Quantcast
Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
Viewing all 640 articles
Browse latest View live

RUA DO BEATO [ XI ]

$
0
0
«A NACIONAL ( 4 )
 Rua do Beato - (2014) - (Edifício nobre de construção e significado do ponte de vista da arquitectura Industrial. Caracterizado pela sua mansarda, acrescentada em 1908, virada para a RUA DO BEATO) inGOOGLE EARTH
 Rua do Beato - (2014) - ( A "RUA DO BEATO" no sentido para o "POÇO DO BISPO", e sua ponte metálica, construída em 1907) in  GOOGLE EARTH
 Rua do Beato - (Década de 50 do século XX) (Vista aérea das novas instalações da "COMPANHIA INDUSTRIAL DE PORTUGAL E COLÓNIAS", um projecto do Arquitecto PARDAL MONTEIRO) inRESTOS DE COLECÇÃO
 Rua do Beato - (Década de 50 do século XX) - (O edifício de PARDAL MONTEIRO, ainda sem a construção da semolaria) in ARQUIVO DE A NACIONAL 
 Rua do Beato - (Anos 80 do século vinte) - (Chaminé da fábrica de Malte instalada na antiga Igreja do BEATO) in  CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Beato - (Depois de 1849) (Sortido de BOLACHAS da marca "NACIONAL" produzidas na fábrica de JOÃO DE BRITO no BEATO) inRESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO BEATO [ XI ]

«A NACIONAL ( 4 )»

O "DIÁRIO DA REPÚBLICA" - 2.ª série Nº. 52 de 16 de Março de 2010, na página Nº. 12359 - MINISTÉRIO DA ECONOMIA DA INOVAÇÃO E DO CONHECIMENTO, publica o DESPACHO nº 4636/2010 de 13 de Maio de 2004, que vem definir a nova designação e moldes diferentes da antiga firma de JOÃO DE BRITO.
GABINETE DO SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO, DA INDUSTRIA E DO DESENVOLVIMENTO.
Foi assinado entre a AGÊNCIA PARA O INVESTIMENTO E COMÉRCIO EXTERNO DE PORTUGAL-A.I.C.E.P., então denominada "AGÊNCIA PORTUGUESA PARA O INVESTIMENTO - A.P.I., e a MILANEZA-MASSAS E BOLACHAS, S.A. e a NACIONAL-COMPANHIA INDUSTRIAL DE TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS, S.A., no âmbito do regime contratual de investimento, um contracto que tem por objectivo a concessão de incentivos financeiros a um projecto de modernização da actividade de produção de cereais, massas e farinhas nas unidades daquela última sociedade, localizada na MAIA, TROFA e LISBOA (Beato).
O GRUPO AMORIM LAGE, no qual a NACIONAL-COMPANHIA INDUSTRIAL DE TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS, S.A., se insere, foi objectivo de uma reestruturação com o objectivo de reorganizar e simplificar a estrutura das suas participações sociais e bem assim de concentrar as suas principais áreas de negócios, obtendo sinergias e um melhor serviço ao cliente.

A referida reestruturação envolve, entre outras operações, a cisão-fusão da NACIONAL-COMPANHIA INDUSTRIAL DE TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS, S.A., que teve como consequência o destaque da unidade económica «farinhas industriais» daquela sociedade e a incorporação dessa unidade numa outra sociedade do GRUPO, a COMPANHIA DE MOAGEM HARMONIA, S.A., ora denominada CEREALIS-MOAGENS, S.A..

A AMORIM LAGE, SGPS, S.A. e a NACIONAL-COMPANHIA INDUSTRIAL DE TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS, S. A., procederam também à alteração da sua designação social para CEREALIS, SGPS e CEREALIS-PRODUTOS ALIMENTARES, S. A. respectivamente de forma a criar uma identidade comum ao GRUPO.
Da referida cisão-fusão resultou uma alteração na configuração inicial do projecto (...).

Ao longo dos anos as instalações foram crescendo, centralizando todos os produtos de "A NACIONAL", ficando o velho CONVENTO e sua IGREJA rodeados de modernos edifícios e Silos, como uma UNIDADE INDUSTRIAL.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BEATO [ XII ]-O INCÊNDIO NO CONVENTO DO BEATO EM 2004»


RUA DO BEATO [ XII ]

$
0
0
«O INCÊNDIO NO CONVENTO DO BEATO EM 2004»
 Rua do Beato (2012) - (Emblema do «CORPO DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO BEATO» na RUA DO GRILO sendo os primeiros a chegar ao fogo no "CONVENTO DO BEATO"inBOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO BEATO
 Rua do Beato - (2011) (Foto de uma notícia publicada no Jornal de Notícias referente às condições das instalações desta Corporação em 14.01.2011) inJORNAL DE NOTÍCIAS
 Rua do Beato - (2012) - Foto de Estrela dos Anjos Guest (Pormenor dum interior do "CONVENTO DO BEATO" já depois de restaurado)  in PANORAMIO 
 Rua do Beato - (2004) (Esta é a parte central do "CONVENTO DO BEATO", onde na madrugada de ontem, tiveram início as chamas. O incêndio foi combatido rapidamente e os trabalhos de recuperação deveram arrancar em breve).  in  PÚBLICO
Rua do Beato - (1999) - Foto de António Sacchetti (Andar intermédio construído na "IGREJA" do "CONVENTO DO BEATO", onde se visualizam as capelas laterais)  in CAMINHO DO ORIENTE

(CONTINUAÇÃO) RUA DO BEATO [ XII ]

«O INCÊNDIO NO CONVENTO DO BEATO EM 2004»

De acordo com relatos  de jornais  de LISBOA de  29 e 30 de Julho de 2004. "Cerca de 20% do CONVENTO DO BEATO ardeu no incêndio de quarta-feira 28.07.2004 à noite".
"A área central  foi a mais afectada, onde o arco da escadaria nobre, do século XV, ficou muito destruído. As causas do fogo ainda não são conhecidas, mas a PJ tomou conta das investigações e recolheu indícios na manhã de ontem.
De acordo com RUI FONTES, director da NACIONAL, empresa proprietária do "CONVENTO DO BEATO", o claustro principal e a escadaria em mármore, ficaram intactos e apenas a zona da entrada e a cúpula da escadaria ficaram mais danificadas. Todas as janelas e portas dos dois pisos ficaram destruídas, mas o arco do século XV será o mais difícil de recuperar.
Os quadros eléctricos estão intactos, mas ninguém avança com qualquer suspeita. Sabe-se que pelas 22, 40 horas o guarda do CONVENTO terá feito a sua ronda habitual, não tendo verificado qualquer indício de incêndio. A verdade é que, passados vinte minutos, as chamas tomaram conta da zona central do edifício.
As primeiras previsões, logo após o incêndio, apontavam para uma destruição do edifício em cerca de 60%. A indicação foi dada, na madrugada  pelos BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO BEATO E OLIVAIS.
De acordo com R.S.B., o fogo terá começado na parte desabitada do "CONVENTO DO BEATO", propagando-se à cobertura e cúpula do edifício.
Os BOMBEIROS DO BEATO da RUA DO GRILO, foram os primeiros a avistar a coluna de fumo, e prontamente chegaram ao local - com três viaturas -, sem que fosse necessário qualquer aviso, devido à proximidade entre a Corporação e o "CONVENTO".
O alerta para o REGIMENTO DE SAPADORES BOMBEIROS  foi dada às 23, 09 horas e acorreram ao local onze viaturas e trinta homens da Companhia. O fogo foi dado como extinto às zero horas e dezasseis minutos, fruto da rápida intervenção dos BOMBEIROS.
Havia também a preocupação de o fogo entrar na sala da biblioteca, onde se guardavam vários livros históricos. Mas a porta estava fechada e conseguiu aguentar a pressão das chamas, sem danificar o espólio da biblioteca. Outro arquivo da empresa, pelo qual se temeu durante o incêndio, veio a saber-se mais tarde que estava guardado fora do edifício. Este arquivo não tem, no entanto, grande valor patrimonial.
De acordo com o director da Empresa proprietária do CONVENTO, o imóvel vai ser totalmente recuperado, prevendo-se que as obras de restauro comecem logo que seja ultrapassada a burocracia relacionada com o incêndio, nomeadamente o seguro e as investigações judiciais".
Desde que o GRUPO AMORIM adquiriu, em 1999 a NACIONAL, foram investidos cerca de Quinhentos mil Euros na recuperação de espaços, na substituição da parte eléctrica, mármores, cozinha, sanitários e telhado. O CONVENTO DO BEATOé um edifício classificado pelo IPPAR.
Pela sua beleza e pelos seus bons espaços, o "velho"CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO passou, desde há uns anos, a ser aproveitado para eventos culturais e comerciais.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BEATO [ XIII ]-EVENTOS NO CONVENTO DO BEATO»  

RUA DO BEATO [ XIII ]

$
0
0
«EVENTOS NO CONVENTO DO BEATO»
 Rua do Beato - (2009) Foto de Nunes Beirão ( Um aspecto do "CLAUSTRO PRINCIPAL" do antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO", com a realização de um dos seus eventos) in NUNES BEIRÃO
 Rua do Beato - (2008) - (O imponente e harmonioso "CLAUSTRO PRINCIPAL" do antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO", é uma magnifica obra arquitectónica abundantemente decorada com mármores coloridos)  in MORGADIO REAL
 Rua do Beato - (1993) Foto de António Sacchetti (Mais um aspecto do "Claustro Principal" do antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO", preparado para grandes eventos) inLISBOA, UM PASSEIO A ORIENTE
 Rua do Beato - (2005) (Catálogo de informações e visitas ao antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO")  in CONVENTO DO BEATO
 Rua do Beato - (2005) (Catálogo informativo e cultural das instalações do antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO") in CONVENTO DO BEATO
Rua do Beato - ( 2005 ) - (Catálogo de informações históricas do antigo "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO" e sua localização)  in CONVENTO DO BEATO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO BEATO [ XIII ]

«EVENTOS NO "CONVENTO DO BEATO"»

Reconhecido ao longo dos anos pela sua magnifica construção, o "CONVENTO DOBEATO" foi em 1984 classificado pelo IPPAR, como "IMÓVEL DE INTERESSE PÚBLICO"; Decreto Nº 29/84, DR., I Série Nº 145, de 26 de Junho de 1984.(ver decreto - em Concelho de Lisboa -).
Todavia o seu espólio conta com relevantes vestígios de arqueologia industrial, sendo considerado um bom lugar para ser utilizado para realizações de vários eventos de cariz cultural e não só.
Em finais do século XX o GRUPO CEREALIS, vocacionado para a transformação de cereais adquire a NACIONAL. Convicto do valor inestimável que o CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO" tem, o grupo imprime uma gestão mais dinâmica a este espaço, com projectos e obras de beneficiação que proporcionaram a realização de eventos como a sua finalidade.
O "CONVENTO DO BEATO ANTÓNIO" com uma área útil de 2 500 metros quadrados, surge como excelente escolha para a realização dos mais diversos eventos: congressos, seminários, exposições, espectáculos, casamentos e outros acontecimentos sociais.
Consoante a actividade a realizar ( e o número de pessoas envolvidas) é possível optar-se pela utilização total do CONVENTO ou apenas por uma ou duas das magnificas salas que este maravilhoso conjunto arquitectónico apresenta.
Em 2004 foi alvo de novo incêndio que produziu relevantes estragos no edifício, tendo sido reaberto ao público em 2005.

Salas para os eventos no "CONVENTO DO BEATO" -
PISO TÉRREO- IGREJA - 400 m2.
SALA DO CAPÍTULO - 132 m2 - 150 pessoas de pé, 100 sentadas e 120 na plateia.
PÁTIO EXTERIOR - 340 metros quadrados.
CLAUSTRO - 1 190 m2, 2 500 pessoas de pé, 1 200 sentadas e 900 em plateia.
REFEITÓRIO - 132 m2, 400 pessoas de pé, 300 sentadas e 400 em plateia.
FOYER - 320 metros quadrados
PRIMEIRO ANDAR
GALERIA - 425 m2.
ANTIGA BIBLIOTECA - 330 m2, 400 pessoas de pé, 350 sentadas e 450 em plateia.
ESCADARIA MONUMENTAL - 245 metros quadrados.
TERRAÇO - 226 m2, 250 pessoas de pé, 200 sentadas e 200 em plateia.
FOYER SUPERIOR - 250 m2, 400 pessoas de pé, 150 sentadas e 200 em plateia.

Ao relembrar as palavras de ALBERTO PIMENTEL ("DE XABREGAS À PÓVOA DE SANTA IRIA") em 1908."(Desde Xabregas depara-se-nos aqui um sítio mais airoso e largo: é a "ALAMEDA DO BEATO". Antigamente, antes do alargamento da cidade, os patuscos de LISBOA frequentavam muito este sítio. (...) todos estes sítios continuaram a ser passeio predilecto dos moradores de LISBOA até depois da primeira metade do século XIX".
Os anos passaram, as estruturas renovam-se, os hábitos modificam-se, mas as raízes permanecem...  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
-ARAÚJO, Norberto de -PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro XV-2.ª ED. 1993-Vega -LX.
-ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Direcção de Filipe Folque:1856-1858-CML-Departamento do Património Cultural.
-DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena-Carlos Quintas & Associados-Consultores,Lda. - 1994 - SACAVÉM.
-FERREIRA, Jaime Alberto do Couto -Farinhas, Moinhos e Moagens-Ed. Âncora-1999-LX.
-FOLGADO, Deolinda e CUSTÓDIA, Jorge - Caminho do Oriente.Guia do Património Industrial-Livros Horizonte-1999 - LISBOA.
-MATOS, José Sarmento de - LISBOA, Um passeio a Oriente - Parque Expo´98-1993-LX.
-MATOS, José Sarmento e PAULO, Jorge Ferreira-Caminho do Oriente-Guia Histórico II - Livros Horizonte - 1999 - LISBOA.

INTERNET

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA
PATRIMÓNIO CULTURAL - Direcção-Geral do Património Cultural

(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ I ]-SANTA APOLÓNIA E SEU ENQUADRAMENTO».

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ I ]

$
0
0
«SANTA APOLÓNIA E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua do Caminhos de Ferro - (2012) Foto de APS (Panorâmica da "Estação dos Caminhos de Ferro de Lisboa",  na sua fachada virada  para a "Avenida Infante D. Henrique", tirada do paquete "MSC MAGNIFICA", numa das suas passagens por LISBOA)  in ARQUIVO/APS 
 Rua dos Caminhos de Ferro (1856-1858) Direcção de FILIPE FOLQUE - (Pormenor da Carta Nº 38 onde podemos ver a "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS" e ainda a "RUA DA BICA DO SAPATO") inAML 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (depois de 1865) Foto de António S. da Fonseca - (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" no lado Sul assente sobre uma infra-estrutura de pedra aparelhada que servia de paredão ou Cais Fluvial, dado que as margem do Rio Tejo se estendiam até à Estação. O fotógrafo terá colocado a sua máquina num molhe transversal - do aterro da Praia dos Algarves - ao paredão inferior da Estação de modo a captar esta panorâmica) in RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua dos Caminhos de Ferro (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A fachada Norte da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" virada para a "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS", quando ainda funcionava o "Americano") (Abra em tamanho grande) inAML
Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) - (A fachada principal da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" virada a Poente, no antigo "LARGO DOS CAMINHOS DE FERRO")  in  GOOGLE EARTH

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ I ]

«SANTA APOLÓNIA E SEU ENQUADRAMENTO»

O sítio de "SANTA APOLÓNIA" terá sido fundado em meados do século XV no caminho velho que ligava a ORIENTE, com a construção de uma Ermida dedicada à mártir "SANTA APOLÓNIA", quando o RIO ainda marginava aqueles terrenos. Embora fosse um pouco mais que ermo, o povo depressa começou a conhecer o local como «SANTA APOLÓNIA» tornando-se uma referência, que rapidamente se foi expandindo.

Com a vinda dos CAMINHOS DE FERRO para PORTUGAL e o nome da Estação inicial se ter chamado "SANTA APOLÓNIA", veio consagrar mais definitivamente o âmbito geográfico mais conhecido o topónimo.
Destacam-se alguns nomes na época, uns ainda presentes, outros passados à história. É o caso do velho "CAIS DA MADEIRA", "CAIS DO TOJO", "CAIS DO CARVÃO"ou o "CAIS DOS SOLDADOS". Ficou-nos a«RUA DA BICA DO SAPATO», a"FUNDIÇÃO DE BAIXO" (hoje MUSEU MILITAR), a RUA DOS CAMINHOS DE FERRO (antiga RUA DO CAIS DOS SOLDADOS).
Embora o lento assoreamento  do RIO TEJO, veio permitir a ocupação junto da sua margem.
Os terrenos ribeirinhos, logradouros públicos, a Câmara procedeu ao seu loteamento em 1578, mantendo-se o caminho ao longo dos novos cais.
Rapidamente estes terrenos se especializaram em produtos a granel com necessidade de espaços amplos para armazéns, caso do CAIS DA MADEIRA, do TOJO ou do CARVÃO. Desse loteamento camarário resulta a actual divisão das propriedades ribeirinhas, hoje face poente do "LARGO DE SANTA APOLÓNIA"e"RUA DOS CAMINHOS DE FERRO", entre as quais se destacam na "CARTA TOPOGRÁFICA DA CIDADE DE LISBOA da autoria e direcção de FILIPE FOLQUE (1856.1858), relativamente à zona de SANTA APOLÓNIA.
É de notar que onde hoje está construída a "nova"ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA nesse lugar sobranceiro ao longo do RIO, existia o REGIMENTO DE CAVALARIA DO CAIS, daí resulta o nome da"RUA DO CAIS DOS SOLDADOS" (hoje RUA DOS CAMINHOS DE FERRO).
Existiram também as "CASAS NOBRES DE PEDRO CUNHA". PEDRO DA CUNHA, chamado o da "PRAIA", por viver numas casas ao CAIS DO CARVÃO, na esquina Sul do "BECO DO HOSPITAL DA MARINHA", propriedade trazida em dote por sua mulher, D. HELENADE MENDONÇA, filha de PEDRO MENDONÇA e de SANTA CLARA, senhor da CASA DA COVA. Das duas casas de que hoje restam vestígios, existe uma planta assinada por MATEUS DO COUTO.
PEDRO CUNHA, tinha dois filhos; SIMÃO e TRISTÃO DA CUNHA que habitaram estas casas.
O segundo filho de PEDRO DA CUNHA, "TRISTÃO DA CUNHA", Governador de ANGOLA veio a herdar as antigas casas de seus antepassados, sendo este TRISTÃO DA CUNHA , que fundou o PALÁCIO DE XABREGAS.  
Apesar de aqui se ter feito algumas obras veio a ser vendida esta propriedade para prover às despesas com as grandes transformações que foram realizadas  nos primeiros anos do século XVIII em XABREGAS, daí em diante residência principal deste ramo dos "CUNHAS" (Casa de OLHÃO, em XABREGAS).
Falaremos noutra ocasião do "ARSENAL" depois chamado de "FUNDIÇÃO DE BAIXO" do século XVI (hoje MUSEU MILITAR), responsável grandemente da rápida urbanização na área adjacente à CERCA FERNANDINA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ II ] A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 1 )»

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ II ]

$
0
0
«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO (1)»

 Rua dos Caminhos de Ferro - (2009) Foto de APS (A "ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SANTA APOLÓNIA", vista da "AVENIDA INFANTE DOM HENRIQUE") inARQUIVO/APS
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1998) Foto de António Sacchetti - (Vista do conjunto  "Largo de Santa Apolónia", com a "Avenida Infante Dom Henrique" correndo ao longo da margem direita do rio TEJO. Podemos ainda observar a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", o "MUSEU MILITAR" e lá no cimo o PANTEÃO NACIONAL) in CAMINHO DO ORIENTE 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1900-1958) Foto de Eduardo Portugal ("RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" com a esquina da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" a "espreitar") (Abre em tamanho grande)in AML 
  Rua dos Caminhos de Ferro - (entre 1898 e 1908) Foto de Autor não identificado ( Prédio bem conservado na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" com alguns detalhes pitorescos - Vinhos, Petiscos, Capilé, Café e dois "canários" pendurados em cada lado de uma das portas) (Abre em tamanho grande)  in  AML

Rua dos Caminhos de Ferro - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado - (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" com seus prédios característicos e seus habitantes naquela época.  O ferro forjado das varandas,  com as  janelas do piso térreo que  mais parecem  grades de uma prisão) (Abre em tamanho grande) in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ II ]

«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 1 )»

A «RUA DOS CAMINHOS DE FERRO» pertencia a duas freguesias. À antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA" os seus números ímpares e à freguesia de "SÃO VICENTE DE FORA" os números pares. Com  a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA em 2012, passou todo o espaço a pertencer à nova freguesia de «SÃO VICENTE» que engloba não só estas freguesias, como também a freguesia da "GRAÇA". Tem início na "RUA DA BICADO SAPATO" e finaliza entre a "CALÇADA DO FORTE"e o"LARGO DOS CAMINHOS DEFERRO", existindo mais uma ramificação desta RUA, que termina na "RUA TEIXEIRA LOPES".
Tem como convergente a este arruamento o "BECO HOSPITAL DA MARINHA" no seu lado direito.
Por Edital Camarário de 12 de Novembro de 1880, assinado por "JOSÉ GREGÓRIO DA ROSA ARAÚJO" (1840-1893), a antiga "RUA DO CAIS DOS SOLDADOS" passava a designar-se "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO".
Sabe-se que este topónimo resulta da proximidade da "ESTAÇÃO DE COMBOIOS DE SANTA APOLÓNIA", que durante muitos anos terá sido a única ESTAÇÃO em LISBOA, para este meio de transporte ferroviário.

O lado esquerdo do final da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" tem como única edificação relevante, um dos lados (Norte) da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", para compor a sua arquitectura simétrica. O seguimento da RUAé composta de muro até à "RUA DA BICA DO SAPATO"

Liga com a "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" no lado Poente em declive um pouco acentuado a "CALÇADA DO FORTE", que nasce na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" e termina na "RUA DO MUSEU DE ARTILHARIA, acompanhando lateralmente o edifício do antigo "ARSENAL"ou"FUNDIÇÃO DE BAIXO" (do século XIX), hoje "MUSEUMILITAR", possivelmente a única via seiscentista existente, que dava caminho para o "FORTE DE SANTA APOLÓNIA" mais para nascente, do qual nenhum vestígio resta nesta localidade.

Diz-nos "NORBERTO DE ARAÚJO" que: "no "Largo" nos números 128-130 existiu durante algumas dezenas de anos do século XIX e do XX, a esquadra da polícia dos "CAMINHOS DE FERRO", transferida em 1937, para o edifício do antigo "ARSENAL", no "LARGO DO MUSEU".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ III ]-A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO (2)».

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ III ]

$
0
0
«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 2 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (12.08.1941) Foto de Joaquim dos Santos Sobreira (Antiga "RUA  CAIS DOS SOLDADOS" hoje "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO". Obra para abertura de uma estação de CORREIO, tendo sido adjudicada a meu pai. O fontanário nesta época ainda permanecia frente às futuras instalações dos Correios)   in ARQUIVO/APS
 Rua dos Caminhos de Ferro - (12.08.1941) (Foto de J.S. Sobreira) (Obra da futura estação de Correio dos CTT, na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS) inARQUIVO/APS
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1953) Foto de Fernando Martinez Pozal (A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS" com a sua estação de CORREIO a funcionar. O fontanário ainda estava neste local e na parte de cima indica na legenda que era uma obra da SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS fundada em 1875, destacando além disso,  o nome do seu "doador") (Abre em tamanho grande)  in AML
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) ("Rua dos Caminhos de Ferro", antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS". A estação já não existe, e o fontanário foi mudado de posição, além das legendas que indicam agora: "O homem deve ser piedoso e humano para com os animais") in GOOGLE EARTH
 Rua do Caminhos de Ferro - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" esquina do lado direito a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", naquele tempo "COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO". Na parte de cima do lado esquerdo aparece uma muralha guarnecida de ameias e torre, sem história e pouco significado) (Abra em tamanho grande) in AML 
Rua dos Caminhos de Ferro - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (Sensivelmente entre o número 90 e 88 da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO"´, lá no cimo, sustentando um edifício da "RUA DO PARAÍSO", uma muralha guarnecida de ameias e torre tudo num amaneirado singular, sem história nem significado; (como nos diz NORBERTO DE ARAÚJO)  (Abre em tamanho grande) in AML

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ III ]

«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 2 )»

Ainda neste lado esquerdo da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" possivelmente muito próximo da esquadra oitocentista, nos números 130-132, existiu uma estação  de CORREIO. As fotos de que dispomos (duas) estão datadas de 1941, sendo esta obra adjudicada a meu pai e a concluiu. Apresentamos outra foto dos anos cinquenta do século passado e podemos concluir  que nessa altura ainda funcionava a estação de CORREIO.
Como curiosidade, fui encontrar as fotos de 1941 com a indicação de meu pai, assinalando "RUA CAIS DOS SOLDADOS", admitindo que já se tinham passado sessenta e um anos da mudança de nome para "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO", mas mantinha-se a tradição de lhe chamar o antigo nome.
Hoje no mesmo local onde no século passado existia a ESTAÇÃO DE CORREIO", está um "CAFÉ HAMBURGUEIRA- O TERMINAL SANTA APOLÓNIA".
Tanto nos anos 40 e 50 do século passado o "FONTANÁRIO" (de água canalizada) encontrava-se em frente da Estação de CORREIO, uma obra meritória que a "SOCIEDADE PROTECTORA DOS ANIMAIS", fundada em 1875, e destacando o nome do seu "doador" espalhou por toda a LISBOA, matando a sede aos animais. Neste momento este "FONTANÁRIO" continua activo, (sem a designação inicial) mas com a indicação "O HOMEM DEVE SER PIEDOSO E HUMANO PARA COM OS ANIMAIS". Está localizado mais para o final da RUA frente ao "RESTAURANTE REI DOS FRANGOS" e no inicio da"CALÇADA DO FORTE".
Na parte de cima da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO", sensivelmente entre os números 90 e 88, existe uma sustentação ou "muralha" a um edifício da "RUA DO PARAÍSO", onde se observa uma muralha que poderá trazer alguma confusão. Está assente sobre rocha que aflora e guarnecida de ameias, armada de uma torre, tudo muito singular, embora não fique mal; mas não tem o paredão nem história, nem significado.
Esta RUA do século XIX destaca-se ali ou além, por uma beneficiação em algum edifício, a fachada de alguns prédios de azulejos da "FABRICA ROSEIRA", que funcionava ali bem perto, porque a história dos seus edifícios é pouco conhecida.
Diz-nos ainda "NORBERTO DE ARAÚJO" que: "o lado oposto ao da estação, é toda de semblante pobre do século XIX, apenas no número 18 se nota um portal, com lavores de cantaria, e que marca uma antiguidade mais recuada"( 1 ).
Fomos investigar e sabemos que aquele edifício com o Nº 18 tinha sido a morada de MACHADO DE CASTRO o escultor que elaborou a estátua equestre de D. JOSÉ I, que se encontra na PRAÇA DO COMÉRCIO. A casa encontra-se degradada, actualmente emparedadas as portas, (a janela não necessita, tem grades), os azulejos do século XVIII ou XIX vão "aparecendo" na "FEIRA DA LADRA" (ali bem perto), a ruína continua; MACHADO DE CASTRO não merecia isto...

No início da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" para quem vem da "RUA DA BICA DO SAPATO" podemos observar à nossa direita um gradeamento que dá acesso à "RUA DOCARDEAL", que nos leva ao ARCO sob o "HOSPITAL DA MARINHA" e ao lado a "RUA DOS CESTEIROS", que nos pode conduzir a"SANTA CLARA".

- ( 1 ) - Por este texto de NORBERTO DE ARAÚJO, se pode concluir que nem ele sabia a quem pertencia aquela casa, que tinha alguma história.  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IV ]-A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 3 )».

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IV ]

$
0
0
«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 3 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1998) Foto de António Sacchetti  (Um troço da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "Rua Cais dos Soldados", vendo-se a casa onde morou o escultor "Machado de Castro)  in CAMINHO DO ORIENTE
 Rua dos Caminhos de Ferro - ( 1998 ) - Foto de António Sacchetti (Portal da antiga casa de "MACHADO DE CASTRO" prejudicado nas suas proporção original pela subida do nível da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO") inCAMINHO DO ORIENTE
 Rua dos Caminhos de Ferro - (09.08.2008) (Na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS" casa onde viveu "JOAQUIM MACHADO DE CASTRO" (1731-1822), o autor da estátua equestre de D. JOSÉ I colocada na "PRAÇA DO COMÉRCIO") in LISBOA S.O.S.
 Rua dos Caminhos de Ferro - (19.12.2012) (A casa onde viveu "MACHADO DE CASTRO" na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO", já parcialmente emparedada) in  LISBOA S.O.S.
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) - (Quase o final da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" junto da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA")  in  GOOGLE EARTH
Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS" podem ver-se nesta foto no lado esquerdo o Edifício onde morou "MACHADO DE CASTRO") in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IV ]

«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 3 )»

A «CASA DE MACHADO DE CASTRO» na"RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" antiga "RUA CAIS DOS SOLDADOS". A casa modesta só decorada pelo portal e o revestimento de azulejos, está inserida no alinhamento desta RUA, fronteiro aos antigos "CAIS DAMADEIRA" e"CAIS DO CARVÃO", cujas primeiras edificações remontam a finais do século XVI.
Em 1758 esta propriedade pertencia a "JOSÉ CARDOSO DA SILVA", morador no CAIS DO CARVÃO, fiel dos ARMAZÉNS DO REINO, tendo como função receber e arrecadar todos os géneros de munições que entravam nos armazéns. Seu pai tinha sido mestre ferreiro da fábrica dos mesmos armazéns, o avô paterno também ferreiro.
"JOSÉ CARDOSO DA SILVA" viveu nestas casas - avaliadas com seus dois andares e uma loja em oitenta mil réis - servido por cinco criados. Casou segunda vez com "D. ANABÁRBARA DE SOUSA". Esta senhora, já viúva em 1778, herdou as casas ao "CAIS DO CARVÃO" e levou-as em dote ao segundo marido, o escultor "JOAQUIM MACHADO DE CASTRO", então com 48 anos. A cerimónia realizou-se na"ERMIDA DO MARQUÊS DE MARIALVA", em MARVILA no dia 13 de Abril de 1779( 1 ).
Em 15 de Outubro de 1779, "D. ANA BÁRBARA DE SOUSA" celebrou uma escritura dizendo:"Cais dos Soldados e casas de morada de Joaquim Machado de Castro"( 2 ).
Vários olisipógrafos souberam da residência do artista na freguesia de SANTA ENGRÁCIA, através do "ALMANAQUE DE LISBOA DE 1791" que o refere como morador defronte do CAIS DO TOJO,à "BICA DO SAPATO". Mas"JÚLIO DE CASTILHO" resume a questão que  a todos se colocou: "em qual daquelas casas?"( 3 )PASTOR DE MACEDO reforçou a informação, pois apurou o baptismo de quatro filhos do escultor - PEDRO (1780), JOSÉ (1782), MARIANA (1784) e MARIA (1785) - sendo morador na "Praça de Armas e no Cais dos Soldados"( 4 ). No entanto, os livros da "Décima da cidade"referem que ele viveu neste edifício entre os anos de 1778 e 1779 ( 5 ) - situado na "fronteira do Cais dos Soldados - apontado-o como senhorio que viveu de suas rendas.
Aí residia quando recebeu o ALVARÁ DE ESCULTOR DA CASA REAL (11.09.1782), "cargo vago há muitos anos, com o qual emprego haverá trezentos e cinquenta réis de moradia por mês e três quartos de cevada por dia, paga segundo ordenança, e assim mais vinte mil-réis de ordenado cada ano". Tal nomeação ficou-se a dever ao trabalho da estátua de D. JOSÉ, concluído sete anos antes.
Em 1792 a propriedade foi adquirida por um doutor RODRIGO DA COSTA que a vendeu no ano seguinte ao "DR. MANUEL DE OLIVEIRA, proprietário até 1825, que a arrendou a várias pessoas, caso de um cadete do Regimento de LIPPE, um administrador do PAÇO DA MADEIRA, um Tenente-coronel de Artilharia, ou um Corregedor do CRIME DOBAIRRO ALTO. Comprada depois por "ANTÓNIO FRANCISCO MOREIRA DE SÁ", o primeiro andar e a loja estiveram arrendados de 1822 até 1892 à Administração de Iluminação da Cidade.
Aumentada em mais um andar no século XIX, teve como proprietário, em meados da centúria, "PEDRO ANTÓNIO PINA MANIQUE" estando durante muitos anos devoluta, conhecendo uma lenta e progressiva degradação até à actualidade.

- ( 1 ) IAN/TT, RP, Santa Engrácia, Casamentos, cx. 20, L.º 8.
- ( 2 ) IAN/TT, CN, C - 12B, Cx. 89, L.º 773, fls. 39V-42.
- ( 3 ) CASTILHO, Júlio de, A RIBEIRA DE LISBOA, Vol, I LISBOA, CML, 1948, pp. 176
- ( 4 ) CASTILHO, Júlio de, Idem pp. 176-178-Notas.
- ( 5 ) AHTC, Décima da Cidade. Livro de Arruamentos, Santa Engrácia, Mçs. 431 a 443.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ V ] A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 4 )» 

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ V ]

$
0
0
«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 4 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2008) - (A casa de MACHADO DE CASTRO na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" em estado avançado de degradação) (Abre em tamanho grande in  LISBOA S.O.S.
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1997) Foto de António Sacchetti ("Casa de Machado de Castro" na RUA DOS CAMINHOS DE FERRO antiga RUA DO CAIS DOS SOLDADOS. Janela da trapeira, com jarrões de João Roseira? da segunda metade do século XIX) in CAMINHO DO ORIENTE-GUIA DO AZULEJO
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1997) - Foto de António Sacchetti ( Casa de MACHADO DE CASTRO na RUA DOS CAMINHOS DE FERRO, fachada com azulejos "Padrão Parreira" da Fábrica (ROSEIRA) da segunda metade do século XIX, com oficina na "CALÇADA DOS CESTEIROS") inCAMINHO DO ORIENTE - GUIA DO AZULEJO
 Rua dos Caminhos de Ferro - ( 1997 ) - Foto de António Sacchetti (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" com padrão "crochet" da Fábrica da Calçada dos Cesteiros (ROSEIRA), final do século XIX)  in CAMINHO DO ORIENTE - GUIA DO AZULEJO
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1951-10) Foto de Eduardo Portugal (Conjunto de casas na "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" nos anos cinquenta do século vinte) (Abre em tamanho grande) inAML
Rua dos Caminhos de Ferro - (Entre 1898 e 1908)  Foto de autor não identificado (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" em finais do século XIX início do século XX) (Abre em tamanho grande)  in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ V ]

«A RUA DOS CAMINHOS DE FERRO ( 4 )»

A CASA DE MACHADO DE CASTRO
Com sua fachada harmónica de três pisos, mais tarde acrescentados com uma água-furtada, esta casa representa um tipo comum de residência urbana de uma classe média, que ao longo do século XVIII se vai afirmando no panorama social lisboeta.
No piso térreo sobressai o pequeno portal, com frontão decorativo, pormenor enobrecedor que denota algum cuidado e, sobretudo, a vontade de afirmar um estatuto recente pela cópia dos modelos eruditos. 

Com a aquisição mais tarde do edifício pela «FÁBRICA ROSEIRA» passou a ser balcão de vendas da produção que se manufacturava muito próximo. Sabemos que pelo menos a escadaria era dotada de azulejaria azul e branco da mesma época de construção (uma solução de "albarradas"( 1 ) inclinados a acompanhar o desenvolvimento da escada). No Palácio da Cova, situado na "CALÇADA DOS CESTEIROS", funcionava a FÁBRICA DE FAIANÇAS ROSEIRA. Nesse espaço que foi morada de"MACHADO DE CASTRO" na entrada vê-se, hoje, no tecto um mostruário de padrões de azulejos de fachada que poderá datar dos últimos anos do século XIX, época de maior produção da "FABRICA ROSEIRA".
A escadaria teve exemplares dos painéis decorativos que a fábrica também produzia, especialmente pintados pelo ceramista e proprietário da "FABRICA", «JOÃO ROSEIRA (1828-?), um soldado em tamanho natural como figura de convite e um grande jarrão de Hortênsia, hoje na colecção de FRANCISCO HIPÓLITO RAPOSO.
Os azulejos que se vêm hoje, na escadaria, foram colocados em meados dos anos 60 aquando da venda dos azulejos primitivos a HIPÓLITO RAPOSO. No entanto parece ter havido o cuidado de aí colocar azulejos da Fábrica. Pelo menos o padrão "ROSEIRA" pela cor e desenho e mesmo o padrão azul e branco podem ser-lhe atribuído.
A janela da trapeira, construída já no século XIX, foi decorada com um par de jarrões floridos, provavelmente por JOÃO ROSEIRA para o edifício, não como objectos de produção em serie, mas como tema original, publicitando as qualidades de fabrico e as possibilidades mais requintadas de decoração com azulejaria. Assim, o revestimento integral da fachada não pode deixar de representar a produção da fábrica, provavelmente mais tardio que os jarrões da janela da trapeira, ou águas-furtadas. Trata-se de um desenho que mostra uma parreira com cachos de uvas e flores. No entanto, a cercadura que sublinha os vãos é relativamente comum.
É ainda de realçar a orgânica dupla da casa com segunda fachada traseira sobre a "CALÇADA DO CARDEAL" permitindo a autonomização do referido piso térreo sobre a "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO". Embora o aspecto mais relevante desta residência é o facto de nela ter residido por alguns anos "MACHADO DE CASTRO", uma das figuras centrais do panorama artístico lisboeta da segunda metade do século XVIII.
A casa veio em dote (como já nos referimos) mas aqui nasceram os seus filhos. Só este facto simples mas marcante, impunha obras de recuperação, deste curioso exemplar de residência lisboeta, que "entraves" de vária ordem, incluindo indefinições na propriedade, não permitiram realizar obras integradas no programa de reabilitação no "CAMINHO DO ORIENTE", e está hoje num estado de degradação com as portas emparedadas.

- ( 1 )ALBARRADA - s.f. (do Árabe - al.barrada) Vaso com flores, para ornato de mesas; jarro de louça, com asas, para água.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VI ]- A ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 1 )»

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VI ]

$
0
0
«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 1 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2009) Foto de APS (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" vista para o "Largo" e para a "AVENIDA INFANTE DOM HENRIQUE")  in  ARQUIVO/APS
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1856) - (A "ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA" - ainda só com dois pisos - publicado in O CAMINHO DE FERRO REVISITADO. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996, Lisboa, CP, 1996, p. 27) inCAMINHO DO ORIENTE
 Rua dos Caminhos de Ferro - (Depois de 1865) - Foto de A. S. Fonseca - (Nesta foto a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" ainda estava muito perto do RIO TEJO, vista do lado Nascente e Sul) inQUATRO ALMAS
Rua dos Caminhos de Ferro - (Depois de 1865) Foto de A. S. Fonseca - (Vista no interior de "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" no 3º quartel do século XIX. A grande Nave do desembarcadouro do Caminho de Ferro Norte e Leste) in RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VI ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 1 )»

Por iniciativa de "COSTA CABRAL", ministro de D. MARIA II existiu uma proposta datada de 1845, para o estabelecimento dum comboio de ferro que ligasse LISBOAà fronteira espanhola. 
O projecto que chegou a ser entregue à "COMPANHIA DAS OBRAS PÚBLICAS DE PORTUGAL", ficou, porém, na fase preliminar. Coube então a "FONTES PEREIRA DE MELO", Ministro das Obras Públicas, no Governo de"RODRIGO DA FONSECA MAGALHÃES", dar execução, a partir de 1852, ao primeiro «CAMINHO-DE-FERROPORTUGUÊS", em LISBOA e que na primeira fase, não ultrapassou o CARREGADO, mas cujo projecto previa já o seu prolongamento em dois sentidos, até à fronteira espanhola e até à Cidade do PORTO.
O "COMBOIO LISBOA-CARREGADO", com locomotiva a vapor, importada de PARIS, foi inaugurada no dia 28 de Outubro de 1856, com a presença de D. PEDRO V, que nele viajou em carruagem Real.  

A primeira Estação provisória, funcionou no antigo "CONVENTO DE SANTA APOLÓNIA" defronte da "CALÇADA DOS BARBADINHOS". Entretanto, o local para a sua construção e subsequente traçado inicial da linha foi objecto de grande discussão; "O LARGO DO INTENDENTE"; o"LARGO DE ARROIOS"; o"CAIS DOS SOLDADOS" e"XABREGAS", foram algumas das alternativas mais discutidas. A escolhida foi a zona compreendida entre o "CAIS DOS SOLDADOS" e o conjunto de pequenos ancoradouros e abrigos fluviais vizinhos, ao longo da margem do TEJO (as chamadas "CALDEIRAS"), a Oeste, a "PRAIA DOS ALGARVES", e a  Leste o"CAIS DO TOJO" (ou da FORCA"), do"CAIS DO CARVÃO" e do"CAIS DO CARVÃO".
O "CONVENTO DE SANTA APOLÓNIA" pertencia então à EMPRESA CONSTRUTORA DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES, por aquisição datada de 1852.
A localização de 1865 resultou de uma decisão Governamental, que deu corpo a diversas hipóteses de traçado ferroviário a partir de uma ESTAÇÃO CENTRAL, entre os interlocutores dos CAMINHOS-DE-FERRO PORTUGUESES. A decisão vinha de 1852, mas só se materializou mais tarde. 
A construção desse importante empreendimento, próprio de uma cidade que se modernizava, implicava toda a linha de costa. entre o "ARSENAL DO EXÉRCITO" (hoje MUSEU MILITAR) e a praia de XABREGAS (No século XX conhecida por "PRAIA DA MARABANA").
A escolha recaiu no antigo "CAIS DOS SOLDADOS", onde existia um quartel de artilharia. A grandiosidade do projecto determinou a destruição do "CAIS DOS ALGARVES", do "PALÁCIO DA FAMÍLIA PREGO", do "MERCADO DO TOJO", de várias pequenas Caldeiras para resguardo de embarcações, dos armazéns de Azeite de peixe e da Forca da cidade de LISBOA, que jazem por debaixo das modernas construções ferroviárias.
A extensão das obras obrigou ainda à demolição do "FORTE DA CRUZ DA PEDRA" e parte do "PALÁCIO DO BRAÇO DE PRATA". No local dos armazéns veio a surgir a rotunda das locomotivas, uma obra de enorme significado para a época, aliás sacrificada durante as mudanças de 1997-1998.

Conhece-se uma planta em papel-tela da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", com edifício dos passageiros e nível da plataforma, datada de 1856, cuja distribuição de espaços foi parcialmente respeitada. 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VII ]-A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 2 )».  

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VII ]

$
0
0
«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 2 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro -(antes de 1908) Foto de autor não identificado ( A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" ainda só com o primeiro andar) (Abre em tamanho grande) in  AML 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1932) Foto de autor não identificado (Fotografia Aérea da zona de SANTA APOLÓNIA e SANTA CLARA onde podemos ver a IGREJA DE SÃO VICENTE DE FORA o PANTEÃO NACIONAL DE LISBOA, ainda sem a cúpula. A ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA e no lado nascente onde mais tarde viria a surgir a AVENIDA INFANTE DOM HENRIQUE, estava cheia de Armazéns) (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1860) -Foto de autor não identificado (Uma "Acção de Quinhentos Francos" emitida pela "COMPANHIA REAL DOS CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES") inOS MAIAS
Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) (Um troço da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO) antiga RUA CAIS DOS SOLDADOS)  in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VII ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 2 )»

O Edifício da ESTAÇÃO CENTRAL na época, chamou-se inicialmente do "CAIS DOS SOLDADOS", oralidade que perdurou em aduaneiros e nos ferroviários, porque no local do cais das mercadorias ao longo da "RUA DA BICA DO SAPATO", existia na primeira metade do século dezanove, mesmo junto do TEJO, um quartel de Artilharia, sendo esta área ocupada pelos soldados.

A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" tem o risco do engenheiro JOÃO EVANGELISTA DE ABREU, tendo sido colocada a primeira pedra em 20 de Outubro de 1862. A inauguração solene foi realizada em 1 de Maio de 1865, com uma gare coberta de 117 metros de comprimento por 25 metros de largura e com apenas o primeiro andar.
O grande edifício albergando cais ferroviário e actualmente de três pisos planta em "U" e três fachadas principais viradas para cada um dos lados de serventia pública. Todas as fachadas dispõem de um corpo central com frontão classicizante ( 1 ), onde se embebeu um óculo com seu mostrador de relógio.
As fachadas Norte e Sul têm agora 135 metros de comprimento e a Ocidente 50,4 metros. A gare coberta continua a ter 25 metros de largo (1955 metros quadrados de área, tal como em 1872).
O edifício foi alterado na altura, acrescentado mais um andar. Passando da altura inicial de 13 metros, tal como foi concebido no século XIX, para aproximadamente mais oito metros em altura.
A cobertura de ferro que a caracterizava inicialmente dispunha de uma portaria metálica encimada pelas armas da casa real. Esta porta da gare foi apeada, tal como a cobertura de vigas de ferro assentes sobre cachorros de pedra, donde recebia iluminação natural através de chapas de vidraça.
Seguindo o padrão mais funcional e comum de estações, "SANTA APOLÓNIA" dispunha de uma das obras de engenharia mais importante e aquela que lhe conferia um lugar na arquitectura de ferro em PORTUGAL - a cobertura da gare de passageiros.
A obra evidenciava algum valor artístico, mas antes de 1872, dezasseis asnas de ferro da primitiva estrutura terão caído, tendo-se modificado o plano inicial.
A obra de edificação da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" seguiu os parâmetros construtivos da arquitectura de engenheiros. Em termos de planta era um empreendimento de grande extensão, implicando o apetrechamento de uma ESTAÇÃO FERROVIÁRIA similar a outras já erguidas em capitais europeias.
Importava construir um edifício, cujo modelo fosse reconhecido pela sua funcionalidade, uma espécie de obra pública de uma empresa privada, na qual se utilizassem materiais baratos, entre os quais o ferro.
A empreitada foi adjudicada ao engenheiro OPPERMANN, que dirigia uma importante revista, através do seu representante em LISBOA, o Engenheiro"AGNÈS".
Todavia, antes da obra ter sido entregue ao construtor, o projecto foi desenhado pelo Engº. JOÃO EVANGELISTA ABREU(Engenheiro-Chefe). Esta projecto era muito harmonioso, mas as modificações que recebeu nas diversas instâncias governativas e técnicas alteraram substancialmente o conjunto e o risco.

- ( 1 ) - Que tende para o clássico.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VIII ]-A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 3 )».

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VIII ]

$
0
0
«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 3 )»
 Rua do Caminhos de Ferro - (2009) -Foto de Rouxinol Pomares  ( A "ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA DE LISBOA" já depois das obras) (Abre em tamanho grande) in ROUXINOL DE POMARES
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) ( Um troço da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" vendo-se a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" no seu percurso)  in GOOGLE EARTH 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1980-07) - Foto de autor não identificado (Foto de "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" num dia de greve dos comboios)  in  CGTP
 Rua dos Caminhos de Ferro - (195_) - Foto de Abreu Nunes  (Fotografia aérea da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" e parte do cais) (Abre em tamanho grande)  in AML
Rua do Caminhos de Ferro - (ant. a 1954) - Foto de Judah Benoliel (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" no lado nascente e obras na futura AVENIDA INFANTE DOM HENRIQUE)  (Abre em tamanho grande) in AML

(CONTINUAÇÃO)- RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ VIII ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA (3 )

A Direcção das obras esteve a cargo de "ANGEL ARRIBAS Y UGART" (Director), de "VICOLAS LA CRENIER" (Engenheiro divisionário) e do referido OPPERMANN.
A sua grandiosidade implicou subempreitadas. As Obras de alvenaria foram da responsabilidade da firma "CHARLES PEZERAT & Cª.", de LISBOA, a cantaria esteve a cargo de "ANTÓNIO MOREIRA RATO", com estabelecimento na BOAVISTA, a estrutura de ferro da gare deve-se a "JAMES BLAIR" de GLASGOW e toda a obra de madeira correu pela serração mecânica "ACELERAÇÃO", uma fábrica lisboeta.
A obra pressupôs grandes aterros e construção de uma grande muralha de cantaria, que serviu de CAIS FLUVIAL até ao rasgamento da AVENIDA MARGINAL, que hoje liga a PRAÇA DO COMÉRCIO com a Zona ORIENTAL DE LISBOA.
O início das obras ocorreu em 20 de Outubro de 1862, lavrando-se documento oficial e terminou dois anos e meio depois.
Como obra de engenharia  a «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA» caracteriza-se por duas partes fundamentais. Uma, entre o ARSENAL actual"MUSEU MILITAR" e o fim dos edifícios principais, é a estação propriamente dita. A outra, entre esse limite e XABREGAS, constituem a extensa área onde se lançaram todas as estruturas técnicas e armazéns de apoio a uma "ESTAÇÃO FERROVIÁRIA CENTRAL". 
A antiga estação (próximo do Convento) tinha já um vasto cais de mercadorias, enquadrando as funções correspondentes a duas linhas que toma forma de uma única estação principal.
A estação procurava responder às finalidades determinadas na experiência ferroviária de então: dispor de lugar de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias, oficinas de reparação, locais para recolha de locomotivas e vagões e várias vias de serviço.
Do ponto de vista construtivo é um edifício de três pisos sustentados por vigas e colunas de ferro, em toda a extensão das suas paredes de alvenaria, com marcação formal dos cunhais em cantaria. 
Foi concebido um importante vestíbulo junto à porta central da ESTAÇÃO, onde a Companhia Construtora foi obrigada a criar um espaçoso LARGO. Equipou-se a Estação com serviço telegráfico e um despacho alfandegário. Os espaços exteriores e interiores foram iluminados a luz artificial, primeiro a gás (Cento e cinquenta e dois candeeiros do sistema WEYGAND, de PARIS), depois a electricidade.
Inicialmente denominada "ESTAÇÃO CENTRAL" - muito embora vulgarmente a apelidassem por "ESTAÇÃO DO CAIS DOS SOLDADOS" -, essa proeminência na vida ferroviária portuguesa só durou até 1890, por ocasião da construção da "ESTAÇÃOCENTRAL DO ROSSIO", ligada desde então à linha de cintura interna, servindo de espinha dorsal da distribuição ferroviária da Cidade de LISBOA.
Passou então a chamar-se "ESTAÇÃO DO CAMINHO DE FERRO DO NORTE E DO LESTE".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IX ]-A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 4 )». 

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IX ]

$
0
0
«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 4 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" no sentido para Oriente, tendo no seu lado direito a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" in  GOOGLE EARTH
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1872) - (Um desenho da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA no lado Sul/Nascente, quando o Rio ainda banhava a sua muralha. (Publicado in Diário Ilustrado Ano I, Nº 62 de 31 de Agosto de 1872)  in CAMINHO DO ORIENTE 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1940) Foto de autor não identificado (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" na década de quarenta do século vinte)  in RECORDAR O PASSADO
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1940) Foto de Eduardo Portugal ( A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" já com os dois pisos superiores nos anos quarenta, embora ainda não existisse a AVENIDA INFANTA DON HENRIQUE) (Abre em tamanho Grande)  in  AML 
Rua dos Caminhos de Ferro - (1993) Foto de Filipe Jorge (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" vista do seu lado Sul e Poente)  in  LISBOA VISTA DO CÉU

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IX ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 4 )»

Do ponto de vista funcional a orgânica interna da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" modificou-se ao longo das diferentes etapas da história dos CAMINHOS-DE-FERRO em PORTUGAL, sendo curioso observar as mutações ocorridas na estrutura organizativa da empresa responsável pela linha e modo de funcionamento da ESTAÇÃO. No entanto, para além dos serviços específicos respeitantes ao funcionamento ferroviário, a estação foi preparada para receber as diversas repartições e departamentos da empresa e as habitações dos chefes das linhas e da estação. 
Desde o início teve um "bufete", depois transformado em restaurante.

Nos primeiros tempos a fachada virada ao TEJO serviu de cocheiras das carruagens reais, salões e reservados. 
Inicialmente tinha apenas quatro vias de serviço. Com a ampliação da ESTAÇÃO passou a dispor de sete vias, para os diversos tipos de funções.
Tornaram-se bastante conhecidas as "Oficinas Gerais de Santa Apolónia".

A 6 de Abril de 1908, uma portaria aprova um projecto de ampliação do edifício ferroviário, demonstrando-se finalmente a exiguidade do plano inicial perante o aumento de tráfego.
As mudanças ocorridas à introdução de novos meios de locomoção ferroviária, sobretudo, antes da celebração do "1º CENTENÁRIO DA ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", marcando uma nova fase da sua existência.
No entanto, nos anos 50 do século XX, toda a gare em ferro foi removida e substituída por uma de betão, facto que veio desvalorizar as suas características e estilo.
Reconheça-se que as obras revelam pouca ousadia de projecto, sobretudo do ponto de vista arquitectónico, em comparação com outros casos ferroviários europeus.
As suas linhas são sóbrias, procurando esconder as ousadias dos engenheiros por detrás da fachada clássica e materiais de construção nobres, como a pedra dos cunhais, das sacadas, dos entablamentos, das ombreiras e linteis, enfim das pilastras divisórias dos diversos corpos dos edifícios.
O vestíbulo, como noutras importantes estações portuguesas, não recebeu na altura grande tratamento artístico. 
Optou-se por uma solução construtiva prática e funcional, sem relevo decorativo.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]-A ESTAÇÃO DO CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 5 )».

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]

$
0
0
«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA (5)»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" esquina com o antigo "LARGO DE SANTA APOLÓNIA" e parte da fachada da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA"in GOOGLE EARTH 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) Foto de Ricardo Martins (Grupo Amigos de Lisboa) - (Uma vista panorâmica da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA, possivelmente obtida da parte de cima de um navio, que periodicamente visitam LISBOA)  in RICARDO MARTINS - FACEBOOK
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1994) Foto de Filipe Jorge ( A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" vista do lado Nascente) in LISBOA VISTA DO CÉU 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1950-04-15) Foto de autor não identificado (Fotografia aérea da zona de SANTA APOLÓNIA e obras de abertura da Av. Infante Don Henrique, uma das maiores Avenidas de Lisboa, atravessando oito freguesias) (Abre em tamanho grande) in  AML 
Rua dos Caminhos de Ferro - (249 - Data da sua morte em Alexandria . Egipto)(Quadro pintado por Francisco de Zurbarán - (A Virgem Mártir "SANTA APOLÓNIA" padroeira dos "DENTISTAS")  in RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA (5)»

Só  depois de 1890 (com a abertura da ESTAÇÃO CENTRAL DO ROSSIO), existiu uma diminuição na importância da «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA», embora a partir de 1956 o seu significado na vida da empresa afirma-se, com o alargamento da área da «GRANDELISBOA», sem as correspondentes mutações da linha de circulação interna, actualmente com troços fechados ao transito.


A construção de mais um piso veio alterar a escala equilibrada da ESTAÇÃO, contribuindo para a sua falta de graciosidade, apesar da linguagem funcional que sempre apresentou.

A «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" - tal como outros cais ferroviários - foi e é um local de acontecimentos, espaços de partidas e chegadas, de mudanças de vida e quotidiano, de momentos altos da vida do país, de viagens e sucessos.
Conhecer a «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA» é também acompanhar a história dessa efemérides ou então das normalidades estatísticas, que marcam a regra ou a excepção dos gráficos dos movimentos económicos e sociais.
Nos últimos anos, a «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA» readquiriu as funções de uma ESTAÇÃO CENTRAL, face à diminuição do significado ferroviário da «ESTAÇÃO DO ROSSIO».
                                                           ---- /// --- 
A SANTA APOLÓNIA

A SANTA APOLÓNIA fez parte de um grupo de virgens mártires que padeceram em ALEXANDRIA, no EGIPTO, durante um levante local contra o "Cristianismo" antes da perseguição de DÉCIO.   De acordo com a lenda, durante sua tortura teve todos os seus dentes violentamente arrancados ou quebrados. Por essa razão, é popularmente considerada como a "PADROEIRA DOS DENTISTAS" e daqueles que sofrem de dor de dentes ou outros problemas dentais.
A "SANTA APOLÓNIA"tem na mão esquerda uma palma e na direita uma tenaz ou turquês com o dente, atribuído ao seu martírio. 
A data do seu nascimento é desconhecida mas a da sua morte ocorreu no ano de 249 em ALEXANDRIA, é venerada por duas IGREJAS - A IGREJA CATÓLICA e a IGREJA ORTODOXA COPTA. [Fonte Wikipédia].
[ FINAL DA RUA DOS CAMINHOS DE FERRO, A SUA BIBLIOGRAFIA SERÁ PUBLICADA CONJUNTAMENTE COM A RUA DA BICA DO SAPATO]


(PRÓXIMO)-«RUA DA BICA DO SAPATO [ I ] A RUA DA BICA DO SAPATO(1)»
                                  

RUA DA BICA DO SAPATO [ I ]

$
0
0
«A RUA DA BICA DO SAPATO  ( 1 )
 Rua da Bica do Sapato - (1939-09) Foto de Eduardo Portugal (Desenho do antigo chafariz Nº 21 da "BICA DO SAPATO" em 1851, da autoria de LUÍS GONZAGA PEREIRA (Abre em tamanhogrande)  in AML
 Rua da Bica do Sapato - (Anos cinquenta do século passado) (Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO, residente em FRANÇA)- (O velho "LAVADOURO PÚBLICO" da "Bica do Sapato", hoje já nada resto desta antiguidade)  in GRACIOSO
 Rua da Bica do Sapato - (1951) Foto de Eduardo Portugal (O chafariz da "RUA DA BICA DO SAPATO" próximo do lavadouro público, da Cabine dos TLP e a casinha do Expedidor da Carris) (Abre em tamanho grande) in AML
 Rua da Bica do Sapato - (1953-10--19) Foto de Fernando Martins Pozal (Marco fontanário em pedra com bebedouro, que existia na "RUA DA BICA DO SAPATO", ao fundo da RUA DIOGO DO COUTO à nossa direita, podemos ainda ver um típico "carro" de assador de castanhas da época) (Abre em tamanho grande)  in  AML
Rua da Bica do Sapato (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" sensivelmente no espaço onde existia o fontanário, está agora um Quiosque, no antigo espaço do Lavadouro Público está possivelmente um sistema de respiradores de alguma ETAR e recolha de resíduos urbanos) in GOOGLE EARTH

RUA DA BICA DO SAPATO [ I ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 1 )»

A «RUA DA BICA DO SAPATO» pertencia a duas freguesias. À antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA" os números ímpares e do número 2 a 28. À freguesia de "SÃO VICENTE DE FORA" do número 30 em diante. Com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2012, passou a designar-se freguesia de «SÃO VICENTE», englobando ainda a freguesia da "GRAÇA".

Esta artéria tem início na "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA" no número 36 e finaliza na "RUA DOS CAMINHOS DE FERROS", junto da"CALÇADA DO CARDEAL" e perto da "CALÇADA DOS CESTEIROS", no número um.
Já em 1856 aquando do levantamento do "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA" de FILIPE FOLQUE, já esta artéria era assinalada como "BICA DO SAPATO".
Sabe-se que nesta zona sob "SANTA CLARA", outrora ocupado por serrações e fábricas de metalurgia, existiam também algumas Olarias, e entre as mais destacadas terá sido a "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO"
Em 1919 a "RUA DIOGO DO COUTO"veio ligar o"VALE DE SANTO ANTÓNIO"à artéria da linha dos eléctricos valorizando esta realização.
O nome da "RUA DA BICA DO SAPATO" provém da existência de uma bica ou fonte datada de 1674.
No ano de 1853 foi substituída por um outro chafariz, do qual temos uma foto do desenho da autoria de "LUÍS GONZAGA PEREIRA", onde está a "imagem de uma caravela", um tanque com duas saídas de água, assinalado com o "Nº 21 CHAFARIZ DO ÇAPATO", que veio também a desaparecer.
No século XX (conforme se pode ver na foto) existiu um chafariz de alvenaria constituído por um tanque redondo (possivelmente para dar de beber aos animais) e agarrado ao fontanário (também de pedra) com uma torneira para o tanque grande e outra na parte de trás para satisfazer as necessidades da população, tendo na parte inferior um pequeno tanque, possivelmente para suporte do vasilhame. Deste chafariz já não existem vestígios.
Na parte posterior do antigo chafariz (do século XX), existiu um "LAVADOURO PÚBLICO" (do qual  temos algumas fotos), com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO", também foi desmantelado para dar lugar a uma urbanização, bem como quase toda a zona envolvente; a casa do expedidor da carris, as casas vizinhas, tudo se foi em nome do progresso.

No antigo "BECO DOS CARVOEIROS", rampa de acesso para o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, (com entrada pela RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA), declive recuperado no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", com arranjo da responsabilidade dos serviços da C.M.L., sob a orientação do Arquitecto MARQUES DOSSANTOS, e decorado com um painel de azulejos oferecido pela fábrica "MONSANTO", alusivo à antiga toponímia da "BICA DO SAPATO" da autoria de BELA SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ II ] A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )».

RUA DA BICA DO SAPATO [ II ]

$
0
0
«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )»
 Rua da Bica do Sapato (1942) Foto de Eduardo Portugal - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" junto dos Caminhos-de-ferro)  (Abre em tamanho grande) inAML 
 Rua da Bica do Sapato - (anos 50 do século XX) Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO residente em França) ( A entrada para o antigo "LAVADOURO PÚBLICO" na RUA DIOGO DO COUTO, esquina com a "RUA DA BICA DO SAPATO", hoje desaparecido) in   GRACIOSO
 Rua da Bica do Sapato - (1979-06-17) (A "RUA DA BICA DO SAPATO" no lado esquerdo o sitio de embarque e desembarque de mercadorias da CP. Um eléctrico da carreira Nº 16, na altura POÇO DO BISPO/ALGÉS)  in  ELECTRICOS
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" ao lado direito na foto as instalações da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA, e no lado esquerdo novas construções) in  GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" no lado esquerdo com novos edifícios e o lado direito com o muro de CP.)  in GOOGLE EARTH
Rua da Bica do Sapato - (2014) - (Palácio de QUARESMA-ALVITO renovado. Fachada principal com entrada pela "RUA DA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA", com traseiras para a rampa onde está a representação do "PAINEL DA BICA DO SAPATO")  in  IMÓVEIS - MILUTA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ II ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )»

A «RUA DA BICA DO SAPATO» ou vulgo"CAMINHOS DE FERRO" era em meados do século XX um sítio com características definidas. No seu lado esquerdo de quem desce a  "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA" apresenta um muro seguido de telheiro que pertencem à "CP" para cargas e descargas do seu movimento. (Penso que hoje já não é feito neste lado).
Outra das curiosidades deste sítio eram as cheias constantes nos "CAMINHOS DE FERRO". A rua tinha um desnível acentuado e recebia as águas da chuva do "VALE DE SANTO ANTÓNIO" e ainda da "CALÇADA DOS BARBADINHOS"via"CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA". Sendo que nos anos quarenta e metade dos anos cinquenta do século passado era muito frequente acontecer esta situação.
Na "RUA DA BICA DO SAPATO" a chapa da Carris "CAMINHOS DE FERRO" era um términos da Carris com a chapa Nº 16, e chegou durante muitos anos a ser iniciada nesta localidade com destino a BELÉM. Mais tarde passou a ser formada em XABREGAS.
No "BECO DO CARVOEIRO", assim chamado por existir ali instaladas muitas carvoarias.
Essas casas foram mais tarde derribadas e substituídas por um barracão inestético que, no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", foi transformado em logradouro público, com um painel cerâmico alusivo à memória local da «BICA DO SAPATO" e mantendo-se a estrutura da respectiva rampa original.

PALÁCIO QUARESMA/ALVITO

Conta "JÚLIO CASTILHO" que o rei D. SEBASTIÃO passando certo dia na praia se referiu ao edifício do PALÁCIO, então em construção, exclamando: " Alta vai aquela Quaresma!". O trocadilho do monarca jogava com a alusão à posição no calendário das festas móveis e à crescente fortuna de MANUEL QUARESMA BARRETO, seu homem de confiança, Vedor da Fazenda (1576) e do CONSELHO DE ESTADO, construtor do edifício.

MANUEL QUARESMA acompanhou o REI a GUADALUPE e aÁFRICA e morreu em ALCÁCER QUIBIR, juntamente com seu filho.
Do casamento com D. FILIPA PESSANHA ficaram duas filhas. A primeira casou com um CONDE CASTELHANO e a segunda, D. BÁRBARA, herdou a casa e o morgado, casando com D. RODRIGO LOBO, 5º BARÃO DE ALVITO.
Integrou-se assim, a propriedade de SANTA APOLÓNIA na CASA DE ALVITO, onde permaneceu até finais do século XIX.
Nos séculos XVII e XVIII  as casas de SANTA APOLÓNIA constituíam residência secundária para a família, andando geralmente arrendadas.Os Barões do ALVITO viviam sobretudo no seu Palácio à BOAVISTA, no ainda hoje chamado "LARGO DO CONDE BARÃO", proveniente também da herança  dos QUARESMAS. 

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ III ] .A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )».


RUA DA BICA DO SAPATO [ III ]

$
0
0
«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )»
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A convergência da "RUA DIOGO DO COUTO" com a "RUA DA BICA DO SAPATO" no sítio em que outrora existia um chafariz, temos hoje um Quiosque) inGOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) (Final da "RUA DA BICA DO SAPATO" vista da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" ao nosso lado esquerdo o início da "CALÇADA DO CARDEAL" que liga com a "CALÇADA DOS CESTEIROS")  in GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (Um troço da "RUA DA BICA DO SAPATO" com as suas novas construções, e na direita as instalações da Estação de Santa Apolónia)  in GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (Anos 50 do século XX) Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO residente em França) (Mais uma foto do antigo LAVADOURO da "BICA DO SAPATO" que ficava na parte de trás do chafariz)  in  GRACIOSO
Rua da Bica do Sapato - (1951) Foto de Eduardo Portugal (O chafariz da BICA DO SAPATO na parte de trás o LAVADOURO com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO") (Abre em tamanho grande) in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ III ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )»

PALÁCIO QUARESMA/ALVITO
A partir da segunda metade do século XVIII o PALÁCIO DE SANTA APOLÓNIA conheceu vários arrendatários.
Depois de um prolongado afastamento da propriedade de SANTA APOLÓNIA, os Marqueses-Barões regressam em 1824. No oratório, o 3.º MARQUÊS, D. JOSÉ, casou sua filha, D. HENRIQUETA, com o filho do 2.º MARQUÊS DE BORBA, casal que aqui viveu e baptizou quatro filhos até 1828.
O MARQUÊS, já viúvo voltou em 1831.
D. HENRIQUETA POLICARPO LOBO SILVEIRA QUARESMA, herdou a CASA DO ALVITO.
Os constantes apertos financeiros foram forçados a vender o seu CASTELO/SOLAR no ALVITO ao Rei D. LUÍS. As dificuldades financeiras continuaram e a inevitável venda de propriedades rústicas e a casa foram  realizadas. 
Por várias vezes o MARQUÊS viu-se obrigado a hipotecar a casa de SANTA APOLÓNIA. A última foi em 1868, como segurança de um empréstimo  da COMPANHIA GERAL DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS. A venda da propriedade concretizou-se em 22 de Junho de 1875.
Por essa altura o PALÁCIO era composto de um pátio de entrada, que tem o Nº. 25, pátio de madeira, três pavimentos ( r/c, 1.º e 2.º andar), cocheira, cavalariça, palheiro e quintais, um dos quais com um poço.
O comprador da propriedade foi JOSÉ PEREIRA PALHA BLANCO, fazendo-lhe grandes obras.
Em 5 de Setembro de 1876 a Câmara aprovou a alteração num projecto, já aprovado em Fevereiro, para um prédio agora em via de construção na "RUA DA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA"; tratava-se de um projecto para o gradeamento junto ao prédio em construção, em substituição ao já aprovado pelas Obras Públicas, em 20.09.1875.
Também em 1876, em Fevereiro, o proprietário apresentou um requerimento à CÂMARA propondo uma vistoria, com o fim da propriedade continuar a ter a antiga serventia para a «RUA DA BICA DO SAPATO».
No verão de 1915 ainda estava a propriedade na posse do mesmo senhor, decorrendo então pequenas obras no edifício.
A propriedade foi vendida em 1989 pertencendo então a vários herdeiros, netos e bisnetos do antigo proprietário.
Após grandes obras de adaptação, encontrava-se ali instalado o "OBSERVATÓRIO EUROPEU DA DROGA E DA TOXICODEPENDÊNCIA" agora em novas instalações na nova PRAÇA DA EUROPA ao CAIS DO SODRÉ
Hoje (2015) o  antigo PALÁCIO QUARESMA/ALVITO está para venda.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]-A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO». 

RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]

$
0
0
«A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO»
 Rua da Bica do Sapato - (2012) Foto de Paulo Gonçalves (A autora  BELA SILVA em 1966 desenhou num jogo de ironia, sapatos antigos, simbolizando não só o local da "BICA DO SAPATO", como da própria fábrica) (Abre em tamanho grande) in VIAJAR E DESCOBRIR
 Rua da Bica do Sapato - (2011) Foto de Luís Y - (Terrina supostamente atribuída à Fábrica da Bica do Sapato)  in VELHARIAS
 Rua da Bica do Sapato - (2011) Foto de Luís Y - (Travessa do final do século XVIII que tem a marca da "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO")  in  VELHARIAS
 Rua da Bica do Sapato - (1999) (Painel BICA DO SAPATO, entre a rampa da Calçada de Santa Apolónia e o antigo  Palácio Quaresma/Alvito. Azulejos policromos uma produção da fábrica de Cerâmica do Monsanto) inARTE PÚBLICA
Rua da Bica do Sapato - (1939-09) Foto de Eduardo Portugal ( A "RUA DA BICA DO SAPATO" a casa do expedidor da CARRIS, e chafariz. No lado direito da "RUA DIOGO DO COUTO" estavam demolindo os prédios e começa a aparecer em cima o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, onde mais tarde viria a ser colocado o painel alusivo à "BICA DO SAPATO") (Abre em tamanho grande)  inAML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]

«A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO»

No local da actual "RUA DA BICA DO SAPATO" existiu uma fábrica de faianças e azulejos da qual não parece restar nenhum vestígio físico.
Muito se tem especulado acerca da produção da fábrica que dura relativamente pouco tempo. Alguns pintores desta fábrica foram trabalhar para a FÁBRICA DE ESTREMOZ, provavelmente depois do período das invasões francesas, transportando consigo as técnicas, o cromatismo e as maneiras da "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO" pelo que por vezes se confunda a produção das duas fábricas. No entanto, parece não ter havido uma produção de azulejos significativa em ESTREMOZ, que se dedicava preferencialmente às peças de faianças.
A única peça de faiança que se pode atribuir com absoluta segurança a esta fábrica é a travessa (que aqui reproduzimos em foto), com os dizeres "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO", em moldura oval central. Trata-se de uma travessa moldada, de aba canelada decorada com sanefas e festões pendentes.
No interior um anjinho segura um compasso deitado sobre uma construção em volutas e concheados muito decorada com flores, grinaldas e frutos em composição assimétrica. Todos ou quase todos os pigmentos usados na época foram distribuídos pela decoração da peça, que provavelmente seria uma espécie de amostra das capacidades de produção da fábrica.
Algumas peças não marcadas são atribuídas pelos ceramógrafos portugueses à "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO", e actualmente, no  "CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA NEOCLÁSSICA EM PORTUGAL são-lhes atribuídas com reserva cerca de 15 peças. Também se publica excerto da documentação  da "JUNTA DO COMÉRCIO, ARQUIVO HISTÓRICO DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, que se refere ao seu processo de licenciamento. O texto assinado por JOAQUIM FERNANDO BANDEIRA e DOMINGOS VANDELLI, datado de 1801, refere o período de licenciamento da FÁBRICA DE LUÍS SOARES HENRIQUES, junto à "BICA DO SAPATO", na HORTA DAS FLORES, junto ao CAIS DO TOJO quase se estaria a construir. O local e as peças que foram mostradas parecem convenientes, no entanto, o texto revela uma nota negativa em relação ao mestre da fábrica JOAQUIM SIMPLICIANO FRANCO. O pedido de licenciamento já datava de 1796 e ao que parece existem peças que se podem datar de 1795, o que significa que a Fábrica trabalhou sem licenciamento durante algum tempo. A fábrica durou até cerca de 1820.
Do mesmo Catálogo fica provada a existência de uma outra fábrica na zona, a "FÁBRICA DA CALÇADA DOS CESTEIROS" (a que já nos referimos), pela sua importância na produção de azulejaria de fachada e que se instalava no "PALÁCIO DA COVA" em 1832, nada tendo a ver com a produção nem com o local físico da "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO". Nada nos diz, não tenha efectivamente usado a antiga fábrica em determinado momento. No entanto, não usa o nome, nem as produções respectivas têm qualquer sentido de continuidade.
Sabe-se que a Fábrica produziu azulejos pela declaração de FRANCISCO PAULA E OLIVEIRA, publicada no catálogo citado e proveniente da mesma fonte, em que afirma ter ido pintar azulejos para a "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO" quando a REAL FÁBRICA DO RATO" fechou em 1808, por motivos das INVASÕES FRANCESAS, tendo regressado ao RATO quando da RESTAURAÇÃO. No entanto, não é possível atribuir nenhum revestimento cerâmico a esta fábrica, apenas conjecturas que tenha fabricado azulejos, peças de muito mais fácil produção do que as peças moldadas que lhe são atribuídas, exigindo, no entanto, maiores conhecimentos de desenho por parte dos mestres pintores, na medida em que se trabalha à escala mural.
Curioso é o facto de o prato com a tabela «REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO», referido acima , mostrar na sua decoração uma ALEGORIA AO DESENHO como modo de expressar a capacidade dos pintores da FÁBRICA. [ FINAL ].

BIBLIOGRAFIA DA:
RUA DOS CAMINHOS DE FERRO E RUA DA BICA DO SAPATO

- ACTAS da Com. Municipal de Toponímia de Lisboa-1943-1974-CML-2000-LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA - Livro XV-1993-LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-FILIPE FOLQUE-(1856-1858)-CML-2000
- CAMINHO DO ORIENTE -Guia do Azulejo de Luísa Arruda-Liv.Horizonte-1998-LISBOA
- CAMINHO DO ORIENTE -GUIA HIST. I de JOSÉ SARMENTO DE MATOS e JORGE FERREIRA PAULO - LIVROS HORIZONTE - 1999 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE -GUIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL de DEOLINDA FOLGADO e JORGE CUSTÓDIO - LIVROS HORIZONTE-1999-LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA -1994-SACAVÉM.
- LISBOA EM MOVIMENTO 1850-1920-Exposição no Pavilhão, Pátio e Jardim do Museu da Cidade- Campo Grande - 1994 - LISBOA.

INTERNET


(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [ I ] - A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»

41º. ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

$
0
0
25 DE ABRIL SEMPRE!!!!!!!!!!!!!!!




CARTAZES DO 25 DE ABRIL DE 1974

FRASES RELACIONADAS COM O 25 DE ABRIL

1 - O 25 de Abril devolveu a Democracia e a Liberdade ao povo português.

2 - O 25 de Abril foi uma revolução onde não existiu violência.

3 - Com o 25 de Abril passou a conhecer-se o significado da palavra liberdade.

4 - A revolução de 25 de Abril foi dirigida por um movimento militar das forças Armadas.

5 - Acabou a ditadura, viva a DEMOCRACIA.

SINOPSE DO PROGRAMA DO MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS

A) - MEDIDAS IMEDIATAS
   (...)
   2 - A Junta de Salvação Nacional decretará:
   (...)
e) - Medidas que permitam uma vigilância e um controle rigoroso de todas as operações económicas e financeiras com o estrangeiro.
   (...)
g) - A abolição da censura e exame prévio.
   (...)
j) - Medidas que conduzam ao combate eficaz contra a corrupção e especulações.

[FOTOS RETIRADAS DA INTERNET - Texto do LIVRO 25 de ABRIL (Documento) Coordenação dos jornalistas: Afonso Praça; Albertino Antunes; António Amorim; Cesário Borga e Fernando Cascais - Casa Viva Editora, Limitada - LISBOA - (Este documento acabou de ser elaborado em 16 de Maio de 1974).

E VIVA O 25 DE ABRIL...

RUA DO BENFORMOSO [ I ]

$
0
0
«A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»
 Rua do Benformoso - (2011) Foto de Luís Pavão - (um troço da RUA DO BENFORMOSO no sentido para Sul, podendo-se observar o prédio cor de rosa já alterado e seu apêndice mais antigo. Ao lado do Nº. 133 era a antiga entrada para o "BECO DO BENFORMOSO" agora com um portão de ferro) ( Abre em tamanho grande )  in AML 
 Rua do Benformoso - (2007) (Uma panorâmica da "MOURARIA" e em especial a RUA DO BENFORMOSO)  in  GOOGLE EARTH 
 Rua do Benformoso - (2007) (uma panorâmica mais aproximada da RUA DO BENFORMOSO ) in   GOOGLE EARTH
 Rua do Benformoso - (2011-09-16) - Foto de Luís Pavão (Nas varandas a "Exposição todos 2011", na "RUA DO BENFORMOSO", uma iniciativa da C.M.L.)  ( Abre em tamanho grande ) in  AML
 Rua do Benformoso - (2015) (A parte Norte da RUA DO BENFORMOSO que termina no "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE" - neste momento da foto, estava em obras - ao lado esquerdo a "TRAVESSA DO BENFORMOSO") in GOOGLE EARTH
 Rua do Benformoso - (2015) - (Início da "RUA DO BENFORMOSO" parte Sul - quem vem da Rua da Mouraria, ao lado direito a "CALÇADA DA MOURARIA") in GOOGLE EARTH
Rua do Benformoso - (1950) - Foto de Eduardo Portugal  - (A "RUA DO BENFORMOSO" com um lance de passeio com "Calçada à portuguesa") (Abre em tamanho grande) in  AML 

RUA DO BENFORMOSO [ I ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»

A «RUA DO BENFORMOSO» pertencia a três freguesias, actualmente ficou a pertencer a duas. Uma à antiga freguesia dos "ANJOS" que juntamente com a freguesia de "SÃOJORGE DE ARROIOS"e"PENA", passou a designar-se de «ARROIOS», dos números 191 e 278 em diante. à antiga freguesia de "SANTA JUSTA" os números 1 a 189 e à antiga freguesia do "SOCORRO" do número 2 a 276. Estas duas freguesias, juntamente com mais onze, ao abrigo da REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passaram a chamar-se freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».
Começa na "RUA FERNANDES DA FONSECA" (antiga"CARREIRINHA DO SOCORRO) e finaliza no"LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE" (antigo LARGO DO INTENDENTE). Tem como convergente no lado esquerdo a"TRAVESSA DO BENFORMOSO"e existia no século passado o"BECO DO BENFORMOSO" que ficava junto do Nº. 133 (hoje um portão de ferro).
Por Edital do GOVERNO CIVIL DE LISBOA de 1 de Setembro de 1859, as "RUAS DO PAÇO DO BOM FORMOSO" e"DIREITA DOS ANJOS" (só a parte até ao"LARGO DOINTENDENTE" passaram a ter a designação única de "RUA DO BENFORMOSO". Ainda no século XVI, parte desta RUA era chamada pela "RUA DIREITA DA MOURARIA". O Edital de 1859 veio normalizar a artéria.

«CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA"no seu livro"LISBOA em 1551-SUMÁRIO", já referenciava na freguesia de "SANTA JUSTA"a "RUA DA MOURARIA", "RUA DO POÇO DO BORRATÉM", "RUA DOS CAVALEIROS" o"BECO DA BARBA LEDA" que tem entrada pela "RUA FERNANDES DA FONSECA", onde  inicia a "nossa""RUA DO BENFORMOSO".
Esta curiosa artéria antiga que ainda liga a "RUA DA MOURARIA"ao "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE", agora com outro nome, de acordo com a tradição, esta designação será eventualmente uma corruptela da primitiva palavra  de «BOY FORMOSO».
Consta ter existido numa quinta por estes lados um boi que de tal maneira deslumbrante, que mesmo depois de morto, o sítio ficou conhecido como "BOY FORMOSO". Em finais do século XVIII, já com o nome alterado, tal como o "BECO DA BARBA  LEDA", passou a chamar-se "BECO DA BARBADELA", junto da "RUA FERNANDES DA FONSECA", num BECO que ainda hoje existe.
Esta artéria também foi chamada de "PAÇO DO BENFORMOSO", este "PAÇO" deveria representar "PASSOS", pois neste lugar nunca existiu nenhum "PAÇO"ou"PALÁCIO"mas sim, um PASSO - oratório - motivado pela passagem da PROCISSÃO DOS PASSOS DA GRAÇA.
Esta procissão teve vários percursos em determinadas épocas, embora os "PASSOS" ou "ESTAÇÕES" eram em numero de sete, sendo uma na "IGREJA DA GRAÇA", e outro dentro da "IGREJA DE SÃO ROQUE"e os restantes cinco no seu percurso, cujo um deles seria na "RUA DO BENFORMOSO", quando deixou de passar pela "RUA DOS CAVALEIROS, devido ao seu estreitamento na época.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [ II ] A RUA DO BENFORMOSO (2)».

RUA DO BENFORMOSO [ II ]

$
0
0
«A RUA DO BENFORMOSO ( 2 )»
 Rua do Benformoso - (2015) -(Início da "RUA DO BENFORMOSO" na "RUA FERNANDES DA FONSECA" (antiga "CARREIRINHA DO SOCORRO"), podemos ver ainda a placa toponímica Tipo I com a inscrição na esquina da "CALÇADA DA MOURARIA") inGOOGLE  EARTH
 Rua do Benformoso - (2015) - (A "RUA DO DO BENFORMOSO" vista da "TRAVESSA DO BENFORMOSO" e mais à frente do lado esquerdo, um prédio com o número 244 a que nos vamos referir mais detalhadamente) in GOOGLE  EARTH
 Rua do Benformoso - (2011) - Foto de Luís Pavão - (Edificação nova na "RUA DO BENFORMOSO" no século XXI)  (Abre em tamanho grande) in AML
 Rua do Benfornoso ( 1950-11) Foto de Eduardo Portugal  (A "RUA DO BENFORMOSO" na década de cinquenta do século XX) (Abre em tamanho grande)  in AML
 Rua do Benformoso - (1950-11) - Foto de Eduardo Portugal ( O início da "RUA DO BENFORMOSO" no lado direito a "CALÇADA DA MOURARIA" e para a esquerda início da "RUA FERNANDES DA FONSECA". O edifício à nossa esquerda em primeiro plano, foi demolido para dar lugar ao CENTRO COMERCIAL DA MOURARIA) (Abre em tamanho grande)  inAML
 Rua do Benformoso - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado - (Uma vista da "RUA DO BENFORMOSO" com suas casas características e seus moradores da época) (Abre emtamanho grande)  in  AML
Rua do Benformoso - (Entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado - (Um pormenor da "RUA DO BENFORMOSO", na sobre-loja uma casa de "Empréstimos sobre Penhores", em finais do século XIX início do século XX) (Abre em tamanho grande)  in  AML

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO BENFORMOSO [ II ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 2 )»

A «PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS" percorria um caminho longo até "SÃO ROQUE"no BAIRRO ALTO e regressava à GRAÇA. O percurso era pontuado por "PASSOS", uma espécie de oratórios onde se assinalavam os "PASSOS" da "PAIXÃO DE CRISTO", como ainda hoje sucede com procissões deste tipo em todo o país.

Na "RUA DO BENFORMOSO" existia numa empena de um dos seus centenários prédios, descoberto há muitos anos um "PASSO" do BENFORMOSO, construído provavelmente em 1673, do qual veio certamente a descender e já esquecida designação corrompida de «PAÇO».
Terá sido a influência da "PROCISSÃO DOS PASSOS DA GRAÇA" que durou por muitas décadas, sendo só interrompida no ano do terramoto de 1755, voltando novamente a ser efectuada até ao ano de 1795, ano em que a PROCISSÃO voltou a subir a "RUA DOS CAVALEIROS", desaparecendo então o  "PASSO"da"RUA DO BENFORMOSO" mas ficando no mesmo local um oratório dedicado ao "SENHOR DOS MILAGRES", o qual existiu até 1826. Estando assim esclarecida a designação de "PAÇO"por"PASSOS", cujo fundamento aqui ficou demonstrado.

Desde 1587 que se realiza a "PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS DA GRAÇA", sendo uma comemoração católica de LISBOA pela QUARESMA. Anualmente estabelece-se assim o testemunho cultural de uma tradição de grande magnitude do povo de LISBOA e dos "ALFACINHAS".
A "RUA DO BENFORMOSO" era uma RUA muito importante na época, pois ligava-se "AS PORTAS DA MOURARIA"
A "PORTA DE S. VICENTE"( 1 ) ou "PORTA DA MOURARIA", depois mais conhecida como "ARCO DO MARQUÊS DE ALEGRETE" que se conservou até 1948, era uma das "PORTAS"da"CERCA FERNANDINA", mandada erguer nos finais do 3º. quartel do século XIV, para a defesa de LISBOA, pelo REI D. FERNANDO. Esta "PORTA DA MOURARIA"no sentido Leste-Oeste, entre a RUA FERNANDES DA FONSECA" e o"LARGO MARTIM MONIZ", no sentido Norte-Sul, remontava à construção primitiva da Cerca, e nela começava uma ESTRADA importante de comunicação com os arrabaldes do Norte da cidade, que seguia pelo fundo do vale formado pelos MONTES DE SANTA ANA, de um dos lados e da "GRAÇA", "S. GENS"e da "PENHA DE FRANÇA" do lado fronteiro.
A "RUA DO BENFORMOSO" tratando-se de uma entrada de LISBOA, por onde vinham os fornecedores de viveres da zona saloia com destino ao abastecimento do antigo mercado da "PRAÇA DA FIGUEIRA", é natural que existissem nesta RUA lojas, armazéns e estalagens relacionadas com esse intenso tráfego.
Era também local de muitas fábricas de Cerâmica, pois a encosta era fértil em barro e temos um pouco mais acima na colina, a identificação que chega até nós como a "RUA DAS OLARIAS".
- ( 1 )-A primitiva denominação da porta, datado, pelo menos do ano de 1404-OArcheologo Português, vol. V, 1900, pág. 262.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [III]A RUA DO BENFORMOSO (3)» 
Viewing all 640 articles
Browse latest View live


<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>