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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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PRAÇA DO CHILE [ XI ]

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 Praça do Chile - (1960) - (Pormenor do Painel que se encontrava no "Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus", mais tarde o "Hospital de Arroios". Painel barroco, de um conjunto de quatro, atribuído a "Bartolomeu Antunes", em que estão representados episódios da vida do "SANTO INÁCIO DE LOIOLA". Aqui, o Santo está ajoelhado à frente de uma imagem da Virgem, no momento da sua conversão) in AFML
 Praça do Chile - (1960) - Foto de Armando Serôdio ("Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus" mais tarde "Hospital de Arroios": Painel de azulejos típico Barroco de um conjunto de quatro, atribuído a "Bartolomeu Antunes", em que estão representados episódios da vida de "Santo Inácio de Loiola". O primeiro temos a designação em pormenor. O segundo painel está dividido em duas partes, à direita vê-se "Santo Inácio de Loiola" ajoelhado à frente de um altar onde depõe a espada, à esquerda esta a trocar as suas vestes de guerreiro pelas de mendigo) inAFML
 Praça do Chile - (1960) - Armando Serôdio - ("Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus" mais tarde "Hospital de Arroios". Painel de azulejos. Este painel é o primeiro de cinco que reveste a parede lateral esquerda da capela doméstica de Arroios. Neles estão representados oito episódios da vida de "SÃO FRANCISCO XAVIER", e todos eles à excepção de dois, que devem ter sido colocados posteriormente, estão legendados em Latim. Neste painel podemos ver, à esquerda, a partida de "S. FRANCISCO XAVIER" para a ÍNDIA, com a curiosidade da presença do Rei "D. JOÃO III" que veio despedir-se a uma varanda do "Paço da Ribeira". Na direita, "S.FRANCISCO XAVIER" já no Oriente, anunciando a salvação das almas). inAFML
 Praça do Chile - (Painel de azulejos igual ao anterior, tirado em data diferente. A partida de "S.FRANCISCO XAVIER" para a ÍNDIA, com a presença do Rei "D. JOÃO III" na varanda do "Paço da Ribeira" - no painel à direita, "S. FRANCISCO XAVIER" já no Oriente, anunciando a salvação das almas) in AFML 
Praça do Chile - (Pormenor do painel de azulejos da capela doméstica. Representa a partida de "S.FRANCISCO XAVIER" para a ÍNDIA. Como curiosidade a presença do Rei "D. JOÃO III" que veio despedir-se a uma varanda do "Paço da Ribeira". Tradução da legenda de LATIM: "S. FRANCISCO XAVIER" com auspícios felicíssimo no dia 2 de Abril de 1541 soltou do porto de Lisboa para a Índia") in AFML 

(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ XI ]

«OS AZULEJOS DO HOSPITAL DE ARROIOS ( 1 )»

Com excepção do painel de «SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS» que existe no Claustro, cujo fabrico é do século XX, a azulejaria do antigo «HOSPITAL DE ARROIOS»é toda ela do século XVIII e concentrava-se em dois pequenos núcleos. Um deles encontrava-se na entrada situada no 2º piso que dava acesso ao claustro do Hospital; o outro situava-se no 3º piso, na antiga Capela doméstica e respectivo vestíbulo.

Estes dois núcleos estão claramente relacionados com a primeira fase de vida do edifício, durante a qual, como é sabido, serviu de "NOVICIADO DA COMPANHIA DE JESUS". Nestes azulejos estão, por isso, representados, em painéis historiados, episódios das vidas de "Santos Jesuítas".

Vamos iniciar pelo núcleo do piso 2º, que "reveste" uma divisão com cerca de sessenta metros quadrados. São quatro painéis do século XVIII, de azulejos azuis e brancos, de limite superior recortado, e cuja guarnição contém alguns elementos decorativos típicos dos azulejos barrocos: urna, pilastra, cabeças de anjinhos, etc.. "Santos Simões" atribui-lhes a data de 1740. Nesta conjunto falta já um dos painéis,  retirado não se sabe quando nem porquê, cujo local ficou assinalado por um revestimento de estuque pintado a azul, que reproduz rigorosamente os contornos do painel original.

Nos painéis historiados deste núcleo, cuja autoria tem sido atribuída a «BARTOLOMEU ANTUNES», estão representados alguns dos mais importantes episódios da vida de «SANTO INÁCIO DE LOIOLA».

O vestíbulo da antiga capela doméstica do "NOVICIADO", situada no piso3º, está revestida com azulejos barrocos, em cujo motivos ornamentais dominam os componentes volumétricos de excelente qualidade pictórica que guarnecem pequenos painéis com cenas campestres.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA DO CHILE [ XII ] - OS AZULEJOS DO HOSPITAL DE ARROIOS ( 2)»


5 de Outubro

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VIVA A REPÚBLICAE ADEMOCRACIA!

PRAÇA DO CHILE [ XII ]

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 Praça do Chile - (Pormenor do 1º. episódio da vida de São Francisco Xavier - O Santo é apedrejado e flagelado pelos infiéis. Tradução da Legenda de LATIM: D.F.X. - São Francisco Xavier no Japão pela fé é apedrejado, com varas açoitado, com setas ferido, mas milagrosamente é por Deus libertado) inAFML
Praça do Chile - (1960) Foto de Armando Serôdio - ("Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus", mais tarde "Hospital de Arroios" - Painel de azulejos representando 3 episódios da vida de São Francisco Xavier: no primeiro, o Santo é apedrejado e flagelado pelos infiéis; no segundo está representada a sua entrada no Japão agarrado à cauda de um cavalo; no terceiro, o Santo martiriza-se nas chamas para conseguir a conversão de um pecador.) inAFML
Praça do Chile - (Pormenor do 2º. episódio da vida de São Francisco Xavier: está representada a sua entrada no Japão, agarrado à cauda de um cavalo. Tradução da Legenda de Latim: D.F.X. segue a pé um cavalo veloz para ser mais fácil entrada no Japão) inAFML 
Praça do Chile - (Pormenor do 3º. episódio da vida de São Francisco Xavier: O Santo martiriza-se nas chamas para conseguir a conversão de um pecador. - Tradução da Legenda de Latim: D.F.X. ensanguenta-se nas chamas para conduzir um pecador à penitência) inAFML
Praça do Chile - (1960) Foto de Armando Serôdio ("Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus" mais tarde "Hospital de Arroios". Painel de azulejos do 2º piso relacionados com "Santo Estanislau Kostka" No primeiro painel o Santo reaviva as regras da Companhia, que ele próprio redigiu. No segundo quadro o Santo transporta lenha para o fogão às ordens do cozinheiro. Tradução da Legenda de Latim: 1ª - Santo Estanislau continuamente desperta em si as regras da Companhia de Jesus por si escritas. 2º - Santo Estanislau por mandado do cozinheiro traz um a um os cavacos para o fogão. O 3º quadro não é visível). inAFML

(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ XII ]

«OS AZULEJOS DO HOSPITAL DE ARROIOS ( 2 )»

Na capela existem dois silhares, com a altura de 12 azulejos, que revestem as paredes laterais a todo o comprimento.
São azulejos azuis e brancos do século XVIII, de qualidade inferior à dos azulejos do piso 2º, e provavelmente mais tardios: cerca de 1750. De contornos rectilíneos, estão decorados com anjinhos, cartelas e máscaras.
No silhal da direita existem três painéis onde estão representados seis episódios da vida de «SANTO ESTANISLAU KOSTKA». No silhal da esquerda existem igualmente três painéis e seis episódios da vida de «SÃO FRANCISCO XAVIER». Todos possuem legenda em Latim (que na publicação das suas fotos iremos reproduzir com a respectiva tradução).
No claustro do "HOSPITAL DE ARROIOS" existe (como já nos referimos anteriormente), um registo da imagem de «SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS», produzido na "Fábrica de Cerâmica de Constância", e pintado por «LEOPOLDO BATTISTINI».

Como curiosidade acrescentamos que existe no «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DA BAHIA-(SALVADOR) BRASIL, um considerável espólio azulejar, sendo o monumento mais importante para a história dos revestimentos cerâmicos parietais do século XVIII no BRASIL, e tem tido por parte dos investigadores uma justificada e merecida atenção.
Deve-se a sua acção com a actividade desenvolvida pela«COMPANHIA DE JESUS», no território brasileiro.
Do vasto espólio no «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO» destaca-se uma colecção de 37 painéis de azulejos recortados que se encontram no piso inferior do claustro, datados sensivelmente dos anos de 1746 - 1748, provenientes de LISBOA, presumivelmente da oficina de «BARTOLOMEU ANTUNES».
(Informação recolhida da Revista "OCEANOS"-Azulejos de Portugal e Brasil Nº 36/37 - Outubro de 1998/Março/1999 - Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses).

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - »PRAÇA DO CHILE [ XIII ] -CONVENTO DAS FREIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO».

PRAÇA DO CHILE [ XIII ]

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 Praça do Chile - (1938) - Desenho de Martins Barata  (Fachada do antigo "Convento de Nª. Sª. da Conceição de Arroios" depois "Hospital de Arroios" na antiga "Estrada de Sacavém", depois "Rua Alves Torgo" e em 1956 "Rua Quirino da Fonseca") in PEREGRINAÇÕES EM LISBOA 
 Praça do Chile - (Início do século XX) Foto de Eduardo Portugal ("Igreja do Convento de Nª. Senhora de Conceição de Arroios", mais tarde o "Hospital de Arroios" na antiga "Estrada de Sacavém") inAFML 
 Praça do Chile - (1984) Foto de F. Gonçalves (Porta brasonada - Pedra de Armas do antigo "Convento de Nª. Senhora da Conceição de Arroios", virada para actual "Rua Quirino da Fonseca") in AFML
Praça do Chile - (2000) - ((Antigo "Colégio do Noviciado da Companhia de Jesus" depois "Convento Nª. Sª. da Conceição de Arroios", mais tarde "Hospital de Arroios" na actual "Rua Quirino da Fonseca") in SKYSCRAPERCITY

(CONTINUAÇÃO) - (PRAÇA DO CHILE [ XIII ]

«CONVENTO DAS FREIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO»

Com a expulsão dos "Jesuítas" de Portugal pelo "MARQUÊS DE POMBAL" e encontrando-se devoluto um espaço em «ARROIOS», oito anos mais tarde a (10 de Julho de 1766) passariam para esta casa as recolectas seráficas da Conceição que ocupavam anteriormente o "MOSTEIRO DA LUZ".
Tendo acontecido que o "CONVENTO DA IMACULADA CONCEIÇÃO DAS FREIRAS CONCEICIONISTAS FRANCISCANAS" em «CARNIDE» ficado completamente destruído pelo sismo, o "MARQUÊS DE POMBAL" decidiu que as freiras sobreviventes, se instalassem com os seus haveres no antigo "Noviciado" que passou então a chamar-se «CONVENTO DAS FREIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO».
Sabe-se que as "FREIRAS CONCEICIONISTAS" desenvolveram uma destacada obra assistencial junto da população dos bairros próximos do Convento.
Mas a sua acção humanitária revelou-se sobretudo durante a primeira «INVASÃOFRANCESA» (1807), quando uma multidão de desalojados, sem meios de subsistência, fugiu ao exército de "JUNOT" e se concentrou na capital para obter protecção.
As freiras organizaram uma distribuição de sopa duas vezes por dia para socorrer os pobres "refugiados". Tal facto ficou assinalado e muito conhecido pelo nome de «SOPA DEARROIOS».
Ainda no ano de 1833, motivado pela «GUERRA CIVIL EM PORTUGAL» (1832-1834), estas religiosas foram transferidas de «ARROIOS» para o «MOSTEIRO DE SANTOS-O-NOVO»(a XABREGAS), e neste Convento se instalaram as tropas constitucionais das linhas de defesa de LISBOA. Só no ano seguinte, voltariam a ocupar o seu espaço no «CONVENTO DAS FREIRAS DA IMACULADA CONCEIÇÃO».
Com o fim da «GUERRA CIVIL» e a vitória dos LIBERAIS em 1834, o "CONVENTO" passou para a posse do ESTADO. Contudo, ficou acordado que a transferência da propriedade só se concretizaria depois do falecimento da última freira.
Com o desaparecimento da última freira no ano de 1890, o edifício foi anexado pelo «HOSPITAL REAL DE S.JOSÉ» em 1892, passando o "CONVENTO" a servir de Hospital de doenças infecciosas, dando-lhe mais tarde o nome de «HOSPITAL RAINHA D. AMÉLIA» (1898), que com o advento da «REPÚBLICA» passou a chamar-se «HOSPITAL DEARROIOS».
A Igreja foi encerrada ao culto em 1910 e dois anos depois despojada de quadros, objectos e alfaias que ainda guardava, tendo sido distribuído por várias Igrejas do país.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA DO CHILE [ XIV ]-IGREJA PAROQUIAL DE S. JORGE DE ARROIOS»

PRAÇA DO CHILE [ XIV ]

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 Praça do Chile - (2011) - Foto de Eduardo Martinho - (A nova "Igreja de S. Jorge de Arroios" entre a "Rua Alves Torgo" e a "Rua Carlos José Barreiros" frente ao "Largo de Arroios") in TEMPO DE RECORDAR
 Praça do Chile - (2011) Foto de João Carvalho (Entrada da nova "Igreja de S. Jorge de Arroios" com o Cruzeiro no adro, virado para o "Largo de Arroios" inWIKIPÉDIA
 Praça do Chile - (194_) Foto de Eduardo Portugal  ("Igreja de S. Jorge de Arroios", fachada principal antes das grandes obras de transformação) in AFML
 Praça do Chile - (194_) Foto de autor não identificado ("Largo de Arroios" e "Igreja de S. Jorge de Arroios") inPARÓQUIA DE S. JORGE DE ARROIOS
Praça do Chile - (ant. a 1970) Gravura de J. Novaes Jr. (A antiga "Igreja de S. Jorge de Arroios" entre as ruas "Alves Torgo" e "Carlos José Barreiros", demolida e alterada em 1970) inLISBOA de Alfredo Mesquita

(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ XIV ]

«A IGREJA PAROQUIAL DE S. JORGE DE ARROIOS»

A«IGREJA PAROQUIAL DE SÃO JORGE DE ARROIOS» pertence ao distrito eclesiástico de LISBOA e sucessivamente ao bispado, arcebispado e patriarcado de LISBOA.
Surge citada numa escritura de 25 de Maio de 1168, e no "SÍNODO" de 1191. Era uma pequena freguesia, estava localizada junto à «TRAVESSA DAS MERCEEIRAS» à "SÉ PATRIARCAL".
Ficou destruída pelo sismo de 1 de Novembro de 1755, sendo o culto transferido para a Ermida de "Santa Bárbara" em ARROIOS, no antigo palácio de «INÁCIO LOPES DE MOURA» (hoje demolida).
No ano de 1770 foi transferida para o bairro das "OLAIAS", freguesia dos "ANJOS", paróquia com matriz do "Senhor Jesus da Boa Sorte" e "Santa Via Sacra".
Em 1818, o governo de então mandou transferi-la para a Capela de "Santa Rosa de Lima", no palácio dos Senhores de MURÇA, depois fábrica de "Lanifícios de Arroios". Aí permaneceu até  8 de Novembro de 1929, data da transferência solene da freguesia para a Igreja do "Largo do Cruzeiro de Arroios".
A partir de 1895, por motivos de obras, esteve instalada na "Capela Nª. Sª. do Pópulo", no palácio dos "Condes de Linhares" e na Igreja do "Convento Nª. Sª. da Conceição" em Arroios. Em 1 de Janeiro de 1898 reabriu ao culto.
Por Decreto de 8 de Junho de 1916 a denominação da paróquia foi modificada para «ARROIOS». ( 1
A "Igreja de S. Jorge de Arroios" que na sua simplicidade, tinha uma fachada banal, uma única porta e três janelas envidraçadas, só as pilastras de ordem jónica lhe acrescentaram um apontamento arquitectónico mais interessante.
Esta igreja de aspecto pobre, embora cheia de claridade, possuía uma única única nave e ostentava quatro capelas laterais: do lado esquerdo, a começar na entrada do templo, a primeira capela é dedicada a «S. MIGUEL», «Nª. Sª. DO CARMO» e«Nª. Sª. DO PERPÉTUO SOCORRO», a segunda (antiga do Santíssimo) é do «SENHOR DOS PASSOS» e de«Nª. Sª. DAS DORES»; do lado direito as capelas são do «SAGRADOCORAÇÃO DE MARIA» e «SANTA TERESINHA», a primeira é do«SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS» e «SANTA CECILIA», a segunda. Nos topos existem os altares pequenos de «SANTO ANTÓNIO» e de «Nª. Sª. DE FÁTIMA».
A Capela-mor guarda o "Santíssimo" no centro do altar, e sobre ele a imagem, tão graciosa, embora sem valor artístico, de «SÃO JORGE»; nos lados «Nª. Sª. DA CONCEIÇÃO» e «SÃO JOSÉ». 
A Igreja do século XIX foi demolida no ano de 1970 por se considerar pequena, dando origem à actual Igreja, uma construção moderna cujo espaço amplo acompanhou o aumento progressivo da população. 
O Monumento que inicialmente se situava na sacristia da antiga Igreja demolida, está hoje no adro do actual templo, trata-se do antigo «CRUZEIRO DE ARROIOS», que no seu início estava colocado no antigo «LARGO DE ARROIOS»

-( 1 ) - Catálogo do maço 1 da Colegiada de São Jorge de Arroios (C 1038_1) antigo tomo 1 (f.1-362).

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA DO CHILE [ XV ] -A ESTÁTUA DO NAVEGADOR PORTUGUÊS FERNÃO DE MAGALHÃES».

PRAÇA DO CHILE [ XV ]

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 Praça do Chile - (2012) - (A estátua do Navegador Português "FERNÃO DE MAGALHÃES" no centro da "Praça do Chile" em Lisboa) inGOOGLE EARTH
 Praça do Chile - (1971) - Foto de Armando Serôdio  (Estátua de "Fernão de Magalhães" depois de concluídas as obras do Metro) inAFML
 Praça do Chile - (1970) - Foto de Armando Serôdio (A estátua de "Fernão de Magalhães" na "Praça do Chile" durante as obras do Metro) in AFML
 Praça do Chile - (17.10.1950) Foto de Judah Benoliel (Inauguração da Estátua de "Fernão de Magalhães" na "Praça do Chile" em Lisboa) in AFML
 Praça do Chile - (17.10.1950) - Foto de Claudino Madeira (Estátua de "Fernão de Magalhães"  inaugurada precisamente há 62 anos na "Praça do Chile" em Lisboa) inAFML 
 Praça do Chile - (1950) Foto de Judah Benoliel (Colocação da Estátua de "Fernão de Magalhães" no pedestal em pedra, na "Praça do Chile" em Lisboa) inAFML
Praça do Chile - (c. 1950) Foto de Claudino Madeira (Entrega da estátua de "Fernão de Magalhães" a Álvaro Salvação Barreto presidente da C.M.L., pelo ministro do Chile. inAFML

(CONTINUAÇÃO) - PRAÇA DO CHILE [ XV ]

«A ESTÁTUA DO NAVEGADOR PORTUGUÊS FERNÃO DE MAGALHÃES»

A estátua de «FERNÃO DE MAGALHÃES» encontra-se desde o ano de 1950 na «PRAÇA DO CHILE», uma oferta do Governo da "REPÚBLICA DO CHILE", para prestigiar o nosso Estado, bem assim como homenagear o Navegador Português. A estátua de bronze com 2,60 metros, em pedestal de pedra, uma obra executada pelo escultor «GUILHERME DE CORDOBA», sendo esta idêntica à que se encontra em «PUNTA ARENAS» na «REPÚBLICA DO CHILE».
Agora um pouco de história deste grande navegador português que foi o autor da primeira viagem à volta da terra (demonstrando que a terra era redonda), uma empreitada ao serviço de CASTELA que «FERNÃO DE MAGALHÃES» iniciou embora não lhe tenha visto o fim, porque infelizmente foi morto em combate nas «FILIPINAS».
«FERNÃO DE MAGALHÃES» (1480-1521) militou brilhantemente na «ÍNDIA» e em «ÁFRICA». Em 1505 partiu para terras indianas na Armada de «D. FRANCISCO DE ALMEIDA».
Quatro anos depois esteve presente na desastrosa missão à conquista de «MALACA», liderada por «LOPES SEQUEIRA». Dois anos depois participou na expedição comandada por «AFONSO DE ALBUQUERQUE» que, desta vez, conseguiu assumir o controle da cidade.
Mais tarde em 1514, ferido no combate em «MARROCOS», regressa a LISBOA e tenta, sem sucesso, obter do rei «D. MANUEL» um aumento de salário anual ou  o comando de uma expedição à ÍNDIA. Passado algum tempo, «Fernão de Magalhães» terá perguntado ao rei se ficava ofendido no caso de ele oferecer os seus préstimos a outro rei Católico, sendo  positiva a resposta de «D.MANUEL»  em favor de «Magalhães».
Com o projecto de "Colombo" em mente -alcançar o Oriente navegando para Ocidente- «FERNÃO DE MAGALHÃES» obteve do Castelhano «D. CARLOS», futuro rei de Espanha, o apoio pretendido.
Em Setembro de 1519, iniciou a viagem com cinco naus (Trindade, Santo António, Concepção, Vitória e Santiago).
Três anos depois, só uma delas voltou comandada por «SEBASTIÃO DELCANO». Dos 250 marinheiros que partiram, só 18 regressaram. Navegando rumo ao Sul, atravessou o Atlântico e chegou à "AMÉRICA DO SUL", descobriu a passagem oceânica que liga o "Oceano Atlântico" ao "Oceano Pacífico" que viria a ter o seu nome na costa Sul-Americana, o«ESTREITO DE MAGALHÃES».
Dominando revoltas, motins e doenças a bordo, a frota, já reduzida a 3 navios, atravessou o maior Oceano da Terra. Só em 1521 atingiu um arquipélago que foi baptizado de «FILIPINAS», em honra do Imperador "FILIPE" de "ESPANHA".
Na tentativa de converter indígenas ao cristianismo, «FERNÃO DE MAGALHÃES» morreu ali cravado de setas. Foi «SEBASTIÃO DELCANO» quem assumiu o comando.
Atravessou o «ÍNDICO», dobrou o «CABO DA BOA ESPERANÇA» e, a 18 de Maio de 1522 chegou a ESPANHA.

Foi iniciativa do "XVII GOVERNO CONSTITUCIONAL" no período de 2005 a 2009, a orgânica de um "plano tecnológico de educação", com a finalidade de generalizar o uso do computador e da Internet, nas escolas portuguesas.
Foi idealizado um programa para entregar aos alunos o tão falado computador «MAGALHÃES». Este «MAGALHÃES» que está nas mãos de muitos alunos, é também uma merecida homenagem a este navegador da "CIRCUNVALAÇÃO DE FERNÃO DE MAGALHÃES».  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ALFACINHAS - Os lisboetas do passado e do presente-Plano de ilustração de Alberto Souza - 1964 - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa -Livro IV-Vega-1993 - LISBOA
- ATLAS da Carta Topográfica de Lisboa-sob a direcção de Filipe Folque:1856-1858- Arquivo Municipal de Lisboa - CML - 2000 - LISBOA
 - CAEIRO, Baltazar Matos - Os Conventos de Lisboa - Distri Editora - 1989 - Sacavém
 - DIAS, Jaime Lopes  - Brasão da Cidade de Lisboa - 2ª Ed. - CML - 1968 - LISBOA
 - Estátuas Portuguesas - Olhares de Pedra - Editor João F. Mendes-DN -2004 - LISBOA
 - LISBOA em Movimento 1850-1920 - CML - Livros Horizonte - 1994 - LISBOA
 - LISBOA, o Fado e os Fadistas - Eduardo Sucena - Vega- 2002 - LISBOA
 - LISBOA QUINHENTISTA - A imagem e a vida da cidade - Direcção dos Serviços Culturais da CML - Museu da Cidade - 1983 - LISBOA
 - MARTINS, Rocha - Lisboa de ontem e de hoje - ENP- 1945 - LISBOA
 - NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção A.E.M. Zuguete-Editorial Enciclopédia, Lda.- Volume II e III - 1961 - LISBOA
 - OCEANOS - Azulejos Portugal e Brasil - Nº36/37-Outº.1998/Março 1999-Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses - LISBOA
 - REVISTA MUNICIPAL - Ano XII - Nº 50 - 3º Trimestre - 1954 - CML - LISBOA
 - SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (Dir.) - DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Carlos Quintas & Associados-Consultores, Lda. - 1994 - SACAVÉM
 - SILVA, Augusto Vieira da - AS FREGUESIAS DE LISBOA - Publicações Culturais da CML - 1943 - LISBOA.

INTERNET

 - JUNTA DE FREGUESIA DO ALTO DO PINA
 - LISBOA S.O.S.
 - MUSEU DA CIDADE
 - REVELAR LX
 - SOL
 - TOPONÍMIA DE LISBOA
 - WIKIPÉDIA

(PRÓXIMO) -«RUAS DE LISBOA COM DATAS[ I ]-AS DATAS DE JANEIRO NAS RUAS DE LISBOA»

RUAS DE LISBOA COM DATAS [ I ]

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 Ruas de Lisboa com Datas - ( 2007 ) (Panorama do "Forte de Monsanto" e a "Avenida 24 de Janeiro") inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (depois de 1910) foto de Paulo Guedes (Estalebecimento Prisional do Forte de Monsanto", na antiga "RUA 24 DE JANEIRO", lugar onde os revoltosos monárquicos se renderam) (Esta foto abre em tamanho grandein AFML 
 Ruas de Lisboa com Datas - (entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado (O "Largo de Santa Barbara" nos números 11 e 12, depois "Largo 28 de Janeiro" na freguesia de "S. Jorge de Arroios") ( Esta foto abre em tamanho grande) in AFML
 Ruas de Lisboa com Datas (entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado "O "Largo de Santa Bárbara" números 14 a 17, depois "LARGO 28 DE JANEIRO" com a particularidade do Estabelecimento da "Relojoaria Silva" ter um relógio público na janela do 1º andar) (Esta foto abre em tamanho grande) in AFML
 Ruas de Lisboa com Datas - (1967) Foto de Armando Serôdio (O "Largo de Santa Bárbara" que durante 24 anos foi o "LARGO 28 DE JANEIRO", depois  em 1937 voltou novamente ao nome primitivo) inAFML
 Ruas de Lisboa com Datas - (1967) Foto de Armando Serôdio (O antigo "Largo 28 de Janeiro" hoje "Largo de Santa Bárbara") in AFML
 Ruas de Lisboa com Datas - (2007) (Panorama do "Largo de Santa Bárbara", antigo "Largo 28 de Janeiro") inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - (O "Largo de Santa Bárbara" antigo "Largo 28 de Janeiro" visto da "Rua dos Anjos") inGOOGLE EARTH
Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - (O "Largo de Santa Bárbara" antigo "Largo 28 de Janeiro") inGOOGLE EARTH

- RUAS DE LISBOA COM DATAS [ I ]

«AS DATAS DE JANEIRO NAS RUAS DE LISBOA»

Tem acontecido em LISBOA ao longo do tempo, uma imaginação fértil no que diz respeito à colocação dos topónimos nas suas RUAS. A catalogação das vias pelo povo tem merecido uma grande variedade de tipos, (que só ele conhece o seu significado profundo de cada um).
Na realidade apresentam-se; AVENIDAS, AZINHAGAS, BECOS, BOQUEIRÕES, CALÇADAS, ESCADINHAS, LARGOS, PARADAS, PRAÇAS, REGUEIRÕES, RUAS,TERREIROS, TRAVESSAS e outros mais. Por outro lado, embora nas últimas décadas tenha predominado a atribuição de nomes de pessoas aos arruamentos, a verdade é que não faltam exemplos de letreiros nas esquinas a consagrar as mais variadas realidades, (desde as designações de inspiração religiosa, aos acidentes físicos, às flores e aos géneros alimentares).
Não espanta por isso, que para assinalar feitos históricos ou pelo menos considerados, numa determinada época, tenham os "padrinhos" de algumas das «RUAS DE LISBOA», utilizado as DATAS.

AVENIDA 24 DE JANEIRO
Vamos iniciar pelo mês de JANEIRO e logo nos aparece a «AVENIDA 24 DE JANEIRO» (por sinal bastante comprida), na freguesia de «BENFICA». Começa no "Forte deMonsanto", e termina no "Largo de S. Domingos de Benfica".
Esta artéria aberta junto do "Forte de Monsanto", a sua designação não é oficial, ou seja não existe qualquer deliberação camarária ou edital a consagrar este nome. Sabe-se que ela existe e encontra-se referenciada em vários «ROTEIROS DE LISBOA», embora como: «RUA VINTE E QUATRO DE JANEIRO» (hoje promovida a Avenida).
Significa isto talvez porque nasceu da vontade do popular e assim ficou, em memória do dia «24 DE JANEIRO DE 1919», data em que os revoltosos monárquicos se renderam em MONSANTO, pondo termo a uma efémera tentativa de restauração do regime Monárquico.

«LARGO 28 DE JANEIRO» (actual "LARGO DE SANTA BÁRBARA")
Existiu também mas só por 24 anos, o «LARGO 28 DE JANEIRO». Hoje com o nome de «LARGO DE SANTA BÁRBARA», fica na freguesia dos «ANJOS» e «S. JORGE DE ARROIOS». Encontra-se entre a "Rua Passos Manuel", "Rua de Arroios", "Rua Jacinta Marto", "Rua de Santa Bárbara", "Rua Febo Moniz" e a "Rua dos Anjos".
Esta designação foi uma das muitas da responsabilidade da "I República",  na sua determinação de substituir todos os topónimos que estivessem relacionados com a "IGREJA" ou com a "MONARQUIA". Assim em 18 de Outubro de 1913, foi retirado o nome ao «LARGO DE SANTA BÁRBARA», passando a ser o «LARGO 28 DE JANEIRO».
As razões deste topónimo prende-se com algumas reuniões que os partidários da «REPÚBLICA» terão eventualmente realizado naquele espaço, e dali terem partido em missões de luta.Mas por Edital de 19 de Agosto de 1937, o topónimo do "Largo" voltaria novamente a exibir o nome de «LARGO DE SANTA BÁRBARA», como até à presente data ainda por lá permanece.
E para completar este típico lugar de antanho, o «LARGO DE SANTA BÁRBARA» nos finais do século XIX e primórdio do século XX, podemos ainda espreitar as publicação do amigo «BIC LARANJA», respectivamente em "5 de Novembro de 2007", "6 de Novembro de 2007" e "8 de Novembro de 2007", que nos dará a conhecer um pouco mais desta localidade amplamente ilustrada e analisada pelo grande mestre "Norberto de Araújo".

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUAS DE LISBOA COM DATAS [ II ] - AS DATAS DE ABRIL NAS RUAS DE LISBOA» 


RUAS DE LISBOA COM DATAS [ II ]

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 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - (A "RUA 5 DE ABRIL" antiga "RUA DO PRÍNCIPE" na freguesia de "Alcântara") inGOOGLE EARTH 
 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - (A "Rua 5 de Abril" antiga "Rua do Príncipe" na freguesia de "Alcântara") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - A "Rua 5 de Abril" na freguesia de "Alcântara", podemos ainda observar a placa toponímia na esquina do prédio) inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - (2007) - (O "JARDIM 9 de ABRIL" antigo "JARDIM DAS ALBERTAS" junto do "Museu Nacional de Arte Antiga" e a "Cruz Vermelha", antigo Palácio dos Condes de Óbidos) inGOOGLE EARTH
Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - (O "Jardim 9 de Abril" entre o "Museu Nacional de Arte Antiga" e a "Cruz Vermelha", junto da "Ria Presidente Arriaga", na freguesia de "Santos-o-Velho") inGOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM DATAS [ II ]

«AS DATAS DE ABRIL NAS RUAS DE LISBOA ( 1 )»

RUA CINCO DE ABRIL
O mês de ABRIL parece ter nascido fadado para as efemérides famosas e, por via disso, é o mais representado nas «RUAS DE LISBOA».
Começamos hoje pela «RUA 5 DE ABRIL» celebrado numa rua da freguesia de «ALCÂNTARA», que inicia na «CALÇADA DA TAPADA» e finda na «TRAVESSA FIUZA».
Mais uma vez se tratou de  substituir uma rua ligada à Monarquia, por um acontecimento Republicano.
Era aquela rua chamada de «RUA DO PRÍNCIPE», não sendo possível determinar a que alteza real se dirigia. Em Edital de 7 de Abril de 1911 pôs termo a essa tradição e deu à via o nome de «RUA CINCO DE OUTUBRO». 
Embora não esteja especificada a razão da mudança, tudo leva a crer que tenha sido de comemoração ao «CONGRESSO NACIONAL DO LIVRE PENSAMENTO», iniciado em 5 de Abril de 1908, na Sede da "CAIXA ECONÓMICA OPERÁRIA" e que inspirou a futura legislação republicana, particularmente em matéria de separação entre a «IGREJA» e o «ESTADO».

JARDIM 9 DE ABRIL
Segue-se o dia 9 de Abril. Aqui os motivos são fáceis de encontrar: a «BATALHA DE LA LYS», travada durante a primeira grande guerra 1914-1918, foi uma página de heroísmo escrita pelo Exército Português, embora amplamente funesta.
Em 9 de Abril de 1918, caíram cerca de 60 mil obuses de guerra e 70 mil granadas, durante três horas e meia, sobre as tropas portuguesas e esse bombardeamento traduziu-se numa verdadeira catástrofe, já que o «CORPO EXPEDICIONÁRIO PORTUGUÊS» perdeu nas terras da "Flandres" perto de onze mil homens. Muitas terras dedicaram uma rua ou um largo à data fatídica. 
LISBOA, obviamente, também quis prestar a sua homenagem.
Um edital de 14 de Fevereiro de 1925 mandou que o antigo «JARDIM DAS ALBERTAS», entre o «MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA» e a «CRUZ VERMELHA PORTUGUESA», fosse dado o nome de «JARDIM NOVE  DE ABRIL» que se situa na freguesia de «SANTOS-o-VELHO». 

TRAVESSA 9 DE ABRIL
Relacionado com o mesmo acontecimento histórico, existiu  uma «TRAVESSA 9 DE ABRIL» na freguesia de «CAMPOLIDE», no "BAIRRO DA LIBERDADE"

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUAS DE LISBOA COM DATAS [ III ] -AS DATAS DE ABRIL NAS RUAS DE LISBOA ( 2 )».   


RUAS DE LISBOA COM DATAS [ III ]

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 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - (O "Largo do Calvário" antigo "Largo 20 de Abril" na freguesia de "Alcântara") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - s/d -  Foto de Eduardo Portugal (As cocheiras de Alcântara no "Largo do Calvário" antigo "Largo 20 de Abril" e local do "velho" cinema "Promotora") inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (1965( Foto de Armando Serôdio (O "Largo do Calvário" antigo "Largo 20 de Abril", ao fundo a "Ponte 25 de Abril" em construção) inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (1876 e 1937) (MAPA V- Plantas de 1876 e 1937) (Um extracto da Carta Topográfica da Cidade de Lisboa e seus arredores referida a 30 de Junho de 1876- Direcção-Geral dos Trabalhos Geodésicos. Neste mapa apresenta o "Largo 20 de Abril" actual "Largo do Calvário") in DISPERSOS
 Ruas de Lisboa com DATAS - s/d - (A "Rua de S. Lázaro", antiga "Rua 20 de Abril", ao fundo a já demolida "Igreja do Socorro") inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (ant. a 1949) Foto de Joshua Benoliel (A "Igreja do Socorro" na "Rua de S. Lázaro" antiga "Rua 20 de Abril", ao fundo o "Teatro Apolo" que começou a ser demolido em 1957. A "Igreja do Socorro" foi demolida em 1949) inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (ant. a 1949) foto de Joshua Benoliel (A "Igreja do Socorro" na "Rua de S. Lázaro", antiga "RUA 20 DE ABRIL") inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (1957-07) foto de Eduardo Portugal (A "Rua de S. Lázaro" antiga "Rua20 de Abril" na freguesia da "Pena") inAFML
Ruas de Lisboa com DATAS - (2007) - ( Uma panorâmica da "Praça 25 de Abril" junto da "Rua Cintura do Porto de Lisboa" na freguesia de "Marvila") in GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM DATAS [ III ]

«AS DATAS DE ABRIL NAS RUAS DE LISBOA ( 2 )»

LARGO 20 DE ABRIL
Mais outro dia de ABRIL figurou já nas nossas esquinas de LISBOA por algum tempo: o dia 20. Trata-se de uma criação da "I República".
Em 20 de Abril de 1911, era publicada a lei que estabelecia a separação entre o «ESTADO» e a»IGREJA».
Assim, o «LARGO DO CALVÁRIO», freguesia de «ALCÂNTARA», que ostentava este topónimo desde 1888, passou a «LARGO 20 DE ABRIL» por edital de 14 de Outubro de 1915, e por deliberação Camarária e Edital respectivamente de 12 e 19 de Agosto de 1937, voltou a denominar-se novamente «LARGO DO CALVÁRIO».


RUA 20 DE ABRIL
Ao topónimo nas freguesias de «SANTA JUSTA» e «PENA» a«RUA DE S. LÁZARO» que começa na «RUA DA PALMA» e termina na «RUA CONSELHEIRO ARANTES PEDROSO», aconteceu o mesmo episódio de ter de mudar de nome, e passar a chamar-se «RUA 20 DE ABRIL».
Igualmente em Agosto de 1937 passou tudo à primeira forma e o nome antigo voltaria a ser reposto.


PRAÇA 25 DE ABRIL
A este mês referente a «RUAS DE ABRIL», não poderia findar sem a evocação ao «25 DEABRIL», consagrado em LISBOA numa praça recente, aberta em terrenos da antiga "Fábrica do Material de Guerra".
 Trata-se da «PRAÇA 25 DE ABRIL», na freguesia de «MARVILA», confluência da «RUADA CINTURA DO PORTO DE LISBOA», «RUA DO MAR», e do prolongamento da «AVENIDA INFANTE D. HENRIQUE», inaugurada por edital de 22 de Abril de 1999, no âmbito das Comemorações do «25º ANIVERSÁRIO DO25 DE ABRIL DE 1974».

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«RUAS DE LISBOA COM DATAS [ IV ]-AS DATAS DE MAIO NAS RUAS DE LISBOA».

ACÇÃO DE FORMAÇÃO - "DA ESCOLA AO MUSEU"

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                                         O ensino da História num contexto inovador.
CENTRO PORTUGUÊS DE FOTOGRAFIA NO PORTO

RUAS DE LISBOA COM DATAS [ IV ]

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 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - ("Rua 1º de Maio", antiga "Rua de S. Joaquim do Calvário" no lado esquerdo podemos ver as instalações da C.C.F.L.) inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - (1961) Foto de Arnaldo Madureira ("Estação de Santo Amaro" da C,C.F.L., na "Rua 1º de Maio" antiga "Rua de S. Joaquim do Calvário" freguesia de "Alcântara") inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - (entre 1962 e 1966) foto de Artur Goulart (A "Rua 1º de Maio" antiga "Rua S. Joaquim ao Calvário", na freguesia de "Alcântara") inAFML 
 Ruas de Lisboa com DATAS - (entre 1962 e 1966) Foto de Artur Goulart (A "Rua 1º de Maio" antiga "Rua S. Joaquim ao Calvário" na esquerda o final da "Rua Leão de Oliveira") inAFML 
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) (O "Campo Grande" antigo "Campo 28 de Maio" na parte Oriental do Campo) inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - (2012) - (O "Campo Grande" antigo "CAMPO 28 DE MAIO") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com DATAS - (19__) Fotógrafo não identificado ( Jardim e Lago do "Campo Grande" antigo "Campo 28 de Maio". A arborização começou a ser plantada no reinado de D. Maria II, e ao longo do século XIX este espaço de lazer, serviu para a circulação de carruagens e cavaleiros. Mais tarde foi construído um lago para barcos de aluguer) inAFML
 Ruas de Lisboa com DATAS - ( 19__) Foto de Joshua Benoliel (O "LAGO DO JARDIM" do "Campo Grande", antigo "CAMPO 28 DE MAIO") (Pode abrir a imagem em tamanho grande) inAFML
Ruas de Lisboa com DATAS - (1959) - Foto de Fernando Manuel de Jesus Matias (O "Colégio Universitário PIO XII" na "Quinta dos Foros", antigo "Campo 28 de Maio" no "Campo Grande") in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM DATAS [ IV ]

«AS DATAS DE MAIO NAS RUAS DE LISBOA»

RUA PRIMEIRO DE MAIO
Ao recordarmos o mês de MAIO, vamos encontrar neste mês o dia mais lembrado nas RUAS DE LISBOA. A mais conhecida das artérias evocativas do «PRIMEIRO DE MAIO» será por certo a que existe na freguesia de «ALCÂNTARA», começa no «LARGO DO CALVÁRIO» e finda na «RUA DA JUNQUEIRA».
Chamou-se noutros tempos a «RUA DE S. JOAQUIM AO CALVÁRIO», mas foi ainda na «I REPÚBLICA» que lhe mudaram o nome, através de um Edital de 7 de Agosto de 1911. Mas, curiosamente, desta vez não houve retrocesso: a data prevaleceu sobre o santinho que, aliás, tem rua com o seu nome na freguesia de «SANTA ISABEL», perto da «RUASARAIVA DE CARVALHO».
Com alusão ao 1ª de MAIO, convém lembrar que foi em finais do século XIX, com o início da Industrialização que começaram a aparecer novos problemas relacionados com o trabalho. Um dos principais que atingiram os operários era o horário de trabalho. Embora o desenvolvimento associativo operário, e particularmente do sindicalismo, a proposta da jornada de oito horas tornou-se um dos objectivos centrais das lutas operárias e também a causa de violentas repressões e de inúmeras prisões e até morte de trabalhadores. 
No "1º DE MAIO DE 1886", milhares de trabalhadores de CHICAGO ( USA ), tal como de muitas cidades americanas, foram para a rua, exigindo o horário de oito horas de trabalho por dia.
Seguiu-se muita repressão que provocou mais de uma centena de mortos e prisão de dezenas de operários.
Este acontecimento, que ficou para a história como os "Mártires de Chicago", tornou-se o símbolo e marco para a luta que, a partir dai, se generalizou por todo o Mundo. As Centrais Sindicais resolveram estabelecer a data do «1º DE MAIO DE 1886» em homenagem àqueles que pagaram com suas vidas a obtenção de justas reivindicações sociais.

CAMPO 28 DE MAIO
MAIO era também o mês do "Estado Novo". Assim, houve uma tentativa de chamar "CAMPO 28 DE MAIO" ao«CAMPO GRANDE». Por deliberação camarária de 16 de Maio de 1935, as "ruas Oriental e Ocidental" do «CAMPO GRANDE», passaram a denominar-se como «CAMPO 28 DE MAIO». Mas o próprio regime reconheceu que não valia a pena tentar mudar nomes tradicionais, pelo que em 23 de Dezembro de 1948 cessou a aventura e voltou a ter o nome de «CAMPO GRANDE».
Manteve-se, porém, a data de começo da revolução de 1926 na avenida que vai desse mesmo «CAMPO GRANDE»à "ESTRADA DAS LARANJEIRAS". Afastado o antigo regime, um Edital de 7 de Janeiro de 1975, retirou o nome de «28 DE MAIO» das placas e deu à "AVENIDA" a designação actual de «AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS».

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUAS DE LISBOA COM DATAS [ V ] - AS DATAS DE JUNHO NAS RUAS DE LISBOA»

RUAS DE LISBOA COM DATAS [ V ]

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 Ruas de Lisboa com Datas - (2005) Foto de APS  (A "Avenida 24 de Julho" vista da "Praça Duque da Terceira" freguesia de "São Paulo")  in ARQUIVO/APS
 Ruas de Lisboa com Datas - (2005) Foto de APS (A "Avenida 24 de Julho" junto ao Mercado da Ribeira na freguesia de "São Paulo") inARQUIVO/APS
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) (A "Avenida 24 de Julho" em direcção ao "Cais do Sodré" na freguesia de "São Paulo") inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) (A "Avenida 24 de Julho" em direcção a "Alcântara", na freguesia dos "Prazeres") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - (A "Rua 4 de Agosto" vista da "Rua Barão Saborosa" na freguesia de "São João") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - (A "Rua 4 de Agosto" na Freguesia de "São João" junto à "Rua Sabino de Sousa") in GOOGLE EARTH
Ruas de Lisboa com Datas - (2007) - (Panorama de "Campolide" onde existiu temporariamente na "Quinta do José Pinto" a "RUA 28 DE SETEMBRO", sensivelmente próximo da "Travessa da Rabicha", junto da "Rua de Campolide") inGOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM DATAS [ V ]

«AS DATAS DE JULHO, AGOSTO E SETEMBRO NAS RUAS DE LISBOA»

AVENIDA 24 DE JULHO
Entramos agora no mês de JULHO e verificamos que este se encontra consagrado numa das grandes avenidas lisboetas. Pertence a três freguesias; «SÃO PAULO», «SANTOS-o-VELHO» e «PRAZERES» a «AVENIDA 24 DE JULHO» começa na «PRAÇA DUQUE DA TERCEIRA» e finda na «RUA JOÃO DE OLIVEIRA MIGUEIS».
Esta avenida provém de uma das mais arrojadas construções do século XIX e, LISBOA, o mais conhecido roubo de terrenos praticado pela cidade às águas do TEJO.
Em 24 de Julho de 1833 tinham desembarcado ali as tropas liberais, iniciando a sua caminhada para Norte e marcado decididamente a derrota absolutista, enquanto aclamavam «D. MARIA II»
A data foi comemorada múltiplas vezes. Assim foi em 24 de Julho de 1858 que começou a construção do "ATERRO", que passou cedo a «RUA 24 DE JULHO» e depois com o topónimo actual de «AVENIDA 24 DE JULHO».

RUA QUATRO DE AGOSTO
Segue-se o mês de AGOSTO. E o dia quatro tem a sua "ruazinha" na freguesia de «SÃOJOÃO», que se inicia na «RUA ANTÓNIO LUÍS INÁCIO» e finaliza na «RUA BARÃO SABOROSA».  
Um Edital de 30 de Novembro de 1892 deu nome à antiga «RUA NÚMERO QUATRO», do Projecto de Construção do «BAIRRO DO ALTO DO PINA», com o topónimo «RUA QUATRO DE AGOSTO».

RUA 28 DE SETEMBRO
O mês de SETEMBRO também não quis faltar à chamada e aparece-nos assim com uma pequena «RUA VINTE E OITO DE SETEMBRO» na freguesia de «CAMPOLIDE», na antiga "QUINTA DO JOSÉ PINTO» perto da "RUA DE CAMPOLIDE» e a «TRAVESSA DA RABICHA», rua sem consagração oficial. Por testemunhos orais, dizem comemorar o dia 28 de Setembro de 1974, quando se registou uma eventual tentativa (derrotada) de atrasar  a marcha da revolução do 25 de Abril de 1974. Foi também chamada a acção da «MAIORIA SILENCIOSA», com sectores conservadores da sociedade portuguesa, civil e militar no apoio ao então Presidente da República "GENERAL ANTÓNIO DE SPINOLA".

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUAS DE LISBOA COM DATAS [ VI ] - AS DATAS DE OUTUBRO E DEZEMBRO NAS RUAS DE LISBOA» 

RUAS DE LISBOA COM DATAS [ VI ]

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 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - ( A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" na direcção a Sul na freguesia de "Nª. Sª. de Fátima") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) (A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" na direcção Norte, na freguesia de "Nª. Sª. de Fátima") inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (2012) - (A "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" no cruzamento com a "Avenida de Berna", na freguesia de "Nª. Sª. de Fátima") inGOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (1944-04) Foto de Eduardo Portugal - (O Viaduto de Entrecampos na década de quarenta, na «AVENIDA CINCO DE OUTUBRO») (Esta foto abre em tamanho grande) in AFML
 Ruas de Lisboa com Datas - (1964) Foto de Artur Goulart (Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, antiga casa "Malhoa", prémio Valmor de 1905 na "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO", 8 ainda resistente) inAFML
 Ruas de Lisboa com Datas - ( 2012) - (A "RUA 1º DE DEZEMBRO", antiga "Rua do Príncipe" junto à "Praça dos Restauradores" freguesia do "Sacramento") in GOOGLE EARTH
 Ruas de Lisboa com Datas - (1882) - (A "Rua do Príncipe", actual "RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO" na freguesia de "Santa Justa". Ao fundo pode ver-se um dos portões do "Passeio Público") inAFML
 Ruas de Lisboa com Datas - (ant. a 1880) Estúdios Mário Novais (Palácio propriedade da "Casa Cadaval" na antiga "Rua do Príncipe, actual "RUA 1º DE DEZEMBRO", demolida no ano de 1880) in AFML
Ruas de Lisboa com Datas - (anterior a 1880) Estúdios Mário Novais (Palácio dos "Duques do Cadaval" na antiga "Rua do Príncipe", actual "RUA 1º DE DEZEMBRO", já demolido) inAFML

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM DATAS [ VI ]

«AS DATAS DE OUTUBRO E DEZEMBRO NAS RUAS DE LISBOA»

AVENIDA CINCO DE OUTUBRO
Diferente foi a situação de outra grande Avenida lisboeta, com o nome de «AVENIDACINCO DE OUTUBRO». Pertence a três freguesias; "São Sebastião da Pedreira", "Nossa Senhora de Fátima" e "Campo Grande". Tem início na «AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO» etermina na«AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS».

A "Primeira República", como já se viu, não deixou os seus créditos por mãos alheias no que diz respeito a consagrações toponímicas. Assim como à antiga «AVENIDA RESSANO GARCIA» deu o seu próprio nome (AVENIDA DA REPÚBLICA), logo pegou na «AVENIDAANTÓNIO MARIA AVELAR» (que lembrava o nome de um Engenheiro que foi funcionário da Câmara Municipal de Lisboa e teve papel preponderante na edificação das "AVENIDASNOVAS"), e transformou-a na «AVENIDA CINCO DE OUTUBRO». Um Edital de 5 de Novembro de 1910 isto é, datado de um mês exacto depois da proclamação do regime, consagrava a data do seu nascimento. 
Podemos ainda acrescentar ser esta a data mais significativa do período da 1ª. República. A implantação da República em 1910, proclamada por "José Relvas" da varanda do edifício da Câmara Municipal de Lisboa há 102 anos, hoje evocada pela «AVENIDA 5 DE OUTUBRO», uma das principais "Avenidas Novas", que como já dissemos, era anteriormente designada por «AVENIDA MARIA DE AVELAR».

RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO
Neste breve resumo, chegamos ao mês de DEZEMBRO. O primeiro dia deste mês tem uma das rua mais conhecidas de Lisboa, situada em plena baixa, pertence a duas freguesias; do "Sacramento" e "Santa Justa", começa na «RUA DO CARMO» e finaliza junto à «PRAÇA DOS RESTAURADORES».
Comemora obviamente o dia em que, em 1640, os conjurados conseguiram depor o «ReiCastelhano» e propor a aclamação de um português.
Mas a rua não teve sempre este nome, era aqui a «RUA DO PRÍNCIPE» e chamava-se assim desde 1780. O príncipe homenageado era um dos filhos de «D. MARIA I» e de«D. PEDRO III»; ou seria«D. JOSÉ», o primogénito que tomou o nome do seu avô, mas que morreu cedo, muito antes de sua mãe, ou outra hipótese, seria «D. JOÃO», que viria a subir ao trono como «D. JOÃO VI».
Chegada a REPÚBLICA, não podia esta consentir um príncipe nos letreiros da baixa. E em Edital de 7 de Agosto de 1911, chamou-lhe «RUA PRIMEIRO DE DEZEMBRO» que ainda mantém. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- II Jornadas -  Toponímia de Lisboa - Coordenação de Teresa Pereira - Edição da Câmara Municipal de Lisboa - 1997 - LISBOA

- SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo - Dicionário da História de Lisboa - 1994 - Carlos Quintas & Associados-Consultores, Lda. SACAVÉM.

- SILVA, Augusto Vieira da- As Freguesias de Lisboa - 1943 - Publicações Culturais da CML - LISBOA.

(PRÓXIMO) - «RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ I ] - A RUA NORBERTO DE ARAÚJO E SEU ENQUADRAMENTO».

RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ I ]

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 Rua Norberto de Araújo - (1939) Desenho de A. Vieira da Silva (Lanço Oriental da Cerca Moura de Lisboa - Escala 1:1000 - O traço a preto é a planta topográfica actual da região. O traçado a vermelho é a planta anterior ao Terramoto de 1755. As legendas a preto e a vermelho são as correspondentes às mesmas épocas. A cor verde representa a "RUA NORBERTO DE ARAÚJO", a cor amarela a "Rua da Adiça". A letra (A) indica o local da "Casa dos Arcos", a letra (B) o sítio do "Limoeiro") in Publicações Culturais da C.M.LISBOA
 Rua Norberto de Araújo - (2007) - (Panorama da localização em ALFAMA da "RUA NORBERTO DE ARAÚJO") in GOOGLE EARTH
 Rua Norberto de Araújo - (entre 1950 e 1970) Foto de Amadeu Ferrari (A "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" junto à "Cerca Moura de Lisboa") (Esta foto abre em tamanho grande) inAFML 
 Rua Norberto de Araújo - (entre 1890 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia (A "Casa dos Arcos" na "Rua Norberto de Araújo" vista na parte virada a Sul) (Esta foto abre em tamanho grandeinAFML
 Rua Norberto de Araújo - (entre 1930-1939) Foto de Eduardo Portugal ( A "Casa dos Arcos" e a "Torre das Portas do Sol", na "RUA NORBERTO DE ARAÚJO") inAFML
Rua Norberto de Araújo - (entre 1930 e 1933) Foto de Eduardo Portugal (A "Rua Norberto de Araújo" a fresta gradeada à esquerda em cima é a casa da guarda do Limoeiro. O paredão com latada à direita é o jardim de "Júlio de Castilho" junto da "Igreja de Santa Luzia") inAFML

-RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ I ]

«A RUA NORBERTO DE ARAÚJO E SEU ENQUADRAMENTO»

A «RUA NORBERTO DE ARAÚJO» pertence à freguesia de «SÃO MIGUEL», começa na «RUA DA ADIÇA» no número 68 e termina em escadaria no «LARGO DAS PORTAS DO SOL».
Esta artéria era conhecida (ainda assim chamada em 1888) por «RUA DA ADIÇA», passou mais tarde a chamar-se «CALÇADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA».
Por Edital de 22 de Junho de 1956, um troço da «CALÇADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA» a partir dos números 53 e 70 (actualmente números 1 e 2A), foi denominada «RUA NORBERTO DE ARAÚJO», ficando a parte Sul da "Calçada" com o topónimo de «RUA DA ADIÇA», finalizando a Sul com a «RUA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA».
Sabe-se que a Muralha Moura descia das "Portas do Sol", pela antiga «RUA DA ADIÇA» (designação já do século XVI), depois «CALÇADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA», em cujo primeiro lanço alto de escadaria se pode observar ainda a parte da Muralha antiga, onde assenta a «IGREJA DE SANTA LUZIA», (cuja edificação teve início no século XII, a expensas da "Ordem de Malta"), seguindo para a parte Sul, em ângulo com o casarão do «LIMOEIRO», onde a artéria fazendo um pequeno desvio, descia até ao local em que se abria a «PORTA DE ALFAMA».
No ano de 1573 tinha já a cidade umas casas na «RUA DA ADIÇA» (depois "Calçada de S. João da Praça") acima da já desaparecida «IGREJA DE SÃO PEDRO», subindo pela dita rua no lado esquerdo, ao longo do muro que dá para o «LIMOEIRO».
Muitas e variadas aplicações tem merecido este edifício do «LIMOEIRO», ou melhor as que se lhe têm sucedido (no local onde hoje se encontra), de tantas obras tem sido objecto, que dificilmente se torna imaginar a sua planta inicial.
O traçado da muralha da «CERCA MOURA DE LISBOA» na sua fachada para oriente, passava sensivelmente entre o edifício do «LIMOEIRO» e as casas que têm entrada pela antiga «Calçada de São João da Praça» actual «RUA NORBERTO DE ARAÚJO» ou a mais antiga ainda a velha «RUA DA ADIÇA».
Num grande prédio, onde esteve instalada uma padaria, com o número 6 e 8, entre a «RUA DA GALÉ» e a antiga«RUA DA ADIÇA», foi o local da antiga«IGREJA PAROQUIAL DE SÃO PEDRO DE ALFAMA», erigida em 1344 por «D. AFONSO IV». O Terramoto de 1755 destruí-a totalmente e não mais se reedificou neste sítio, passando a paróquia para «ALCÂNTARA».
Uma casa que se situa nesta artéria (sensivelmente mais a Norte da rua), de uma certa beleza pitoresca, não se observa na frente, o que esconde de mais interessante. Era chamada da «CASA DOS ARCOS», e só se distingue ao longe, desde o adro da «IGREJA DE SANTO ESTEVÃO». Possivelmente com alguma história, embora não se conheça muito bem. Nas traseiras da casa mostra essas arcadas de volta perfeita sobre terraços muito modestos. Com uma cisterna no lanço estreito da entrada, e um oratório ou nicho, hoje inexpressivo. Mas tudo leva a crer que este semblante pitoresco, encobre hoje qualquer feição religiosa do tempo antigo, e da qual não ficou justificação escrita. No quintal abandonado, cresciam ervas e couves.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ II ]-NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO (1 )»  

RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ II ]

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 Rua Norberto de Araújo - (2011) Foto de Lampião (A "Igreja de Santa Luzia" no início da escadaria da "Rua Norberto de Araújo", na freguesia de "São Miguel") inSKYSCRAPERCITY
 Rua Norberto de Araújo - (2011) - Foto de Lampião (A escadaria da "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" na parte Norte junto às "Portas do Sol") inSKYSCRAPERCITY
 Rua Norberto de Araújo (194_) Foto de Amadeu Ferrari (Vestígios da "CERCA MOURA DE LISBOA" na "Rua Norberto de Araújo", antiga "Rua da Adiça") in AFML
 Rua Norberto de Araújo - (194_)? Foto de autor não identificado (A fotografia de "Norberto de Araújo" possivelmente nos anos 40 do século passado) inAFML
 Rua Norberto de Araújo, 61 a 63 - (entre 1898-1908) Fotografo não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" em Alfama, antiga "Calçada de S. João da Praça") (Esta foto pode ser vista em tamanho grande. ex: Ctrl + Clicar) inAFML
Rua Norberto de Araújo - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" antiga "Rua da Adiça") (Pode ver esta foto ampliada, utilizar Ctrl + Clicar na imagem) in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ II ]

«NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO»

Faz no próximo dia 25 de Novembro 60 anos que morreu nesta cidade um seu filho "dilecto" (para empregar uma palavra muito de seu agrado), que foi uma síntese de duas correntes; quer dizer: estudioso, não virava a cara aos canhenhos nem se furtava a longas consultas em arquivos; mas, peregrino impenitente da cidade, percorria os cantos, bebia-lhe o Sol, conhecia-lhe a HISTÓRIA e as histórias através da prática de andar a visitar, chamou-se «NORBERTO DE ARAÚJO». 
Nesta cidade dada ao fado e ao canto nostálgico, eivada de recordações de beira-rio, sonhando com as larguras do mar, espanejando-se nos miradouros e comprimindo-se nas vielas, LISBOA queixa-se, com razão, de alguns maus tratos. Em vez de lhe puxarem pelos galões de terra milenar, com características próprias, oferecida ao Sol na maioria parte do ano, senhora de um azul que a poluição ainda não conseguiu escurecer definitivamente, espreguiçando-se por colinas que são bem mais do que sete, entretêm-se alguns a transformá-la em nova rica, num jeito que mal lhe quadra ao feitio e ao retrato que dela tem o mundo.
Felizmente para ela, surgem de tantos em tantos anos uns namorados que, mesmo descontando o exagero próprio de quem por muito amar vive encantado, a conhecem por dentro o suficiente para deixarem à posteridade as descrições que não morrem, as pinturas que não desbotam. Pertencem alguns mais à categoria dos ratos de biblioteca, metendo os eruditos narizes em todas as crónicas velhas, em todos os cartapácios, em todos os registos paroquiais... Outros, mais dados ao ar livre, esgravatam por becos e avenidas, sobem calçadas quase a pique e encorajam as pernas a meter por azinhagas; conhecem palácios e casebres, pelam-se por uma Igreja Velha, atingem êxtases de gozo diante dos restos de uma muralha.
Está claro que quase dava uma enciclopédia a vida deste homem, que, afinal, mal andou 63 anos pelo mundo. Pode dizer-se que nunca parou e que pertenceu à rara qualidade daqueles que tocam muitos instrumentos sem contudo, desafinar em nenhum.
Nasceu na «RUA DO MIRANTE» no número 47, perto do «CAMPO DE SANTA CLARA», em casa que hoje está assinalada por uma lápide, com o seu nascimento (21.03.1889).
Depois dos estudos primários, frequentou o liceu quando ficou órfão, aos 14 anos. Começou, pois, logo a trabalhar, entrando nas oficinas da «IMPRENSA NACIONAL». Em boa hora; frequentou a escola de aprendizagem para artista gráfico e, no fim do curso, obteve o primeiro prémio. E tanto se afeiçoou àquele sector que os seus primeiros trabalhos impressos estão relacionados com ele: «Democratização da Arte» e«Da Iluminura à Tricromia».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ III ] - NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO ( 2 )».  


RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ III ]

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 Rua Norberto de Araújo - (2002) Foto de Andres Lejona (A "Cerca Moura de Lisboa" na "RUANORBERTO DE ARAÚJO" em Alfama) ( Esta foto abre em tamanho grande) inAFML
 Rua Norberto de Araújo - (2010) Foto Luis Paiva Boléo (A "Rua Norberto de Araújo" em Alfama) inPANORAMIO
 Rua Norberto de Araújo - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (Início da "Rua Norberto de Araújo" traseiras da "Igreja de Santa Luzia") (Esta foto abre em tamanho grande) in AFML
 Rua Norberto de Araújo, 85 a 93 - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" até 1956 esta rua era chamada de "Calçada São João da Praça" em Alfama) (Esta foto abre em tamanho grande) inAFML
 Rua Norberto de Araújo -(entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" antiga "Calçada de São João da Praça") inAFML
Rua Norberto de Araújo - (Anos vinte do século XX)? Foto de autor não identificado (Uma das fotos de "NORBERTO DE ARAÚJO" possivelmente no inicio anos vinte, que retirei do blogue "Lisboa no Guiness" ao qual agradeço) inLISBOA NO GUINESS


(CONTINUAÇÃO) - RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ III ]

«NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO ( 2 )»

O génio de «NORBERTO DE ARAÚJO» não era possível caber em colete bonito mas apertado.
Assim, estudando à noite, concluiu o curso dos liceus e matriculou-se no «CURSO SUPERIOR DE LETRAS».
Entretanto o director da «IMPRENSA NACIONAL» "LUÍS DEROUET", tinha já reparado na inquietude do jovem «NORBERTO DE ARAÚJO». Recomendou-o para o jornal «OMUNDO» (na Rua da Misericórdia) e aí começou, então, uma das mais fascinantes carreiras jornalísticas de  que há memória.
Em 1917, trocou "O Repórter" o seu primeiro periódico pelo diário "A MANHÃ". Para abreviar descrições, diga-se apenas que, ao fim de seis meses, era co-proprietário. Mas o importante não é isso: "NORBERTO DE ARAÚJO" revelou-se como um verdadeiro revolucionário do estilo jornalístico, na reportagem, na crónica, na entrevista, usando uma forma muito pessoal de narrar e de transmitir ao público as suas impressões.
Depois do diário «A MANHû, fez o périplo habitual na época, trabalhando no «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» e no «SÉCULO DA NOITE». Mas foi no «DIÁRIO DE LISBOA» que o seu nome se consagrou. Redactor principal daquele vespertino, foi desde 1923, autor da "Página das Quintas-Feiras", em que dissertava sobretudo sobre temas literários. Outra secção, que iniciara no «DIÁRIO DE NOTÍCIAS», foi recheada de verdadeiras pérolas da arte de bem escrever: chamava-se: "MINIATURAS" e servia ao autor como verdadeiro escape livre para falar de qualquer tema. Muitas dessas crónicas foram reunidas em livro.
Distingue-se também na reportagem internacional, trabalhando em Espanha, França, Itália, Marrocos e Brasil, país a que acompanhou o presidente «ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA».
Embora essencialmente jornalista, «NORBERTO DE ARAÚJO» não se limitou à arte de contar em papel facilmente perecível. O teatro e o romance suscitaram o seu interesse. Para o primeiro escreveu, por exemplo e entre outras peças, «DENTRO DO CASTIGO», representada no «TEATRO NACIONAL», ou «DIÁLOGOS DE DUAS MULHERES», que foi à cena no «TEATRO DA TRINDADE». No romance destacam-se, pela popularidade atingida e traduções de que foram alvo, «FADO DA MOURARIA» e «NOVELA DE AMOR HUMILDE». Mas são apenas exemplos da muita produção.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ IV ]-NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO (3)»

RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ IV ]

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 Rua Norberto de Araújo - (2010) Foto de Luís Paiva Boléo (A "Rua Norberto de Araújo" antiga "Calçada de S. João da Praça" em Alfama) inPANORAMIO 
 Rua Norberto de Araújo - (2010) - Foto de Luís Paiva Boléo (A "Rua Norberto de Araújo" em Alfama) inPANORAMIO
 Rua Norberto de Araújo - (1943) - (A obra de "Norberto de Araújo" nomeadamente as "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" a sua primeira edição saiu sensivelmente nesta data, com direcção artística de "Martins Barata" e Editada pela "Parceria António Maria Pereira") inRUAS DOS DIAS QUE VOAM
 Rua Norberto de Araújo - (1975) Foto de Armando Serôdio (A calçada à portuguesa na "Rua Norberto de Araújo" em Alfama) inAFML
 Rua Norberto de Araújo - (1956) Foto de Armando Serôdio (Inauguração da "Rua Norberto de Araújo" em Alfama pela edilidade de Lisboa) inAFML
Rua Norberto de Araújo - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" antiga "Calçada de S. João da Praça) (Esta foto pode ser aberta em tamanho grande) in AFML


(CONTINUAÇÃO) - RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ IV ]

«NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO (3)»

O coração do mestre «NORBERTO DE ARAÚJO» foi "atingido" quando decidiu ocupar-se da menina dos seus olhos, esta cidade distraída chamada «LISBOA», de quem ele conhecia as virtudes, que realçava, e as mazelas, que procurava corrigir.Decidiu um dia, no final dos anos 30, reunir os muitos apontamentos que possuía e, sobretudo, dar à estampa um verdadeiro manancial de conhecimentos, memórias e histórias da sua cidade.
Como a obra lhe saiu com um mínimo de método, feita em jeito de andarilho que percorresse esta terra acompanhado de um dilecto amigo (que outro não é senão o leitor), chamou-lhe «PEREGRINAÇÕES EM LISBOA».
Para classificar este tesouro da olisipografia, bastará talvez dizer que, apesar de muitas transformações operadas na cidade, tendo até desaparecido alguns dos locais e edifícios citados por ele, ainda hoje é impossível  fazer um trabalho sobre LISBOA sem recorrer à obra mestra de «NORBERTO DE ARAÚJO». 
Espantosamente só 50 anos depois da primeira foi feita uma segunda edição entre os anos de 1992 e 1993.
Mas o sangue de poeta também lhe corria nas veias. Assim, surgiram umas «LENDAS DELISBOA» em 1943, que são autenticas declarações de amor em prosa poética aos recantos da cidade, cada um deles visto com a ternura de quem ama e descrito com a mestria de quem sabe.
O canto do cisne do autor foi um «INVENTÁRIO DE LISBOA», que deixou incompleto ao falecer em 25 de Novembro de 1952. Mas muito mais ficou: as crónicas do «DIÁRIO DELISBOA», a organização dos concursos da «RAINHA DOS MERCADOS», que fizeram furor, as conferências e colaborações dispersas, a co-responsabilidade na fundação do grupo «AMIGOS DE LISBOA», a criação da estrutura das «MARCHAS POPULARES» - que ainda hoje seguem, mais ou menos, os moldes que «NORBERTO DE ARAÚJO» imaginou com «LEITÃO DE BARROS» - as letras famosas que escreveu para esses mesmos desfiles, de parceria com «RAUL FERRÃO» ("LA VAI LISBOA...", "MARCHA DO CENTENÁRIO","OLHA O MANJERICO", "NOITE DE SANTO ANTÓNIO...") músicas que, muitas décadas depois, ainda são trauteadas e conhecidas.
Morreu há 60 anos, «LISBOA» devia ir em romagem à rua de ALFAMA que tem o seu nome. Talvez «ALFAMA» já não se lembre da existência dos artigos vigorosos de «NORBERTO DE ARAÚJO» que impediram o camartelo de destruir boa parte dela...

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ V ] -NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO ( 4 )».

RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ V ]

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 Rua Norberto de Araújo - (2007) (Início da "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" no lado norte, vendo-se a "Igreja de Santa Luzia" assente sobre a "Cerca Moura", à direita já no "Largo das Portas do Sol" o Palácio que pertenceu aos "Viscondes de Azurara") inGOOGLE EARTH
 Rua Norberto de Araújo - (1994) - (Livro das "LEGENDAS DE LISBOA", uma obra prima de "Noernerto de Araújo", publicada em 1943) inCONHECER LISBOA 
 Rua Norberto de Araújo, 60-62 - (entre 1898 a 1908) Foto de autor não identificado (A "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" até 1956 a "Calçada de S. João da Praça" em ALFAMA) (Esta foto abre em tamanho grande) inAFML
 Rua Norberto de Araújo, 100 a 104 - (entre 1898 e 1908) (Foto de autor não identificado) (A "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" antiga "Rua da Adiça" depois "Calçada de S. Josão da Praça" a ALFAMA) inAFML
Rua Norberto de Araújo - (entre 1890 a 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia (A "Casa dos Arcos" na "Rua Norberto de Araújo" antiga "Calçada de S. João da Praça") (Esta foto abre em tamanho grande) inAFML


(CONTINUAÇÃO) - RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ V ]

«NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO( 4 )»

Do seu livro «LEGENDAS DE LISBOA» (páginas 164 e 165), não pudemos deixar de transcrever esta passagem com referencia a esta  rua, que parte dela, mais tarde, receberia o seu nome.
ADIÇA e S RAFAEL» O sítio da "ADIÇA" nasce nas "Portas do Sol" e morre em "S.Rafael".
Fica-lhe pelo dorso torcicolado - a "Galé", essa maravilha humilde da "Rua da Galé", que liga, por igual, à "Adiça" no coração de Alfama. ADIÇA! Que graça arcaica de legenda toponímica! Hoje (1943) chama-se "Calçada de S. João da Praça". Os velhos do lugar só sabem onde fica a "ADIÇA".
Eis um dos mais típicos e generosos compartimentos alfamistas. De tudo têm um pouco esta "ADIÇA" e esta "GALÉ" - amontoado de pitoresco e velharias, documentário em miniatura de uma ALFAMA que se desentranha em mistérios do passado, enigma de arqueologia bairrista. Ao alto das escadinhas, às "Portas do Sol", - existe o panorama venerado da "Muralha Moura", sobre a qual se apoia "Santa Luzia". Logo essa aguarela deliciosa que é a "Casa dos Arcos", poesia encarcerada dentro de um quintal. O "Beco das Canas", os meandros da "GALÉ", a ponta do "Beco do Alegrete"; os registos sacros de azulejos a cada dez passos, as lápides foreiras, um candeeiro de braça estendido, o beiral de um telhado, uma gaiola de pintassilgos...
Sobem e descem escadarias em trono de "Santo António". Exércitos de gatos fazem o seu "alto" ao sol. Rebola um pregão de hortaliça. Rebola mesmo de um cabaz - uma tangerina.  Rebolam quatro gaiatos atrás de um pião. A mediana envergonhada e a resignada pobreza    - dão-se mãos. Uma voz fresca canta uma ária em voga:
                                                            
                                                          Ai, deixa-me ver,
                                                          ai balão! balão!
                                                onde está ma marcha
                                                o meu coração!...

Cem gerações dilatam-se na pureza imaculada dos costumes plebeus. A confluência de "S. Rafael" formiga como uma vereda de celeiro. As casas de esquina, nos ressaltos com "Santo António" na face gretada cor-de-rosa - lembram sentinelas do lirismo urbanista. A "Torre de Alfama", alcandorada de rosas, na coroa da "Judiaria" - adormeceu há oito séculos. É a hora do sol. "ADIÇA" relampeja. A "Galé" cintila acima de "S. Rafael". Alfama - vive".

Como curiosidade o termo "ADIÇA", também conhecido como uma mina de ouro que existiu próximo da «FONTE DA TELHA», entre ALMADA e SESIMBRA.
A mina já era explorada no reinado de «D. SANCHO I» e foi-o até ao do «D. JOÃO III», tendo retomado posteriormente a sua actividade entre 1814 e 1832. O nome de "ADIÇA" (galerias subterrâneas) e "ADICEIROS" (Trabalhadores das minas) atestam o facto de esta ter sido a principal mina de ouro na época em Portugal. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

 - ARAÚJO, Norberto de - LEGENDAS DE LISBOA - VEGA - 2ª Ed. 1994 - LISBOA
 - ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA - livro X - Vega- 1993 - LISBOA
 - DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Carlos Quintas & Associados-Consultores, Lda- 1994 - SACAVÉM.
 - SILVA, A. Vieira da - A CERCA MOURA DE LISBOA -3ª Ed. Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1987 - LISBOA.

INTERNET

 - AFML
 
Para assinalar os 60 anos da morte de "NORBERTO DE ARAÚJO" (25.11.2012), a HEMEROTECA DE LISBOA e o "GABINETE DE ESTUDOS OLISIPONENSE" está a realizar desde 23 deste mês, até ao final do mês de Dezembro, um conjunto de iniciativas, relacionadas com esta figura ímpar da cidade de LISBOA.

 
(PRÓXIMO) - «RUA DO LORETO [ I ] - A RUA DO LORETO E SEUS ANCESTRAIS» 

RUA DO LORETO [ I ]

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 Rua do Loreto - (2012) - (O prédio da "Rua do Loreto" onde se instalou o "SALÃO IDEAL" actualmente o "CINE PARAÍSO") inGOOGLE EARTH
 Rua do Loreto - (2012) - (Panorama da "Rua do Loreto" junto da "Praça Luís de Camões") inGOOGLE EARTH
 Rua do Loreto - (2012) - (O início da "Rua do Loreto" virada para a "Praça Luís de Camões") inGOOGLE EARTH
Rua do Loreto - (início do séc. XX) Foto de Alberto Costa Lima ( A "Rua do Loreto" esquina para a "Rua da Emenda"(antiga Travessa do Mel), no 1º andar o "Alfaiate Couto") in AFML


RUA DO LORETO [ I ] 

«A "RUA DO LORETO" E SEUS ANCESTRAIS»

A «RUA DO LORETO» pertence à freguesia da «ENCARNAÇÃO».
Tem o seu início na «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES» e termina no «LARGO DO CALHARIZ».
Representava esta artéria o início do caminho que ia das "PORTAS DE SANTA CATARINA" (hoje "LARGO DO CHIADO") a "SANTOS" e "ALCÂNTARA". Com o terramoto de 1755 e a demolição dos "CASEBRES DO LORETO", as chamadas também "Ruínas do Palácio dosMarialvas" e antes da construção da «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES», esta via chegava pelo nascente até à «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» (hoje RUA DA MISERICÓRDIA).
Existiram várias denominações para esta rua, quem nos conta é "LUIZ PASTOR DEMACEDO" no seu livro "LISBOA DE LÉS A LÉS", ao dizer-nos que já nas "Estatísticas de 1552", de "BRANDÃO" este nome vem mencionado como "RUA DO LORETO". No entanto, em 1565 os sacadores da derrama designavam-na por: "rua direita que vai do Loreto pª. a Calçada do Congro" ( 1 ). O cura da "SÉ", em 1605 designava por: "rua direita fora da porta de Santa Catarina" ( 2 ), e os registos paroquiais da freguesia da "ENCARNAÇÃO" dão-lhe geralmente a denominação simples de "RUA DIREITA", algumas vezes, poucas, a de "RUA DIREITA DO LORETO" e só por acaso «RUA DO LORETO», a não ser em grande parte do século XIX e XX, em que tanto uma como outra das últimas designações citadas, foram as únicas utilizadas. Depois do Terramoto de 1755, ainda lhe atribuíram o nome de "RUA LARGA DO LORETO"( 3 ).
Muito antes do Terramoto, no extremo ocidental da «RUA DO LORETO» e esquinando para a "RUA DAS CHAGAS", levantava-se um grande grande edifício que chegava até à «RUA DA HORTA SECA» onde tinha a serventia principal. Era a «CASA PIA DAS CONVERTIDAS DA CIDADE DE LISBOA» ou«RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE DAS CONVERTIDAS», títulos que por si só, dizem o fim moral para o que aquela casa fora fundada.
Diz-nos ainda o olisipógrafo "Luiz Pastor de Macedo" que enquanto estiveram no "LORETO" as convertidas, deram o seu nome a parte da actual «RUA DAS CHAGAS», para onde caía uma das fachadas do edifício do recolhimento. Essa "Rua das Convertidas" que se estendia entre a "Rua da Horta Seca" e a "Rua do Loreto" é citada em 1712 por "Carvalho da Costa" ( 4 ).
Sabe-se que logo a seguir, a oriente do edifício das "Convertidas", existia, antes do Terramoto de 1755, as casas dos "CORDES", sensivelmente onde hoje estão os prédios com os números 41 a 55. A família "CORDES" é proveniente da nobreza Flamenga. O apelido foi introduzido em Portugal no reinado de «D. FILIPE III», através de "João Baptistade Cordes», que se fixou em Lisboa, tendo exercido o cargo de Tesoureiro do Fisco Real. Só no século XIX aparece o apelido que hoje é mais comum identificar, na pessoa do  general: «JOÃO JOSÉ SINEL DE CORDES»(1867-1930).

( 1 ) -Livro do Lançamento, etc., fl, 344-v.

( 2 ) - Reg. da Freg. da Sé, Vol. II, pág. 362.

( 3 ) - Por exemplo: Liv. VI de óbitos, fl. 176 -Encarnação-ano 1790.

( 4 ) - Corogr., Vol. III, pág. 341.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DO LORETO [ II ]-O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 1 )»   

RUA DO LORETO [ II ]

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 Rua do Loreto - (2007) Foto de Alfa Sierra (O eléctrico da Carris Nº 28, na "RUA DO LORETO", ao fundo a "Igreja Nª. Srª. do Loreto") inPANORAMIO
 Rua do Loreto - (2007) Foto de Alfa Sierra (A "Rua da Horta Seca" no lado esquerdo o Edifício da "Casa da Imprensa", segue-se as portas do cinema que só eram abertas depois do filme acabar, para escoamento dos espectadores do "Salão Ideal" hoje "Cine Paraíso") inPANORAMIO
 Rua do Loreto - (1912?) - (Planta da Plateia do "Salão Ideal" na "Rua do Loreto 15-17) inLIVRO OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA
 Rua do Loreto - (1912?) - (Planta do Balcão do "Salão Ideal" na "Rua do Loreto" inLIVRO OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA
Rua do Loreto - (1961) Foto de Armando Madureira (O "Salão Ideal" na "Rua do Loreto" nos anos sessenta do século passado) in AFML    
Rua do Loreto - (1910) - (A "Empresa Cinematographica IDEAL" em 1910 era uma distribuidora em Portugal e estava ligada ao "Salão Ideal") in RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO LORETO [ II ]

«O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 1 )»

Ao citarmos a «RUA DO LORETO» vamos dedicar-nos essencialmente ao único cinema que existe nesta artéria.
Um cinema de LISBOA, o mais antigo em funcionamento, atravessou várias vicissitudes, passou do mudo para o sonoro, caiu também na passagem de filmes pornográficos, tendo enveredado na última década pelo campo dos ciclos cinematográficos.
Dizem os preceitos cristãos que o arrependimento sincero nunca é tardio e que o bom caminho pode ser tomado em qualquer altura... 
Nesta "velha" sala hoje arranjada para o «CINE PARAÍSO», que já teve o nome de «CAMÕES» e«SALÃO IDEAL», sem nunca deixar de ser, na gíria mais alfacinha, o cinema do "LORETO".
Diz-nos «LUIS PASTOR DE MACEDO» que o prédio com os números 13 a 19 teve em 1860 os números 23 a 25. Em 1863 era seu proprietário o «DR. JOAQUIM PEDRO SEABRA JÚNIOR», casado com "D. LUÍSA PETRONILHA GOMES SEABRA", que nesse mesmo ano, por escritura de 11 de Novembro o vendeu a «ANTÓNIO JOÃO QUINTAS», casado com "D. CARLOTA MARIA LEAL QUINTÃO". a descrição do prédio então feita, reza assim: "consta de lojas, 1º e 2º andar, e águas furtadas, e tem no fundo um quintal com seu poço, e um subterrâneo com uma loja e uma casa para cima, e uma barraca de madeira, tendo o mesmo quintal frente para a RUA DA HORTA SECA, para onde tem parede levantada até à altura do primeiro andar, com seis vãos de portas, com os números 12, 14, 16, 18, 20 e 22" ( 1 ).
Desde 1924 pertence à "CAIXA DE PREVIDÊNCIA DE PROFISSIONAIS DA IMPRENSA DE LISBOA" (hoje "CASA DA IMPRENSA"), que ocupa a sobre loja.
A entrada para o «SALÃO IDEAL» faz-se pelos números 15 e 17 e a casa de espectáculos é no antigo quintal do prédio (que já nos referimos), que comunica para a "Rua da HortaSeca" por seis portas, e se abrem para facilitar a saída dos espectadores quando termina a sessão animatográfica. (hoje cinematográfica).
O cinema, como o entendemos, chegou a LISBOA em Junho de 1896 e as primeiras exibições tiveram lugar no «REAL COLISEU», situado na "Rua da Palma", no local onde hoje temos a "Garagem Lis". À manivela, é LISBOA uma das primeiras cidades da Europa a conhecer o prodígio. Em breve, a nova arte conquistava adeptos em grande número, levando a que várias salas quisessem experimentar as máquinas que transmitiam imagens em movimento. Assim sucedeu com o Coliseu dos Recreios ou o Teatro D. Amélia (actual "São Luis").
Mas, logo em 1904, houve a ideia de construir de raiz uma casa dedicada ao cinema. «JOÃO FERREIRA CORREIA» - um dos fotógrafos que viria a ser nome indissociável da  história do cinema em Portugal, tendo fundado a «PORTUGÁLIA FILME», produtora de várias obras - lembrou-se de tal edificação ao descobrir um recinto abandonado na «RUA DO LORETO». Associou às suas ideias «D. NUNO ALMADA» e ambos foram a França onde adquiriram às casas "PATHÉ" e "GAUMONT" a aparelhagem de que careciam. Mandaram fazer as obras necessárias no espaço correspondente ao rés-do-chão e cave do prédio e deram-lhe o nome de «SALÃO IDEAL».

( 1 )- Testamento, maço VI, processo 216- Arquivo de Santa Casa da Misericórdia.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DO LORETO [ III ] - O CENTENÁRIO CINEMA DO LORETO ( 2 )».

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