Largo do Carmo - (2008) Foto de APS (O "Convento do Carmo e Igreja" vista da "Praça D. Pedro IV" vulgo Rossio) in ARQUIVO/APS
Largo do Carmo - (Século XIV) (Foto de 19.11.2010) (Maqueta da "Igreja e Convento do Carmo" ) inSÉTIMA COLINA
Largo do Carmo - s/d Foto de Ferreira da Cunha(1901-1970) (Fachada das ruínas da "Igreja do Convento do Carmo" (Abre em tamanho grande) inAFML
Largo do Carmo - (Provavelmente no início do século XX) Autor da fotografia não identificado (Fachada principal do "Convento e (ruínas) da Igreja do Carmo, Monumento Nacional desde 1910) (Abre em tamanho grande) in AFML
Largo do Carmo - (2013) (Aspecto do antigo "Convento do Carmo" hoje quartel da GNR) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - LARGO DO CARMO [ VI ]
«O CONVENTO E IGREJA DO CARMO ( 2 )»
«Abriu o frontispício por entre o pórtico e o cunhal da porta do Sul». A solução para o problema passava pela aquisição dos terrenos a Sul do CONVENTO para nova intervenção de engenharia.
Pertenciam os terrenos ao cunhado de "D NUNO", o"ALMIRANTE PESSANHA", cuja aquisição está datada de 1399, data em que, portanto, as paredes do templo e a frontaria estavam já construídas. Dos cinco arcobotantes ou botaréus então acrescentados, visíveis nas gravuras antigas, um ainda é facilmente reconhecível, talvez reconstruído, junto à passagem que nos conduz ao vizinho "ELEVADOR DE SANTA JUSTA", pela "TRAVESSADOM PEDRO DE MENESES".
Entretanto a direcção da obra terá mudado, após a conclusão das fundações, para ser entregue a consolidação e alçada das naves e da fachada a nova orientação.
A este Mestre se deve a assinatura da "PORTA SUL"ou PORTA TRAVESSO"da IGREJA, bem como a razoável opção de cobrir as naves colaterais em berço quebrado de tijoleira, mais leve e diminuidora das tensões mecânicas nas fachadas laterais da IGREJA. Apenas a BATALHA e o CARMO exibem a estrutura complexa de cinco capelas de panos poligonais no topo, uma evolução do modelo das mais importantes igrejas de GÓTICO MENDICANTE do Centro e do Sul do país, como SANTARÉM ou ELVAS.
O CARMO conjuga o aperfeiçoamento da BATALHA - a solução da planta poligonal - com a tradição monástica das capelas escalonadas.
D. NUNO tomou no Templo o nome de FREI NUNO DE SANTA MARIA. Data de 1404 a primeira doação patrimonial que fez ao CONVENTO, e de 1423 a doação do CONVENTO à ORDEM DO CARMO.
D. DUARTE e depois D. AFONSO V tomaram sob sua protecção o CONVENTO. A IGREJADO CARMO passou a ser a maior da cidade. Após o Terramoto de 1755 ruiu grande parte da IGREJA, tendo junto à derrocada um incêndio que ajudou a fazer desaparecer a maior parte do património artístico, no qual se encontrava o cadeiral da capela-mor, obra de DIOGO DE GARÇA. O CONVENTO manteve-se de pé e habitável.
Após sucessivos esforços de restauro, nunca concluído, o templo chegou a ser vazadouro público, e por tanto tempo foi esquecido, que a descoberta da verdadeira base das colunas da nave central, aquando da limpeza da lixeira, constituiu grande surpresa.
A nave central e as duas laterais do corpo da IGREJA, hoje a céu aberto, deixam o visitante imaginar a sua cobertura, lembrada a descrição de FREI JOSÉ: " No alto dos barretes da abóbada. há uns remates de pedra, nos quais se distinguem lavradas as imagens, que o SANTO CONDESTÁVEL trazia na sua bandeira, que depois foram elaboradas em relevo no seu túmulo. Só ao barrete maior (que he o do Cruzeiro) serve de remate um escudo de armas com a cruz floretada do ilustre fundador". As abóbadas saiam, portanto, em cruzaria de ogivas, com fechos decorados a rematá-las. A cobertura seria simples - a avaliar por sinais persistentes nas naves laterais - em berço quebrado, com arcos torais apoiados em mísulas chanfradas. O tecto das capelas da cabeceira da IGREJA não fugia à norma também praticada nas capelas absidais de Templos como os de SANTA CLARA de SANTARÉM ou BATALHA.
No exterior, são a marca do edifício a cabeceira e a fachada, as partes mais bem conservadas. Um terço da altura da cabeceira, cujo arrojo pode ser admirado do ROSSIO, faz parte do (embasamento com jorramento), a solução de engenharia que permitiu reter as terras e garantir a solidez do alçado.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ VIII ]O CONVENTO E IGREJA DO CARMO (3)»