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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUA DO LORETO [ III ]

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 Rua do Loreto - (2012) - (A "Rua do Loreto" junto ao edifício do Cinema, vendo-se ao fundo a "Igreja de Nª. Srª. do Loreto" também conhecida pela "Igreja dos Italianos" in GOOGLE EARTH
 Rua do Loreto - (2009) Foto de Lampião (A "Rua do Loreto" e entrada para o "CINE PARAISO") inSKYSCRAPERCITY
 Rua do Loreto - (A fachada do "CINE PARAÍSO" na "Rua do Loreto", onde já não funcionava a "Tabacaria" no número 17) inOS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA
 Rua do Loreto - (1961) Foto de Armando Madureira (O "Salão Ideal" na "Rua do Loreto", junto da porta alguns eventuais espectadores consultando o programa. Nesta altura ainda funcionava a tabacaria no número 17) inAFML
 Rua do Loreto - (1908) Foto de João Freire (João Freire Correia" o grande fotógrafo, cria a primeira ficção cinematográfica) in SEARA NOVA
Rua do Loreto - (1908) (O cinema "Salão Ideal" anunciando a exibição do filme de sua Majestade El-Rei D. MANUEL II, na visita à Escola do Exército) inRESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DO LORETO [ III ]

«O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 2 )»

 Durante cerca de quatro anos, tudo correu razoavelmente aos dois sócios que, entretanto, tinham contratado "PINHO DA CUNHA" para gerente.
Mas a vida não parava e o cinematógrafo revelava-se razoável negócio, pelo que mais salas foram abrindo por «LISBOA», ostentando novos atractivos e mais comodidades. A casa do Loreto começava a sofrer crise de espectadores.
Surgiu então outro amante do cinema, «JÚLIO MARTINS DA COSTA» - que viria a ser produtor, distribuidor e exibidor - como homem providencial. De sociedade com "JOÃOAZEVEDO DE ALMEIDA", comprou o barracão do "LORETO" e mandou fazer obras de grande vulto.
Mas o mesmo "JÚLIO DA COSTA" teve a ideia bem mais engenhosa para dar novo alento à  sua casa de espectáculos: em tempo de filmes mudos, pôs toda a gente a falar!
Levando ao "LORETO" muitos actores amadores, que se reuniam atrás do ecrã e falavam nos momentos oportunos, procurando sincronizar as suas vozes com os momentos em que os actores na tela abriam e fechavam a boca. Tinham também de rir ou chorar, quando fosse caso disso. O processo não seria perfeito, convenhamos, lembrar-nos de que ainda hoje, com técnicas mais aperfeiçoadas, às vezes, nas dobragens, ainda acontece a voz não acertar com a boca da personagem...  Mas o certo é que o processo fez furor na época.
Para o êxito, contribuiu a qualidade de alguns dos "faladores". "JÚLIO COSTA" esteve ligado aos "Bombeiros Voluntários da Ajuda", corporação a que pertencia o grande "ANTÓNIO SILVA". Começando como simples amador dramático, este então futuro actor de teatro e cinema, fez parte do grupo dos que interpretavam as vozes no "SALÃO IDEAL". 
Deu por exemplo, voz a "JUDAS", numa versão da "VIDA DE CRISTO" que fez esgotar a sala e pôs o público a chorar, ao ouvir, pela primeira vez, as "vozes da virgem" e do "Salvador". Para não existir falhas de ordem bíblica, os diálogos eram adaptados por um sacerdote, no caso o capelão do "Regimento de Caçadores 5".
A afluência foi tal que o elevador que ligava a "ESTRELA" ao "CAMÕES" (actualmente o mais comparado será o eléctrico da carreira Nº 28) foi parado, dada a quantidade de pessoas que aguardavam entrada no cinema.
Como curiosidade podemos acrescentar que foi "JOÃO FREIRE CORREIA" o grande fotógrafo e fundador da «PORTUGALIA FILMES» nos seus estúdios improvisados na "RUADO BENFORMOSO", que se rodou o nosso primeiro filme de entrecho e que tem LISBOA como cenário: "OS CRIMES DE DIOGO ALVES". Foi realizado por "João Tavares" e estreado em Abril de 1911, com exteriores filmados no "Beco da Barbadela" e no "Poço do Borratém". 

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO LORETO [ IV ] -O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 3 )». 


RUA DO LORETO [ IV ]

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 Rua do Loreto - (2008) Foto de Barragon - (Um troço da "Rua do Loreto" próximo do edifício do Cinema) inPANORAMIO
 Rua do Loreto - (2012) - (O "Cine Paraíso" de portas abertas na "Rua do Loreto" Nºs. 15 e 17. Nesta altura já tinha acabado a tabacaria que existia no nº 17, mas a "Sapataria Diplomata" continua persistente) inGOOGLE EARTH
 Rua do Loreto - (2008) - Foto de Barragon (O edifício do Cinema, na "Rua do Loreto") in PANORAMIO
 Rua do Loreto - (1977) Foto de Vasques (O "Cinema Salão Ideal" na "Rua do Loreto" no primeiro andar a "Remington" uma grande marca de máquinas de escrever da época) in AFML
 Rua do Loreto - (início do sec. XX) Foto de Alberto Costa Lima (A Alfaiataria "A Couto" no 1º andar da "Rua do Loreto" e esquina para a "Rua da Emenda") in AFML
Rua do Loreto - (1909) - (Um recorte de jornal  anunciando que o "Salão Ideal" na "Rua do Loreto" apresenta os mais lindos e originais espectáculos de Lisboa) in RESTOS DE COLECCÃO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DO LORETO [ IV ]

«O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 3 )»

Ainda do«SALÃO IDEAL». Passou o tempo, a descoberta de "JÚLIO COSTA" foi adoptada por outras salas na baixa. A frequência do "SALÃO IDEAL" foi mudando e em breve era constituída essencialmente por ardinas que se deslocavam ao vizinho "BAIRROALTO" em busca dos jornais e, ou enquanto esperavam ou no fim da faina, passavam o tempo a ver fitas.
O velho "Salão Ideal" não era já uma sala elegante e em breve passava a realizar sessões contínuas, do princípio da tarde à meia-noite. Os preços eram acessíveis, mas, mesmo assim, para cativar a juventude, foi instituído o sistema de se poder arranchar - isto é: poderem entrar dois espectadores jovens com um único bilhete.
Cada um que chegava, escolhia ou arranjava parceiro: "arranchava".
Foi o tempo em que à semelhança do que acontecia com salas congéneres, a arraia miúda lisboeta começou a conhecer o cinema por "piolho do Loreto" .
Ainda conservava porém, a configuração antiga: uma rampa que conduzia à plateia, uma "sala de fumo" no andar superior, adornada com retratos de vedetas de várias nacionalidades, o balcão ao nível da entrada, ao contrário do que era costume noutras salas.
Nova fase se seguiu, já em época mais chegada. O "Salão Ideal" mudou de rumo, nos anos 70; passou a «CINE CAMÕES» e deixou de dar as sessões contínuas,  os filmes de "cow-boys" e de capa e espada. Houve obras de remodelação e no ecrã passaram a ser exibidos filmes indianos, com o seu cortejo de beldades orientais e "dramalhões" pesados.
A última mudança tinha-se processado há poucos anos quando, depois de algum tempo de encerramento, surgiu novo nome e nova faceta: «CINE PARAÍSO» se chamava agora o cinema e, como se disse, dedicou-se aos filmes pornográficos. 
Oxalá esta "onda de ciclos" efectuada corresponda a um belo futuro para a centenária sala do "LORETO"! É sempre tempo  para mudar.
Salvo melhor opinião, o destino destas salas antigas, pequenas, cheias de tradição cinematográfica de outros tempos, deveria ser este mesmo; o de servirem para ciclos de filmes, apresentados por ordem temática, por realizadores, por qualquer critério válido. Serem, afinal, complemento da Cinemateca.
Como curiosidade, não queria deixar de referir que já existiu, nos alvores do século XX na "Rua da Palma" (hoje ocupado por prédios e lojas), um recinto elegante, destinado ao lazer do alfacinha e tinha por nome «PARAÍSO DE LISBOA».  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em Lisboa - Livro V -Vega- 2ª Ed. 1992 - Lisboa

- DIAS, Marina Tavares - Lisboa Desaparecida - Livro 7 - Quimera - 2001- Lisboa

- MACEDO, Luís Pastor de - Lisboa de Lés a Lés - Vol. III-3ª Ed. Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1985.

- SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (Dir.)-Dicionário da História de Lisboa-Carlos Quintas & Associados - Consultores,Lda. - 1994 - SACAVÉM.

INTERNET


(PRÓXIMO)- ÍNDICES DE -AVENIDAS, CAMPO, JARDIM, LARGOS, PRAÇAS E RUAS DE LISBOA, TRATADAS NESTE BLOGUE DURANTE O ANO DE 2012.

ÍNDICE DE ARTÉRIAS EDITADAS EM - 2012

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 POR ARTÉRIAS

POR FREGUESIAS (em vigor até 31 de Dezembro de 2012)

ÍNDICE DE AVENIDAS, CAMPO, JARDIM, LARGOS, PRAÇAS E RUAS DE LISBOA TRATADAS NESTE BLOGUE DURANTE O ANO DE 2012

O ÍNDICE está representado por ordem alfabética de ARTÉRIAS e FREGUESIAS.

Foram retratadas neste blogue durante o ano de 2012 - 4 AVENIDAS; 1 CAMPO; 1JARDIM; 2 LARGOS; 3 PRAÇAS; e 10 RUAS, num total de 96 publicações.

PENSAMENTOS:
«O tempo chega sempre; mas há casos em que não chega a tempo - CAMILO CASTELO BRANCO»
«Sê grande na acção como forte no pensamento - SHAKESPEARE

(PRÓXIMO) - ÍNDICE ALFABÉTICO DE TODAS AS ARTÉRIAS PUBLICADAS DURANTE OS ANOS DE: 2008 - 2009 - 2010 - 2011 e 2012.

ÍNDICE ALFABÉTICO DE TODAS AS ARTÉRIAS PUBLICADAS DURANTE OS ANOS DE: 2008-2009-2010-2011 e 2012.

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PARA  EXAMINAR  DETALHADAMENTE  AS  PÁGINAS

A) - Deve carregar simultâneamente em Ctrl + clique na imagem para abrir um separador.
B) - Clique no separador para observar a imagem ampliada.

(Algumas das freguesias aqui apresentadas, só funcionarão até 31 de Dezembro de 2012)

[As FREGUESIAS aqui publicadas durante estes anos vão, possivelmente, (algumas) ser agregadas noutras, formando uma nova nomenclatura a partir de 01.01.2013]

Durante estes anos foram EDITADAS - Avenidas (20); Beco (1); Cais (1); Calçadas (7); Campos (3); Jardim (1); Largos (9); Patio (1); Poço (1); Praças (16); Ruas (102); Terreiro (1); Travessas (6).


BOAS FESTAS

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Desejo a todos os "Bloguistas" e amigos, FELIZ NATAL e um bom ANO  de 2013      - APS -

Vamos  fazer  uma  pausa,  voltaremos  se  Deus  quiser  no próximo  ANO com mais RUAS.  Até lá espero que vivamos esta quadra com espírito NATALÍCIO.

(PRÓXIMO)-«RUA ALEXANDRE DE BRAGA [ I ] - A RUA ALEXANDRE DE BRAGA E O JORNALISTA PORTUENSE».

NUMERAÇÃO DE PORTAS DOS PRÉDIOS

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Numeração de Portas dos prédios - (2013) -(Fotos retiradas da Internet de várias procedências) Postura Camarária, possivelmente já com algumas alterações no presente momento  inLISBOA ROTEIRO PROFISSIONAL

NUMERAÇÃO DE PORTAS DOS PRÉDIOS

Artigo 1º - A numeração das portas dos prédios em novos arruamentos ou nos actuais que o não tenham ou que se verifique irregularidades ou insuficiência de numeração, obedecerão às regras seguintes:

a) - Nos arruamentos com a direcção Norte Sul ou aproximadamente, começará de Sul para Norte; nos arruamentos com direcção nascente para poente, sendo designada por números pares à direita de quem segue para Norte ou Poente e por números ímpares à esquerda. 

b) - Nos LARGOS ou PRAÇAS será designada pela série de números inteiros no sentido do movimento dos ponteiros de um relógio a partir do prédio do gaveto poente do arruamento situado a SUL, preferindo no caso de dois  ou mais arruamentos nas mesmas circunstâncias o que estiver localizado mais a SUL.

c) - BECOS ou recantos será designada a série de números inteiros no sentido do movimento dos ponteiros do relógio a partir da entrada.

d) - Nas portas de gavetos a numeração será a que lhe competir no arruamento mais importante ou, quando o arruamento forem de igual importância, no que for designado pela Câmara.

&) - Único - Admite-se critério diferente do estabelecido na alínea a) deste artigo sempre que:

a) - Um arruamento seja fechado no lado em que deveria ser indicada a sua numeração.

b) - A abertura e urbanização de um arruamento seja pelo lado contrário ao acima estabelecido e sem que o seu prolongamento seja de difícil previsão sem tempo e traçado.

As presentes excepções devem constar da proposta de designação toponímica para que possam ser aplicadas.

Artigo 2º. - A cada prédio e por cada arruamento será atribuído um só número.

& 1º - Quando o prédio tenha mais de uma frente para o mesmo arruamento, todas as demais, além da que tem a designação da numeração predial, serão enumeradas com o referido número acrescido das letras seguindo a ordem do alfabeto.

& 2º - Nos arruamentos com terrenos susceptíveis de construção ou reconstrução de prédios, em que não haja possibilidade de prever o número a que se refere o paragrafo anterior, segue-se o critério de reservar um número para cada doze metros de arruamento.

Artigo 3º - A numeração predial abrange as portas confinantes com a via pública e que dêem acesso a prédios urbanos ou seus logradouros, construídos em arruamentos sob jurisdição Municipal.

Artigo 4º - Ao ser entregue na Câmara a licença de construção de um novo prédio ou de qualquer obra que origine a abertura de novas portas, deve o proprietário requerer simultâneamente a atribuição do número de polícia.

& 1º - Em relação aos prédios já construídos ou em curso de construção à data da publicação da presente postura, devem os proprietários requerer à Câmara a competente, numeração no prazo de trinta dias, indicando sempre que possível os números dos respectivos processos da obra e da licença de utilização.

& 2º - Não são dispensados de atribuição de números de polícia os edifícios oficiais e municipais.

Artigo 5º - Os proprietários ou seus representantes são obrigados a mandar colocar os números que lhe forem atribuídos antes da vistoria para efeitos de licença de utilização.

& 1º - Para o caso de prédios já construídos a que se refere o & 1º do Artigo 4º, os proprietários ou seus representantes, são obrigados a mandar colocar os números que lhe forem designados, no prazo de dezoito dias da data da notificação.

Artigo 6º - Os números da numeração predial, não poderão ter menos de dez centímetros, nem mais de quinze centímetros, serão de relevo sobre placas ou metal recortado, ou ainda pintados sobre as bandeiras das portas quando estas sejam em vidro. 

Artigo 7º - Os números serão colocados nos centros das vergas ou das bandeiras das portas e quando estas não tenham vergas, na primeira ombreira seguindo a ordem da manutenção.

& 1º - Os números das portas dos estabelecimentos comerciais ou industriais deverão harmonizar-se com os projectos arquitectónicos das fachadas aprovadas pela Câmara, sem prejuízo do disposto no Artigo 6º.

& 2º - Durante o período de construção dum prédio, as placas de números de polícia, previstas no Artigo 6º, embora bem explicitas, poderão ter carácter provisório de execução.

& 3º - Durante o período de construção, o número deverá ser colocado no centro do lote e na própria construção, andaime ou tapume, mas sempre em local bem visível, sendo contudo dispensada a colocação dos números a que se refere o & 1º do Artigo 2º.

Artigo 8º - Os proprietários dos prédios deverão conservar sempre em bom estado a numeração das portas, não sendo permitido colocar, retirar de qualquer modo alterar a numeração predial sem autorização da Câmara.

Artigo 9º - As infracções ao disposto nesta postura serão punidas com multa.

Artigo 10º - Esta postura entra em vigor quinze dias após a sua afixação nos lugares do costume de todas as freguesias do Concelho.

NOTAS FINAIS DE APS
(Esta postura poderá eventualmente já ter sido alterada ou modificada em algumas alíneas. Ela serve fundamentalmente para nos dar uma pálida ideia, quanto à orientação (linha mestra) de como se aplica um número de polícia num arruamento, e a orientação quanto à sua distribuição)

(PRÓXIMO - «RUA ALEXANDRE BRAGA [ I ] - A RUA ALEXANDRE BRAGA E O JORNALISTA PORTUENSE».

RUA ALEXANDRE BRAGA [ I ]

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 Rua Alexandre Braga - (2012) (O início da "RUA ALEXANDRE BRAGA" junto do "Jardim Constantino" na antiga freguesia de "S. Jorge de Arroios", hoje "ARROIOS"). inGOOGLE EARTH 
 Rua Alexandre Braga - (2007) - (Panorama da "Rua Alexandre Braga" na parte Sul encontra-se o "Jardim Constantino") in GOOGLE EARTH
 Rua Alexandre Braga - (2012) - (Um troço da "Rua Alexandre Braga" no sentido Sul para Norte) in GOOGLE EARTH
 Rua Alexandre Braga - (anos 60 do século XX) Foto de João H. Goulart (Conjunto de quatro armazéns ornamentados, na "Rua Alexandre Braga") inAFML 
 Rua Alexandre Braga - (2012) - (Um troço da "Rua Alexandre Braga" no sentido Sul, vendo-se a antiga entrada da "Sociedade de Construções Amadeu Guadêncio") inGOOGLE EARTH
 Rua Alexandre Braga - (2012) - (A "Rua Alexandre Braga" no sentido Norte/sul, ficando mais próximo da "Rua Dona Estefânia"). inGOOGLE EARTH
Rua Alexandre Braga - (1900) Foto de autor não identificado (Um foto do "Dr. ALEXANDRE BRAGA" possivelmente do início do século vinte) in CONVERSAR EM PENICHE

RUA ALEXANDRE BRAGA [ I ]

«A RUA ALEXANDRE BRAGA E O JORNALISTA PORTUENSE»

A «RUA ALEXANDRE BRAGA» pertencia à antiga freguesia de «SÃO JORGE DEARROIOS», agora incorporada nas freguesias da «PENA» e «ANJOS» com a denominação de «ARROIOS», em consequência da Reforma Administrativa de Lisboa, iniciada este ano.
Começa na «RUA JOSÉ ESTÊVÃO» no número 117, (junto ao Jardim Constantino) e termina na «RUA DONA ESTEFÂNIA», no número 30. Converge com esta artéria no lado esquerdo a «TRAVESSA ESCOLA ARAÚJO», aproximo do número 20 desta Rua.
O topónimo da «RUA ALEXANDRE BRAGA» foi atribuído pela "Câmara Municipal de Lisboa" , através do Edital datado de 14 de Setembro de 1926, à antiga «RUA DE SANTAMARTA». Em reunião de 13.04.1951 e conforme parecer da "Comissão Consultiva Municipal de Toponímia", foi suprimida a partícula "de" no topónimo.
Meia dúzia , se tanto, de toscos ambiciosos, pategos ou parolos conforme sejam do Sul ou do Norte, têm feito questão de inventar um arreganhar de dentes entre as duas maiores urbes portuguesas, como se fosse demasiado ter Portugal ao menos duas grandes cidades e uma tivesse forçosamente de amesquinhar a outra. O futebol - onde a superioridade nortenha, pelo menos nestes últimos tempos, tem custado a engolir cá por baixo - terá responsabilidade neste pretenso acender de raivas regionalistas. Mas a vida não é só feita de bola e, por isso, no seu íntimo, os sábios povos do PORTO e de LISBOA estão-se de um modo geral, nas tintas para questiúnculas que não têm razão de ser.
Afinal não são muitos os "sulistas" que não tenham família no Norte nem os "nortenhos" que não encontrem parentes cá por baixo. E vem de lá o alfacinha mais empedernido jurar que não se sente confortável na solidez do velho burgo portuense ou o tripeiro mais bairrista garantir que não o invade uma pontinha de euforia ao passar pela sala de visitas do nosso «TERREIRO DO PAÇO» ou pelos horizontes largos de «BELÉM».
Artistas e homens de letras são bem o exemplo da saudável migração de dois sentidos (afinal são escassos 300 quilómetros a percorrer...) que caracteriza a vida lusitana desde que nos conhecemos como nação.
«CAMILO», um dos nossos génios literários, nasceu em LISBOA, mas a sua obra pouco tem a ver com a terra que o viu nascer  (todo ele é NORTE, o PORTOé a sua Capital). "EÇA" e "RAMALHO" nasceram na PÓVOA, respectivamente. No entanto, sobretudo o primeiro, fizeram de LISBOA o fulcro da  sua obra.
Ora, na sequência de uma pequena ronda que vamos iniciar pelas "RUAS DE LISBOA" de gente que passou pelos jornais, e viu o seu nome consagrado numa rua de LISBOA, vamos falar de um portuense, que a capital, justamente lhe atribuiu uma rua, na antiga freguesia de «SÃO JORGE DE ARROIOS» (hoje "ARROIOS").

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA ALEXANDRE BRAGA [ II ] - ALEXANDRE BRAGA (FILHO)»  

RUA ALEXANDRE BRAGA [ II ]

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 Rua Alexandre Braga - (1900) (O "Dr. Alexandre Braga(filho)", jornalista, advogado e político português) inWIKIPÉDIA
 Rua Alexandre Braga - (Início do séc. XX) Foto de Joshua Benoliel (O "Dr. Alexandre Braga" na "Rua Garrett", com dois companheiros de partido) inAFML
 Rua Alexandre Braga - (1969) Foto de João H. Goulart (A "Rua Alexandre Braga" na parte Norte, junto da "Rua da Estefânia") inAFML
 Rua Alexandre Braga - (1969) Foto de João H. Goulart (Um troço da "Rua Alexandre Braga" nos números 18 e 18c perto da "Travessa Escola Araújo") inAFML
 Rua Alexandre Braga - (2012) (A "Rua Alexandre Braga" no seu início na parte Sul, vendo-se ao fundo um pouco do "Jardim Constantino") inGOOGLE EARTH
 Rua Alexandre Braga - (2012) - (A "Rua Alexandre Braga" na parte Norte, próximo da "Rua da Estefânia") inGOOGLE EARTH
Rua Alexandre Braga - (2012) - (Um troço da "Rua Alexandre Braga" no sentido de norte para sul) in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA ALEXANDRE BRAGA [ II ]

«ALEXANDRE BRAGA ( Filho)»

«ALEXANDRE BRAGA» este portuense nasceu a 10 de Novembro de 1871 e faleceu em Lisboa no dia 7 de Abril de 1921.
Conhecido pelo ardor com que defendeu a «REPÚBLICA» e pelos seus dotes oratórios (tal como seu pai), tem uma rua com seu nome em LISBOA, na nova freguesia de «ARROIOS».
Chegou a este autor bem cedo o vício da escrita pata a imprensa. De facto ainda estudante em Coimbra, fundou um jornal de combate denominado «PORTUGAL», destinado à defesa ardorosa do ideal republicano. E diz-se "de combate" porque a publicação proporcionou a «ALEXANDRE BRAGA» múltiplos conflitos e polémicas com quantos professavam ideologias opostas.
No "PORTO", o combativo escritor colaborou assiduamente em «O PRIMEIRO DE JANEIRO» e ainda no «JORNAL DE NOTÍCIAS» e«JORNAL DA MANHû.
Em LISBOA, dispersou as suas prosas e os seus versos por quase todos os diários existentes na época. Não resistiu, entretanto, a ter de novo um jornal seu. Fundou, por isso, «A CRÓNICA», periódico literário e artístico que não teve longo tempo de vida.
Parlamentar em várias legislaturas, ficou conhecido pela fogosidade da sua palavra. Tinha a resposta sempre pronta.
Num dia em que seguia de comboio para o "PORTO", as paragens em cada estação eram de tal maneira longas que "ALEXANDRE BRAGA" fez notar o caso ao revisor. Este, sujeito mal disposto e que possivelmente não conhecia o político, resmungou: "Porque não vai a pé?". Levou logo o troco: "Já me lembrei disso, mas as pessoas não me esperam antes da chegada deste comboio...".
E não era homem para se atrapalhar perante as próprias "gaffes".
Contava «LUÍS DE OLIVEIRA GUIMARÃES» que, numa vez em que «ALEXANDREBRAGA» defendia certa causa em tribunal, invocou, no calor da oratória, o artigo 2735 do CÓDIGO CIVIL. Objectou-lhe o Juiz que, o velho Código do "VISCONDE DE SEABRA" só comportava 2538 artigos, pelo que " a disposição invocada não existe". O causídico não se desmanchou, dizendo: "Pois é tão justa que, se não existe, devia existir...".
Desempenhou as funções de "Ministro do Interior", em 1915, num Governo chefiado por "VÍTOR HUGO DE AZEVEDO COUTINHO". 
Faleceu com escassos cinquenta anos, mas o seu talento tinha-se espalhado também por cá como por todo o país, LISBOA quis homenageá-lo com uma RUA.
«ALEXANDRE BRAGA (Filho)» - (1871-1921) - Advogado, Jornalista e Político Português, tem igualmente uma RUA com seu nome no PORTO e em VILA NOVA DE GAIA

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)_«RUA ALEXANDRE BRAGA [ III ] -SOC. CONST. AMADEU GAUDÊNCIO»

RUA ALEXANDRE BRAGA [ III ]

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 Rua Alexandre Braga - (Anos 50 do séc. XX) Foto de autor não identificado ("Amadeu Gaudencio" o construtor nazareno que deixou obra por todo o país) inJORNAL REGIÃO DA NAZARÉ
 Rua Alexandre Braga - (1953-Abril) (Frente à entrada da firma "SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES AMADEU GAUDENCIO", algum pessoal mais jovem  deixava-se fotografar, para um colega levar como recordação para a África Portuguesa. inARQUIVO/APS
 Rua Alexandre Braga - (1953 - Abril) (No "JARDIM CONSTANTINO" alguns colegas juntavam-se à foto de despedida no mesmo colega, que nesse ano embarcava para MOÇAMBIQUE) in ARQUIVO/APS
 Rua Alexandre Braga - (1953 - Abril) (Na parte interior das instalações fabris, mais pessoal da secção de Carpintaria e Marcenaria, envolvida pela quantidade de aprendizes de tenra idade) in ARQUIVO/APS
 Rua Alexandre Braga - (1953 - Abril) (Alguns dos principais artífices de carpintaria e marcenaria após almoço, junto à entrada (interior) das instalações fabris da "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio" na "Rua Alexandre Braga") inARQUIVO/APS
 Rua Alexandre Braga - (1969) - Foto de João H. Goulart (A "Rua Alexandre Braga", podemos observar a entrada da sede social, oficinas e escritórios da "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio") inAFML 
 Rua Alexandre Braga - (Década de Sessenta do século XX) Foto de Artur Goulart (A entrada das oficinas e escritórios da "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio" na "Rua Alexandre Braga" número 4-A) inAFML
 Rua Alexandre Braga - (1953) (Frontispício de uma carta da "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio dos anos cinquenta do séc. XX) inARQUIVO/APS
 Rua Alexandre Braga - (2007) - (Panorama das antigas instalações fabris da "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio". O telhado apresentado a branco representava - de sul para norte - os Escritórios, seguindo-se as oficinas de Carpintaria e Marcenaria no 1º piso, no r/c funcionava a Serração Mecânica ao fundo a secção de pintura. Em todo o comprimento do edifício existia uma cave, onde se armazenava as madeiras, uma estufa para secagem de madeiras, igualmente ao fundo um pouco mais para a esquerda, um edifício mais baixo, era o refeitório e o vestiário do pessoal). inGOOGLE EARTH 
Rua Alexandre Braga - (2012) - (Antiga entrada para as instalações fabris de "Soc. de Construções Amadeu Gaudencio" na "Rua Alexandre Braga") inGOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA ALEXANDRE BRAGA [ III ]

«A SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES AMADEU GAUDENCIO, LDA.»

A «SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES AMADEU GAUDENCIO, LDA.» tinha a sua sede social, oficinas e escritórios na «RUA ALEXANDRE BRAGA», 4-A, que no início dos anos cinquenta do século XX, onde tive a honra de prestar a minha colaboração, durante aproximadamente dois anos e meio, da qual guardo agradáveis recordações desse tempo da minha juventude.
Mas vamos falar um pouco do seu mentor, sua biografia e enaltecendo a empresa que deixando obra por todo o país, chegando a ser considerada uma grande firma na área da «construção civil».
«AMADEU GAUDENCIO» nasceu a 4 de Abril de 1889 na "PEDERNEIRA" (Nazaré), onde viveu até aos  18 anos de idade. No entanto, nessa altura foi para LISBOA, para melhorar de vida. Apesar de ter partido somente com a instrução primária, a 4ª classe na época, continuou os estudos à noite, já na Capital matriculou-se na «ESCOLA INDUSTRIAL MACHADO CASTRO». Tendo chegado a Lisboa como pedreiro, conseguiu por mérito próprio obter o diploma de construtor civil.
Dedicou toda a sua vida à construção civil, começando por trabalhar em nome individual, mas em 1935, fundou a «SOC. DE CONSTRUÇÕES AMADEU GAUDENCIO».No percurso profissional e social procurou sempre evoluir e também ajudar os outros, nomeadamente os seus colaboradores e familiares, através do acesso à instrução escolar e formação profissional.
A sua empresa foi responsável por algumas construções simbólicas no nosso país, como escolas, hospitais, instalações fabris, museus, salas de espectáculos, instalações religiosas e edifícios urbanos, tais como: "CASA DA MOEDA"; "HOSPITAL DE SANTA MARIA"; "HOSPITAL DE SÃO JOÃO"; a Sede do "BANCO NACIONAL ULTRAMARINO" (na Rua Augusta); "LICEU CHARLES LEPIERRE"; "CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS" (no PORTO), e dois Conventos em FÁTIMA, os «PAVILHÕES DE MADEIRA»das OURIVESARIAS (no Martim Moniz); o "MERCADO DE ARROIOS"; "CAFÉ PORTUGAL"; "SOCIEDADE NACIONAL DE SABÕES" (em Marvila) eo "AEROPORTO DE LISBOA" de 1942 a 1949, entre outros.
Apesar de ter deixado a sua terra natal, sempre adorou a NAZARÉ, e por esse motivo, manteve uma casa no "SÍTIO", onde passava férias. 
Existe uma escola baptizada com seu nome na NAZARÉ. O "MUSEU ETNOGRÁFICO E ARQUEOLÓGICO DR. JOAQUIM MANSO" (Escritor, Jornalista e fundador do jornal "DIÁRIO DE LISBOA"), aberto ao público em 1976. O Museu está instalado na "RUA´D.  FUAS ROUPINHO", Sítio - Nazaré, desde 1972, numa moradia dos princípios do século XX, doada ao Estado em 1968 para esse fim, pelo benemérito nazareno "AMADEU GAUDENCIO".
"AMADEU GAUDENCIO" era ateu e pertencia à Maçonaria. Segundo informação disponível, "Amadeu Gaudencio" "foi iniciado na loja lisbonense, Cândido dos Reis, em 1930, com o nome simbólico de "MAGALHÃES LIMA" que, posteriormente trocou por "GOMES FREIRE".
Era um "republicano activo", um homem de ideias republicanas e valores socialistas, que demonstrava grandes preocupações a nível social, não só com a sociedade em geral, como também com os seus trabalhadores e familiares.
Faleceu no dia 13 de Outubro de 1980 com 91 anos, mas manteve-se no activo até aos 85 anos e liderou, até essa altura, a empresa que criou com cerca de 1500 trabalhadores.
Como curiosidade, assinalamos um dos mais directos colaboradores dos últimos anos da "Soc. Const. Amadeu Gaudêncio". Trata-se do Engº. "MANUEL BRAVO» que ingressou na firma quase em simultâneo com a sua vida académica, tendo chegado em 1955 a ser um dos sócios gerentes.
Por imposição legal, em 1975 a firma passou a ter natureza de "Sociedade Anónima", tendo o Engº passado a ocupar o lugar de "Vice-Presidente do Concelho de Administração (1975-1977). Passou a "Presidente do Concelho de Administração" de (1977-1987) depois de "Amadeu Gaudêncio" deixar o cargo por doença.
 [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
INTERNET

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ I ] - RUA ABEL BOTELHO (1)» 

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ I ]

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 Rua Abel Botelho - (1889) (Autor António Ramalho) (Retrato de "Abel Acácio Botelho" com aproximadamente 33 anos de idade) inWIKIPÉDIA
 Rua Abel Botelho - (19__) Foto de autor não identificado (Retrato de "Abel Botelho" no início do século XX) inMEMÓRIA DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho, 19 a 23 - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Rua Abel Botelho" antiga "Rua Particular Nº 2) inAFML
 Rua Abel Botelho - (1961) Foto de Artur Inácio Bastos (O Topónimo da "Rua Abel Botelho" foi atribuído em 1932) inAFML
Rua Abel Botelho - (2007) - (Panorama da "Rua Abel Botelho" assinalado com X de cor branca) in GOOGLE EARTH

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ I ]

«RUA ABEL BOTELHO ( 1 )»

A toponímia da cidade fica mais enriquecida com os nomes daqueles que LISBOA acha suficientemente importantes para se perpetuarem nos letreiros, independentemente das profissões que exerceram, das actividades em que saíram da mediana.
Existem escritores, médicos, políticos, técnicos, beneméritos, desportistas... Já são em grande quantidade, que se tornou possível catalogá-los pelos ramos em que mais se distinguiram.
Vamos ocupar desta feita com os "ESCRITORES E JORNALISTAS" que a cidade distinguiu, atribuindo os seus nomes a outros tantos arruamentos.  A tarefa não é, porém, tão linear como a que levou a reunir em compilação outros profissionais.
Na verdade, enquanto um médico não pode deixar de ser um diplomado com o respectivo curso, jornalista tem sido, neste país a que pertencemos, todo aquele que encarreira duas linhas com um mínimo de lógica e de gramática.
Os cursos de comunicação são, entre nós, muito recentes - e o necessidade de preencher laudas para compor jornais, já conta com largos anos.
Daí que o caro leitor vá deparar com nomes de jornalistas que parecerão, aqui e ali, um tanto forçados na enumeração.
Mencionou-se, em conversa passada, o nome de «EÇA DE QUEIRÓS», a quem toda a gente venera como escritor, mas cujo trabalho jornalístico não é lembrado com a mesma frequência.
E muitos mais aparecerão: para  ser engenheiro, cedo se exige uma especialização; para fazer jornalismo, nada mais foi necessário durante longo tempo, do que ter caneta e, se possível, opinião.
O paradoxo está em que, apesar dessa lacuna teórica, ganharam evidência como jornalistas muitos que pareciam destinados a voos de objectivos bem diferentes.

A «RUA ABEL BOTELHO» pertence à freguesia de «SÃO DOMINGOS DE BENFICA» (uma das nove freguesias que não foi afectada pela nova "Reorganização Administrativa de Lisboa"). Com início na «RUA CIDADE DE RABAT» e finaliza na «RUA ANTÓNIO FEIJÓ». Era a "Rua particular número 2, do projecto aprovado em sessão de 19.04.1928.
O topónimo foi atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, através de deliberação de 25.02.1932 e Edital de 12.03.1932.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ] -RUA ABEL BOTELHO (2)»

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

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 Rua Abel Botelho - (2010) Placa toponímica da "RUA ABEL BOTELHO" nas comemorações Municipais do Centenário da República) inCML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (2010) Foto de autor não identificado (A "Rua Abel Botelho" nas comemorações do Centenário da República") inCML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (ant. 1917) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( O Escritor e Jornalista "Abel Botelho" no seu escritório)  in AFML  (Abre em tamanho grande) 
 Rua Abel Botelho - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Rua Abel Botelho", 44 na freguesia de "São Domingos de Benfica) inAFML 
Rua Abel Botelho - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( (Retrato de "Abel Botelho" original da  autoria de António Ramalho em 1889) inAFML


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

«RUA ABEL BOTELHO (2)»

Há pouco mais de cento e vinte anos, LISBOA era sacudida pelos escândalos provocados nas obras (para Teatro e para livro) de um oficial do Estado-Maior do Exército. Chamava-se «ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO», viera muito novo da sua terra natal «TABUAÇO», para ingressar no «COLÉGIO MILITAR» em 1867.

De facto, em 1889, foi representada no «TEATRO GINÁSIO» a peça em três actos, de seu nome "JUCUNDA", na qual se apresentava em cena uma personagem feminina vestida com trajes considerados demasiado leves na época.
O escândalo rebentou e, em nome da decência vigente, a peça recolheu a  bastidores.

Oito anos depois, no "TEATRO NACIONAL DONA MARIA II", nova peça, desta vez "AIMACULÁVEL", provocava manifestações hostis na plateia e acabaria por redundar em cenas de pugilato. Entre estas duas obras, subiu ainda à cena, no «TEATRO GINÁSIO», uma outra obra, denominada «VENCIDOS DA VIDA», na qual era feito um retrato tão realista e cruel de diversas personalidades vivas e conhecidas que a proibição não se fez esperar muito.

No "TEATRO DO PRÍNCIPE PERFEITO" (depois chamado de "APOLO") que ficava na MOURARIA no local onde hoje está a estação de Metro do "Martim Moniz", foi ainda representada a «CLAUDINA» (1890), que, mesmo não sendo retirada, provocou grande polémica por fazer o retrato de uma mulher inteiramente desequilibrada, papel em que brilhou a actriz «LUCINDA SIMÕES».

O autor cujos trabalhos provocaram todo este burburinho era «ABEL BOTELHO». Por temperamento e vivência, conhecia os meios mais abjectos da cidade. Passava para as suas peças tudo quanto via, não omitindo cenas canalhas nem caracteres revoltantes.

Os seus começos literários prendem-se com a imprensa: estreou-se na «REVISTALITERÁRIA DO PORTO», com um soneto. Mais tarde, veio trabalhar em «O DIA», na revista «O OCIDENTE», nos «SERÕES», na «A ILUSTRAÇÃO», no «DIÁRIO DENOTÍCIAS» (onde publicou em folhetins, o mais conhecido do seus livros, «MULHERES DABEIRA» (1898). Colaborou ainda no «CORREIO PORTUGUÊS», nas «NOVIDADE» e foi até director de um jornal chamado «REPÓRTER».

«ABEL BOTELHO» nasceu em «TABUAÇO» em 23 de Setembro de 1856 e faleceu em «BUENOS AIRES» no dia 24 de Abril de 1917.
Embora JORNALISTA, terá ficado mais conhecido como ESCRITOR.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]-RUA ACÁCIO PAIVA».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]

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 Rua Acácio de Paiva - (2012) - (O início da "RUA ACÁCIO DE PAIVA" junto à "Avenida da Igreja", era a antiga "Rua 21" do "Bairro de Alvalade" inGOOGLE EARTH
 Rua Acácio de Paiva - (2012) - (Um troço da "RUA ACÁCIO DE PAIVA" perto do cruzamento com a "Rua Luís Augusto Palmeirim") inGOOGLE EARTH
 Rua Acácio de Paiva - (2012) - (A "Rua Acácio de Paiva" vista da parte Norte na "Rua João Saraiva") inGOOGLE EARTH 
 Rua Acácio de Paiva - (1968) Foto de João H. Goulart (A "Rua Acácio de Paiva" na antiga freguesia de "S. João de Brito" hoje freguesia de "Alvalade" inAFML
 Rua Acácio de Paiva - (1960) Foto de Arnaldo Madureira (O edifício da CML na "Rua Acácio de Paiva" no "Bairro de Alvalade") inAFML
Rua Acácio de Paiva - (1961) - Foto de Artur Goulart ( A Igreja Adventista do Sétimo dia na "Rua Acácio de Paiva") inAFML


(CONTINUAÇÃO) -RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]

«RUA ACÁCIO DE PAIVA»

Prosseguimos nestas voluntárias andanças pelas ruas desta cidade de Lisboa, nas quais figuram nomes de jornalistas.
Hoje será a vez do escritor e poeta «ACÁCIO DE PAIVA» que também foi jornalista, tendo deixado milhares de escritos espalhados por variadíssimas publicações.

A «RUA ACÁCIO DE PAIVA» pertencia à freguesia de "São João de Brito" que se juntou ao "Campo Grande" e à freguesia de "Alvalade" que, segundo a Reorganização Administrativa de Lisboa, passam a chamar-se freguesia de «ALVALADE».
Começa na «AVENIDA DA IGREJA» e termina na «RUA JOÃO SARAIVA». É atravessada pela «RUA LUÍS AUGUSTO PALMEIRIM» e tem convergente no seu lado direito (de Sul para Norte) a «RUA DO CENTRO CULTURAL». O topónimo desta rua do «Bairro de Alvalade», foi atribuído pela CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, por Edital datado de 25 de Janeiro de 1950, à antiga "Rua 21" deste Bairro.

Começou por trabalhar numa redacção de um jornal portuense, que na época, se chamava «A ACTUALIDADE».
Leiriense, nascido a 14 de Abril de 1863, «ACÁCIO SAMPAIO TELES DE PAIVA» veio para LISBOA onde fez os estudos preparatórios de Medicina, que continuou depois no PORTO. Mas precisava de ganhar a vida, e ingressou no jornalismo.
De novo em LISBOA, conseguiu lugar na função pública, mais exactamente na «ALFANDEGA» em 1888. Tal carreira não lhe fez adormecer, contudo a vocação para a escrita, pelo que logrou conciliar a burocracia e o jornalismo.
Foi colaborador assíduo de vários jornais lisboetas, destacando-se sobretudo com trabalhos em verso, que muitas vezes assinava com o pseudónimo de "BELMIRO".

Estavam então em voga as gazetilhas, nas quais um jornalista com dotes poéticos comentava factos da actualidade com textos rimados e ritmados.
«ACÁCIO DE PAIVA» deixou larga colaboração no jornal "O SÉCULO", na "ILUSTRAÇÃOPORTUGUESA", no jornal "O MUNDO", num suplemento humorístico de "O SÉCULO" (que dirigiu), no "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", onde assinou durante anos uma coluna denominada «A FITA DA SEMANA». Escreveu ainda para o teatro peças ligeiras entre as quais, «DE CAPOTE E LENÇO» e publicou, «FÁBULAS E HISTORIETAS».
«ACÁCIO DE PAIVA» faleceu em 29 de Novembro de 1944, com 81 anos de idade, na sua "Casa das Conchas, na freguesia do OLIVAL em«OURÉM».
A rua com seu nome fica em «ALVALADE», perpendicular à«AVENIDA DA IGREJA». Assim, outro homem dos jornais entrava então na toponímia de LISBOA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IV ]-RUA ANGELINA VIDAL (1)».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IV ]

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 Rua Angelina Vidal - (2009) (Autor CTT de Portugal)  (Selo com a figura da jornalista "Angelina Vidal" emitido pelos CTT, dedicado às "Mulheres da República") inBE/CRE MARIA VELADA
 Rua Angelina Vidal - (2007) (Panorama da "Rua Angelina Vidal" antigo "Caminho do Forno do Tijolo" que vem juntar-se à "Rua da Graça", "Rua da Penha de França" e "Rua dos Sapadores. Nos finais do século XIX ao Largo irregular formado pelo cruzamento de quatro caminhos, era chamado de "CRUZ DOS QUATRO CAMINHOS") inGOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2012) (O início da "RUA ANGELINA VIDAL" na freguesia da "Graça" (hoje S. VICENTE) desde 1924) inGOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2012) - (A "RUA ANGELINA VIDAL" na parte descendente) inGOOGLE EARTH
Rua Angelina Vidal - (2012) - (A "RUA ANGELINA VIDAL" na convergência com a "Rua da Graça", local do antigo largo da "Cruz dos Quatros Caminhos") inGOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IV ]

«RUA ANGELINA VIDAL (1)»

A «RUA ANGELINA VIDAL» pertencia a três freguesias: «ANJOS», «GRAÇA» e«PENHADE FRANÇA», depois da "Reorganização Administrativa de Lisboa" passou para as freguesias de: «ARROIOS», «PENHA DE FRANÇA» e«SÃO VICENTE».
Com início na «RUA DA GRAÇA»,  termina na«RUA DO FORNO DO TIJOLO», tem no seu lado direito a «RUA HELIODORO SALGADO» e na parte esquerda a«RUA MARIA DA FONTE».
Esta artéria era o antigo "Caminho do Forno do Tijolo", em toda a sua extensão, sendo uma das vias que convergia para o chamado "CRUZ DOS QUATRO CAMINHOS». O topónimo da «RUA ANGELINA VIDAL» foi atribuído por deliberação camarária de 04.12.1922 e respectivo Edital de 17.10.1924.
Nesta rua urbanizada em 1908, consagrou-se "ANGELINA VIDAL" nascida em 11 de Março de 1853 e falecida a 1 de Agosto de 1917 quase na miséria, no número 41 da "Rua de S. Gens" (antiga freguesia da GRAÇA, hoje "SÃO VICENTE"), já que o Estado lhe negou a pensão a que tinha direito devido aos seus ideais políticos.
A «RUA ANGELINA VIDAL» uma artéria íngreme, entre os "ANJOS" e a "GRAÇA", percorrida diariamente por centenas de veículos e cheia de tradições alfacinhas, tem o nome de uma mulher que foi revolucionária no seu tempo e ainda hoje por certo o seria.
O antigo "Caminho do Forno do Tijolo", um nome velho, como é bom de ver, provinha da existência da oficina e dos fornos de telha e tijolos que ali existiam. Desde o século XVIII, aliás, que aqueles caminhos foram conhecidos pelas actividades circundantes.
Antes disso - garante o mestre "Pastor de Macedo", baseando-se em estudos do arqueólogo "Sommer Ribeiro - a denominação do sírio era mais vaga, dizendo-se simplesmente que eram "terras ao "ALMOCAVAR" ou ao pé da "Senhora do Monte". "ALMOCAVAR" é uma palavra árabe que significa cemitério. E, na verdade era o campo onde os mouros enterravam os seus mortos, não muito distante da "MOURARIA". A instalação dos fornos - que teve por base, obviamente, a riqueza dos terrenos em argila - deu, porém, um cariz especial a toda a zona que vai da «TRAVESSA DO MALDONADO" a «SAPADORES», com reflexos na toponímia: o "FORNO DO TIJOLO" até foi padrinho de um mercado. De qualquer forma, a actual «RUA ANGELINA VIDAL» ainda passou por outro nome: em finais do século XVIII, chamava-lhe o povo "RUA DE S. VICENTE FERREIRA», sendo este apelido uma corruptela de "FERRER". De facto, ali existiu a ermida de «S.VICENTE FERRER», com umas casas anexas, que parecem ter servido para recolhimento de órfãs. Tudo isto foi vendido em princípios do século XIX e não restam vestígios. 

A «ANGELINA DO CARMO VIDAL» nada parecia prever uma jovem lisboeta, filha de um maestro querido na corte, para tão agitadas tarefas que teve durante a vida.
Na verdade, «ANGELINA» tinha por pai o maestro «JOAQUIM CASIMIRO JUNIOR» dedicado servidor de el-Rei como organista da Real  Capela da Bemposta e, mais tarde, mestre da Sé Patriarcal de Lisboa. Seu pai terá falecido quando «ANGELINA» tinha a idade de nove anos.  Casou na idade própria, com um oficial médico da Armada, «LUÍS DE CAMPOS VIDAL» que viria a falecer em 1894.
Estaria, pois, destinada a uma "vidinha" de dona de casa e educadora de filhos. Em vez disso, saiu política, republicana, professora, poetisa, pouco ou nada bem querida das pessoas.
Muito cedo começou a dar nas vistas pelo seu talento evidenciado nos seus escritos.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS[ V ]-RUA ANGELINA VIDAL (2)»   

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ V ]

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 Rua Angelina Vidal - (2012) - (A "RUA ANGELINA VIDAL" já próxima da "Rua Forno do Tijolo" na freguesia dos "Anjos" (hoje ARROIOS) in GOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2012) - (Um troço na parte de cima da "RUA ANGELINA VIDAL" na freguesia da "Graça"(hoje SÃO VICENTE) inGOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2007) (Parte panorâmica da "RUA ANGELINA VIDAL", vendo-se no lado direito o "Mercado do Forno do Tijolo") inGOOGLE EARTH 
 Rua Angelina Vidal - (2012) (Um dos livros de "ANGELINA VIDAL" "LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA", obra que eu tomo como referência nos meus escritos das Ruas de Lisboa) ARQUIVO/APS 
Rua Angelina Vidal - (2009) (A jornalista "ANGELINA VIDAL" representada numa emissão de selos dos CTT, dedicado às "Mulheres da República" in BE/CRE MARIA VELEDA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ V ]

«RUA ANGELINA VIDAL ( 2 )

«ANGELINA VIDAL» juntava a esta qualidade de escrever, a de ser boa oradora, e em breve se tornou notada nos meios literários e políticos.
Como é nosso propósito "retratar" aqui, sobretudo gente ligada a jornais e que tenha o seu nome numa rua de LISBOA, «ANGELINA VIDAL» preenche exactamente essas características.
Embora correndo o risco de enfadar um tanto o benévolo leitor, crê-se que basta indicar a lista de publicações que contaram com artigos desta autora para se avaliar da sua ligação à imprensa.
Entre semanários revistas e diários, estão os seguintes títulos: «DOMINGO ILUSTRADO», «PARTIDO DO POVO», «O TECIDO», «O TRABALHADOR», «A LUZ», «O TRABALHO», «PARTIDO OPERÁRIO», «VANGUARDA», «CONSTRUTOR», «LIBERDADE», «MARSELHESA», «OFICINA», «DIÁRIO METALÚRGICO», «REVOLUÇÃO», «COMÉRCIO DE LISBOA», «VOZ DO OPERÁRIO», «Jornal O SÉCULO» etc..
E o rol não fica por aqui. Não se quedando pela redacção de artigos, esta mulher de armas experimentou também os jornais "por dentro". Assim, foi proprietária e redactora principal dos periódicos «SINDICATO E JUSTIÇA DO POVO».
Coube-lhe ainda o encargo de ser a grande impulsionadora da «EMANCIPAÇÃO», publicado na cidade de TOMAR, por sinal o primeiro jornal a ser editado na terra nabantina. A vida pessoal não lhe correu, porém, de feição: faleceu-lhe o marido muito cedo, em 1894, quando prestava serviço na «GUINÉ». Em circunstâncias normais, teria «ANGELINA VIDAL» direito a uma pensão. Mas não o entenderam assim as autoridades do tempo, já que "setratava de uma inimiga das instituições", que "andava a combater o regime monárquico".

Como o negócio dos jornais (nessa época) não tinha fama de deixar ricos os que o praticavam, em breve se viu a escritora com grandes dificuldades financeiras.
Morava então numa rua próxima da que hoje tem o seu nome, a de «SÃO GENS», junto à «SENHORA DO MONTE».
Chegou a viver da caridade da vizinhança, sendo tratada gratuitamente por um médico amigo.
Como curiosidade podemos dizer que «ANGELINA VIDAL» teve cinco filhos, viveu em vários sítios da cidade de LISBOA. «RUA DO VALE DE SANTO ANTÓNIO» (aos Caminhos de Ferro), na «RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS» no número 127-1º, nas imediações de «SÃO TOMÉ», no "CAMINHO DO FORNO DO TIJOLO"  e na«RUA DE S. GENS, 41-r/c», onde faleceu em 1917.
(Alguns autores atribuem a data do seu falecimento o ano de 1927, mas erradamente. Sabe-se que lhe foi atribuída uma RUA por deliberação Camarária em 04.02.1922 e Edital de 1924, assim podemos deduzir que a data do seu falecimento teria de ser anterior à deliberação).

O seu caso foi falado no Parlamento, já em 1917, em plena "REPÚBLICA", de que ela fora uma das paladinas. Foi-lhe finalmente atribuída a pensão a que tinha direito, mas não chegou a receber porque faleceu em 1 de Agosto daquele ano, sendo o seu funeral custeado pelo jornal O SÉCULO.
Foi colocado em circulação no dia 5 de Outubro de 2009, uma emissão de selos dos CTT, representando a jornalista «ANGELINA VIDAL», uma propagandista de direitos dos operários, nomeadamente das mulheres. Republicana assumida com intervenções de cariz social.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [VI]-RUA ALFREDO GUISADO» 

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VI ]

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 Rua Alfredo Guisado - (1977) (Placa toponímica da "RUA ALFREDO GUISADO" na freguesia de "São Domingos de Benfica") inCÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
 Rua Alfredo Guisado - (1921) (Fotografia de "Alfredo Guisado" possivelmente após a sua formatura em Direito) inPORTUGUESES CÉLEBRES
 Rua Alfredo Guisado - (192_?) Foto de autor não identificado (Foto do Poeta e Jornalista "Alfredo Guisado) in BLOGUE DO MINHO 
 Rua Alfredo Guisado - (1964) - (Plano de ilustração de "ALBERTO SOUZA" com texto de vários autores entre eles "ALFREDO GUISADO") inALFACINHAS
 Rua Alfredo Guisado - (depois de 1975) - (Um livro dedicado a "ALFREDO GUISADO" cidadão de LISBOA, editado pelos "Livros Horizonte") in  BULHOSA
 Rua Alfredo Guisado - (2000) Foto de Pedro Cruz Gomes (Placa evocativa a "ALFREDO GUISADO" colocada no número 108 da "Praça D. Pedro IV" (vulgo Rossio) in IÉ  IÉ
Rua Alfredo Guisado - (2007) (Vista panorâmica de "SÃO DOMINGOS DE BENFICA" onde está inserida a "RUA ALFREDO GUISADO") in GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VI ]

«RUA ALFREDO GUISADO»

A «RUA ALFREDO GUISADO» pertence à freguesia de "SÃO DOMINGOS DE BENFICA».
Tem início na «ESTRADA DE BENFICA» e finaliza na «RUA MARIANO PINA», converge para esta artéria a «RUA MANUEL FERREIRA ANDRADE». Uma carta do "CENTROESCOLAR REPUBLICANO - ALMIRANTE REIS", solicita à "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA", que seja dado o nome de«ALFREDO GUISADO» ao actual «LARGO DA GRAÇA».
A Comissão analisou e deu o seu parecer. Embora reconhecendo a justiça de ser consagrada na toponímia de LISBOA a figura do «DR. ALBERTO GUISADO»,notável republicano e homem de letras, esta "Comissão" entendeu que o topónimo «LARGO DAGRAÇA» é tradicional e não deve, por isso, ser alterado.
Nesta conformidade sugere que o nome de «ALFREDO GUISADO» seja atribuído ao arruamento de ligação entre a «ESTRADA DE BENFICA» e a«RUA MARIANO PINA». Por Edital de 10 de Outubro de 1977 passou a denominar-se assim o topónimo: «RUAALFREDO GUISADO - Escritor - 1891-1975».
Nesta nossa ronda pela gente ligada aos jornais com nome numa rua de LISBOA, surge-nos um homem, este, porém, de uma só crença política em toda a sua vida.
«ALFREDO GUISADO» nasceu em LISBOA na freguesia de "SANTA JUSTA" (hoje SANTA MARIA MAIOR), em 30 de Outubro de 1891 e faleceu no dia 2 de Dezembro de 1975, foi poeta e jornalista de ascendência galega, formou-se em Direito na Universidade Clássica de Lisboa, mas nunca chegou a exercer a profissão de advogado (senão a título gratuito e individual para pessoas pobres.
Publicou obras relativamente numerosas, desde "Rimas da Noite e da Tristeza (1913)", "As Treze Baladas das mãos Frias (1916)", "Mais alto (1917)", "Ânfora (1918)", "A Lenda do Rei Boneco (1920)", "As cinco Chagas de Cristo (1927)", sendo algumas obras de Poesia escrita com o pseudónimo de «PEDRO MENEZES». O seu último trabalho " A Pastora e o Lobo", editado em 1974, um ano antes da sua morte.
A sua intensa actividade política levou a desempenhar vários cargos, entre os quais o de deputado, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e "Governador Civil" (Substituto), militante do "Partido Republicano Português".
Particularmente interessado pelo Municipalismo, esteve ligado à organização de Congressos sobre o tema.
As suas relações com a comunicação Social tiveram uma dupla vertente; no aspecto político, como difusor de ideias, foi colaborador do «REBATE» e, durante longos anos na «REPÚBLICA» (onde chegou a ser o seu Sub-Director), jornal que era o mais conhecido - a às vezes o único - órgão de oposição ao ESTADO NOVO.
Como literato, a sua ligação foi feita à revista «ORFEU», efémera mas célebre iniciativa de «FERNANDO PESSOA», «MÁRIO DE SÁ CARNEIRO» e «LUÍS DE MONTALVOR».
A este poeta e jornalista, que foi também criador e coleccionador de pássaros, a edilidade dedicou-lhe uma rua na freguesia de "SÃO DOMINGOS DE BENFICA». No dia 22 de Janeiro de 2000 patrocinado pela CML, foi descerrada uma placa evocativa, colocada no número 108 da «PRAÇA D. PEDRO IV»(vulgo Rossio), por cima da «TABACARIA LUSITÂNIA», onde se pode ler: "No 4º. andar deste prédio, nasceu em 30 de Outubro de 1891, o poeta do "ORFEU" «ALFREDO PEDRO GUISADO»

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VII ]-RUA ALFREDO PIMENTA (1)»

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VII ]

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 Rua Alfredo Pimenta - (2012) (Desenho de Miguel Salazar) (Caricatura do ilustre VIMARANENSE "Alfredo Pimenta) inMIGUEL SALAZAR
 Rua Alfredo Pimenta - (início do século XX) (Foto do Dr. "ALFREDO PIMENTA" no início da sua carreira) inPONTE VERTICAL
 Rua Alfredo Pimenta - (2007) (Panorama da "RUA ALFREDO PIMENTA" no "Bairro de Santa Cruz" na freguesia de "Benfica") in GOOGLE EARTH
 Rua Alfredo Pimenta - (2009) foto de Joseolgon (Uma frase de "ALFREDO PIMENTA" retratada num painel de azulejos de "Jorge Colaço" in WIKIPÉDIA
Rua Alfredo Pimenta - (1948) - (Um livro de "ALFREDO PIMENTA" composto e impresso no "JORNAL DO COMÉRCIO" nos anos quarenta para a "Livraria Sá da Costa") inARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VII ]

«RUA ALFREDO PIMENTA ( 1 )»

A «RUA ALFREDO PIMENTA» pertence à freguesia de «BENFICA», começa na «RUA JÚLIO VAZ JÚNIOR» no número três e finaliza na «RUA EDUARDO SCHWALBACH» no número sete, é atravessada pela «RUA ALBINO SOUSA CRUZ» e «RUA MOREIRA ALMEIDA». Por Edital de 10.04.1969 foi atribuído à antiga «RUA 1» do (Bairro de Santa Cruz) o topónimo de «RUA ALFREDO PIMENTA».

Nas redacções dos jornais existe um fraquinho por jornalistas polémicos. A tendência é facilmente compreensível: pode um honesto repórter andar a coligir, com trabalhos afamados e espírito de sacrifício, elementos para construir a sua "peça" - e, no final das contas, quedar-se o resultado pela mediania do interesse; pode um editorialista alinhar conceitos luminosos e justos, a elevar a Pátria ou a consagrar os bons sentimentos - e o leitor comentar apenas num bocejo.
Diferente é o caso do articulista com disposição natural para a polémica: a ele, que está praticamente e sempre no contra, nascem-lhe argumentos como cogumelos, tem a língua afiada e o verbo pronto para uma boa trepa naqueles que opinam de forma diferente. Usando da ironia fina ou do vocabulário mais grosso, todo ele se pela por contradizer, por demonstrar como o adversário é pequenino e mal pensante ou, pelo menos, mal informado. 

Uma boa polémica num jornal por ser razão de aumento de vendas. Claro que a polémica tem de ser limitada no tempo e não escambar no insulto puro e simples. Prolongadas, enjoa; afastando-se muito do tema central, enfastia. E por isso seja tão escassa a espécie do bom polemista. Rara avis in terra" (1).

«ALFREDO PIMENTA» um escritor portador de convicções e de contradições, disposto a bater-se por elas, é sempre bem aceite numa redacção. «ALFREDO PIMENTA» tinha pois êxito assegurado, este minhoto (natural de GUIMARÃES, onde nasceu a 3 de Dezembro de 1882), logo deu em COIMBRA, (onde cursou DIREITO), ideia do que viria a ser: esteve sempre mais ou menos ligado a meios extremistas. Uma vez formado, veio para LISBOA, onde foi professor no «LICEU PASSOS MANUEL». E, entretanto, ia dando corpo à sua carreira literária.
Mas é da sua relação com os jornais que especialmente aqui vamos tratar. Assim, «ALFREDO PIMENTA» emprestou aos órgãos em que trabalhou, algum turbilhão em que o seu espírito se revolvia.

(1) - Rara avis in terra - (loc. Latina) = ave rara na Terra. (Aplica-se extensivamente a tudo o que é singular e extraordinário).

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VIII ]-RUA ALFREDO PIMENTA(2)». 

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VIII ]

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 Rua Alfredo Pimenta - (194_)? - ("Alfredo Pimenta" possivelmente  nos anos quarenta) in                 O REACCIONÁRIO
 Rua Alfredo Pimenta - (2000) - (A "RUA ALFREDO PIMENTA" na antiga "RUA 1" do "Bairro de Santa Cruz") inA CAPITAL
 Rua Alfredo Pimenta - (1940)? - (Fotografia de "Alfredo Pimenta" inO PORTAL DA HISTÓRIA
Rua Alfredo Pimenta - (2007) - (Uma panorâmica do "Bairro de Santa Cruz" onde podemos observar a "Rua Alfredo Pimenta" com um "X") inGOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ VIII ]

«A RUA ALFREDO PIMENTA ( 2)»

«ALFREDO PIMENTA» começou por ser militante anarquista, mas em breve aderia ao evolucionismo republicano, aproximando-se assim do futuro presidente «ANTÓNIO JOSÉ DEALMEIDA» e tornando-se, por isso, colaborador assíduo do jornal «REPÚBLICA», fundado por aquele político.
Depois, utilizando o pseudónimo de "LORD HENRY", passou a escrever no jornal «ARESTAURAÇÃO», de "Homem Cristo filho", personalidade também controversa, com começos no anarquismo e mudança para ideias monárquicas e mais tarde para o fascismo. 
O seu feitio irrequieto e a "VERVE" ( 1 ) espontânea predestinavam-no para a polémica. Ficou célebre, por exemplo, a disputa que travou no jornal «O DIA», com o respectivo director, o jornalista «José Augusto Moreira de Almeida». Aí garantia "PIMENTA" que a «REPÚBLICA» tinha todas as condições para ser um regime de tranquilidade e ordem.
Tal convicção não o impediu, porém, de acabar por aderir ao "INTEGRALISMO LUSITANO" e através deste, ao "PARTIDO MONÁRQUICO". Extremista começou e assim foi sempre.
Conta-se que uma vez quis ZURZIR ( 2 ) num então jovem escritor que usava o apelido de seu pai, um dos maiores vultos da Literatura Portuguesa. Escreveu "ALFREDO PIMENTA" que certos nomes deveriam morrer com as pessoas, para evitar o despudor dos descendentes. O ofendido reagiu e, numa tarde no "CHIADO", agrediu o polemista.  Veio a polícia de giro, que tentou apaziguar as coisas, censurando o facto de "dois Cavalheirosandarem ali em zaragata". Perguntou então a ambos se tudo podia ficar por ali ou se queriam alguma coisa um do outro. O candidato a escritor respondeu desdenhosamente que nada pretendia; "ALFREDO PIMENTA", limpando o chapéu que caíra da refrega, resmungou: "Se quero alguma coisa desse senhor? Só queria que ele aprendesse a escrever... Mas não consigo!"
A par da actividade literária (foi poeta e historiador), exerceu cargos públicos (esteve na TORRE DO TOMBO em 1913 e no ARQUIVO MUNICIPAL DE GUIMARÃES no ano de 1931).
A sua obra perdurável situa-se no campo da HISTÓRIA, sobretudo na "IDADE MÉDIA".
Obras principais: "HISTÓRIA DE PORTUGAL", 1934; "D. JOÃO III, 1936; "SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DE PORTUGAL", 1937 e "ESTUDOS HISTÓRICOS", 1937-1948 (sériede 25 pequenos ensaios).
Os jornais e as polémicas estavam-lhe, contudo na massa do sangue.
No ano da sua morte (1950), ainda mantinha uma coluna regular no jornal "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", sobre "CULTURAS ESTRANGEIRAS E CULTURA PORTUGUESA".
LISBOA acabou por consagrar o seu nome numa RUA, na freguesia de BENFICA.

( 1 ) - "VERVE" - (do Francês verve) - imaginação ardente; vivacidade no escrever e no falar; vigor de expressão; facúndia.

( 2 ) - "ZURZIR" -Açoitar; afligir; azorragar; bater; castigar; chicotear; coçar; criticar; desancar; escovar; espancar; flagelar; fustigar; injuriar; magoar; maltratar; molestar; verberar; verdascar; vergastar; zimbar e zunir. (Dicionário de Sinónimos - Ex-Tertúlia Edípica - Porto Editora - 1977.

Apalear; atormentar; azurzir; chicotar; criticar severamente; dizer ou escrever asperamente; exprobar; fazer mal a; malhar; maltratar com chibata, vara ou pancada; maltratar com palavras ásperas; punir; responder com aspereza; zumbar. (Dicionário de Sinónimos e Locuções da Língua Portuguesa de AGENOR COSTA - 1959.

Açoutar; bater em, espancar; afugentar fustigando; dizer ou escrever palavras ásperas contra alguém.(Dicionário da Língua Portuguesa - Coordenação de JOSÉ PEDRO MACHADO - Soc. de Língua Portuguesa - 1958 - LISBOA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IX ]-RUA AGOSTINHO DE CAMPOS».

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IX ]

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 Rua Agostinho de Campos - (2012) - (A "Rua Agostinho de Campos" antiga "Rua C" à "Rua dos Lusíadas", vista da sua parte Sul) inGOOGLE EARTH
Rua Agostinho de Campos - (2012) - ( A "Rua Agostinho de Campos" desde 1949, vista da parte Norte) inGOOGLE EARTH 
 Rua Agostinho de Campos - (2012) - (A "Rua Agostinho de Campos" na parte Norte, junto da "Rua Filinto Elísio") inGOOGLE EARTH
 Rua Agostinho de Campos - (2007) - (Vista Panorâmica da zona de "Alcântara" onde se pode ver a "Rua Agostinho de Campos" assinalada com "X") inGOOGLE EARTH
 Rua Agostinho de Campos -  (2007) - A "Rua Agostinho de Campos" vista aérea) inGOOGLE EARTH
Rua Agostinho de Campos - (2007) - (Panorâmica da zona de "Alcântara" de Norte para Sul, onde podemos observar a "Rua Agostinho de Campos") in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ IX ]

«A RUA AGOSTINHO DE CAMPOS»

A«RUA AGOSTINHO DE CAMPOS»pertence à freguesia de «ALCÂNTARA». Tem início na «RUA DOS LUSÍADAS» no número oitenta-A e finaliza na «RUA FILINTO ELÍSIO» no número um.
Por Edital de 13 de Maio de 1949, foi atribuído este topónimo ao arruamento anteriormente designado por "Rua C" à "Rua dos Lusíadas".
Mais um homem de jornais com nome numa Rua de LISBOA, este natural do Norte.

«AGOSTINHO CELSO AZEVEDO DE CAMPOS» nasceu no PORTO em 21 de Julho de 1870 e faleceu em LISBOA em 24 de Janeiro de 1944. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu o ensino sobretudo na cidade alemã de «HAMBURGO» e em LISBOA, depois passa um tanto furtivamente, pela advocacia e pela magistratura.
Estudioso da língua alemã foi autor de várias obras destinadas a facilitar o seu conhecimento. Regressado da Alemanha, concorreu a professor, tendo obtido a primeira classificação.
Foi Director-Geral da Instrução Pública no período de 1906-1910 e ainda professor na «CASA PIA», no«LICEU PEDRO NUNES» e, quase no final da sua carreira, leccionou por convite, na «FACULDADE DE LETRAS» de COIMBRA e de LISBOA.

Mas foi também mordido pelo "bichinho" da imprensa. Começou no jornal «O PRIMEIRODE JANEIRO» e «O COMÉRCIO DO PORTO», com artigos sobre literatura e viagens. Passou depois por vários jornais de LISBOA, nomeadamente o «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» e pelo «DIÁRIO ILUSTRADO)( 1 ), ocupando-se ainda da educação, nomeadamente de temas linguísticos. Foi coordenador de 24 volumes da «ANTOLOGIA PORTUGUESA» e entre outras obras publicadas temos:"ANALFABETISMO E EDUCAÇÃO"(1903); CASA DE PAIS, ESCOLA DE FILHOS"(1916); "EDUCAÇÃO E ENSINO"(1911); "CIVISMO E POLÍTICA"(1935); "GLOSSÁRIO"(1938); "LÍNGUA E MÁ LÍNGUA" e "GRAÇA DA FALA E NÓDOAS DA ESCRITA"(1944).
Conta-se que «AGOSTINHO DE CAMPOS» fez certo dia uma longa prelecção sobre o emprego correcto da preposição "de". Um dos ouvintes, estudante irreverente, fez-lhe no final uma pergunta: "Fiquei, senhor Doutor, sem perceber uma coisa: Se V. Exª. é "AGOSTINHO CAMPOS", DE CAMPOS ou DOS CAMPOS?".
Uma curiosidade avulta na sua relação com LISBOA: proferiu uma conferência sobre a tomada da cidade aos mouros, a convite da CML. Recolhida num opúsculo, a palestra revela um apreciável sentido de humor, com o qual fugiu apreciavelmente às questões históricas que lhe eram propostas e se ocupou da LISBOA dos anos 30, salientando a necessidade da sua "conquista" para os cidadãos. Acreditem já nessa altura...

( 1 ) - DIÁRIO ILUSTRADO-Órgão oficioso do Partido Regenerador Liberal (ininfopédia)

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS[ X ] - PRAÇA AIRES DE ORNELAS» 

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ X ]

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 Praça Aires de Ornelas - (2007) - (Panorama da "Praça Aires de Ornelas", virada para a "Avenida Mouzinho de Albuquerque") in GOOGLE EARTH
 Praça Aires de Ornelas - (2007) - (Uma Panorâmica da "Praça Aires de Ornelas" ligada com a "Avenida Mouzinho de Albuquerque")inGOOGLE EARTH
 Praça Aires de Ornelas - (2012) - (A parte Norte da "Praça Aires de Ornelas" na antiga freguesia de "S. João") in GOOGLE EARTH
 Praça Aires de Ornelas - (2012) - (A "Praça Aires de Ornelas" na antiga freguesia de "S. João" desde 1954) in GOOGLE EARTH
 Praça Aires de Ornelas - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Praça Aires de Ornelas" ainda na sua fase de construção) inAFML 
Praça Aires de Ornelas - (1961) Foto de Artur Goulart ( A "Praça Aires de Ornelas" ainda em construção) in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ X ]

«A PRAÇA AIRES DE ORNELAS»

A «PRAÇA AIRES DE ORNELAS» pertencia à antiga freguesia de «SÃO JOÃO», hoje na consequência da Reforma Administrativa de Lisboa  de 2013, passou a chamar-se «PENHA DE FRANÇA», ficando entre entre o número 25 e o 27 da «AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE». 

Em edital de 23 de Março de 1954, mandou que um largo aberto, muito a propósito, junto da «AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE», tivesse o nome deste militar valente, que foi também jornalista.
«AIRES DE ORNELAS», político, oficial do exército e jornalista, agraciado com as mais altas condecorações entre elas a «TORRE E ESPADA» e as mais honrosas medalhas comemorativas das «CAMPANHAS DE ÁFRICA».
Ora este funchalense nascido em 1866 faleceu em «LISBOA» em 14 de Dezembro de 1930.
Veio cedo para LISBOA, onde frequentou o "COLÉGIO DE CAMPOLIDE", depois a "ESCOLA POLITÉCNICA" e a seguir a "ESCOLA DO EXÉRCITO" onde tirou o curso do ESTADO MAIOR.
Terminado o curso fez parte da delegação portuguesa à "CONFERÊNCIA DA PAZ" reunida em MADRID em 1892.
E logo no começo da sua carreira militar manifestou indícios do seu gosto pela palavra escrita, ao fundar, com um grupo de camaradas, a «REVISTA DO EXÉRCITO E DA ARMADA», onde publicou, por exemplo, um estudo sobre o processo de guerra de "NAPOLEÃO":
Seguiu-se o período mais intenso da sua vida, que lhe deu maior projecção: as «CAMPANHAS DE ÁFRICA». Braça direito de «MOUZINHO DE ALBUQUERQUE», combate em "MARRACUENE", "COOLETA" e "MACONTENTE". Mas ao regressar à então metrópole no ano de 1898, o seu primeiro cuidado foi voltar a escrever na «REVISTA DO EXÉRCITO».
No ano de 1901 deu-se uma remodelação no «JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS».  «AIRES DE ORNELAS» foi, no âmbito dessa renovação, convidado para a direcção política daquele diário, ocupando -se especialmente das questões coloniais. 
Só interrompeu essas funções durante um período curto em que esteve de novo em «MOÇAMBIQUE», como governador do distrito de «LOURENÇO MARQUES» em 1905, ainda sobraçou a pasta da MARINHA e do ULTRAMAR de 1906 a 1908. Voltou para LISBOA e regressou ao "JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS" em 1910.
Depois da queda do regime monárquico é convidado por «D. MANUEL II» para seu lugar-tenente. Chefiou a malograda tentativa de restauração monárquica efectuada em LISBOA(MONSANTO) em 24 de Janeiro de 1919.
Das suas  obras principais destacamos: "RAÇAS E LÍNGUA INDÍGENA DE MOÇAMBIQUE" (1901) e "AS IDEIAS POLÍTICAS DE CHARLES MAURRAS"(1914). 

Suspendemos por um período, esta fase de «RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS» nas "RUAS DE LISBOA". Prometemos voltar mais tarde, com outra gente,  que também souberam dignificar a classe de jornalista, profissão que durante muitos anos, (principalmente nos jornais) não era encarada como profissão autêntica, antes servindo para que escritores e políticos se entregassem a uma actividade que bem se coadunava com os seus objectivos. [ FINAL  DA PRIMEIRA PARTE]

BIBLIOGRAFIA

- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSSE - Círculo de Leitores - 1998 - LISBOA

- PORTUGAL SÉCULO XX - Portugueses Célebres - Cood. Leonel de Oliveira-Círculo de Leitores - 2003 - LISBOA

- SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo - DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA -    1994 - Carlos Quintas & Associados-Consultores, Lda. - SACAVÉM.

INTERNET

(PRÓXIMO)-«RUA DE DONA ESTEFÂNIA [ I ] -A RUA DE DONA ESTEFÂNIA E SEU ENQUADRAMENTO(1)»

RUA DE DONA ESTEFÂNIA [ I ]

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 Rua de Dona Estefânia - (2013) (Desenho adaptado da «RUA DE DONA ESTEFÂNIA» e seu enquadramento - Sem Escala - APS - LEGENDA - 1)Rua de Dona Estefânia - 2)Cinema TRIANON-PALÁCIO-AVIS - 3)IPR-Instituto Português de Reumatologia - 4)Antiga Escola Artística António Arroio - 5)Hospital Dona Estefânia (Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE) - 6)Escola Secundária de Camões - 7)Escola Superior de Medicina Veterinária - 8)Academia Militar e Palácio da Bemposta in ARQUIVO/APS
 Rua de Dona Estefânia - (1856-1858) - (Conjugação das cartas topográficas de Lisboa Nº 13 e Nº 20, elaboradas sob a direcção de «FILIPE FOLQUE» durante os anos de 1856 a 1858, dão-nos a conhecer que: A chamada «TRAVESSA DO PINTOR», assinalada a "laranja", faz sensivelmente o percurso da actual «RUA DE DONA ESTEFÂNIA» e a vasta extensão da «QUINTA DA BEMPOSTA», que na parte Norte era conhecida pela "QUINTA VELHA" que chegava possivelmente até onde hoje se encontra a «RUA PASCOAL DE MELO». A letra " A " representa o local aproximado do «LARGO DE DONA ESTEFÂNIA») inATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA 
 Rua de Dona Estefânia - (2007) - (A "RUA DE DONA ESTEFÂNIA" no seu prolongamento, atravessando o "LARGO DE DONA ESTEFÂNIA" que serve de rotunda) in GOOGLE EARTH
 Rua de dona Estefânia - (2012) - (A "Rua de Dona Estefânia" de Norte para Sul,  junto à "Avenida Praia da Vitória") inGOOGLE EARTH
 Rua de Dona Estefânia - (Década de 50 do século XX) Foto de Artur Goulart (Um troço da "RUA DE DONA ESTEFÂNIA" próximo do número 151) inAFML
 Rua de Dona Estefânia - (1960) Foto de Arnaldo Madureira (Na década de 60 a "Direcção dos Serviços Industriais dos CTT" funcionavam na "Rua de Dona Estefânia" no número 173) inAFML
 Rua de Dona Estefânia - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (A "Rua de Dona Estefânia" nos anos sessenta do século passado junto do número 25) inAFML
Rua de Dona Estefânia - (1961?) Foto de Arnaldo Madureira (O "Externato Fernando Vieira" para o sexo masculino, na "Rua de Dona Estefânia" no número 117) in AFML

RUA DE DONA ESTEFÂNIA  [ I ]

«A RUA DE DONA ESTEFÂNIA E SEU ENQUADRAMENTO ( 1 )»

A «RUA DE DONA ESTEFÂNIA» pertencia em 2012 a duas freguesias: "PENA" e "SÃO JORGE DE ARROIOS", hoje integradas na freguesia de «ARROIOS», juntamente com a freguesia dos "ANJOS", na sequência da REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA de 2013.
Pertencia à antiga freguesia da "PENA" do número 1 a 15-C e do lado par a "AcademiaMilitar". À antiga freguesia de "SÃO JORGE DE ARROIOS" do número 8 em diante, assim como do número 17 até ao seu final. Por deliberação Camarária de 18.08.1879 e Edital de 22.08.1879 foi dada à antiga "TRAVESSA DO PINTOR" mais tarde "RUA DO HOSPITALDE DONA ESTEFÂNIA" o topónimo de «RUA DE DONA ESTEFÂNIA».
Começa na «RUA GOMES FREIRE» junto do número 130 e termina na «AVENIDA DUQUE DE ÁVILA» no número 35.
É uma rua bastante comprida, sendo interrompida no seu percurso pelo «LARGO DE DONA ESTEFÂNIA» (que lhe serve de rotunda).
Nesta longa artéria convergem: duas AVENIDAS, um CASAL, uma PRAÇA, nove RUAS e duas TRAVESSAS.
Iniciando de Sul para Norte no seu lado direito encontramos a «RUA JACINTA MARTO» desde (1984) (antigo percurso, agora encurtado da "RUA JOAQUIM BONIFÁCIO", seguindo para Norte temos a «TRAVESSA DA ESCOLA ARAÚJO», «RUA ALEXANDRE BRAGA», «RUA PASCOAL DE MELO», «RUA CIDADE DA HORTA», uma pequena«PRAÇA DA ILHADO FAIAL», com seu jardim chamado de "CESÁRIO VERDE», finalizando este lado com a «RUA DA PONTA DELGADA». No lado esquerdo, começando igualmente de Sul para Norte temos a «RUA JOAQUIM BONIFÁCIO», «TRAVESSA DE DONA ESTEFÂNIA», «RUA GENERAL GARCIA ROSADO», «RUA DA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA», o "CASAL DE SANTA LUZIA" (actualmente demolido),«RUA ALMIRANTE BARROSO», «AVENIDA CASAL RIBEIRO» e a «AVENIDA PRAIA DA VITÓRIA».

A «RUA DE DONA ESTEFÂNIA» que quando ainda "azinhaga" era chamada do "PINTOR", representava para o sítio de «ARROIOS» uma agradável artéria arborizada, simétrica, alinhada e como já dissemos, vai de "GOMES FREIRE"à "DUQUE DE ÁVILA".
Ainda em tempos um pouco mais recuados esta antiga artéria nos conduzia de "LISBOA" ao "LUMIAR". Corria nessa altura entre magnificas quintas, terrenos urbanos, alguns aproveitados para edificações, como o «BAIRRO ESTEFÂNIA» verdadeiras jóia de LISBOA na época.
No século XVII quase todos os terrenos a norte da «RUA JOAQUIM BONIFÁCIO» eram constituídos por azinhagas, caminhos de valados, com uma ou outra rua rústica, estando assim na base primitiva da actual «RUA DE DONA ESTEFÂNIA»
A grande maioria dos terrenos que hoje envolvem a «RUA DE DONA ESTEFÂNIA», principalmente desde o «LARGO DA RAINHA» até sensivelmente ao sítio onde hoje se encontra a «RUA PASCOAL DE MELO», foram terrenos adquiridos a "D. Francisca Pereira Teles" e todas as casas circundantes, por «DONA CATARINA DE BRAGANÇA» viúva de "CARLOS II" (Rei de Inglaterra), após seu regresso a PORTUGAL em 1693. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE DONA ESTEFÂNIA [II]-A RUA DE DONA ESTEFÂNIA E O SEU ENQUADRAMENTO(2)» 

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