«O PÁTIO DO CARRASCO ( 1 )»
LARGO DO LIMOEIRO [ I ]
«O PÁTIO DO CARRASCO ( 1 )»
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Largo do Limoeiro - Pátio do Carrasco - (2006) Foto de APS (O aspecto interior do "PÁTIO DO CARRASCO", numa tarde de verão) in ARQUIVO/APS
Largo do Limoeiro - Pátio do Carrasco - (2014) ( O LARGO DO LIMOEIRO, ao fundo no lado direito, a entrada para o "PÁTIO DO CARRASCO" ) in GOOGLE EARTH
Largo do Limoeiro - Pátio do Carrasco - (s.d.) Foto de Eduardo Portugal ( O "PÁTIO DO CARRASCO" no "LARGO DO LIMOEIRO") (Abre em tamanho grande )in AML
Largo do Limoeiro - Pátio do Carrasco (c. de 1953) Foto de Fernando Martinez Pozal (O Arco visto do interior do "PÁTIO DO CARRASCO") (Abre em tamanho grande ) in AML
LARGO DO LIMOEIRO [ I ]
«O PÁTIO DO CARRASCO ( 1 )»
O «PÁTIO DO CARRASCO» situa-se no "LARGO DO LIMOEIRO" junto da "RUA DO LIMOEIRO", na antiga freguesia de "SANTIAGO", actual freguesia de "SANTA MARIA MAIOR".
Consta que este pátio pertencia às cavalariças do antigo Palácio do "CONDE DE ANDEIRO".
Diz-nos "NORBERTO DE ARAÚJO" nas suas "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" que; "é uma das curiosidades cenográficas do sítio, e vem de longa data. Na fachada do PÁTIO, que olha para a RUA, notam-se três janelas do século XVI, de vêrga direita canelada, e distinguem-se nas ombreiras vestígios do mainel que as bipartia ao alto". São estes os mais antigos elementos do pitoresco recinto muito pequeno chamado de "LARGO DO LIMOEIRO" um pouco degradado.
Conta-nos ainda o mestre "LUÍS PASTOR DE MACEDO" que em 1686 o Pátio se chamava de: "PÁTIO DEFRONTE DO LIMOEIRO"( 1 ), em 1682 o "PÁTIO DO TERREIRO DO LIMOEIRO"( 2 ), e em 1630 o "PÁTIO DO LIMOEIRO"( 3 ) que supomos ser, como os anteriormente citados, o mesmo "PÁTIO DO CARRASCO". E acrescenta: "o nome do PÁTIO indica-nos que seria ali a morada dos carrascos em casa paga pelo REI, ou revela somente a estada temporária de qualquer daqueles executores da justiça".
A entrada para o "PÁTIO DO CARRASCO"é feita por um arco sustentando os andares do prédio. Trata-se de um pedaço de pitoresco (embora triste) abundante nesta LISBOA, que não deixa de nos oferecer um certo interesse contemplativo.
O seu interior é ladeado por frentes de uma construção ingénua, e remendada de obras, as necessárias para satisfazer as exigências Camarárias. Na sua totalidade aparente, deixa adivinhar a ruína que transmite, das escadas do velho alpendre já desaparecido, ao qual o tempo vai dando uma patina de resignação.
Noutra fase do "PÁTIO DO CARRASCO" - onde entre o Sol e as mulheres cantam e ralham, quase em simultâneo - mora a alegria, que não necessita de muito para nos causar cobiça.
Por altura dos "SANTOS POPULARES" o Pátio é enfeitado com balões e bandeiras de papel de várias cores, os mais novos fazem a "MARCHA" e as raparigas namoradeiras improvisam os bailaricos.
E assim, tudo em família, vão-se divertindo, escondendo o que está menos bem, daquilo que já deviam possuir, mas sempre alegres.
Pertenciam estas casinhas ultimamente a quatro senhorios, cujos nomes não são relevantes.
Tirando o peso do nome que carrega o Pátio, podemos considerar que isto servirá para cenografia teatral ou cinematográfica, porque conserva ainda raízes de vidas tristes dum povo com certa graça duradoura.
Sabe-se que neste PÁTIO provavelmente residiu o último Carrasco português. De nome completo "LUÍS ANTÓNIO ALVES SANTOS (1806-1873), era também conhecido por "LUÍS NEGRO", por usar no exercício da sua profissão o seu "GABÃO"( 4 ) preto.
- ( 1 ) - Liv. III dos Mitos, fl. 20-V.-S. MARTINHO
- ( 2 ) - Idem fl. 15
- ( 3 ) - Idem Liv. II perdeu-se ou extraviou-se o verbete onde faz referência ao ano exacto.
- ( 4 ) - GABÃO - (do Persa, Kába, manto) s.m. Capote com capuz, mangas e cabeção.
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