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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ III ]

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«O PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO»
 Rua da Escola Politécnica - (2013) - (Pormenor do "PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO", na RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA, vendo-se correctamente a alteração sofrida nas duas portas da direita) inGOOGLE EARTH
 Rua da Escola Politécnica - ( 2001 ) Foto de Pedro Soares - ("Prédio Gonzaga Ribeiro" na RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA, alteração das duas portas que lhe tirou a simetria. Esta imagem está em espelho, por isso apresenta a porta larga no lado esquerdo)  in MONTE OLIVETE
 Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de FOTOVOO - ("PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO" na Rua da Escola Politécnica. Sensivelmente como na planta original, entrada na C.M.L.  em 1882) inA SÉTIMA COLINA
Rua da Escola Politécnica - ( Século XIX) - (Planta da fachada principal do "PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO" na RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" no ano de 1882)  in A SÉTIMA COLINA


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ III ]

«O PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO»

Na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" do número 12 a 26 podemos ainda encontrar um prédio que pela qualidade do seu desenho de fachada, o edifício destaca-se de um conjunto de palacetes e prédios urbanos, construídos na segunda metade do século XIX, ao longo da RUA que da "PRAÇA LUÍS DE CAMÕES", passando por "SÃO ROQUE" sobe para o "RATO".
Entre o Palacete "ANJOS" e o palacete "CASTILHO" ergue-se  o    chamado       "PRÉDIO GONZAGA RIBEIRO".
Nada se conhece (actualmente) do proprietário que lhe justifica o nome, nem do arquitecto. Sabe-se que o projecto deu entrada nos serviços da     CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA em 1882 e, embora assinado pelo autor, todas as peças revelam  um rigoroso tratamento  e um excelente   domínio  do  traço,   sobretudo  se  comparada  com  outros    projectos  que nessa época foram submetidos aos serviços camarários para aprovação.
Pensou-se que seria uma obra do Arquitecto-Decorador, "G. CINATTI" (1879), mas a ideia foi posta de parte, pois o arquitecto tinha falecido três anos antes. No entanto o desenho de composição da fachada denota claramente uma inspiração italianizante que sugere a influência daquele Arquitecto, que terá marcado LISBOA com alguns dos mais interessantes prédios da época - caso do PALÁCIO ALMEDINA, na"AVENIDA DA LIBERDADE", dos VISCONDES DE BESSONE, ou o PALACETE DOS IGLÉSIAS, a S. FRANCISCO.
Utilizando uma composição tripartida da fachada, típica na época, o arquitecto reduz a largura da zona central, aplicando-lhe um desenho autónomo que imprime a toda a fachada uma forte acentuação rítmica. Sem se recorrer de ornatos e florões, o efeito estético global surge claramente arquitectónico, utilizando diferentes métricas de altura em cada piso e pequenas variações no tratamento dos vãos.
Na estrutura interna revela o mesmo domínio arquitectónico, com um núcleo de escadas de grande elegância fortemente iluminado por grandes janelas que recebem luz do saguão.
Em 1925 tendo recebido obras que se concentraram, sobretudo em beneficiações de infra-estruturas.
O prédio embora muito bem conservado (só com a infeliz alteração comercial, consentida, de uma loja, que destruiu, em parte, o desenho em arcada de volta perfeita dos quatro vãos, retirando-lhe a simetria que existia no rés-do-chão inicialmente).
Este prédio tem três andares de origem, com um corpo central de cantaria e frontão curvo no primeiro andar com monograma "G.R." (de Gonzaga Ribeiro), sacada corrida no 1.º e 3.º andar, grades recolhidas no 2.º, jogando, numa elegância de gosto italiano, entre cantaria branca e o reboco rosado das paredes.

No primeiro andar esquerdo deste prédio no número 20 estava instalada a "SOCIEDADEPORTUGUESA DE ESCRITORES", desde  a segunda metade dos anos cinquenta do século XX. Foram seus Corpos Gerentes: JOÃO DE BARROS (Assembleia Geral), AQUILINO RIBEIRO (Direcção) e ANTÓNIO SÉRGIO (Conselho Fiscal).
Foi extinta em 1965 a "S.P. de E." por imposição do Governo Fascista, na circunstância da atribuição de um prémio literário ao novelista "LUANDINO VIEIRA" com a obra "LUUANDA". Este escritor então preso político no TARRAFAL pelas autoridades portuguesas de então, não gostaram da acção da "S.P. de E.". Na noite do dia 21 de Maio de 1965 pelas 22 horas, a sede do SPE na RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA, foi assaltada e saqueada por bandos desconhecidos, apoiados por elementos da PIDE.  Em 1972 voltava após um lento processo de aprovação, com o nome de ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ IV ]-O PALACETE CASTILHO»


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