Rua da Junqueira - (2008) ("Palácio das Águias" na "Quinta das Águias", virado para a "Rua da Junqueira") (Abre em tamanho grande) in LISBOA S.O.S.
Rua da Junqueira - (2008) (Fachada do "Palácio das Águias" num estado de degradação) (Abre em tamanho grande) in LISBOA S.O.S.
Rua da Junqueira - (1966) Foto de Armando Serôdio ("Quinta e Palácio das Águias" iniciado por "Diogo de Mendonça Corte-Real, com projecto provável de Carlos Mardel. O gradeamento e dois pavilhões nos extremos e o portão, dão para a "Rua da Junqueira" ) in AFML
Rua da Junqueira - (séc. XVIII) ("Diogo de Mendonça Corte-Real"(1658-1736), Secretário de Estado de D. João V, um dos proprietários do "Palácio e Quinta das Águias" na Junqueira) in WIKIPÉDIA
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XVI ]
«O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 1 )»
O "PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS", como hoje é conhecido, tem entrada pela "RUA DA JUNQUEIRA" número 138 e ainda pelos números 1 e 5 da "CALÇADA DA BOA-HORA".
Foi no seu tempo uma atraente quinta e pertenceu à família de «DIOGO DE MENDONÇA CORTE-REAL», que foi Secretário de Estado de "D. José I".
Está situada entre a "CALÇADA DA BOA-HORA" a nascente e o antigo "RIO SECO" a poente, tendo a frente virada para a "RUA DA JUNQUEIRA" defendida por gradeamento. A entrada principal é feita por um portão de ferro ladeado de pilares encimados por duas águias com a letra "S" no peito, correspondente à heráldica dos «SAMPAIOS».
Foi redigida uma escritura no ano de 1713, que permitiu o administrador do vínculo, "JOÃOSALDANHA", que "MANUEL LOPES BICUDO", advogado da CASA DA SUPLICAÇÃO e dele próprio, fizessem uma quinta em chão que lhe pertencia na condição de aí viverem ele e sua mulher, e por morte de ambos, pertencer às suas quatro filhas, freiras no "CONVENTODO CALVÁRIO", e de por morte destas o terreno voltar a ser incorporado no vínculo.
Em 1731 "DIOGO DE MENDONÇA CORTE_REAL", com o consentimento do administrador do vínculo, que já era então "AIRES SALDANHA", adquiriu todos os direitos e, por aforamento perpétuo, o domínio útil da quinta. Pelo lado Norte, comprou mais um pedaço de chão, denominado "QUINTA DA EIRA" ou "QUINTA DA ROSA". Ficando assim definido o terreno da "QUINTA DAS ÁGUIAS".
"DIOGO DE MENDONÇA CORTE-REAL" era filho legitimo do Secretário de Estado de D.João V. Tendo o mesmo nome de seu pai, era filho de uma dama espanhola, nascera em MADRID quando seu pai ali se encontrava como representante de PORTUGAL, no final do século XVII. Era solteiro, depois de se tornar eclesiástico foi abade de "Santa Maria de Fragosa", deputado, provedor da CASA DA ÍNDIA e enviado às CORTES DE HAIA e de ROMA.
Quando "D.JOSÉ" subiu ao trono, em 1750, nomeou-o SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO ULTRAMAR E DA MARINHA, mas não hesitou em o degredar, em 31.08.1756, "por desagrado" do seu real serviço para 40 léguas de LISBOA.
Foi então para uma quinta em SALREU, no norte, e pouco tempo depois era enviado para MAZAGÃO, onde esteve alguns anos até que PORTUGAL abandonou a praça, em 1768, vindo para as BERLENGAS, e depois, para o "CONVENTO DE S. BERNARDO" de frades Franciscanos, perto de PENICHE.
Tendo falecido em 1771, foi sepultado na Igreja de S. Francisco, daquela localidade. Durante a ausência no desterro do dono da casa, a quinta ficou entregue aos cuidados da governanta, senhora francesa a quem chamavam de "Madame" ou "Mademoiselle" "Maria Catarina Josefa du Pressieux".
A casa foi arrendada ao "Cardeal Patriarca", "D. JOSÉ MANUEL", filho do 4º CONDE DEATALAIA. Falecido aquele em 1758, foi habitada pelo meio-irmão de "DIOGO DEMENDONÇA", "D. JOÃO PEDRO DE MENDONÇA CORTE-REAL", sua mulher e filha, "MARIA FRANCISCA", de 11 anos. Mas este, pelo menos vinte anos mais novo, era gastador e, também perseguido, foi enviado para ANGOLA.
SUGESTÃO
Este blogue - «LISBOA S.O.S.» - tem uma importante reportagem fotográfica muito completa, do estado em que se encontrava a Quinta no ano de 2008.
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