do Incêndio do CHIADO em 1988)   in    TOPONÍMIA DE LISBOA


JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ I ]

«JARDIM ANTÓNIO NOBRE -OU- JARDIM SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA (1)»

Nesta "Velha"CIDADE de LISBOA, (embora sempre a renovar-se), repleta de arruamentos com nomes há muito consagrados e decorados por toda a gente é extremamente difícil encontrar "uma vaga" para arrumar devidamente alguém ou alguma instituição num sítio que lhe diga respeito. Só raramente quando surgem os milagres, como aconteceu quando, por força das obras do CHIADO, provocadas pelo incêndio de AGOSTO de 1988, foi reaberto um caminho (no caso umas escadinhas) entre a "RUA NOVA DO ALMADA" (ver mais aqui...) e a "RUA DO CRUCIFIXO" (Ver mais aqui...) e se lhe chamou "ESCADINHAS DO SANTO ESPÍRITO DA PEDREIRA", inaugurada a 28 de Janeiro de 2000. Designação do CONVENTO que ali existiu durante séculos e foi antecessor dos ARMAZÉM DO CHIADO. Ou quando foi possível encontrar na GRAÇA  uma rua sem nome e chamar-lhe RUA NATÁLIA CORREIA(Ver mais aqui...), Escritora e Poetiza com ligação a este BAIRRO .
A raridade acontece, felizmente com FERNANDO PESSA.
"NESTES JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS", têm por certo sorte muito diferentes, no que respeita ao conhecimento geral, os nomes de personalidades consagradas em jardins.
Tudo depende da época e das circunstâncias em que foi feita a atribuição da designação respectiva. Por outras palavras: não se duvida de que um espaço verde ainda não terá entrado na tradição alfacinha e agora denominado, velha a ser conhecido para a posteridade. O mesmo se diga de outros criados, isto é, nascidos de raiz.
Mas a regra não se aplica quando se trata de crismar JARDINS cujas designações populares estão tão firmadas nas memórias: Quem é que se lembra de chamar "ANTÓNIO NOBRE"ao JARDIM DE SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA? Quando ainda por cima tem um busto de EDUARDO COELHO ( 1835-1889) (Fundador do Diário de Notícias), e a estátua em bronze "DO ARDINA" com pedestal em pedra uma obra do escultor ANTÓNIO AUGUSTO DA COSTA MOTA (Tio) e do ARQUITECTO ÁLVARO MACHADO (o pedestal) . O monumento foi erguido por subscrição pública e promovida pelo D.N., inaugurado 1904 mostrando o busto do seu fundador e um ardina que parece apregoar o JORNAL. Esta imagem do "ARDINA DE LISBOA" ficará  imortalizável, no sopé do busto de EDUARDO COELHO. Mais do que o"NOTÍCIAS". é toda uma época que cabe, na pequena sacola da figurinha de bronze. Uma época inteira de lágrimas próprias e de comovidos sorrisos dos passantes.  A época dos folhetins diários e da Imprensa escrita como espelho único do mundo. Assim, em pregões matinais, o ARDINA fazia as delicias de quem lia jornais. Descendo o BAIRRO ALTO até à BAIXA, ainda mal rompia o dia, vinha o ARDINA correndo, pé descalço ou chinelo de borracha. A calça era de cotim, camisa de riscado, boné às "TRÊS PANCADAS" e mal alimentado. Seus pais andavam na faina de varinos, e assim os ARDINAS nunca puderam ser meninos.

Este JARDIM está localizado entre a "RUA SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA", "RUA DAS TAIPAS" e"CALÇADA DA GLÓRIA" (a Calçada do Elevador).


(CONTINUA)-(PRÓXIMO) «JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS[ II ] -AMÁLIA-FERNANDA DE CASTRO-CONSTANTINO-GUERRA JUNQUEIRO»

JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ II ]

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«JARDIM AMÁLIA-JARDIM FERNANDA DE CASTRO-JARDIM CONSTANTINO E JARDIM GUERRA JUNQUEIRO OU DA ESTRELA»
 Jardim Amália Rodrigues - (depois de 2001) Foto de Sérgio Pampolha  -  (Placa Toponímica TIPO IV do Jardim Amália Rodrigues, no topo do PARQUE EDUARDO VII)   in      MINUBE
 Jardim Amália Rodrigues - 2018  Foto de Rui  - No Jardim Amália Rodrigues destaca-se a "Maternidade" da autoria do escultor Colombiano "FERNANDO BOTERO" nascido em 1932, escolhido pelos pelos lisboetas)   in  COISAS DA FONTE
 Jardim Fernanda de Castro - (Anos 40 do século XX) - (A própria escritora Maria Fernanda Teles de Castro  e Quadros Ferro, que deu o nome a este Jardim)   in    TOPONÍMIA DE LISBOA 
 Jardim Fernanda de Castro - ( depois de 2000)  -  (Local do Jardim de Fernanda de Castro, na encosta do Restelo, freguesia de Belém)     in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Jardim Constantino - (2011)    -  (Um aspecto do "velho" JARDIM CONSTANTINO" na freguesia de ARROIOS)    in   JORNAL SOL 
 Jardim da Estrela ou Jardim Guerra Junqueiro . ( 2007)  Foto de João Carvalho -  (O mais antigo coreto de Lisboa uma obra de José Luís Monteiro, estava no antigo "PASSEIO PÚBLICO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   WIKIPÉDIA 
Jardim da Estrela ou Jardim Guerra Junqueiro - (2011) Foto de Filipe Amorim  -   (Uma vista do interior do Jardim da Estrela para a sua entrada principal, ao fundo a Basílica da Estrela)  in  PASSEIOS - CÁ DENTRO - ARQUIVO /APS

(CONTINUAÇÃO) - JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ II ]

«JARDIM AMÁLIA-JARDIM FERNANDA DE CASTRO.JARDIM CONSTANTINO. JARDIM GUERRA JUNQUEIRO OU JARDIM DA ESTRELA ( 2 )»

Entre as manchas verdes que tem nomes  de pessoas e que, em princípio deverão permanecer assim conhecidos, estarão muito provavelmente, os mais modernos, aqueles que repete-se plantados e não tinham chegado ainda a entrar nos chamamentos populares. Será o caso do "JARDIM AMÁLIA RODRIGUES" que tem o seu Jardim no Alto da "AVENIDA DA LIBERDADE" para além do "PARQUE EDUARDO VII, foi inaugurado a 13 de Julho de 2001.  Não é menosprezar AMÁLIA, pelo contrário, mas acho que merecia mais de uma referência, vários capítulos  mais completos e não agora neste emaranhado de JARDINS.

Ainda o JARDIM DE FERNANDA DE CASTRO, escritora (1900-1994), tem o seu nome ligado a um JARDIM na encosta do RESTELO, (actual freguesia de BELÉM), inaugurado a 4 de Maio de 2000, por Edital de 30.09.1999.
FERNANDA DE CASTRO elevou esta LISBOA de mil cores, na qual viveu quando menina, numa casa com janela virada para o TEJO e, depois no BAIRRO ALTO. Foi outrora poetisa, romancista, peças de teatro e contos. Escreveu sobre os JARDINS DE LISBOA na obra "LISBOA, CIDADE DE MIL CORES". Considerava os JARDINS«como a evasão da cidade como o sonho e a evasão do homem».

Entre os antigos, a grande excepção, isto é, onde o nome da personalidade prevaleceu. è o caso do "JARDIM CONSTANTINO", também conhecido pelo JARDIM DO FLORISTA, como homenagem a um dos maiores floristas de LISBOA, "CONSTANTINO MARQUES DE SAMPAIO E MELO ", conhecido pelo REI  dos floristas portugueses no final do século XIX. Fica entre quatro RUAS; a RUA PASSOS MANUEL, "RUA JOSÉ ESTEVES", RUA PASCOAL DE MELO  E A RUA MINDELO. De traçado quadrangular, elegante, apesar de simples e pequeno . Possui abundante vegetação.

Dos nomes esquecidos são, na sua maioria, porém, os jardins "CLÁSSICOS", tem nomes oficiais que ninguém conhece. Os exemplos não faltam. Dá-se um doce a quem , ao passar no "JARDIM DA ESTRELA", saiba dizer que se encontra no "JARDIM GUERRA JUNQUEIRO ( Ver mais aqui...   ), tanto mais que o poeta de "OS SIMPLES" tem a sua estátua noutro espaço ajardinado na "PRAÇA DE LONDRES", junto da sua AVENIDA, que dá para a "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES". 
  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS[ III]-JARDIM TEÓFILO DE BRAGA OU JARDIM DA PARADA-JARDIM NUNO ÁLVARES OU JARDIM DE SANTOS ( 3 )»

JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ III ]

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«JARDIM TEÓFILO BRAGA OU JARDIM DA PARADA - JARDIM NUNO ÁLVARES OU JARDIM DE SANTOS( 3 )»
 Jardins de LISBOA com nomes de pessoas - (Jardim de Teófilo Braga ou Jardim da Parada) - (século XXI) Foto de Francisco Falcão -  (Coreto do Jardim Teofilo Braga ou da Parada)  in  JUNGLE KEY
Jardins de LISBOA com nomes de pessoas -  (Jardim Teófilo Braga ou Jardim da Parada) - (2015) Foto de Luísa -  ( Estátua da MARIA DA FONTE colocada neste Jardim no ano de 1920)  in  O MEU BAIRRO 
 Jardins de LISBOA com nomes de pessoas - Jardim Teófilo Braga ou Jardim da Parada - 2013 - Foto de Luísa  -  (O Jardim da Parada entre a RUA TOMÁS DA ANUNCIAÇÃO e a RUA QUATRO DE INFANTARIA no BAIRRO de CAMPO DE OURIQUE)   in    O MEU BAIRRO 
 Jardins de LISBOA com nomes de pessoas -  Jardim Nuno Álvares  ou Jardim de Santos -  (2010) Foto de autor não identificado  -  (No Jardim do Largo de Santos existe uma estátua a RAMALHO ORTIGÃO, inaugurada a 23 de Setembro de 1957)  - ( ABRE EM TAMANHO GRANDE) in  CIÊNCIAS E MARCAS/RUAS DE LISBOA/16.01.2012
Jardins de LISBOA com nomes de Pessoas -  Jardim NUNO ÁLVARES ou JARDIM DE SANTOS - Foto de Margarida Bico  -  (O "JARDIM DO LARGO DE SANTOS" que oficialmente se chama  "NUNO ÁLVARES)   in     PANORÂMICO 


(CONTINUAÇÃO)-JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ III ]

«JARDIM TEÓFILO BRAGA OU JARDIM DA PARADA -- JARDIM NUNO ÁLVARES OU JARDIM DE SANTOS ( 3 )»

Muito poucos habitantes de "CAMPO DE OURIQUE" se lembrarão também, ao passarem no seu jardim interior e ao qual sempre lhe chamaram "JARDIM DA PARADA", que aquele espaço tranquilo e de abundante variedade de flores, tem o nome do literato e republicano, (presidente em 29 de Maio de 1915, na I REPÚBLICA), o então " TEÓFILO BRAGA".
O nome de «JARDIM DA PARADA» perdeu-se de ali ter sido o antigo terreno da "PARADA" de uma unidade militar, onde em 1920 foi colocada a estátua da "MARIA DA FONTE"( 1 ),  autoria do escultor"ANTÓNIO AUGUSTO DA COSTA (TIO)".
No início deste século a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, procedeu à sua recuperação, dotando-o de novos equipamentos e recuperando alguns elementos que faziam parte do nosso património cultural.
No centro do JARDIM , um lago que alberga patos, peixes e tartarugas possuí alguma estatuária, parque infantil e CORETO. Referente à fama destacam-se algumas espécies, entre as quais; o LODÃO ( 2 )O CIPRESTE-DE-FOLHA-CADUCA, SEQUÓIA GIGANTE ( 3 ), palmeira-das-Canárias, a Ameixeira-de-jardim a Tília-Prateada, entre outras, a GAVILEA ( 4 ) o PATO-REAL, o MELRO-PRETO, o POMBO DOMÉSTICO, o PARDAL COMUM, numa área de 0,3 ha.
Localizado entre a "RUA TOMÁS DA ANUNCIAÇÃO" e a "RUA QUATRO DE INFANTARIA" pertencia à antiga freguesia de "SANTO CONDESTÁVEL" hoje pertence à freguesia de "CAMPO DE OURIQUE".

A confusão reina também no velho "JARDIM DO LARGO DE SANTOS", ao qual a população chama apenas de ...  "JARDIM DE SANTOS" (outrora chamado de JARDIM DOS GATOS); possui no seu interior uma estátua de"RAMALHO ORTIGÃO" - o escritor de "AS FARPAS" - de bronze com dois metros e sessenta, em cima de um pedestal em granito.  A obra foi executada por "NUMIDICO BESSONE", entre os anos de 1945 e 1956, tendo sido inaugurada a 22 de Novembro de 1957. Em princípio pensava-se que alguma vereação tinha colocado para ali o escritor; nada disso; o JARDIM  chama-se oficialmente «JARDIM DE NUNO ÁLVARES», pela razão simples de, em tempos remotos, ter havido um movimento em favor da colocação naquele lugar de uma estátua do «CONDESTÁVEL».  Aconteceu que o monumento não se colocou ali nem ficou em LISBOA (foi oferecido à VILA DA BATALHA), mas a designação oficial ficou.

( 1 ) - REVOLUÇÃO DA MARIA DA FONTE: Nada fazia prever que o protesto de um grupo de mulheres fosse o primeiro acto do fim do CABRALISMO em Portugal. Assim foi, na primavera de 1846, as foices e as gadanhas minhotas estenderam o rastilho do ódio ao Reino. Tudo acabou na guerra Civil da "PATULEIA".
( 2 )LODÃO - Fruto do país dos LOTÓFAGOS, que fazia esquecer a Pátria aos estrangeiros, tão delicioso era. Nome de várias plantas Ninfáceas, especialmente da espécie nenúfar.  Árvore cuja madeira se aplica em construção."Celtis Australis" - nome popular - LODÃO BASTARDO, GINJINHA-DO-REI.
( 3 ) - SEQUÓIA GIGANTE - Género de coníferas de grande porte, pode viver milénios, e ultrapassar os 100 metros de altura.
( 4 ) -GAVILEA - É um género botânico pertencente à família das orquídeas (orchidaceae)


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS[ IV ]-JARDIM BRAAMCAMP FREIRE - CAMPO MÁRTIRES DA PÁTRIA-CAMPO SANTANA - JARDIM MARCELINO MESQUITA OU JARDIM DAS AMOREIRAS».

JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ IV ]

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«JARDIM BRAACAMP FREIRE-CAMPO MÁRTIRES DA PÁTRIA-CAMPO SANTANA --  JARDIM MARCELINO MESQUITA OU JARDIM DAS AMOREIRAS ( 4 )»
 Jardim Braancamp Freire -  (2009 )  -  (Panorâmica do Jardim no Campo Mártires da Pátria, Jardim Santana ou Jardim Braancamp Freire)  (ABRE EM TAMANHO GRANDEin RUAS DE LISBOA/WIKIPÉDIA
 Jardim Braancamp Freire  - (2008)  - Foto de Dias dos Reis   - (Jardim Braancamp Freire no Campo Martires da Pátria  - antiga freguesia da Pena, hojE freguesia de ARROIOS)  in  DIAS DOS REIS/RUAS DE LISBOA
 Jardim Braancamp Freire - (2008)   Foto de Manuel Correia  - (Um aspecto do Jardim do Campo dos Mártires da Pátria ou Jardim do Campo Santana)  in  WIKIPÉDIA/AGENDA CULTURAL DE LISBOA
 Jardim Mesquita Machado - (2013)  -  (Jardim das Amoreiras também conhecido por Jardim MESQUITA MACHADO na freguesia de SANTO ANTÓNIO)  in     LISBON SHOPING DESTINATION
Jardim das Amoreiras - ( 2018)  -  (Jardim Mesquita Machado embora também conhecido pelo "JARDIM DAS AMOREIRAS na freguesia de SANTO ANTÓNIO)   inSITIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA


(CONTINUAÇÃO) - JARDINS DE LISBOA COM NOMES DE PESSOAS [ IV ]

«JARDIM BRAANCAMP FREIRE - CAMPO MÁRTIRES DA PÁTRIA - JARDIM DO CAMPO DE SANTANA -- JARDIM DE MESQUITA MACHADO OU JARDIM DAS AMOREIRAS ( 4 )»

Vamos hoje falar do "CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA" ao qual muito boa gente ainda chama "CAMPO DE SANTANA", mas cujo JARDIM foi destinado ao nome de JARDIM BRAANCAMP FREIRE, evocando o cidadão liberal "ANSELMO BRAANCAMP FREIRE, existindo desde 1833.
O Jardim situado na metade sul do "CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA", na freguesia de ARROIOS (antiga freguesia da PENA) possui uma área de 1,3 ha, com um traçado orgânico, no centro de LISBOA. JARDIM abrigado, com abundância sombra, dominado por árvores, algumas classificadas como exemplares de interesse  público público, distribuídas por 52 famílias, as espécies que constituem o JARDIM são originárias dos sete reinos fitogeográficos e de treze regiões, sendo as mais numerosas provenientes da região Mediterrânica e da ÁSIA ORIENTAL (China, Coreia, Japão e Formosa).
O JARDIM situado no CENTRO ORIENTAL DE LISBOA, no topo de uma COLINA interflúvio dos vales onde se encontram as "AVENIDAS"; "DA LIBERDADE", a Ocidental, e a "ALMIRANTE REIS"a ORIENTE.
Possui uns lagos, uma esplanada e alguma estatuária. No espaço ajardinado encontramos árvores classificadas e aves exóticas. Na metade do "CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA" fica localizado um campo poli-desportivo ao ar livre e um parque infantil.
No GUIA DE PORTUGAL de 1924 informava em relação a este sítio:"foi matadouro de gado (desde o séc. XVI), CAMPO DA MORTE dos conjurados aliados do General GOMES FREIRE (1817), PRAÇA DE TOUROS (até ao fim do séc.XIX) e depois JARDIM num traçado romântico, com canteiros relvados, e lagos para peixes,  patos diversos, galinhas, pavões e pombos, emprestando ao JARDIM a mobilidade que a vida vegetal não tem".
Actualmente encontra-se equipado com casa de apoio aos jardineiros, bancos, mesas, bebedouros, um restaurante,  parque infantil e campo desportivo, criado no sector a Norte da "ALAMEDA SANTO ANTÓNIO DOS CAPUCHOS" que atravessa transversalmente o JARDIM.  Destaca-se na estatuária o busto de bronze, com pedestal em pedra de "GARCILASO DE LA VEGA" conhecido como "O INCA". Esta obra foi executada por "MIGUEL BACA ROSSI", em 1980. Monumento oferecido pela Republica do PERUà Cidade de LISBOA em homenagem da NAÇÃO PERUANA A PORTUGAL, inaugurada em 8 de Fevereiro de 1984. Além do busto vamos encontrar na entrada NOROESTE DO JARDIM , uma placa comemorativa em memória do"GENERAL GOMES FREIRE" e dos seus conjurados.  Conta-nos ainda "JÚLIO CÉSAR MACHADO" no seu livro, que no "CAMPO DE SANTA ANA"existiu uma"FEIRA DA LADRA",  as bancas dos feirantes ficavam bem perto da PRAÇA DE TOUROS (o espaço eram usado em dias que não havia corrida de touros).
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O outro JARDIM que tem no "bilhete de identidade" o nome de um escritor teatral português natural do CARTAXO; "MARCELINO MESQUITA"é o"JARDIM DAS AMOREIRAS".
Situado na "PRAÇA DAS AMOREIRAS" na freguesia de "SANTO ANTÓNIO"  (antiga freguesia de "SÃO MAMEDE"). Neste pequeno JARDIM podemos apreciar várias espécies de árvores diferentes, com destaque os belos exemplares de "TÍLIAS" e um bonito conjunto de "GINKGOS", entre outras, tendo como equipamento um parque infantil e um quiosque com esplanada.
Conhecido mais por o  "JARDIM DAS AMOREIRAS", nome que deriva da abundância desta espécie. Foi arborizado em 1771, a mando do MARQUÊS DE POMBAL com 331 AMOREIRAS, na intenção de fomentar a INDUSTRIA PORTUGUESA DE SEDAS.  Hoje é um tranquilo "JARDIM DE BAIRRO", com o seu parque infantil e outro equipamento, rodeado de casas setecentistas. "Noutros tempos" neste espaço realizava-se a "FEIRA DAS AMOREIRAS", de onde saia a matéria prima para a alimentação do"BICHO-DA-SEDA"indispensável para a laboração da"REAL FÁBRICA DA SEDA".[FINAL desta série]

BIBLIOGRAFIA

- AS NOVAS RUAS DE LISBOA - 102 Topónimos (1998/2001) autores -PAULA MACHADO e TERESA SANCHA PEREIRA. EDIÇÃO DA C.M.L. - 2002 - LISBOA
- DICIONÁRIO BOTÂNICO - de João Cayolla Tierno - Ed. TERTÚLIA EDÍPICA DE LISBOA- 1958 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Coord. Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA
- GUIAS DE LISBOA - A FEIRA DA LADRA - Col. Dir. por Marina Tavares Dias - IBIS Editora-1990 - LISBOA.
- LISBOA DESAPARECIDA - MARINA TAVARES DIAS - VOL. 3 - QUIMERA-1992-LISBOA
- OLHARES DE PEDRA - ESTÁTUAS PORTUGUESAS - Editor João Fragoso Mendes - 2004- LISBOA.

INTERNET


(PRÓXIMA)«RUA DE SÃO JOÃO DA MATA»[ I ] "RUA DE SÃO JOÃO DA MATA" HABITAÇÃO DE MAGISTRADOS, MINISTROS e DEPUTADOS( 1 )")

RUA SÃO JOÃO DA MATA [ I ]

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«A "RUA SÃO JOÃO DA MATA" RESIDÊNCIA DE MINISTROS,MAGISTRADOS E DEPUTADOS ( 1 )
 Rua São João da Mata  - (Entre 1898 e 1908)  Foto de Machado & Sousa  -  (O Prédio na RUa SÃO JOÃO DA MATA Nº. 18 esquina com a RUA DO GUARDA MOR)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in    AML  
 Rua São João da Mata - (entre 1898 e 1908)  Foto de Machado & Sousa (Negativo de gelatina e prata em vidro)  -  (Uma das casas na Rua da São João da Mata no século XIX) (ABRE EM TAMANHO GRANDE in AML    
 Rua São João da Mata - (entre 1898 e 1908) Foto de Machado & Sousa -  (Início da Rua São João da Mata na RUA DE SANTOS-O-VELHO)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE) in   AML 

Rua S. João da Mata ( século XXI) Autor da foto não identificado - (Prédio revestido a azulejos de cor amarela, na RUA SÃO JOÃO DA MATA)    in  Sítio da CML 


(INÍCIO) - RUA SÃO JOÃO DA MATA [ I ]

«A "RUA SÃO JOÃO DA MATA" RESIDÊNCIA DE MINISTROS, MAGISTRADOS e DEPUTADOS( 1 )»


A «RUA SÃO JOÃO DA MATA» localizada nas antigas freguesias da "SANTOS-O-VELHO" correspondendo os números 1 a 135 e  1 a 128; à freguesia da «LAPA» os números 128-A e do 137 em diante. Pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, estas freguesias passaram a integrar uma nova freguesia a "ESTRELA"
A artéria tem o seu início na "Rua de Santos-o-Novo" no número 92 e termina na "RUA DA LAPA" no número 69. Esta RUA aparece pela primeira vez nos registos paroquiais do ano de 1757. Ocupando a RUA uma zona circundante ao "CONVENTOS DAS TRINAS DA ORDEM DA SANTÍSSIMA TRINDADE", o seu nome indica a memória de um dos fundadores da ORDEM, de"SÃO JOÃO DA MATA".

Nessa altura o número 18 desta RUA (do século XIX )  era ocupado por um imóvel de quatro pisos com águas-furtadas. Este prédio, que faz esquina para a "RUA DO GUARDA-MOR", impressiona pela sua fachada sóbria rematada no último piso por uma extensa varanda, com bonita decoração em ferro forjado, tendo o edifício sido habitado por alguma gente de prestígio. O rés-do-chão encontrava-se ocupado por uma firma comercial de venda de MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO.

Quando "JOÃO DE SOUSA PINTO DE MAGALHÃES" (1785-1863) chegou à capital, no início da sua carreira, o jurista portuense, foi habitar o Nº. 18 da RUA SÃO JOÃO DA MATA, onde também encontrou na residência o deputado pelo MINHO, "JOSÉ ANTÓNIO GUERREIRO" (1789-1834), que mais tarde foi também"MINISTRO DA JUSTIÇA".

Entre muitos imóveis existentes na "RUA SÃO JOÃO DA MATA", podemos destacar um, que pela sua beleza e antiguidade, merece ser recordado. Embora a sua fachada de tradição pombalina, a sua decoração merece algum reparo pois transmite um gosto neoclássico. Este edifício construído possivelmente no primeiro quartel do século XIX, aparenta uma fachada regular, simétrica de visualização tripartida ,rematada por platibanda e revestido totalmente de azulejos lisos, de cor amarela, com cercadura de movimentos neoclássicos a castanho, que enquadram o recorte das cantarias dos diversos vãos . Esta cercadura tem a particularidade de não estar pintada  em série sobre fiadas isoladas, mas no último azulejo que remata o pano da parede, ainda à maneira do século XVIII.
O revestimento azulejar provavelmente terá sido concebido e aplicado também no primeiro quartel do século XIX e pode ser considerado como um dos primeiros exemplares de revestimento cerâmico das fachadas, tendência que se veio a vulgarizar a partir de 1850.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA S. JOÃO DA MATA[ II ] »A RUA SÃO JOÃO DA MATA RESIDÊNCIA DE MINISTROS, MAGISTRADOS e DEPUTADOS ( 2 )»

RUA SÃO JOÃO DA MATA [ II ]

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«A RUA SÃO JOÃO DA MATA, HABITAÇÃO DE MINISTROS, MAGISTRADOS E DEPUTADOS ( 2 )»
 Rua S. João da Mata - (Século XX?) de BARRAGON  - Um aspecto de "RUA SÃOJOÃODA MATA vista do seu final)   in     MAPIO
 Rua São João da Mata -  (Século XX)  Foto de autor não identificado )  (Um troço sa "RUA SÃO JOÃO DA MATA" para Norte)  in   MAPIO
 Rua São João da Mata - (1860) - Foto de Joaquim Pedro de Sousa  -  ("João Sousa Pinto de Magalhães" retratos de Portugueses do século XIX)     in    WIKIPÉDIA
Rua São João da Mata  -  (entre 1898 e 1908)  Machado & Sousa   -  ((Edifício com platibanda e águas-furtadas, na "RUA SÃO JOÃO DA MATA)  (ABRE EM TAMANHOGRANDEin   AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA SÃO JOÃO DA MATA [ II ]

«A RUA SÃO JOÃO DA MATA HABITAÇÃO DE MINISTROS, MAGISTRADOS E DEPUTADOS ( 2 )»

E para complementar o edifício da "RUA SÃO JOÃO DA MATA" resta acrescentar que no piso térreo rasgam-se quatro portas, certamente na origem iguais duas a duas e alternadas, numa das portas abre-se agora para uma minúscula PADARIA  timidamente de "ART DECO".  Os restantes três pisos são ritmados por uma sucessão de quatro varandas de sacada, com gradeamento de ferro forjado muito trabalhado, sendo o gradeamento do último piso, corrido e comum a todas as janelas. O andar nobre apresenta contudo uma cantaria mais elaborada. Este imóvel encontra-se em vias de classificação para interesse MUNICIPAL.
«JOÃO DE SOUSA PINTO DE MAGALHÃES» (1790-1865) nasceu no PORTO a 8 de Janeiro de 1790, filho de Advogado JOÃO DE SANT'ANA NEVES DE SOUSA e de MARIA BENEDITA DE MAGALHÃES, Cedo porem "JOÃO S. PINTO DE MAGALHÃES", estudou humanidades e se habilitou a entrada na UNIVERSIDADE DE COIMBRA, onde sempre foi admirado pelas suas capacidades intelectuais. No ano de 1816 com 26 anos tornou-se "bacharel em Leis" devido à grande agitação política que então se fazia sentir no meio estudantil.
Tendo sido estudante de CIÊNCIAS POLÍTICAS foi um dos primeiros a dedicar-se igualmente ao estudo de ANTIGUIDADE CLÁSSICA e das CIÊNCIAS NATURAIS.
A partir de 3 de Setembro de 1817, em LISBOA, fez leitura no Desembargo do PAÇO como era indispensável para exercer o cargo de magistrado.Por nomeação, a 4 de Dezembro de 1818 veio do facto a ser colocado como JUIZ NO TRIBUNAL DO CRIME no "BAIRRO DO MOCAMBO", situado na "RUA DOS REMÉDIOS À LAPA, número 55.
Este lugar era muito ambicionado pelos juízes da época, porque abria as portas para uma carreira prestigiada na magistratura. 
No decorrer do ano de 1833, após reintegração na função pública, veio a exercer o cargo de INSPECTOR DOS CORREIOS E POSTAS DO REINO, sendo nomeado em 1835 para MINISTRO DO REINO e, posteriormente para a PASTA DA JUSTIÇA, que assumiu durante a vigência do MINISTÉRIO DE SALDANHA. Em Abril de 1848 "pertenceu à comissão encarregada de estudar os maios de emancipar os escravos".
Em Outubro de 1849 participou na COMISSÃO DE REFORMA DE REPARTIÇÃO DOS ESTRANGEIROS.
Em 1851 integrou a COMISSÃO ENCARREGADA de tratar com o NÚNCIO as reduções dos CONVENTOS de freiras e a conversão dos bens das CASAS RELIGIOSAS.
Desde 1853 exerceu funções de Concelheiro no "TRIBUNAL DE CONTAS" tendo ascendido em 1858 a CONSELHEIRO DE ESTADO EFECTIVO,  cargo para a qual havia sido nomeado em Agosto de 1845 como extraordinário. A 10 de Maio de 1861 o REI elevou por Decreto ao PATRIATO mercê que recusou, embora tivesse explicado a D. PEDRO V as razões da recusa. Pelas suas qualidades, JOÃO SOUSA PINTO DE MAGALHÃES viu-se agraciado ainda com a ORDEM DE CRISTO e com a ORDEM PONTÍFICE DE SÃO GREGÓRIO.
Na sua casa em LISBOA, desenvolveu-se uma intensa actividade "LITERÁRIA" e "CULTURAL", sendo conhecidas essas sessões por nelas participarem entre outros, "O CARDEAL SARAIVA". "PINTO DE MAGALHÃES"é autor de vários trabalhos dos quais apenas estão publicados a "NECROLOGIA DO PROF. DE MÚSICA CANONGIA". a nota no "FASTO DE OVÍDIO", integrada numa tradução de  FELICIANO DE CASTILHO.
Dos Trabalhos inéditos por "PINTO DE MAGALHÃES"à "ACADEMIA DAS CIÊNCIAS", contam-se "ANOTAÇÕES AO DICIONÁRIO DE MORAIS", "MEMÓRIAS SOBRE A LÍNGUA PORTUGUESA"e"GRAMÁTICA FILOSÓFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA".
Faleceu em LISBOA a 1 de Maio de 1865 com setenta e cinco anos de idade. Foram vários os jornais que destacaram a sua morte, tendo demonstrado pela figura de "JOÃO DE SOUSA PINTO DE MAGALHÃES" o maior respeito e apreço. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- A CIDADE E OS POLÍTICOS - LISBOA 1821 - Direcção de Zília Osório de Castro- Ed. Liv. Horizonte - 1986 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dirc. de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO LUSO-BRASILEIRO em dois Volumes-LELLO UNIVERSAL II Vol. - Ed. LELLO & IRMÃO -  1976 - PORTO.
- DICIONÁRIO HISTÓRICO DE PORTUGAL ILUSTRADO - de HERLÃNDER ALVES MACHADO - GRAÇA MARIA FRANÇA . Ed. FORMAR - 2 VOL. - 1982 - LISBOA.

INTERNET

- CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
- WIKIPÉDIA -

(PRÓXIMO)-«RUA DO GUARDA-MOR»[ I ] - UMA ARTÉRIA SEISCENTISTAS»

RUA DO GUARDA-MOR

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«UMA ARTÉRIA SEISCENTISTA»
 Rua do Guarda-Mor - (2012) Foto de Mário Marzagão  -  (Placa Toponímica tipo II de pedra com letras pretas, da RUA DO GUARDA-MOR, na actual freguesia da ESTRELA)   In MÁRIO MARZAGÃO ALFACINHA
 Rua do Guarda-Mor - (2016)  -  (Panorâmica da RUA DO GUARDA-MOR no sítio de SANTOS) (ABRE EM TAMANHO GRANDEin   GOOGLE EARTH
 Rua do Guarda-Mor  -  (1971) -Foto de João Hermes Cordeiro Goulart  - (A RUA DO GUARDA-MOR nos anos setenta do século passado)     in    AML 
 Rua do Guarda-Mor  - (1968) - Foto de Armando Mata Serôdio  -  (Um prédio de meados do século XVIII, na RUA DO GUARDA-MOR   in    AML 
Rua do Guarda-Mor  - (1949-08) Foto de Eduardo Portugal  -  (Registo de Santos, motivo a Nossa Senhora da Penha de França, na "RUA DO GUARDA.MOR")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in    AML 

(INICIO E FINAL) DA RUA DO GUARDA-MOR

«UMA ARTÉRIA SEISCENTISTA»

A "RUA DO GUARDA-MOR" pertencia à freguesia de "SANTOS-O-VELHO", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia da " ESTRELA".

Esta RUA, tem o seu início na "RUA DAS TRINAS" no número dezanove e finaliza na "RUA SÃO JOÃO DA MATA" (Junto do Prédio de quatro pisos, onde morava "JOÃO DE SOUSA PINTO DE MAGALHÃES(1785-1863), que tem o número 18 , de que já falámos dele)
Por EDITAL do GOVERNO CIVIL DE LISBOA de 01.09.1859, foi incorporada a "RUA DO GUARDA-MOR" na antiga"TRAVESSA DA PALHA" .
A parte da "RUA DO GUARDA-MOR", compreendida entre a "RUA DO CURA" e da "RUA SÃO JOÃO DA MATA", denominava-se nos princípios do século XVII "RUA DA PALHA" ou "RUA DA PALHA DE SANTOS"( 1 ), conforme se poderá ver num registo de SANTA MARIA MAIOR( 2 ).  A sua categoria passou depois a "TRAVESSA", a qual mantinha quando saiu o EDITAL de 1859, que dispôs ficasse incorporada na "RUA DO GUARDA-MOR".
A "RUA DO GUARDA-MOR", nesta nova freguesia é uma artéria SEISCENTISTA conforme nos diz GOMES DE BRITO e LUÍS PASTOR DE MACEDO: "que já em 1565 aparece referida no "Livro do Lançamento" como "RUA DO GUARDA-MOR DE ALFANDEGA" e que a partir de 1569 passou a "RUA DO GUARDA-MOR".

Este topónimo perpetua na toponímia o fidalgo da CASA REAL, "MANUEL DE SANDE", GUARDA-MOR DA ALFANDEGA tinha aqui as suas casas de morada, e por isso o mesmo códice chama à serventia "RUA DO GUARDA-MOR DE ALFANDEGA"( 3 ) , que pelo menos desde 1569 passou a ser chamada mais simplificada.

"MANUEL SANDE"o GUARDA-MOR era casado com "DONA BEATRIZ DE VASCONCELOS. Ali nas suas casas, viu morrer em 3 de Abril de 1572 sua filha CATARINA MARIA( 4 ), depois a sua mulher, em 27 de Março de 1575 ( 5 ) e em 30 de Maio de 1576, o seu cunhado "FERNÃO DIAS OSÓRIO". também FIDALGO DA CASA REAL( 6 ). Em 6 de Março de 1603 faleceu na antiga freguesia de "SANTOS" o "GUARDA-MOR" da ALFANDEGA, "MANUEL SANDE"( 7 ).

- ( 1 ) -Livro III dos MISTOS, enumerado - SANTOS.
- ( 2 ) -Reg. da Freguesia da SÉ, Vol II, pág. 399
- ( 3 ) -Mç. 66, Doc. 153 - ANTT.
- ( 4 ) -Fl. 303v . ARQUIVO da CML. 
- ( 5 ) -Foi sepultada no CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE XABREGAS (Hoje teatro Ibérico).
- ( 6 ) -Foi sepultado no MOSTEIRO DE SANTA CLARA.
- ( 7 ) -Foi sepultado no CONVENTO DE DE S. FRANCISCO, mas não se esclarece se no da CIDADE ou se no sítio de XABREGAS.

- BIBLIOGRAFIA -

- Divisão de Alvarás, Escrivania e Toponímia(Drª. Paula Machado)-
- MACEDO, Luís Pastor de - LISBOA DE LÉS A LÉS - VOLUME III -Pub. da CML. 1985.LISBOA


(PRÓXIMO)«RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS [ I ] -AVENIDA RESSANO GARCIA-AVENIDA DA REPÚBLICA :: AVENIDA DONA AMÉLIA  -    AVENIDA ALMIRANTE  REIS ( 1 )».

RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS -(2.ª Série) [ I ]

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«AVENIDA RESSANO GARCIA=AVENIDA DA REPÚBLICA
AVENIDA DONA AMÉLIA=AV. ALMIRANTE REIS ( 1 )»

Ruas antigas, Nomes novos-AVENIDA DA REPÚBLICA- (2017) Foto de BIC Laranja  -  (AVENIDA DA REPÚBLICA, veio substituir a antiga AVENIDA RESSANO GARCIA") in  BIC LARANJA
Ruas antigas, nomes novos- AVENIDA DA REPÚBLICA-(2017) Foto de autor não identificado- (AVENIDA DA REPÚBLICA (antiga AVENIDA RESSANO GARCIA) mostra-nos um edifício do séc. XIX, chamado de Residencial República 37)   in ECO- ECONOMIA ONLINE
Ruas antigas, nomes novos- AVENIDA DA REPÚBLICA- (2010) Foto de Paulo Moreira  -  (AVENIDA DA REPÚBLICA), (Antiga AVENIDA RESSANO GARCIA, no seu início na PRAÇA DUQUE DE SALDANHA)   in    RETRATOS DE PORTUGAL 

Ruas Antigas, Nomes Novos - (c. de 1900) Foto de Joshua Benoliel - AVENIDA DA REPÚBLICA que nesse ano de 1900 ainda se chamava "AVENIDA RESSANO GARCIA ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  AML
Ruas Antigas, Nomes Novos - S/d Foto de José Artur Leitão B. - (Panorâmica da AVENIDA ALMIRANTE REIS-antiga AVENIDA DONA AMÉLIA- podemos ainda ver a Rua Pascoal de Melo em transversal e paralela a Rua António Pedro e na Pascoal de Melo onde passa o eléctrico, o Jardim Constantino) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos - 1908-06-28 Foto de autor não identificado- (Comício republicano , realizado na antiga "AVENIDA DONA AMÉLIA" -actual AVENIDA ALMIRANTE REIS- BERNARDINO MACHADO discursando) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos - (1910.07.03) Foto de Joshua Benoliel  -  (Mais um comício Republicano na AVENIDA DONA AMÉLIA - hoje AVENIDA ALMIRANTE REIS - Nesta Comício fez-se a apresentação de Miguel Bombarda e presidiu o Dr. Teófilo Braga)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in   AML 


«INÍCIO» - RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS - 2.ª SÉRIE [ I ]

«AV. RESSANO GARCIA=AV. DA REPÚBLICA-AV. DONA AMÉLIA=AV. ALM. REIS ( 1 )»


A "AVENIDA DA REPÚBLICA" veio substituir o Topónimo da "AVENIDA RESSANO GARCIA".
A "AVENIDA DA REPUBLICA" começa na PRAÇA DUQUE DE SALDANHA e termina no CAMPO GRANDE. Esta avenida já pertenceu a 4 freguesias: S. SEBASTIÃO DA PEDREIRA, S. JORGE DE ARROIOS, NOSSA SENHORA DE FÁTIMA  e  ALVALADE, actualmente pertence a três freguesias "ALVALADE", "ARROIOS" e "AVENIDAS NOVAS".
(Anos mais tarde à "AVENIDA RESSANO GARCIA" foi-lhe atribuída uma artéria na freguesia de AVENIDAS NOVAS").

A Revolução de 5 de Outubro de 1910 foi um acontecimento de regime, que eclodiu em LISBOA que, por isso, merece ser considerada a CAPITAL DA REPÚBLICA. Desta forma, a CML, Presidida por ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE , logo na Sessão do dia 6 de Outubro de 1910 presta a devida homenagem a este avento, ao atribuir o topónimo "AVENIDA DA REPÚBLICA", não hesitando. assim, em sacrificar o nome do criador da LISBOA NOVA de  (RESSANO GARCIA).
Os REPUBLICANOS dessa época de Outubro de 1910 a Abril de 1911 e o GOVERNOPROVISÓRIO, aboliu todas as referências à religião Católica na vida pública. Depois com a LEI sobre a separação da IGREJA DO ESTADO, passaram os topónimos a serem mudados bem como os que indicavam nomes da REALEZA  E  POLÍTICOS adversários ao regime REPUBLICANO. 

A "AVENIDA ALMIRANTE REIS" - Esta Avenida veio substituir o Topónimo da "AVENIDA DONA AMÉLIA"(1865-1951).

A "AVENIDA ALMIRANTE REIS" pertenceu a quatro freguesias: ANJOS, S. JORGE DE ARROIOS, ALTO DO PINA e SÃO JOÃO DE DEUS. Hoje pertence a duas freguesias: AREEIRO e ARROIOS.  Começa na RUA DA PALMA e finaliza na PRAÇA SÁ CARNEIRO (antiga PRAÇA DO AREEIRO).
A grande artéria que se chamou "AVENIDA DONA AMÉLIA" passou a intitular-se "AV. ALMIRANTE REIS" em memória do grande político e militar Republicano que chefiou, a nível naval, a REVOLUÇÃO.
A figura do "ALMIRANTE CARCOS CÂNDIDO DOS REIS"(1852-1910), anticlerical e Carbonário, possivelmente activista, estará sempre ligado ao triunfo da REVOLUÇÃO. O seu prestígio levou a maior parte soa oficiais da ARMADA a participar no movimento. Teve a seu cargo, juntamente com "MIGUEL BOMBARDA"e"MACHADO SANTOS", o essencial da parte Militar.
A Revolução foi marcada para o dia 4 de Outubro sob a sua responsabilidade. Porém, ao ver suas previsões falharem e julgando iminente o fracasso da implantação da REPÚBLICA, suicidou-se. O luto singelo que os republicanos sentiram por quem decidira morrer julgando morta a REVOLUÇÃO que planeara, conduzia à consagração deste nome na toponímia da CIDADE, um mês após a IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA em 5 de Novembro de 1910.
O arruamento não podia ser melhor escolhido, na medida em que, esta AVENIDA foi lugar habitual de ajuntamentos e manifestações dos REPUBLICANOS entre 1908 e 1910.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS (2.ª Serie) [ I I ]-AV. ANT.º MARIA AVELAR=AV. CINCO DE OUTUBRO-//-RUA DA PRATA=RUA BELA DA RAINHA ( 2 )».

RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS (2.ª SÉRIE) [ II ]

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«RUAS DE LISBOA ALTERADAS NA 1.ª REPÚBLICA E SEUS DESÍGNIOS ( 2 )»

 "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" = "AVENIDA ANTÓNIO MARIA AVELAR"
" RUA DA PRATA" = "RUA BELA DA RAINHA"

AVENIDA CINCO DE OUTUBRO
 Ruas Antigas, Nomes Novos - 2ª Série - (2012)   (A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" no cruzamento da "AVENIDA BERNA" - na antiga freguesia de Nossa Sr.ª de Fátima -  hoje Freguesia das "AVENIDAS NOVAS")     in  GOOGLE EARTH
 Ruas Antigas, Nomes Novos- 2.ª SÉRIE - ( 2012) ( A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" - antigo topónimo da "AVENIDA ANTÓNIO MARIA AVELAR" - hoje na Freguesia das AVENIDAS NOVAS, florida com as suas árvores de "JACARANDÁ")  in  GOOGLE EARTH

Ruas Antigas, Nomes Novos- 2.ª SÉRIE - (1964) Foto de Artur Goulart -  No início da "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO", podemos ainda apreciar um antigo edifício "CASA DE MALHOA", prémio VALMOR "1905", hoje "CASA MUSEU DR. ANASTÁCIO GONÇALVES")  in   AML 

 Ruas Antigas, Nomes Novos -2.ª SÉRIE - (2009) Foto de APS  -  (A "RUA DA PRATA" veio substituir o topónimo da "RUA BELA DA RAINHA", com seu início junto da "PRAÇA DO COMÉRCIO")      in     ARQUIVO/APS
 Ruas Antigas, Nomes Novos - 2.ª SÉRIE- Foto de APS - ( A "RUA DA PRATA" no sentido da "PRAÇA DA FIGUEIRA", hoje freguesia de "SANTA MARIA MAIOR")      in   ARQUIVO/APS
Ruas Antigas, Nomes Novos -2.ª SÉRIE - (c, de 1773) (Museu HERMITAGE) - Retratada por Miguel António do Amaral - ("RAINHA DONA MARIANA VITÓRIA (1718-1781) ou MARIANA VITÓRIA DE BOURBOM, mulher do REI DOM JOSÉ I e filha de FILIPE V de ESPANHA. Foi com o pseudónimo desta Rainha, "reinou" como "RUA BELA DA RAINHA"até 1910. Passando depois para "RUA DA PRATA")   in      WIKIPÉDIA


(CONTINUAÇÃO) - RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS - 2.ª SÉRIE [ II ]

«RUA DE LISBOA ALTERADAS NA 1.ª REPÚBLICA E SEUS DESÍGNIOS ( 2 )»

Ainda nos reportando à data da Deliberação Camarária de 06.10.1910 e EDITAL de 05 de Novembro de 1910, vamos encontrar um grande número de topónimos substituídos pelos nomes dos actuais heróis REPUBLICANOS, merecedores de terem o seu nome numa RUA DE LISBOA, ou nomes que faltavam actualizar.

A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" - Veio substituir o topónimo da "AVENIDA ANTÓNIO MARIA AVELAR" (que lembrava o nome do Engenheiro que foi funcionário da CML e teve papel preponderante na edificação das "AVENIDAS NOVAS").
Foi a primeira atribuição do topónimo (depois do sucesso REPUBLICANO) a uma RUA DE LISBOA, em 5 de Novembro de 1910, como não podia deixar de ser foi a "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" ( ver mais aqui...). Este topónimo pretende pertectuar na memória do lisboeta e em todos os Portugueses em geral, a data da IMPLANTAÇÃO DAREPÚBLICA. O dia "CINCO DE OUTUBRO" foi também declarado FERIADO NACIONAL (embora nos anos de 2013 a 2016 fossem suspensos  pelo Governo  dessa altura)
A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" pertence agora à freguesia das AVENIDAS NOVAS (antigas freguesias de NOSSA SENHORA DE FÁTIMA e SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA". Tem início na AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO e termina na "AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS".


A "RUA DA PRATA" -(Ver mais aqui .... )  - Veio substituir o topónimo que designava a "RUA BELA DA RAINHA". um topónimo da "BAIXA POMBALINA" que lhe tinha sido atribuída no ano de 1760, como outras, que designavam nomes da realeza. 
O EDITAL de 5 de Novembro de 1910 e a DELIBERAÇÃO CAMARÁRIA de 6 de Outubro de 1910, modificou o topónimo setecentista.  A "RUA DA PRATA" pertence agora à freguesia de "SANTA MARIA MAIOR" a partir da REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, deixou de pertencer à freguesia de "SÃONICOLAU" e freguesia da "MADALENA".
Tem o seu início na "PRAÇA DO COMÉRCIO"e finaliza na"PRAÇA DA FIGUEIRA".A "RUA BELA DA RAINHA" atribuída em memória da RAINHA DONA MARIANA VITÓRIA"(1718-17819, esposa do REI DE PORTUGAL " DOM JOSÉ I " e filha de «FILIPE V» de ESPANHA e de"ISABEL FARNÉSIO". Indigitada noiva de "LUÍS XV", viveu dos 4 aos 6 anos na CORTE FRANCESA.
Em Setembro de 1729 (com 11 anos) casou-se na "SÉ DE ELVAS" com o futuro REI DOM JOSÉ I, de quem teve quatro filhos, a primogénita das quais foi "DONA MARIA I". Esta rainha viveu alheada da Política.
Diz-nos o mestre "NORBERTO DE ARAÚJO" no seu livro XII  das "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" página 42 que: "a "RUA DA PRATA" (...) se chamou "RUA BELA DA RAINHA", não corresponde à localização quinhentista da "RUA DOS OURIVES DA PRATA", ou ainda dos PRATEIROS; foi esta destinada, quando se rasgou para os ofícios de "PRATA", e ainda  se afirma por este género de Comércio, que não é, contudo, (hoje) tão intenso que a caracterize".


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)»RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS (2.ª SÉRIE) [ III ]-RUA DOS FANQUEIROS=RUA DA PRINCESA::: PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE=PRAÇA DOM FERNANDO I»

RUAS ANTIGAS,NOMES NOVOS ( 2.ª SÉRIE ) [ III ]

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«RUAS DE LISBOA ALTERADAS NA 1.ª REPÚBLICA E SEU DESÍGNIO»

RUA DOS FANQUEIROS  =  RUA DA PRINCESA
PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE  =  PRAÇA DOM FERNANDO I 
 Ruas Antigas, Nomes Novos - (19--) Foto de Joshua Benoliel  -  Na "RUA DOS FANQUEIROS" ou "RUA DA PRINCESA", existiu a "DROGARIA DIAS", do número 38 a 40)  In   AML 
 Ruas Antigas, Nomes Novos - (1963) Foto de Armando Serôdio  -  ( A "RUA DOS FANQUEIROS" nos anos sessenta do século passado, Antiga "RUA DA PRINCESA"    in    AML 
 Ruas Antigas, Nomes Novos - (194-)  Foto de Eduardo Portugal  -  ( O "CONVENTO CORPUS CRISTI", no piso térreo uma loja do antigo "ABEL PEREIRA DA FONSECA" na, "RUA DOS FANQUEIROS", antiga RUA DA PRINCESA)       in    AML 
 Ruas Antigas, Nomes Novos - (1955) Foto de Horácio Novais -  (Edifício na "RUA DOS FANQUEIROS"  cujo r/c esteve instalada a loja de ferragens de "JOSÉ ANASTÁCIO VERDE", pai de "CESÁRIO VERDE")   in  AML 
 Ruas Antigas, Nomes Novos -  (1901) - Foto de Paulo Guedes - Monumento a "AFONSO DE ALBUQUERQUE", - antiga PRAÇA DOM FERNANDO I - actual "PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE, obra do escultor "COSTA MOTA (Tio) e inaugurada em 1901 )  (ABRE EM TAMANHO GRANDEin   AML 


 Ruas Antigas, Nomes Novos - ( 1910-12 ) Foto de Joshuá Benoliel  -  (Paralelamente à "PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE", - antiga "PRAÇA DOM FERNANDO I -  passa uma carruagem do Embaixador da Argentina, que se dirige ao PALÁCIO DE BELÉM, para a cerimónia de reconhecimento da REPÚBLICA PORTUGUESA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML


Ruas Antigas, Nomes Novos - (1911) - Foto de Eduardo Portugal  - ( A "PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE", antiga "PRAÇA DE DOM FERNANDO I", no lado ocidental)  in    AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS  [ III ]

RUA DOS FANQUEIROS  RUA DA PRINCESA
PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE = PRAÇA DOM FERNANDO I

«RUA DOS FANQUEIROS», por deliberação Camarária de 06.10.1910 e pelo EDITAL de 05.11.1910, vieram substituir o topónimo da então designada por "RUA DA PRINCESA"
Estes fenómenos não só ocorrem nos anos de 1910 como 1911 e até 1925, embora seja mais significativa as mudanças no ano de 1910.
A "RUA DOS FANQUEIROS" (Ver mais aqui...). Começa na RUA DE ALFANDEGA, no número 148 e finaliza na "PRAÇA DA FIGUEIRA", 14. O primitivo nome da RUA DOS FANQUEIROS foi"RUA NOVA DA PRINCESA", denominação que lhe foi determinada pelo DECRETO  no ano de 1760, no qual também se estabelecia que nela deviam ficar arrumados os mercadores de lançaria ou de "fancaria" e os "quinquilheiros" que lá tivessem lugar.   Por confusão com a "RUA BELA DA RAINHA" (RUA DA PRATA), também foi chamada de "RUA BELA DA PRINCESA"( 1 ). Em 1785 já o (vulgo) a chamava de "RUANOVA DOS FANQUEIROS"( 2 ), o nome que hoje tem oficialmente, mas sem o adjectivo. 
Esta RUA é a mais «Pombalina» das "serventias"talhadas pelo Arq.º EUGÉNIO DOS SANTOS; sem que precise chamar a atenção ela apresenta nos átrios das escadas, com os seus dois arcos de volta perfeita no interior, algumas com subreportas "registadas" de azulejos, também se nos dermos ao trabalho de espreitar, podemos ver num ou noutro átrio da escada a boca, "entaipada" ou disfarçada, dos poços que serviam os prédios no tempo em que não existia a "COMPANHIA DAS ÁGUAS", e a prova de que bons serviços prestaram, está em que as guardas de pedra, nalguns têm o sinal do desgaste das cordas.

A «PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE » para atribuir à artéria até aí designada por «PRAÇA DOM FERNANDO I» A"PRAÇA AFONSO DE ALBUQUERQUE" pertencia à freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM", hoje pertence à freguesia de "BELÉM", encontra-se entre as RUAS: DA JUNQUEIRA, DE BELÉM, VIEIRA PORTUENSE, CALÇADA DA AJUDA e AVENIDA DA ÍNDIA.
O culto dos heróis, ou melhor, a celebração de figuras heróicas,  a glorificação de figuras  históricas, mártires de guerra, da monarquia e da religião, caracterizou o período da 1.ª REPÚBLICA. Uma das maneiras de o fazer consistiu na atribuição de (substituindo os antigos) topónimos.  "AFONSO DE ALBUQUERQUE" GOVERNADOR DA ÍNDIA, marinheiro e soldado, estratega e estadista, diplomata e político, foi considerado um dos grandes vultos da "HISTÓRIA ULTRAMARINA PORTUGUESA". Conquistador de várias cidades no ORIENTE - ORMUZ - GOA e MALACA-, desenvolveu uma intensa actividade administrativa e diplomática para manter e consolidar a soberania portuguesa por estas paragens.
O seu nome foi atribuído à antiga "PRAÇA DOM FERNANDO I", «DOM FERNANDO I» nono REI de PORTUGAL e último da primeira DINASTIA cognominado de«O FORMOSO» e o «INCONSTANTE». Nasceu em COIMBRA no dia 31 de Outubro de 1343, governou PORTUGAL como REI de (1367-1383), tendo sido assassinado em 22 de Outubro de 1383.
Tinha casado em 1371 com "DONA LEONOR TELES"(1347-1386).


COMO CURIOSIDADE

A "RUA DOS FANQUEIROS" ainda no século XX se prolongava até à entrada de "RUA DA PALMA e TRAVESSA BARROS QUEIROZ. Era ladeado pelo lado esquerdo pelo "MERCADO DA FIGUEIRA" (demolido em 1949). Todo o largo e ruas adjacentes ficaram  incorporadas na "PRAÇA DA FIGUEIRA". A "RUA DA BETESGA" foi encurtada, tal como a "RUA DO AMPARO", o espaço que a RUA DOS FANQUEIROS deixou de lhe pertencer entre sensivelmente a RUA DO AMPARO ou seja a parte Norte da Praça da Figueira, até à RUA DA PALMA. passou a ter o Topónimo de RUA DOM DUARTE
O MERCADO DA FIGUEIRA era no época um dos quadros de animação dos Alfacinhas e que constituía o fulcro das FESTAS DOS SANTOS POPULARES DE LISBOA-SANTO ANTÓNIO - SÃO JOÃO e SÃO PEDRO. 

-( 1 )-Liv. XV de Bap.,fl., 43 - CONCEIÇÃO NOVA
- ( 2 ) -Idem  fl., 353-v.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS ANTIGAS,NOME NOVOS (2.ª SÉRIE)[ IV ]-RUAS DE LISBOA ALTERADAS NA 1.ª REPÚBLICA ( 3 )».

RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS (2.ª SÉRIE) [ IV ]

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«RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO =  RUA DO PRÍNCIPE

 Ruas Antigas, Nomes Novos  - ( 1882 ) - ( A "RUA DO PRÍNCIPE", actual "RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO" ao fundo podemos ver as portas Sul do antigo "PASSEIO PÚBLICO")  in   AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos - ( ant. 1882 )  -  (Palácio e propriedade da "CASA DO CADAVAL" na antiga "RUA DO PRÍNCIPE", actual RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO, Palácio demolido no ano de 1880, que deitava para a referida RUA)    in    AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos  -  (1908) Foto de Carlos Alberto Lima  -  (O REI DOM CARLOS I com sua comitiva na saída da ESTAÇÃO DO ROSSIO, na antiga RUA DO PRÍNCIPE, hoje RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos  -  (1913?)  Foto de Joshua Benoliel  -  ("HOTEL AVENIDA PALACE", um projecto do Arquitecto José Luís Monteiro, de 1890-92. Podemos ainda ver a antiga Tabacaria "A PHENIX" virada para a "RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO")  ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos -  (194-) Foto de Manuel Tavares  -  ( A "ESTAÇÃO DO ROSSIO" uma obra do ARQUITECTO JOSÉ LUÍS MONTEIRO, edificado em estilo "MANUELINO")  ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos - ( c. de 1952 Foto de Firmino Marques da Costa  -  (Local onde existiu o "GRANDE HOTEL DA INGLATERRA", frente para o "HOTEL AVENIDA PALACE", na RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO. Demolição iniciada em 7 de Fevereiro de 1952) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in    AML 
Ruas Antigas, Nomes Novos -  (2012)  -  (A "RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO" no século XXI, antiga "RUA DO PRÍNCIPE",  próximo da  "PRAÇA DOS RESTAURADORES" e paralela com a "PRAÇA DOM PEDRO IV"(vulgo ROSSIO)   in   GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUAS ANTIGAS, NOMES NOVOS -(2.ª SÉRIE) [ IV ]

«RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO»= «RUA DO PRÍNCIPE»

A «RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO» pertencia a duas freguesias «SACRAMANTO» e«SANTA JUSTA», pelo REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à "FREGUESIA DE SANTA MARIA MAIOR". Começa na RUA DO CARMO no número 107 e finaliza na "PRAÇA DOS RESTAURADORES". Esta RUAé atravessada pela "CALÇADA DO CARMO" e fica junto da "PRAÇA DOM JOÃO DA CÂMARA, sendo-lhe convergente a entrada para o "LARGO DUQUE DO CADAVAL".
A RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO. é uma homenagem à libertação do país do domínio espanhol e à restauração da sua Independência em 1 de Dezembro de 1640. Diz-nos NORBERTO DE ARAÚJO nas suas PEREGRINAÇÕES EM LISBOA livro XII pg. 83, o seguinte: "A serventia parece que foi chamada pelo vulgo, no tempo de POMBAL, depois do Terramoto de 1755, RUA NOVA DAS HORTAS e RUA DAS HORTAS ( e que constituía referencia oral à HORTA DA MANCEBIA ou HORTA DOS TERRENOS DO DUQUE DO CADAVAL ou CONDE DE FARO, mais para Norte). Antes de 1755 a RUA tinha já o traçado sensivelmente idêntico ao de hoje e chamava-se (RUA DE VALVERDE)".

Nesta RUA existe a "ESTAÇÃO CENTRAL DO ROSSIO", começou a ser construída  em finais do século XIX, obra do arquitecto "JOSÉ LUÍS MONTEIRO. em terrenos que foram do lado Sul e poente, do DUQUE DO CADAVAL. Foram demolidos alguns prédios que ali existiam de estilo rudimentar, e edificado a "ESTAÇÃO" em estilo "neomanuelino", embora bastante contestado na época. 
É um vasto edifício composto por três pavimentos - cuja fachada é um "pastiche" dos monumentos manuelinos, na variante dos pórticos em ferradura - o segundo dos quais comunica com a gare, que é coberta por um alpendre de ferro e vidro. No terceiro piso ainda se abre mais uma porta que nos conduz à "CALÇADA DO CARMO" e às "ESCADINHAS DO DUQUE" ou "CALÇADA DO DUQUE". Entretanto construía-se a ESTAÇÃO , e ia-se perfurando o túnel que tem aproximadamente 2610 metros, um trabalho de engenharia dirigido pelo francês "BARTISSOL". O túnel foi inaugurado em 11 de Junho de 1890, mas já em 8 de Abril de 1889 pelas 6 da tarde chegava ao ROSSIO a primeira máquina com um vagão, vindo de "CAMPOLIDE".
No final desta RUA com esquina para os "RESTAURADORES" ergue-se o magnifico "HOTEL AVENIDA PALACE", uma obra a puxar para o Francês , num estilo diverso do final do século XIX, também do mesmo arquitecto "JOSÉ LUÍS MONTEIRO

A « RUA DO PRÍNCIPE » chamava-se assim desde 1760. O príncipe homenageado era possivelmente um dos filhos de "DONA MARIA" e de "DOM PEDRO III: talvez o "DOM JOSÉ(1761-1788)  o  primogénito, "DOM JOÃO" (1763) faleceu no mesmo ano e "DOM JOÃO", que viria a subir ao trono como "DOM JOÃO VI"(1767-1816-1826)(com dez anos de reinado).
Chegada a REPÚBLICA, esta não podia consentir os topónimos das RUAS de LISBOA com referências MONÁRQUICAS ou RELIGIOSAS, bem como outras figuras ligadas à história ou personalidades contrárias aos seus ideais REPUBLICANOS. Assim o EDITAL de 1911 a VEREAÇÃO REPUBLICANA procedeu à substituição da "RUA DO PRÍNCIPE" por "RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO".[ FINAL ].

BIBLIOGRAFIA

- II JORNADAS SOBRE TOPONÍMIA DE LISBOA - Ed, AML - 1997 - LISBOA
- ARAÚJO, Norberto de - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA-Liv. XII -1993 - LISBOA
- FRANÇA, José-Augusto - Lisboa Pombalina e o Iluminismo -Bertd.-1983 - LISBOA
- HISTÓRIA DE PORTUGAL - Dir. José Mattoso-Vol. VI -(A segunda fundação)de 1890-1926-autor Dr. Rui Ramos - Cir. de Leitores -1994.
- MACEDO, Luiz Pastor de - LISBOA DE LÉS A LÉS - Vol. III-3.ª Ed. CML-1985  LISBOA
- RIBEIRO, José Alberto - Raínha Dona Amélia (uma Biografia) - Esfera do Livro- 2013-LISBOA.
- TOPONÍMIA DE LISBOA - Rua Primeiro de Dezembro- Cor. Paula M. - 2012-LISBOA.

-  (PRÓXIMO)  «RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ I ] ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES.

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ I ]

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«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES»
 Alameda Dom Afonso Henriques  -  (2013) Foto de APS  -  (Desenho adaptado da "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" e sua RUAS circundantes , já publicada neste Blogue  (Ver mais aqui...) 2013 em Alameda Dom Afonso Henriques ) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  inARQUIVO/APS
 Alameda Dom Afonso Henriques - (2012) - Foto de autor não identificado  -  ( A "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES", O "IST" com as sua duas torres mais recentes) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  GUIA DA CIDADE
 Alameda Dom Afonso Henriques - (1966) Foto de Fernando Serôdio  - (Panorâmica da Alameda D. Afonso Henriques, vista para o lado da Fonte Luminosa )  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Alameda Dom Afonso Henriques - ( ant. a 1952) Foto de autor não identificado ( À esquerda da foto - depois da Av. Almirante Reis - o terreno onde foi construído o cinema Império, virada para para a ALAMEDA)   in   RESTOS DE COLECÇÃO 
 Alameda Dom Afonso Henriques - (1948) - Foto de Fernando Martins Pozal  ( A "FONTE MONUMENTAL" construída no lado nascente da ALAMEDA, inaugurada em 28 de Maio de 1948)  in   AML 
Alameda Dom Afonso Henriques - (c. de 1934) - Foto de Pinheiro Correia  -  (Fotografia Aérea do Instituto Superior Técnico, ainda em construção)  ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML

(INICIO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ I ]

«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES»

A "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" pertencia a quatro freguesias; ALTO DO PINA, SÃO JOÃO. SÃO JOÃO DE DEUSeSÃO JORGE DE ARROIOS. Com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer a três freguesias; AREEIRO, ARROIOS e PENHA DE FRANÇA.
Esta "ALAMEDA" fica entre a "AVENIDA MANUEL DA MAIA ( antiga ESTRADA DAS AMOREIRAS) e a "FONTE LUMINOSA" (RUA BARÃO SABROSA). É atravessada pela "AVENIDA ALMIRANTA REIS"(antiga AVENIDA DONA AMÉLIA), e são-lhe convergentes DEZ "RUAS" ao Norte e ao Sul da ALAMEDA.
Foi atribuído por  deliberação Camarária de 23.03.1932 e pelo EDITAL de 31.03.1932 o Topónimo de "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" (Ver mais aqui...)   1.º Rei de Portugal, que o ESTADO NOVO quis perpetuar numa área aproximadamente de cinco hectares, tendo como obras mais destacadas ao seu redor o "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO- IST". a "FONTE LUMINOSA", "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE", "CINEMA IMPÉRIO" e o prolongamento da"AVENIDA ALMIRANTE REIS" até ao "AREEIRO"
O "ENGENHEIRO DUARTE PACHECO" (que ocupava vários cargos na época) salientando; como "MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS; o de PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA" e outros. E-lhe atribuída a responsabilidade arquitectónica daquele espaço que a todo o custo  o novo GOVERNO queria mostrar grandiosidade. Pouco a pouco o processo foi-se desenvolvendo embora lento, o seu início nos anos 30 e sedimentação concreta a partir dos anos 40.  Neste "grande-projecto" incluía a construção da FONTE LUMINOSA, que teve início em 1940. Porém a obra  sofreu alguns atrasos e só se verificou a sua inauguração a 28 de Maio de 1948, celebrando  A "REVOLUÇÃO NACIONAL" e a abertura da " I EXPOSIÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS".

"DOM AFONSO HENRIQUES"(1109?-1185), primeiro REI DE PORTUGAL. Filho do CONDE DOM HENRIQUE e da INFANTA DONA TERESA, nasceu provavelmente em COIMBRA , em finais de 1108 ou princípio de 1109. Foi entregue por sua mãe aos cuidados de "SOEIRO MENDES" e de sua mulher, que o criaram em "GUIMARÃES", onde viveu até que em 1132, assumiu o governo do CONDADO. Arma-se cavaleiro por suas próprias mãos na CATEDRAL DE ZAMORA, como era costume real. Um ano após a morte de sua tia DONA URRACA em 1127, AFONSO VII herdeiro de "LEÃO E CASTELA", invade PORTUGAL e cerca GUIMARÃES onde se encontrava o INFANTE. Em 1128 no CAMPO DE SÃO MAMEDE, "DOM AFONSO HENRIQUES" vence as tropas de sua mãe e de FERNANDO PERES DE TRAVA que eram aliados do REI DE LEÃO E CASTELA.
Retomando a política religiosa que seu pai iniciara, DOM AFONSO HENRIQUES procura colaborar com a SANTA SÉ dando-lhe garantias de fidelidade. Volta então a sua atenção para a fronteira galega, e consegue anexar o território junto ao RIO LIMA.
Voltando para SUL, funda, em 1135, o CASTELO DE LEIRIA, passo importante para o prosseguimento da RECONQUISTA. Entretanto recomeçou a luta a NORTE com AFONSOVII, que já se intitulava IMPERADOR DE ESPANHA.  A paz com este monarca é só firmada em TUI no ano de 1137. A actividade crescente dos ALMORÁVIDAS, que tanto preocupava ambos, não pode deixar de facilitar o acordo em que, naturalmente, se filia a acção simultânea de "DOM AFONSO VII"em"OREJA"e"DOM AFONSO HENRIQUES" em OURIQUE em (1140). Na primeira oportunidade vem para SUL e conquista SANTARÉM e LISBOA, alcançando a fronteira SUL da TERRA PORTUCALENSE, tal como seu avô a doara a DONA TERESA. Em 1146 casa com MAFALDA ou MATILDE, filha do CONDE DE MOURIANA E SABÓIA. Nas últimas conquistas é ajudado por uma expedição de CRUZADOS que passavam pelo nosso litoral  originários das terras de seu sogro.
A ACÇÃO MILITAR do nosso REI suspendeu-se então, pois se limitou a ocupar ao SUL do TEJO, ALMADA e PALMELA que se entregaram sem luta. DOM AFONSO HENRIQUES morre em 1185, estando sepultado na IGREJA DE SANTA CRUZ de COIMBRA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ II ] - AVENIDA DOM AFONSO III». 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ II ]

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«AVENIDA AFONSO III »
 Avenida Afonso III - (2006)  - Foto de APS   -  (A "AVENIDA AFONSO III" no seu  inicio, junto da ESTRADA DE CHELAS e RUA NELSON DE BARROS, na actual freguesia da "PENHA DE FRANÇA")   in    ARQUIVO/APS
 Avenida Afonso III  -  ( 2006) - Foto de APS  - (Convergência da "velhinha""CALÇADA DAS LAJES" com a "AVENIDA AFONSO III". A casa que fazia esquina entre estas duas artérias, já tinha desaparecido)  in ARQUIVO/APS
 Avenida Afonso III  - ( 1963-07)  Foto de Artur João Goulart  -  ("AVENIDA AFONSO III" o muro do lado esquerdo junto a casa do POSTO FISCAL)    in    AML 
Avenida Afonso III  -  (1954-04-15) - Foto de Fernando Martinez Pozal  - (A "AVENIDA AFONSO III" junto da casa do Posto Fiscal, na parede ao fundo em cima eram os quintais dos moradores da "QUINTA DO COXO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)     in   AML 
 Avenida Afonso III  -  (194 -) Foto de Eduardo Portugal  -  (A "AVENIDA AFONSO III" no seu início,  do lado direito a "ESTRADA DE CHELAS", no lado esquerdo o Muro da "QUINTA DO MANIQUE". A AVENIDA no sítio da sua maior inclinação)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
Avenida Afonso III  -  (Século XIII)  - (D. AFONSO III, de cognome "O BOLONHÊS", tem uma Avenida em LISBOA  que começa na Parada do Alto de São João e finda no inicio da Estrada de Chelas)  in  WIKIPÉDIA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ II ]

«AVENIDA AFONSO III»

A "AVENIDA AFONSO III" ( uma parte da antiga Estrada da Circunvalação de Lisboa), pertencia à freguesia de «SÃO JOÃO», com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia da "PENHA DE FRANÇA".
Esta artéria foi atribuída por DELIBERAÇÃO CAMARÁRIA em 13.07.1933 e pelo EDITAL de 18.07.1933;  a um troço da antiga ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO no prolongamento da RUA MORAIS SOARES, entre a PARADA DO ALTO DE SÃO JOÃO" e o inicio da "ESTRADA DE CHELAS.
Bem perto desta "AVENIDA"  e a "CALÇADA DAS LAJES"existe um «MONUMENTO»do século XVI.(Ver mais aqui...) trata-se do "BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA", imóvel de interesse público por Decreto Nº. 2-96, DR-56 de 6 de Março de 1996 (em 2008 bastante danificado). Junto dele uma Torre de vários pisos para habitação privada, o que tira um pouco de brilho ao BALUARTE. Construído entre 1652 e 1688, inseria-se numa linha de defesa da orla RIBEIRINHA DE LISBOA, com início na foz da RIBEIRA DE ALCÂNTARA e terminava na "CRUZ DA PEDRA", situado na antiga QUINTA DO MANIQUE,  tinha como função a defesa da parte ORIENTAL DA CIDADE DE LISBOA.

No ano de 1868 o REI DOM LUÍS autorizou a instalação de um CEMITÉRIO "JUDAICO"(Ver mais aqui.....), na antiga CALÇADA DAS LAJES (hoje parte da AVENIDA AFONSOIII) onde ainda funciona
No final da "CALÇADA DAS LAJES e esquina com a "AVENIDA AFONSO III,existia uma
 pequena casa de dois pisos, "COR - DE - ROSA VELHO", (ver mais aqui....), funcionava ali um  dos POSTO FISCAIS da circunvalação da CIDADE decretada em 1852. Este posto depois de desactivado foi comprado pelo meu avô (paterno) onde residiu até ao terceiro quartel do século XX. Hoje já nada resta da Casa.
Segundo nos conta o mestre "LUÍS PASTOR DE MACEDO" no seu livro "LISBOA DE LÉS-A-LÉS volume IV(ver mais aqui...) "O CAMINHO DA QUINTA DOS APÓSTOLOS"desapareceu com a abertura desta "AVENIDA".

A AVENIDA homenageia o "REI" português nascido em COIMBRA (1210-1279), coroado em 1248 após a morte de seu irmão "DON SANCHO II", (embora já desde 1246 fosse "visitador", "curador" e defensor do Reino".
"DOM AFONSO III" segundo filho de "DOM AFONSO II" e de "DONA URRACA" este REI da PRIMEIRA DINASTIA, foi aquele que conquistou o "ALGARVE" em definitivo, no ano de 1249 e pela primeira vez convocou "CORTES" em que tomaram parte os procuradores dos CONCELHOS (LEIRIA 1254), sendo considerado mérito seu a consolidação administrativa do país.
O seu casamento, em 1238 com DONA MATILDE, CONDESSA DE BOLONHA, VIÚVA  DE FILIPE, "O CRESPO", elevou-se à dignidade de CONDE soberano, feudatário e vassalo de LUÍS IX, a quem acompanhou na guerra contra HENRIQUE III de INGLATERRA, distinguindo-se na batalha de SAINTES (1243). Discórdias com CASTELA que só terminaram com o casamento de DON AFONSO III com DONA BEATRIZ, filha ilegítima de AFONSO X, "O SÁBIO".  Só pelo tratado de BADAJOZ em 1267 foi estipulado que o RIO GUADIANA seria fronteira natural entre os dois países desde CAIA até ao mar.
Em 1258 procedeu a "INQUIRIÇÕES", que revelaram muitos abusos cometidos pela "NOBREZA" e pelo "CLERO".
Faleceu a 16 de Fevereiro de 1279, sendo sepultado no "MOSTEIRO DE ALCOBAÇA".
(não nos podemos esquecer que foi este REI que trouxe a "CAPITAL DO REINO" para LISBOA).


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL[ III ]-RUA DOM DINIS ( 1 ).

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ III ]

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«RUA DOM DINIS ( 1 )»
 Rua Dom Dinis - (Século XIII) - Postado na NET por Carlos Falch  - (DOM DINIS DE PORTUGAL e sua esposa DONA ISABEL DE ARAGÃO (a Rainha Santa)-"Voz do POVO: ISABEL DE ARAGÃO de ROSAS fazia PÃO". Retrato na Universidade de Coimbra-1297)   in  WIKIPÉDIA          
Rua Dom Dinis  -  (1970) - Foto de João Hermes Cordeiro Goulart  -  A RUA DOM DINIS, na antiga freguesia de "SANTA ISABEL")   in    AML 
Rua Dom Dinis - (1968) Foto de Augusto de Jesus Fernandes  -   (A "RUA DOM DINIS" na actual freguesia de "CAMPO DE OURIQUE""antiga SANTA ISABEL")    in   AML  
Rua Dom Dinis  -  (1933) - Foto de Fernando Martinez Pozal   -  (Um antigo Marco Fontenário ou (FONTANÁRIO) a funcionar nessa época na RUA DOM DINIS)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ III ]

«RUA DOM DINIS ( 1 )»

A "RUA DOM DINIS" pertencia à freguesia de "SANTA ISABEL", com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia de «CAMPO DE OURIQUE».
A «RUA DOM DINIS» começa na "RUA DE SOL AO RATO" no número 9 e finda na "RUASARAIVA DE CARVALHO no número 1. é uma artéria um pouco curta, tendo a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA lhe atribuído o nome por EDITAL de 19 de Novembro de 1923, colocando o seu Topónimo no "BAIRRO DE CAMPO DE OURIQUE". Mais ou menos no início da RUA do seu lado esquerdo (quem vem da RUA DO SOL AO RATO no actual número 19), ainda existe a "VILA DOMINGUES", uma vila datada de 1878, que abre em arco semicircular, de raio talvez maior do que seria necessário, possivelmente. para criar uma unidade mais equilibrada. No final desta RUA vem "tocar" sensivelmente a "RUA DA ARRÁBIDA" (Ver mais aqui...) em suave tranquilidade.

O REI DOM DINIS (1261-1325) 6.º REI DE PORTUGAL da PRIMEIRA DINASTIA. filho de DOM AFONSO III(1248-1274) e de DONA BEATRIZ DE CASTELA. Aclamado REI em LISBOA a 9 de Outubro de 1279, (após a morte de seu pai), reinou durante 46 anos, tendo-se mostrado inteligente e inovador. 
Em 24 de Abril de 1281 é realizado o casamento de DOM DINIS com DONA ISABEL (a RAINHA SANTA)(1274-1336), filha de DOM PEDRO III REI DE ARAGÃO. Desta união nasceu o futuro e 7.º REI DE PORTUGAL "DOM AFONSO IV" (1291-1357) que contraiu matrimónio com "DONA BEATRIZ DE CASTELA"(1293-1359); e sua filha "DONA CONSTÂNCIA"(1290-1313) que casou com"DOM FERNANDO IV DE CASTELA".
No reinado do pai de DOM DINIS, (DOM AFONSO III, marca o triunfo da monarquia apoiada nas forças populares contra o poder dos NOBRES, volta-se à política de DOM AFONSO II). Cortes, Leis, Inquirições (1250). 
DOM DINIS na lide dos"ALFAIATES" peleja ao lado do REI "CONCELHOS DE TODA A TERRA".
LISBOA escala da Navegação entre os portos do NORTE DA EUROPA e do MEDITERRÂNEO, torna-se a primeira cidade do país e aquela em que o REI permanece mais tempo. Na  Administração e na política domina a influência dos juristas que estudaram direito ROMANO e que defendam o fortalecimento da autoridade REAL. DOM DINIS terá sido o primeiro REI a nascer em LISBOA.
DOM DINIS em 1282 reforçou o poder real, e estabeleceu, que as apelações de quaisquer juízes só podiam fazer-se junto da Corte e, em 1283, revogou as doações que fizeram anteriormente.Todas as usurpações foram condenadas em 1290.
Na altura em que DOM DINIS subiu ao trono, a coroa portuguesa estava em luta com a SANTA SÉ, em virtude de usurpações de propriedades reais pelo Clero, tendo DOM DINIS chegado a acordo assinando uma CONCORDATA. Regularizou a amortização da propriedade, proibindo às ordens e ao Clero adquirirem bens de raiz.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ] - RUA DOM DINIS ( 2 )».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

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«RUA DOM DINIS ( 2 )»
 Rua Dom Dinis - (2012) . Postado por Manuel Cardoso  -  (DOM DINIS de Portugal a quem chamaram o Lavrador. Uma obra de Cristina Torrão editada pela ESQUILO)  in DOS MEUS LIVROS
 Rua Dom Dinis - (1968) - Foto de Augusto de Jesus Fernando - (Aspecto da "RUA DOM DINIS" nos anos sessenta em "CAMPO DE OURIQUE")   in  AML 
Rua Dom Dinis - (1970) - Foto de João Hermanes Cordeiro Goulart  -  ("VILA DOMINGUES" na RUA DOM DINIS, uma construção de 1875)   in   AML 


(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

«RUA DOM DINIS ( 2 )»

«DOM DINIS - REI DE PORTUGAL» apoiou os cavaleiros portugueses da "ORDEM DE SANTIAGO" a separarem-se do mestre Castelhano e manteve a "ORDEM DOS TEMPLÁRIOS", mudando-lhes o nome para «ORDEM DE CRISTO» mantendo-lhe todos os bens. Existiam nessa altura no Reino algumas lutas civis. Especialmente contra seu irmão "DOM AFONSO" e contra seu filho que temia ser afastado do trono por "AFONSO SANCHES.
"DOM DINIS" mandou reparar "burgos" (pequenas cidades) arruinadas e fundou outras tendo mandado construir mais 50 castelos. Foi, contudo, a agricultura o que mais o preocupou. Distribuiu as terras não honradas que estavam em poder das ORDENS RELIGIOSAS por todos os que as quisessem cultivar, aumentando o número de cultivadores e proprietários rurais.(mal comparado, seria uma espécie de "REFORMA AGRÁRIA" -a terra a quem a trabalha).
Entre  DOURO - e - MINHO dividiu as terras em casais; cada casal era propriedade Enfitêutica( 1 ) um prazo pelo qual era devido um foro ou pensão à coroa, ao Município ou ao donatário como senhores directos; cada casal deu origem mais tarde a uma povoação. Em TRÁS-OS-MONTES as terras eram COMUNAIS, impedindo-se a apropriação individual. Na ESTREMADURA a forma de povoamento dominante foi a que teve base o "Imposto Predial da"JUGADA"( 2 )".
Mandou enxugar o "PAUL"(terra alagadiça; pântano; porção de água estagnada) de ULMAR, por conta da Coroa, para ser aplicado ao cultivo; e o de SALVATERRA DE MAGOS e VALADA.
Para a construção de casas, armazéns, bem como de navios para a frota, o REI precisa de boas madeiras. Manda por isso semear o extenso PINHAL DE LEIRIA, que infelizmente entre 15 e 15 de Outubro de 2017, foi consumido por um incêndio mais de 80% da sua área, que segundo os peritos afirmam terá sido planeado no mês anterior ao fogo, levando a Polícia Judiciária  a assumir que o incêndio tinha sido por mão criminosa.
DOM DINIS, mandou gravar moedas, o "bilhão" era a moeda NACIONAL, mas dinheiros dos Almorávidas - MORABITINOS VELHOS - circulavam a Norte do DOURO; a Sul e na ESTREMADURA corriam meios MORABITINOS AFONSINOS; as DOBRAS representavam o papel de moeda divisória, servindo para os grandes pagamentos. 
No primeiro quartel do século XIV o preço dos metais preciosos subiu na EUROPA. FERNÃO LOPES fala do velho ESCUDO e do FRANCO de ouro francês, correndo nos fins do século XIII e primeira metade do século XIV; ao lado destes, peças MUÇULMANAS e CASTELHANAS também de ouro e de prata; TORNESES (tornês s. m. antiga moeda de prata), dinheiros brancos CASTELHANOS, etc.; relativamente ao BILHÃO, os dinheiros NACIONAIS  aceitavam  a presença de peças negras, mas ele mantinha-se o mais forte.
Pelo que escreveu e pela protecção à instrução, deu "DOM DINIS" grande impulso à cultura NACIONAL.
Em 1286 é instituído o ensino de TEOLOGIA em LISBOA, onde em 1290, fundou um ESTUDO GERAL, no qual se deram as ARTES e, das disciplinas maiores, o DIREITOCIVIL e CANÓNICO e a  MEDICINA. Mandou traduzir obras importantes de HISTÓRIA e DIREITO. Chamou mestres-de-obras e imaginários de nomeada, começando a aparecer no seu tempo o ESTILO GÓTICO.
DOM DINIS era bastante inteligente sendo o continuador da gestão económica do reino. A Agricultura foi sem dúvida a que prendeu mais a sua atenção. Ele pretendeu ser o primeiro lavrador do país, dando nobilíssimo exemplo à fidalguia, que desprezava qualquer esforço que não fosse o da guerra. DOM DINIS divide as terras incultas em grupos de vinte e trinta casais, distribuindo cada um deles a uma família, em regime de propriedade "enfitêutica" (cada casal pagava um foro ou pensão à COROA).
DOM DINIS foi um grande mobilizador para a ocupação das frentes de reconquista (ALENTEJO e ALGARVE). Deu grande incentivo às FEIRAS E MERCADOS  e ainda do FORAIS. Foi um dos primeiros a adotar o PORTUGUÊS em vez do LATIM, na CHANCELARIA RÉGIA.

- 1 - ENFITÊUTICA - (Relativo a enfiteuse) (do Lat. emphytense «Gr. emphyteusis, enxerta, implantação), s.f. contrato pelo qual o dono de um prédio transfere para alguém o domínio útil do mesmo, mediante uma pensão anual chamada foro, aforamento, emprazamento. 
- 2 - JUGADA - (do Lat. Jugata) s. f. terra que uma junta de bois pode lavrar num dia; (ant.) tributo que incidia sobre terras lavradas. 

CURIOSIDADE

Existe uma iluminura do "LIVRO DE XADREZ" de DOM AFONSO X, O SÁBIO, REI DE LEÃO E CASTELA, e avô do REI de PORTUGAL DOM DINIS.
O gosto do XADREZ foi transmitido pelos ÁRABES aos EUROPEUS. [FONTE] :História de Portugal - O Rei Lavrador - Cood. de JOSÉ HERMANO SARAIVA - VOL. II-QUIDNOV-2003 - págs. 46 e 47).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ] -RUA DOM DUARTE ( 1 )». 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ]

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«RUA DOM DUARTE ( 1 )»
 Rua Dom Duarte - (143_)  -  (Dom Duarte começou a governar ainda o pai era vivo, já em 1432, D. João I o associa à governação. Mas só em 1433 era aclamado Rei em Leiria)    in WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte -  (2015)  - Foto de Rick Morais  -  (Brasão da Casa de Avis representando a 2.ª Dinastia dos Reis de Portugal)   in    WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte - (2015)  - (A "RUA DE DOM DUARTE" começa na RUA DA PALMA e finda na Praça da Figueira. Este troço da Rua Dom Duarte, mais o lado nascente da Praça da Figueira, faziam parte da RUA DOS FANQUEIROS) in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Dom Duarte - (195-)  Foto de Judah Benoliel  -  (A MOURARIA a ser demolida. Antigo troço final da Rua dos Fanqueiros,   - actual RUA DOM DUARTE-a Rua da Palma ao fundo)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE in    AML
Rua Dom Duarte  - ( 1970 ) Foto de Armando Maia Serôdio  -  ( O HOTEL MUNDIAL na Rua Dom Duarte visto da Rua Barros Queiroz )   in     AML 


(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ]

«RUA DOM DUARTE ( 1 ) »


A "RUA DOM DUARTE" pertencia à freguesia de "SANTA JUSTA", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012 passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR». Tem início na "PRAÇA DA FIGUEIRA" 8-E e finda na "RUA DA PALMA"no número um.
Com as alterações urbanísticas em consequência dos desmantelamentos em 1949 do "MERCADO DA FIGUEIRA"a"RUA DOS FANQUEIROS", ficou mais curta, nascendo assim a "RUA DOM DUARTE pelo EDITAL de 28 de Agosto de 1950. Assim, na REUNIÃO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA  registado na Acta Nº. 23  com a data de 3 de Novembro de 1949 e com visita ao ao local onde esteve instalado o "MERCADO DA FIGUEIRA" para se poder pronunciar acerca do Toponímia  do referido local, e das RUAS  circunvizinhas, a Comissão, depois de várias trocas de impressões, resolveu dar seu acordo às sugestões do Exmo. Vice-Presidente da Câmara, na reunião anterior. Além de outras alterações nas Ruas próximas, ao espaço que compreendia o "MERCADO DA FIGUEIRA"passe a denominar-se"PRAÇA DA FIGUEIRA", que a RUA DOSFANQUEIROS e dos CORREIROS terminem na"PRAÇA DA FIGUEIRA. O troço da "RUA DOS FANQUEIROS " compreendido entre a "PRAÇA DA FIGUEIRA"e a "RUA DA PALMA passe a ter a denominação de «RUA DOM DUARTE»
--//--
Foi o décimo primeiro REI de PORTUGAL, DOM DUARTE, cognominado "O ELOQUENTE", homem de grande cultura e autor de vários escritos nasceu em VISEU a 31.10.1391 e faleceu em TOMAR a 09.09.1438, com 47 anos de idade de "PESTE".  Filho de DOM JOÃO I cognominado de "PRÍNCIPE DE BOA MEMÓRIA" e de "DONA FILIPA DE LENCASTRE", sendo o segundo REI DA SEGUNDA DINASTIA ( que teve o nome de "Joanina ou de Avis", por seu pai ter sido Mestre desta ORDEM MILITAR).

No ano de 1414 aquando dos preparativos para a expedição a CEUTA, não foi encarregado de nenhuma parte militar por lhe ser confiado o departamento de assunto de justiça e da fazenda ( que eram os negócios mais trabalhosos dos que ao soberano competiam) a fim de que o pai pudesse dedicar-se mais inteiramente aos assuntos relativos à empresa MARROQUINA. 
Metódico. aplicado, escrupuloso, exagerou os cuidados que os problemas lhe deveriam dar, a tal ponto que adoeceu. Participou depois da expedição, e no dia da conquista da PRAÇA, foi armado cavaleiro por "DOM JOÃO I".
A 22 de Setembro de 1428, DOM DUARTE casou com a INFANTA DONA LEONOR DE ARAGÃO, filha de"FERNANDO I" REI DE ARAGÃO" e das COROAS ARAGONESAS de 1412 até à sua morte.
Em 1955 foi inaugurado no "LARGO DA SÉ"em VISEU (seu local de nascimento). uma estátua de bronze, implantado em base de pedra, A obra foi executada pelo escultor "ÁLVARO DE BRÉE".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ] RUA DOM DUARTE ( 2 )».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ]

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«RUA DOM DUARTE ( 2 )
 Rua dom Duarte - (2006) - Foto de APS  -  (Estátua de bronze com pedestal em pedra de DOM DUARTE "O Elequente", no Largo da Sé em VISEU. A obra foi executada por Álvaro de Brée, teve a sua inauguração em 1955)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   ARQUIVO/APS
 Rua Dom Duarte - ( entre 1497 e 1504) - Foto de Rui Pina  -  (ILUMINURA no tempo de D. MANUEL I - Crónica de El-Rei DOM DUARTE) (Representa um tipo de pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminhos Medievais( WIKI)   in   WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte -  (1942)  -  ( Livro "LEAL CONSELHEIRO" de DOM DUARTE - Edição da Livraria Bertrand. Encadernação moderna em pele, títulos a ouro na lombada)   in  ELÉCTRICA LEILÕES 
 Rua Dom Duarte  - (195-)  Foto de Judah Benoliel  -   (A MOURARIA das demolições. Antigo troço final da RUA DOS FANQUEIROS,  - actual "RUA DOM DUARTE" - a entrada à direita era a Rua Silva Albuquerque já tapada, e ao fundo o início da RUA DA PALMA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in  AML 
Rua Dom Duarte - (1970) - Foto de Armando Maia Serôdio   -    ( Um dos lados do HOTEL MUNDIAL, virado para a Rua dom Duarte e seguimento da RUA DA PALMA)  in   AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ]

«RUA DOM DUARTE ( 2 ) »

A 15 de Agosto de 1433, dia seguinte ao falecimento de DOM JOÃO I, veio até DOM DUARTE o JUDEU MESTRE GUEDELHA, seu médico e astrólogo famoso, e pedi-lhe que adiasse a cerimónia de tomar o ceptro e entrar na real Sucessão, porquanto aquela hora e dia se lhe mostravam de ruins presságios, tanto para ele, rei, como para o PAÍS.
DOM DUARTE, porém, não concordou no adiamento. Em seguida reuniu CORTES em SANTARÉM, onde atendeu e desembarcou os capítulos (reclamações) e requerimentos das três ordens do ESTADO.

No seu curto reinado houve acontecimentos infelizes, como o desastre de TANGER a PESTE, que acabaria por também o vitimar em TOMAR.
DOM DUARTE convocou CORTES por cinco vezes
Promulgou a célebre "LEI MENTAL", com a qual procurou a restauração da FAZENDA DA COROA, e encarregou o jurista JOÃO MENDES, de coligir toda a legislação do REINO, trabalho de que resultariam as famosas "ORDENAÇÕES AFONSINAS".

No reinado de DOM DUARTE as navegações portuguesas ultrapassaram o CABO BOJADOR, com GIL EANES em 1434, e foram descobertas 100 léguas da COSTA AFRICANA.
Erudito, propenso à meditação, DOM DUARTE não só cultivou a poesia, mas também revelou esmerada formação humanitária. Deixou-nos uma valiosa colectânea de ensaios ético-religiosos e uma das mais belas prosas medievais num interessante manual filosófico de equitação.
A primeira destas obras será «O LEAL CONSELHEIRO» a segunda a famosa «ENSINANÇA DE BEM CAVALGAR TODA SELA» ( que não terminou motivado pelo seu falecimento 1438.
Estas obras têm mais que uma intenção didáctica, representam um propósito pedagógico e social amplo da sua época. Em contrapartida  "O LEAL CONSELHEIRO"é certamente mais moralista virado para as normas de conduta que os príncipes devem adoptar.
DOM DUARTE revelou-se homem de pensamento de tacto administrativo.
Do casamento de DOM DUARTE com D. LEONOR  nasceram nove filhos:
- 1 -DOM JOÃO, nasceu em LISBOA em Outubro de 1429 e faleceu antes da proclamação de seu pai. 
- 2 -DONA FILIPA, nasceu em SANTARÉM a 27.11.1430 e F. a 24.03.1439, com as primeiras ameaças de PESTE que assolou o REINO
- 3 -DOM AFONSO V - Sucedeu a seu pai no trono de PORTUGAL.
- 4 -DONA MARIA nasceu no SARDOAL a 07.12.1432 e F. no dia seguinte.
- 5 -DOM FERNANDO2.º Duque de VISEU e 1.º DUQUE DE BEJA, nasceu em ALMEIRIM a 17.11.1433 e F. em SETÚBAL a 18.09.1470. Quando DOM AFONSO V ascendeu ao trono.
- 6 -DONA LEONOR, em 1434 (Casou com FREDERICO III, SACRO IMPÉRIO ROMANO-GERMÂNICO).
- 7 -DOM DUARTE, em 1435 (Faleceu no mesmo ano).
- 8 -DONA CATARINA, em 1436, faleceu jovem.
- 9 - DONA JOANA, em 1439 (Casou com HENRIQUE IV DE CASTELA, mãe de "JOANA A BELTRANEJA"ou EXCELENTE SENHORA. 

Os restos mortais destes dois Monarcas, DOM DUARTE e DONA LEONOR, estão embelos túmulos nas"CAPELAS IMPERFEITAS", do"MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA",mais conhecido pelo"MOSTEIRO DA BATALHA", na vila da"BATALHA". 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]-AVENIDA DOM JOÃO II E A PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO».

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]

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«AVENIDA DOM JOÃO II e a PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO»
 Avenida Dom João II - (2000) - foto de Luís Pavão  -  Torre de São Gabriel em construção, e Avenida Dom João II, no Parque das Nações)    in    AML 
 Avenida Dom João II  - (2002) -Foto de Andrés Lejona  - Entrada da Estação do Oriente e Avenida Dom João II, no PARQUE DAS NAÇÕES) (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 
 Praça do Príncipe Perfeito - (2007) Foto de Sérgio Dias  - (A "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" no PARQUE DAS NAÇÕES, início da AVENIDA DOM JOÃO II)  ( ABRE EM TAMANHO RAZOÁVEL)   in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Avenida Dom João II  -  (2017)  Foto de Sérgio Dias  -   (AVENIDA DOM JOÃO II no sentido Norte, na Freguesia do PARQUE DAS NAÇÕES)  in   TOPONÍMIA DE LISBOA
 Avenida Dom João II - (Época Quinhentista)- "Escola de Pintura Portuguesa " - (Dom João II, foi o 13.º REI de PORTUGAL e 4.º da SEGUNDA DINASTIA; reinou de 1481 a 1495)   in  WIKIPÉDIA
Avenida Dom João II - (09.09.1998) foto de Abílio Leitão - (Vista aérea do Recinto da EXPOR/98, tendo em primeiro plano a "AVENIDA DOM JOÃO II" e a "ALAMEDA DOS OCEANOS") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in    AML 

(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]

«AVENIDA DOM JOÃO II E A  PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO»

A «AVENIDA DOM JOÃO II" e a "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" como "ao fim e ao cabo"é o Cognome de DOM JOÃO II, estão presentes com o seu Topónimo no "PARQUE DAS NAÇÕES".
A "EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE LISBOA DE 1998" foi para nós portugueses um privilégio e uma honra em acolher e organizar a última exposição MUNDIAL, do SÉCULO e do MILÉNIO.
Esta exposição tinha como tema principal "OS OCEANOS - UM PATRIMÓNIO PARA O FUTURO". A localização da EXPOR/98, veio modernizar infraestruturas várias de saneamento, reabilitação do solo, criando novas residências no futuro, revitalizando as áreas ribeirinhas promovendo novos parques e jardins devolvendo ao povo uma parte de "LISBOA INDUSTRIAL", antiga e degradada, no agora chamado "PARQUE DAS NAÇÕES", veio introduzir na parte toponímica, normas ligados a grandes homens que estiveram envolvidos com os «DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES» ( e seus governantes), em séculos passados, bem como muitos nomes relacionados com os OCEANOS, das ESPECIARIAS, que transportavam para LISBOA.
A "AVENIDA DOM JOÃO II" (sendo a avenida mais comprida nesta freguesia) tem o seu início na "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" (Cognome deste REI),  e vem desembocar na "VIA DO ORIENTE". Esta AVENIDA composta por 4 ROTUNDAS, é atravessada por 10 artérias e são-lhe convergentes pelo lado "direito seis".
Com a requalificação urbana resultante da "EXPOR/98", a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, por EDITAL de 16 de Setembro de 2009 oficializou os topónimos  escolhidos pela organização do evento, que tinham representado as artérias durante o decorrer da "EXPOR/98" assim como se tornaram território administrativo do CONCELHO DE LISBOA, dando também o nome a uma FREGUESIA nova, que seria oficializada em 2012 como freguesia do «PARQUE DAS NAÇÕES».
--//--
"DOM JOÃO II" nasceu em LISBOA (Paço das Alcáçovas) a 3 de Março de 1455 e faleceu em ALVOR a 25 de Outubro de 1495, filho de "DOM AFONSO V" de Portugal e de sua mulher DONA ISABEL, reinou de 1481 a 1495, tendo ficado conhecido na história pelo nome de "PRÍNCIPE PERFEITO". Em 1471 casou com sua prima direita "DONA LEONOR DE VISEU".
Foi regente do Reino durante as ausências de seu pai, quer  durante as conquistas por este feitas no NORTE DE ÁFRICA, quer durante as lutas que o "REI AFRICANO" travou para que sua sobrinha "DONA JOANA" ( a BELTRANEJA) ocupasse o trono de CASTELA( o que não conseguiu). Esteve com DOM AFONSO V na conquista de ARZILA, em 1471, e também participou na batalha do TORO, em 1746. Ausente por largo tempo, na corte de LUÍS XI de FRANÇA, deixou DOM AFONSO V o governo de PORTUGAL entregue a seu filho. E, em 27 de Setembro de 1477, por expresso desejo de DOM AFONSO V de abdicar  desencantado, para se refugiar na RELIGIÃO, é aclamado REI, em SANTARÉM, DOM JOÃO II. Entretanto DOM AFONSO V regressa pouco tempo depois e o filho devolveu-lhe a coroa, embora "de facto". continuasse a governar o PAÍS, dedicando-lhe muito tempo especialmente à ORIENTAÇÃO DOS DESCOBRIMENTOS, com um sentido moderno da HISTÓRIA e da POLÍTICA. Protege as rotas marítimas , cria o "mare clausum" para impedir que estranhos se abeirassem das COSTAS DO GOLFO DA GUINÉ.
Pelo "TRATADO DE TOLEDO", firmado em 1480, divide o ATLÂNTICO com a ESPANHA, pelo paralelo das CANÁRIAS. Já REI de direito, após a morte de DOM AFONSO V ocorrida em 1481. Sem despotismo mas com firmeza, DOM JOÃO II afirma o "PODER REAL", face à abusiva prepotência de certas famílias nobres. Segue, pois, uma política de centralização do poder.
Quando COLOMBO chegou à AMÉRICA, logo DOM JOÃO II se preparou para, com uma frota comandada por DOM FRANCISCO DE ALMEIDA, fazer valer os direitos que a PORTUGAL advinham da celebração, em 1480, do já referido TRATADO DE TOLEDO. Os REIS CATÓLICOS entraram em negociações com o REI DE PORTUGAL, as quais conduziram ao célebre "TRATADO DAS TORDESILHAS", pelo qual se dividiu a TERRA em dois hemisférios - um de influência PORTUGUESA e outro de preponderância ESPANHOLA. Existiram autores que admitiram que DOM JOÃO II morreu possivelmente envenenado.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VIII ]-DOM PEDRO IV(ROSSIO)( 1 )». 

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VIII ]

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«PRAÇA DOM PEDRO IV (VULGO ROSSIO)( 1 )»
 Praça Dom Pedro IV(Vulgo Rossio) - (1830)- Pintura  - (Esta retrato pintado por Simplício Rodrigues de Sá de "DOM PEDRO IV"-O Rei Soldado- primeiro do BRASIL, encontra-se no Museu Imperial de Petrópolis (BRASIL)  in  WIKIPÉDIA
 Praça Dom Pedro IV (Vulgo Rossio) - (início do século XX) Foto de autor não identificado ( A "PRAÇA DOM PEDRO IV" (VULGO ROSSIO) com o sei primeiro empedramento na forma de ondas do Rio Tejo - Litografia existente no MUSEU DA CIDADE)  in RUAS DOS DIAS QUE VOAM
 Praça Dom Pedro IV (vulgo Rossio) - (2005)  -  Foto de APS  - A "PRAÇA DOM PEDRO IV"-Vulgo Rossio- o monumento a Dom Pedro no centro e o Teatro Nacional ao fundo)   in   ARQUIVO/APS
Praça Dom Pedro IV (Vulgo Rossio) - Foto de APS - (A parte sul da Praça Dom Pedro IV, no lado esquerdo a "TENDINHA" ao centro a "RUA DOS SAPATEIROS"(antiga RUA DO ARCO DO BANDEIRA)  in  ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [VIII].

«PRAÇA DOM PEDRO IV-VULGO ROSSIO) ( 1 )»

A "PRAÇA DOM PEDRO IX" (VULGO ROSSIO) pertencia a duas freguesias, "SÃO NICOLAU" e "SANTA JUSTA", hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».Esta PRAÇA fica entre as RUAS; da BETESGA, AUGUSTA, DOS SAPATEIROS.(antiga Rua do Arco do Bandeira), ÁUREA(Vulgo OURO), PRIMEIRO DE DEZEMBRO(antiga Rua do Príncipe), CALÇADA DO CARMO, PRAÇA DOM JOÃO DA CÂMARA(antigo LARGO CAMÕES), LARGO DE SÃO DOMINGOS e RUA DO AMPARO.
Em séculos passados apareceu uma designação de "ROSSIO", numa postura em que os "CORREGEDORES", "VEREADORES, "PROCURADORES" e os homens bons da cidade de LISBOA, proibindo o lançamento de esterco, terras e outras "bodeguices" no ROSSIO DA CIDADE.

No século XVIII o espaço já aparece denominado como"PRAÇA DO ROSSIO", até que há pouco mais de 180 anos, por DECRETO DO GOVERNO" de 08.11.1836, passou a designar-se "PRAÇA DE DOM PEDRO". Em 26.03.1971 um EDITAL MUNICIPAL alterou para «PRAÇA DOM PEDRO IV», retirando a preposição "de"  e acrescentando "IV".
"Diz-nos quem sabe... que existiam letreiros já ali afixados há longo tempo e ainda porque dessa forma melhor se identificava a figura histórica homenageada".
O nosso propósito é "neste episódio", destacar a pessoa REAL que o nome representa e não todos os pormenores do nosso "ROSSIO". Para isso já publicámosem 2009 de 14.06.2009[ I ] a 19 de Agosto de 2009 [ XX ] a "PRAÇA DOM PEDRO IV(ROSSIO) (Ver mais aqui.....), falámos dos rios que provinham do sítio de ANDALUZ e ARROIOS que vinham juntar-se no ROSSIO e finalizavam no RIO TEJO, seguindo o percurso da actual rua"ÁUREA" (vulgo RUA DO OURO"). Os rios foram sendo assoreados, a sua água secando perdendo assim a importância inicial, mas passando a terrenos inicialmente agrícolas, depois para construção de edifícios. No entanto ficou o PRAÇA DO ROSSIO onde o povo se reunia.
Numa das faces da "PRAÇA"  "DOM JOÃO II e DOM MANUEL I, mandaram erguer o "HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS" (Ver mais aqui...).
No aspecto físico, teve o "ROSSIO" algumas alterações significativas entre a reconstrução pombalina e os nossos dias, sendo talvez as mais notáveis na época, o desaparecimento de edifício da "INQUISIÇÃO" e a construção do "DONA MARIA II. Vem a propósito uma publicação recente no "CORREIO DA MANHÃ" de 28.06.2018 página 48. " Em causa estão as obras realizadas pela "SOC. IMOBILIÁRIA espanhola "MABELCAPITAL", da qual o tenista "RAFA NADAL"é o investidor. A "SOC," comprou o quarteirão do "ROSSIO" no passado mês de Fevereiro por 62 milhões de euros(...) O quarteirão é composto por quatro edifícios com uma área total de 12 mil metros quadrados, distribuídos por sete pisos".
Desaparecendo assim alguns estabelecimentos comerciais da nossa presença quotidiana, uns que ainda funcionavam; (caso da PASTELARIA SUIÇA), outros que os recordamos por naquele local terem existido.
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"PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÓNIO JOÃO CARDOSO XAVIER DE PAULO MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON",  nasceu em QUELUZ a 12.10.1798 e faleceu a 14.09.1834 também em QUELUZ. 2.º filho varão de DOM JOÃO VI e de sua esposa DONA CARLOTA JOAQUINA (o primogénito - DOM ANTÓNIO - morreria ainda criança, em 1801). Tendo a COROA PORTUGUESA fugido para o BRASIL a 29 de Novembro de 1807 das INVASÕES FRANCESAS, residiu entre 1807 e 1831."DOM PEDRO" durante a sua permanência no BRASIL,  não pode a sua educação ser muito esmerada, mas sabe-se que revelou para a música, fazendo estudos e compondo hinos.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL[ IX ]-PRAÇA DOM PEDRO IV(VULGO ROSSIO) ( 2 )»
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