Rua do Grilo - (1856-1858) (Pormenor da Planta Nº 16 do "Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque", onde se pode perceber a grande extensão do "Convento de Nª Senhora da Conceição do Monte Olivete", da Ordem dos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, mais tarde "Convento dos Grilos" inAHML
Rua do Grilo - (1999) Foto de António Sacchetti (Recanto do Convento no corredor do primeiro pisos de celas, com janelão sobre o Rio) inCAMINHO DO ORIENTE
Rua do Grilo - (1993) Foto de António Sacchetti ("CONVENTO DOS GRILOS" escadas de acesso ao piso superior) inLISBOA, UM PASSEIO A ORIENTE
Rua do Grilo - (1993) Foto de António Sacchetti (Interior do antigo "CONVENTO DOS GRILOS" na "RUA GRILO", actual "Recolhimento do Grilo" sob a protecção da "Santa Casa da Misericórdia de Lisboa" in LISBOA, UM PASSEIO A ORIENTE
Rua do Grilo - (200_) Foto de Autor não identificado (Panorama do "CONVENTO DOS GRILOS" e "IGREJA DO BEATO" na "Rua do Grilo") in HISTÓRIA
Rua do Grilo - (2007) (Vista aérea do antigo "CONVENTO DOS GRILOS", "IGREJA DO BEATO" ou "IGREJA DOS GRILOS" e parte da "Rua do Grilo) inGOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ II ]
«O CONVENTO DOS GRILOS ( 1 )»
O «CONVENTO DOS GRILOS» ou mais propriamente dito «CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO MONTE OLIVETE», cabeça da"ORDEM DOS EREMITAS DESCALÇOS DE SANTO AGOSTINHO", foi fundado na zona do"GRILO" - por isso a designação de os "GRILOS" - pela rainha "D. LUÍSA DE GUSMÃO", viúva de "D. JOÃO IV".
Foi sua intenção fundar dois conventos, um masculino e outro feminino, para tal a rainha solicitou ao Geral da Ordem a autorização para concretizar a sua ideia, no ano de 1663.
Os cinco reformadores - vigário, confessor, capelão, sacristão e um outro, vindos do "CONVENTO DA GRAÇA" - que se descalçaram e vestiram o habito reformado dos "AGOSTINHOS", pararam numa ermida de "D. GASTÃO COUTINHO" de onde saíram em procissão "para a igreja e capela da sereníssima rainha", juntamente com as religiosas.
Neste CONVENTO pregou aquele que ficaria por prelado, "FREI MANUEL DACONCEIÇÃO", confessor da rainha e que a aconselhara sobre aquela fundação. Escreveu ele ao papa "CLEMENTE IX" que persuadira a rainha, "que fizesse uma obra que seria muito agradável a Nosso Senhor; e foi que introduzisse naquele Reino a Reformação dos Descalços de meu Padre Santo AGOSTINHO"( 1 ).
A data da fundação não está determinada com exactidão. "Carvalho da Costa" aponta para o ano de 1664 ( 2 ), e justifica o orago de "MONTE OLIVETE""por uma devota imagem de Nosso Senhor orando no Horto, que estava na capelinha, a qual hoje se venera na portaria do Convento".
A existência dessa capelinha é afirmada por "FREI AGOSTINHO" que fala de"uma capela que tinha na cerca"( 3 ). Este segundo autor, cronista coevo, vigário-geral da Ordem e importante fonte para a história desta instituição, refere o dia 02.04.1663 para a sua fundação e a de 15.05.1666 para o lançamento por "D. Afonso VI"( 4 ) da primeira pedra do edifício, projectado tal como a das "GRILAS", por "JOÃO NUNES TINOCO", "arquitecto da casa da rainha (1665"( 5 ), em cuja edificação terá participado, como pedreiro, "JOÃO ANTUNES" ( 6 ).
Leva-nos a crer que durante aquele interregno, os religiosos se acomodaram em casas ali existentes, até à construção do edifício próprio.Este CONVENTO foi erguido numa quinta que a rainha mandou comprar, pertencente a "GONÇALO VASQUES DA CUNHA", situada no "SÍTIO DE XABREGAS", para nela se fazer agasalho para o confessor, capelães e mais religiosos que deveriam assistir no Mosteiro às religiosas recoletas capuchas de "SANTO AGOSTINHO", que a mesma senhora fundou no dito sítio "(...)e em efeito se tomou a dita quinta e nela estão já os respectivos religiosos 16.06.1665"( 7 ).
Entretanto, falecendo o vendedor, coube aos seus sucessores a efectivação da venda, cujo valor importou à rainha em quatro mil cruzados, depois de emanado o alvará de desobrigação, por a propriedade ser de Morgado.
( 1 ) - Madahil, António da Rocha, A CRÓNICA INÉDITA DA CONGREGAÇÃO DOS AGOSTINHOS DESCALÇOS, Coimbra, 1938, Coimbra Editora, p. 9 - nota.
( 2 ) - Costa, A. Carvalho da, COROGRAFIA PORTUGUESA, BRAGA, Typographia de Domingos Gonçalves Gouveia, 1868, Vol. III, p. 413.
( 3 ) -SANTA MARIA, Frei Agostinho de, Santuário Mariano, Lisboa, oficina de Antº. Pedrozo Galram, 1721, Tomo VII, p. 14.
( 4 ) - SANTA MARIA, Frei Agostinho de, obra citada, Lisboa, 1707, Tomo I, p. 477.
( 5 ) - Santos, Reynaldo dos, OITO SÉCULOS DE ARTE PORTUGUESA, Lisboa, ENP., Vol. II, pp. 217.
( 6 ) - João Antunes - Arquitecto - 1643.1712(Catálogo), Insti. Português do Património Cultural, 1988, pp. 9-10.
( 7 ) - Instituto de Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, Cartórios Notariais, C-9A, Cx. 41, Lº 196, fls. 37-39.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ III ] O CONVENTO DOS GRILOS (2)»