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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

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 Rua Abel Botelho - (2010) Placa toponímica da "RUA ABEL BOTELHO" nas comemorações Municipais do Centenário da República) inCML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (2010) Foto de autor não identificado (A "Rua Abel Botelho" nas comemorações do Centenário da República") inCML-CENTENÁRIO DA REPÚBLICA
 Rua Abel Botelho - (ant. 1917) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( O Escritor e Jornalista "Abel Botelho" no seu escritório)  in AFML  (Abre em tamanho grande) 
 Rua Abel Botelho - (1961) Foto de Artur Goulart (A "Rua Abel Botelho", 44 na freguesia de "São Domingos de Benfica) inAFML 
Rua Abel Botelho - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( (Retrato de "Abel Botelho" original da  autoria de António Ramalho em 1889) inAFML


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ II ]

«RUA ABEL BOTELHO (2)»

Há pouco mais de cento e vinte anos, LISBOA era sacudida pelos escândalos provocados nas obras (para Teatro e para livro) de um oficial do Estado-Maior do Exército. Chamava-se «ABEL ACÁCIO DE ALMEIDA BOTELHO», viera muito novo da sua terra natal «TABUAÇO», para ingressar no «COLÉGIO MILITAR» em 1867.

De facto, em 1889, foi representada no «TEATRO GINÁSIO» a peça em três actos, de seu nome "JUCUNDA", na qual se apresentava em cena uma personagem feminina vestida com trajes considerados demasiado leves na época.
O escândalo rebentou e, em nome da decência vigente, a peça recolheu a  bastidores.

Oito anos depois, no "TEATRO NACIONAL DONA MARIA II", nova peça, desta vez "AIMACULÁVEL", provocava manifestações hostis na plateia e acabaria por redundar em cenas de pugilato. Entre estas duas obras, subiu ainda à cena, no «TEATRO GINÁSIO», uma outra obra, denominada «VENCIDOS DA VIDA», na qual era feito um retrato tão realista e cruel de diversas personalidades vivas e conhecidas que a proibição não se fez esperar muito.

No "TEATRO DO PRÍNCIPE PERFEITO" (depois chamado de "APOLO") que ficava na MOURARIA no local onde hoje está a estação de Metro do "Martim Moniz", foi ainda representada a «CLAUDINA» (1890), que, mesmo não sendo retirada, provocou grande polémica por fazer o retrato de uma mulher inteiramente desequilibrada, papel em que brilhou a actriz «LUCINDA SIMÕES».

O autor cujos trabalhos provocaram todo este burburinho era «ABEL BOTELHO». Por temperamento e vivência, conhecia os meios mais abjectos da cidade. Passava para as suas peças tudo quanto via, não omitindo cenas canalhas nem caracteres revoltantes.

Os seus começos literários prendem-se com a imprensa: estreou-se na «REVISTALITERÁRIA DO PORTO», com um soneto. Mais tarde, veio trabalhar em «O DIA», na revista «O OCIDENTE», nos «SERÕES», na «A ILUSTRAÇÃO», no «DIÁRIO DENOTÍCIAS» (onde publicou em folhetins, o mais conhecido do seus livros, «MULHERES DABEIRA» (1898). Colaborou ainda no «CORREIO PORTUGUÊS», nas «NOVIDADE» e foi até director de um jornal chamado «REPÓRTER».

«ABEL BOTELHO» nasceu em «TABUAÇO» em 23 de Setembro de 1856 e faleceu em «BUENOS AIRES» no dia 24 de Abril de 1917.
Embora JORNALISTA, terá ficado mais conhecido como ESCRITOR.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ III ]-RUA ACÁCIO PAIVA».

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