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Channel: RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA
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RUA DA JUNQUEIRA [ XIV ]

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 Rua da Junqueira - (2006) - Foto de autor não identificado (Entrada principal da "Fábrica Nacional de Cordoaria", na "Rua da Junqueira" in MUSEU DA MARINHA 
 Rua da Junqueira - (2013) (A "Cordoaria Nacional" vista na "Rua da Junqueira" parte Norte, junto da "Travessa Mécia Mouzinho de Albuquerque") in GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (1961) Foto de Arnaldo Monteiro ("Cordoaria Nacional" fachada norte virada para a "rua da Junqueira") (Abre em tamanho grande) inAFML 
 Rua da Junqueira - (2007) (Panorâmica do conjunto de edifícios da "Cordoaria Nacional" entre a "Rua da Junqueira", "Avenida da Índia", "Travessa Mécia Mouzinho de Albuquerque" e "Travessa das Galeotas") inGOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (194_) Foto de Kurt Pinto ("Cordoaria Nacional" virada a Sul "Avenida da Índia". Foi transferida para a Junqueira em finais do século XVIII e destinava-se à produção de cabos e lonas para a Armada)  in  AFML 
Rua da Junqueira - (1934 ) - Foto de Eduardo Portugal ( Panorama do edifício da "Cordoaria Nacional" antes da demolição efectuada em 1940, para permitir o alargamento da "Avenida da Índia". O exterior apresenta ainda características próximas do seu aspecto primitivo, em que se salienta a sucessão ritmada das janelas) (Abre em tamanho grande)  in AFML

(CONTINUAÇÃO) RUA DA JUNQUEIRA [ XIV ]

«A CORDOARIA NACIONAL ( 1 )»

A Construção do edifício da «FÁBRICA NACIONAL DE CORDOARIA» na "RUA DAJUNQUEIRA", determinada pelo Decreto de 29.06.1771 pelo «MARQUÊS DE POMBAL», provavelmente com projecto do Arquitecto "REINALDO MANUEL DOS SANTOS" (Oficial da "Casa do Risco")  na  segunda metade do século XVIII.
Em 1788, estava concluída a grande oficina de "CORDAME", onde decorreu a principal actividade desta fábrica de cordas, que também manufacturou  cabos, velas, tecidos e bandeiras, tinha ainda secções de tinturaria, engomadoria, urdidura arranjada, de velas, alfaiataria, tecelagem, para além dos espaços de apoio, como a carpintaria e serralharia, os serviços de administração e outros equipamentos para as naus portuguesas. Imagina-se que alguns destes serviços se instalaram durante o século XIX.

O edifício situa-se na JUNQUEIRA sobre terrenos contíguos ao «FORTE DE S. JOÃO DA JUNQUEIRA», um conjunto de oficinas que se distribuem por três corpos, caracteriza-se por uma planta longitudinal edificada paralelamente ao rio TEJO.

Com cerca de 394 metros de frente e 125 de profundidade, a sua traça arquitectónica praticamente despojada de decoração, testemunho de uma construção de carácter industrial onde se albergam as oficinas.

Em 1826 e 1949 foi parcialmente destruído pelo fogo, mas logo reconstruído de ambas as vezes. Acabou por perder uma boa parte da sua área de terreno para ceder à construção da actual "AVENIDA DA ÍNDIA", que lhe fica no lado do rio ou seja a Sul.
Dadas as grandes dimensões do edifício, foram inúmeras as instituições estranhas à "CORDOARIA" que nele se instalaram.
Delas destacamos a oficina de instrumentos matemáticos e náuticos de "JACOB BERNARD HAAS", contratado pela MARINHA, foi fabricante de instrumentos náuticos e mestre desta oficina entre 1800 e 1828, data do seu falecimento. Foi substituído, pelo seu sobrinho "JOÃO FREDERICO HAAS", que ali se manteve até à extinção da oficina em 1865.

Estiveram ainda nesta "CORDOARIA" a funcionar; o "RECOLHIMENTO DE SANTA MARIA DE CARTONA", o "HOSPITAL COLONIAL" e o "QUARTEL DE TROPAS DO ULTRAMAR".
Em 1902 foi aqui instalada a "ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL", cujo o nome em 1937 passou para "INSTITUTO DE MEDICINA TROPICAL", com laboratórios, biblioteca especializada e instalações de Higiene e Patologia Exóticas.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XV ]-A CORDOARIA NACIONAL (2)»


RUA DA JUNQUEIRA [ XV ]

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 Rua da Junqueira - (2013) (O edifício da "Cordoaria Nacional" virado para a "RUA DA JUNQUEIRA") in  GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (2013) (A "Cordoaria Nacional" no seu percurso na "Rua da Junqueira" até à "Travessa das Galeotas", no lado direito o "Chafariz da Junqueira") in  GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (2013) (A "Cordoaria Nacional" vista de Nascente para Poente da "Avenida Brasília") in  GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (2013) -(Vista obtida da "Avenida Brasília" da "Cordoaria Nacional" de Sul para Norte) in  GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (194_) Foto de Kurt Pinto ( A "Cordoaria Nacional" virada para a "Avenida da Índia", vista da parte Sul de nascente para poente. Ao fundo alguns Pavilhões da Exposição do Mundo Português. à direita restos do forte da Junqueira, nesta altura ainda não existia a "Rua Mécia Mouzinho de Albuquerque" nem a FIL) in  AFML 
Rua da Junqueira - (1966) - Foto de Armando Serôdio (O Edifício da "Cordoaria Nacional" apresenta nos topos pavilhões de maiores dimensões, em que é patente o cuidado no tratamento dos cunhais e portas, apesar de se tratar de uma construção de carácter industrial) (Abre em tamanho grande) in   AFML


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XV ]

«A CORDOARIA NACIONAL ( 2 )»

O "INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA» também foi acolhido por este edifício.
Com a reorganização da "ARMADA" após a primeira grande guerra (1914-1918), foi criado em 1920 o "CURSO NAVAL DE GUERRA" que em 11 de Abril de 1930, se dividiu num "CURSO ELEMENTAR", para primeiro-Tenente, e num "CURSO COMPLEMENTAR", ao qual mais tarde foi dado o nome de "SUPERIOR NAVAL DE GUERRA", destinado a Capitão-de-mar-e-guerra.
Estes cursos funcionavam inicialmente no "ESTADO-MAIOR DA ARMADA", no edifício do "MINISTÉRIO DA MARINHA" na "Praça do Comércio". Em 1948, por Decreto nº 37130 criou o "INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA", em 1962 transitou para a ala do edifício da "FÁBRICA NACIONAL DE CORDOARIA" para instalações construídas para a "MARINHA" que ainda se mantém. 
O edifício sofreu ao longo dos tempos, diversas campanhas de obras, umas ditadas pelos incêndios que nela grassaram, outras pela necessidade de adaptação dos seus espaços à instalação de serviços, que não representava a sua vocação inicial, quer pelas alterações impostas pelo tecido viário circundante.
Da sua traça arquitectónica embora sem decoração, destacam-se apenas os portais das fachadas Norte e do corpo Central um portal com emolduramento de cantaria animada por janelas de avental e verga curva.
Na fachada Sul do mesmo corpo Central podemos encontrar um portal com moldura e verga em arco abatido.
Este edifício com cerca de 225 anos, já teve vários nomes: «REAL FÁBRICA DA CORDOARIA DA JUNQUEIRA», «REAL CORDOARIA DA JUNQUEIRA» actualmente«FÁBRICA NACIONAL DA CORDOARIA», mais conhecida pela "CORDOARIA NACIONAL"
Quanto ao sítio edificado paralelo ao Tejo, assenta no prolongamento sucessivo de aterros verificados em anos transactos na direcção ao rio. A sua parte central ou seja, sensivelmente a 200 metros, está instalada na antiga praia da "JUNQUEIRA" e por cima da foz do «RIO SECO» que na altura da sua construção obrigou à implantação de um caneiro sob o edifício. 
Para Norte e no enfiamento do "Palácio e Quinta das águias", existem "AS GRUTAS DO RIO SECO".

Em Janeiro de 2010 foi elaborado um parecer sobre as condições "GEOLÓGICAS-GEOTÉCNICAS" dos terrenos onde se encontra a "CORDOARIA NACIONAL". Se o leitor estiver interessado em saber mais, pode dar uma olhadela a este link.

Hoje em dia, algumas secções da "CORDOARIA NACIONAL" estão abertas ao público, principalmente onde alberga várias exposições ao longo do ano.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XVI ] O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 1 )»

RUA DA JUNQUEIRA [ XVI ]

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 Rua da Junqueira - (2008) ("Palácio das Águias" na  "Quinta das Águias", virado para a "Rua da Junqueira") (Abre em tamanho grandein  LISBOA S.O.S.
 Rua da Junqueira - (2008) (Fachada do "Palácio das Águias" num estado de degradação) (Abre em tamanho grande)  in  LISBOA S.O.S.
 Rua da Junqueira - (1966) Foto de Armando Serôdio ("Quinta e Palácio das Águias" iniciado por "Diogo de Mendonça Corte-Real, com projecto provável de Carlos Mardel. O gradeamento e dois pavilhões nos extremos e o portão, dão para a "Rua da Junqueira" ) in   AFML 
Rua da Junqueira - (séc. XVIII) ("Diogo de Mendonça Corte-Real"(1658-1736), Secretário de Estado de D. João V, um dos proprietários do "Palácio e Quinta das Águias" na Junqueira) in  WIKIPÉDIA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XVI ]

«O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 1 )»

O "PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS", como hoje é conhecido, tem entrada pela "RUA DA JUNQUEIRA" número 138 e ainda pelos números 1 e 5 da "CALÇADA DA BOA-HORA".
Foi no seu tempo uma atraente quinta e pertenceu à família de «DIOGO DE MENDONÇA CORTE-REAL», que foi Secretário de Estado de "D. José I".

Está situada entre a "CALÇADA DA BOA-HORA" a nascente e o antigo "RIO SECO" a poente, tendo a frente virada para a "RUA DA JUNQUEIRA" defendida por gradeamento. A entrada principal é feita por um portão de ferro ladeado de pilares encimados por duas águias com a letra "S" no peito, correspondente à heráldica dos «SAMPAIOS».

Foi redigida uma escritura no ano de 1713, que permitiu o administrador do vínculo, "JOÃOSALDANHA", que "MANUEL LOPES BICUDO", advogado da CASA DA SUPLICAÇÃO e dele próprio, fizessem uma quinta em chão que lhe pertencia na condição de aí viverem ele e sua mulher, e por morte de ambos, pertencer às suas quatro filhas, freiras no "CONVENTODO CALVÁRIO", e de por morte destas o terreno voltar a ser incorporado no vínculo.
Em 1731 "DIOGO DE MENDONÇA CORTE_REAL", com o consentimento do administrador do vínculo, que já era então "AIRES SALDANHA", adquiriu todos os direitos e, por aforamento perpétuo, o domínio útil da quinta. Pelo lado Norte, comprou mais um pedaço de chão, denominado "QUINTA DA EIRA" ou "QUINTA DA ROSA". Ficando assim definido o terreno da "QUINTA DAS ÁGUIAS".

"DIOGO DE MENDONÇA CORTE-REAL" era filho legitimo do Secretário de Estado de D.João V. Tendo  o mesmo nome de seu pai, era filho de uma dama espanhola, nascera em MADRID quando seu pai ali se encontrava como representante de PORTUGAL, no final do século XVII. Era solteiro, depois de se tornar eclesiástico foi abade de "Santa Maria de Fragosa", deputado, provedor da CASA DA ÍNDIA e enviado às CORTES DE HAIA e de ROMA.
Quando "D.JOSÉ" subiu ao trono, em 1750, nomeou-o SECRETÁRIO DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DO ULTRAMAR E DA MARINHA, mas não hesitou em o degredar, em 31.08.1756, "por desagrado" do seu real serviço para 40 léguas de LISBOA.
Foi então para uma quinta em SALREU, no norte, e pouco tempo depois era enviado para MAZAGÃO, onde esteve alguns anos até que PORTUGAL abandonou a praça, em 1768, vindo para as BERLENGAS, e depois, para o "CONVENTO DE S. BERNARDO" de frades Franciscanos, perto de PENICHE.
Tendo falecido em 1771, foi sepultado na Igreja de S. Francisco, daquela localidade. Durante a ausência no desterro do dono da casa, a quinta ficou entregue aos cuidados da governanta, senhora francesa a quem chamavam de "Madame" ou "Mademoiselle" "Maria Catarina Josefa du  Pressieux".
A casa foi arrendada ao "Cardeal Patriarca", "D. JOSÉ MANUEL", filho do 4º CONDE DEATALAIA. Falecido aquele em 1758, foi habitada pelo meio-irmão de "DIOGO DEMENDONÇA", "D. JOÃO PEDRO DE MENDONÇA CORTE-REAL", sua mulher e filha, "MARIA FRANCISCA", de 11 anos. Mas este, pelo menos vinte anos mais novo, era gastador e, também perseguido, foi enviado para ANGOLA.

SUGESTÃO
Este blogue - «LISBOA S.O.S.» - tem uma importante reportagem fotográfica muito completa, do estado em que se encontrava  a Quinta no ano de 2008.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XVII ]O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 2 )»

RUA DA JUNQUEIRA [ XVII ]

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 Rua da Junqueira - (1930?) Foto de Eduardo Portugal (Gradeamento com torres nas extremidades da "Quinta e Palácio das Águias", virada para a "Rua da Junqueira") inAFML 
 Rua da Junqueira - (Provavelmente anos 50 séc. XX) Foto de autor não identificado (Portão principal da "Quinta das Águias", encimada com as águias nos pilares das ombreiras do portão) in  SKYSCRAPERCITY
 Rua da Junqueira - (Possivelmente nos anos 50 do séc. XX) (Palácio e jardim da "Quinta das Águias") in SKYSCRAPERCITY

Rua da Junqueira - (ant. 2006) Foto de autor não identificado (Silhar de azulejos com figuras diversas na parte da escada de acesso ao primeiro andar) in  SKYSCRAPERCITY


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XVII ]

«O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 2 )»

A sua mãe era "D. TERESA DE BOURBON", filha do "2º CONDE DE "AVINTES" e irmã do Patriarca "D. TOMÉ DE ALMEIDA". Parece que "DIOGO DE MENDONÇA" tivera intenção de fazer testamento em favor da sobrinha "MARIA FRANCISCA", mas, por os pais desta lhe terem delapidado os bens, ao ponto de ter passado necessidade em "MAZAGÃO", anulou a intenção e fez em favor dos pobres doentes do "HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS".

Em 1764, os descendentes de "JOÃO PEDRO DE MENDONÇA" não se conformando com aquelas disposições testamentárias, moveram uma acção judicial que durou até 1838.
Por fim, a Mesa da "Santa Casa da Misericórdia", representando a entidade detentora do legado, após setenta e três anos e tendo gasto uma fortuna ganhou a demanda e colocou a Quinta à venda, devido ao seu estado de ruína.
Foi à praça nove vezes e só na última (1841) se encontrou comprador: "JOSÉ DIAS LEITE SAMPAIO", feito barão em 1843 e "VISCONDE DA JUNQUEIRA" em 1856, contratador do Tabaco e do Sabão, e dono de fábricas de Óleo em "ALCÂNTARA" e da "QUINTA DOVALE DE NABAIS", em ALMEIRIM (passando a ser conhecida por QUINTA DE ALORNA por ter pertencido a um descendente desta família).
O "VISCONDE DA JUNQUEIRA" viveu na sua casa de LISBOA até 1878. Sua filha, "EMÍLIA MONTEIRO SAMPAIO", que vivia muito mais na "QUINTA DE ALORNA", e pouco vinha à casa da JUNQUEIRA, tendo morrido em 1913 sem descendência directa, deixou a propriedade da JUNQUEIRA aos seus seis primos, que em 1915, constituíram a «SOCIEDADE AGRÍCOLA ALORNA».
Em 1914 foi a casa de LISBOA arrendada a "JOSÉ MORALES DE LOS RIOS".
Por sucessivas cedências de quotas, os novos proprietários moveram uma acção de despejo ao arrendatário. No princípio do século, em construções feitas na propriedade da JUNQUEIRA, que arderam em 1924, estiveram instaladas as  cocheiras da "EMPRESA DE VIAÇÃO EDUARDO JORGE", depois mudadas para a  "QUINTA DO ALMARGEM".

Após o falecimento do meio-irmão e da cunhada de "DIOGO DE MENDONÇA CORTE-REAL",  a casa e quinta foram alugadas aos "CONDES DE AVEIRAS" e "MARQUESES DE VAGOS". Entretanto, a filha de "JOÃO DE MENDONÇA", "MARIA FRANCISCA", julgando-se com direitos à propriedade e não conseguindo arrendá-la, foi viver para a casa com os seus filhos.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XVIII ]-O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 3 )»

RUA DA JUNQUEIRA [ XVIII ]

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 Rua da Junqueira - (1950)? Foto de Horácio Novais ("Palacete da Quinta das Águias" que no século XIX foi adquirido pelo Visconde da Junqueira, abastado contratador de tabaco e sabão, e dono da "Quinta de Alorna" em Almeirim) in  AFML 
 Rua da Junqueira - (Anos 50 do séc. XX)? Foto de autor não identificado (A entrada  do "Palácio das Águias" pela "TRAVESSA DA BOA-HORA") in  SKYSCRAPERCITY
 Rua da Junqueira - (1924) Foto de Eduardo Portugal ("Quinta das Águias ou Palácio das Águias" uma parte do seu Jardim) in AFML 
Rua da Junqueira - (2006) (Silhar de azulejos com cenas campestres do século XVIII na entrada do Palácio) in SKYSCRAPERCITY

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XVIII ]

«O PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS ( 3 )»

Com as sucessivas cedências de quotas na «SOCIEDADE AGRÍCOLA DE ALORNA», a QUINTA e a CASA vieram a pertencer à família do «DR. FAUSTO LOPO DE PATRÍCIOCARVALHO», que com o Arquitecto "VASCO REGALEIRA" empreenderam vastas obras de restauro, não só na casa como no jardim e na quinta. 

A QUINTA era murada e o gradeamento que hoje a circunda foi encomendado, bem como os pavilhões dos extremos que dão para a "RUA DA JUNQUEIRA", por "JOSÉ DIAS LEITE SAMPAIO" a "FORTUNATO LODI".
Em 1876, uma grande chuvada provocou uma torrente tão impetuosa no «RIO SECO», que derrubou o gradeamento, levando-o até à parede da "CORDOARIA NACIONAL".

A casa tem a entrada principal virada a nascente e acesso pelo portão na "TRAVESSA DABOA-HORA", apresenta dois corpos salientes em relação ao do centro, que é recuado e com telhado de telha vidrada.
O corpo central tem três vãos ladeados por colunas geminadas cujo remate central é um arco que intercepta a balaustrada, sobrepujando o conjunto a varanda do primeiro andar, com balaustrada interrompida ao centro.
Os corpos salientes têm uma porta e uma janela no primeiro andar, e as do lado direito são correspondentes à pequena capela, fundada por "JOSÉ NOGUEIRA" em 1748. No altar.mor havia um retábulo de "GUILLARD", representando a "ANUNCIAÇÃO", que foi retirado. O portal nobre é emoldurado de cantaria, com tímpanos triangulares e ladeado por janelas. O terraço, no plano superior, tem balaustrada interrompida ao centro por arco de volta batida. Para ele abrem cinco janelas-portas de arco abatido.
A fachada Sul, que dá para o jardim e para a "RUA DA JUNQUEIRA", é sobranceira a uma esplanada guarnecida de balaustradas onde havia quatro estátuas de mármore recentemente transferidas para a "QUINTA DE ALORNA".
O conjunto está dividido em três corpos, sendo o central recuado em relação aos dos extremos, que têm janela de peitoril no andar térreo e de sacada no 1º andar. No corpo central tem ainda arcaria de sete vãos com pilares de cantaria de secção piramidal a sustentar o varandim do primeiro andar. Cinco janelas-portas no andar superior e duas janelas e duas portas no andar térreo completam o conjunto.
A fachada poente é idêntica à do nascente. Exteriormente, na fachada da frente, vê-se um silhar de azulejos de figuras avulsa, como outros existentes nas salas e na cozinha. O jardim à francesa, mal conservado, tem tanques e bancos revestidos lateralmente de azulejos com figuras de meninos.

O "Palácio e a Quinta" pertencem hoje a um fundo do BES e encontra-se para venda.
O jardim possuía alguma flora rara está inventariada não podendo por isso, ser destruída. Mas a incúria dos homens e a erosão natural do tempo tem-se encarregado de contrariar esse impedimento legal.
O lugar possui uma decoração rica em azulejos tanto no jardim como no PALÁCIO, onde infelizmente, muitos azulejos têm vindo a ser saqueados.
Este é mais um imóvel na "RUA DA JUNQUEIRA" que parece votado ao abandono, como acontece também com o "PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE", que vão "morrendo" lentamente nesta LISBOA de bizarrice. Mas a situação parece não incomodar muito boa gente.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XIX ] O FORTE DE SÃO JOÃO DA JUNQUEIRA»

RUA DA JUNQUEIRA [ XIX ]

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 Rua da Junqueira - (depois de 20.03.1940) -Foto de autor não identificado (O "Forte de São João da Junqueira" depois de começarem os trabalhos de demolição) in PEREGRINAÇÕES EM LISBOA (LIVRO)
 Rua da Junqueira - (Ant. 20.03.1940) Foto de José Artur Leitão Bárcia (O "Forte de S. João da Junqueira" que serviu no século XVIII de prisão do ESTADO) (Abre em tamanho grande) inAFML 
 Rua da Junqueira - (depois de 20.03 1940) Foto de autor não identificado (O "Forte de S. João da Junqueira", conhecido também por prisão da JUNQUEIRA, serviu ainda de "Posto da Guarda Fiscal") in PEREGRINAÇÕES EM LISBOA(LIVRO)
 Rua da Junqueira - (Ant. a 1940) Foto de autor não identificado (O Forte da Junqueira actualmente demolido, tratava-se de uma construção do século XVII, que cumpriu, durante o reinado de D. JOSÉ, a função de cadeia. Nela se aprisionaram os "supostos" implicados no atentado contra a vida do monarca) in BELÉM REGUENGO DA CIDADE (LIVRO)
 Rua da Junqueira - (séc. XVIII-Gravura de H. L´Eveque) (Panorama de Lisboa vista da Junqueira. No primeiro plano, grupos de populares, entre os quais um ajuntamento de Galegos dançando. Em plano secundário, provavelmente o "FORTE DE S. JOÃO DA JUNQUEIRA", cuja existência remonta ao séc. XVII. Reconhecemos que a localização não era bem na frente do "Palácio Burnay" (segundo outra fonte), no entanto como se trata de uma gravura, poderá o autor ter usado a "liberdade visual") inO POVO DE LISBOA(LIVRO)-MUSEU DA CIDADE
 Rua da Junqueira - (Início dos anos 50 do Séc. XX) (Vista aérea da zona da JUNQUEIRA e terrenos onde veio a ser construída a FIL. Assinalamos com um X em azul, o local aproximado do antigo "Forte de S. João da Junqueira". Nesta foto ainda não existia o complexo do "Instituto de Medicina Tropical" que se instalou num edifício construído junto ao "Hospital do Ultramar" em 1958) in SKYSCRAPERCITY
Rua da Junqueira - (2001) (O saudoso "Henrique Viana" na interpretação de "D. Francisco de Távora". Uma série histórica televisiva, realizada pela RTP, em que a prisão original da "Família dos Távoras" foi precisamente neste "Forte de S. João da Junqueira" inO PROCESSO DOS TÁVORAS NA RTP

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XIX ]

«O FORTE DE SÃO JOÃO DA JUNQUEIRA»

O «FORTE DE S. JOÃO DA JUNQUEIRA» ou simplesmente«FORTE DA JUNQUEIRA» terá sido construído no reinado de D. JOÃO IV, provavelmente após 1649, com a finalidade de reforçar a defesa marítima portuguesa depois da RESTAURAÇÃO, e dos eventuais ataques que pudessem suceder por parte dos espanhóis. Este forte ficava junto do areal da JUNQUEIRA, com a sua frente virada para a (actual) "AVENIDA DA ÍNDIA", a nascente do "EDIFÍCIO DA CORDOARIA NACIONAL", em terrenos que hoje são da "RUA MÉCIA MOUSINHO DE ALBUQUERQUE" e a "FIL".

O Plano Joanino de defesa do PORTO DE LISBOA e da barra do TEJO, resultava da construção de uma série de fortes nas enseadas arenosas entre "XABREGAS" e o "CABO DA ROCA". 
O sistema de defesa marítima de Lisboa, constituído por três sub-sistemas, as "REPARTIÇÕES DE LISBOA" (nas margens Norte e Sul do TEJO), CASCAIS (dividia entre a "parte de dentro" e a "parte de fora") e SETÚBAL. Vamos hoje falar da "REPARTIÇÃODE CASCAIS" e da "parte de dentro" que representava: 1 TORRE; 2 FORTALEZAS e 20 FORTES entre eles o "FORTE DE S. JOÃO DA JUNQUEIRA" e o "FORTE DE S. PEDRODE BELÉM" (também chamado da ESTRELA). Deste último, mais tarde será referido quando falarmos dos «MARQUESES DE ANGEJA» no lugar da «BIBLIOTECA MUNICIPAL DE BELÉM".
De acordo com uma carta dirigida a ,D. JOÃO IV o "CONDE DE CANTANHEDE", "D. LUÍS DE MENESES" declarava-se pronto a iniciar as fortificações da parte ribeirinha da cidade. Em 1763, existiam para nascente da "TORRE DE BELÉM" 12 fortificações ribeirinhas (Mapa de Portugal Antigo e Moderno, Vol. 2 do P. João Baptista de Castro), entre elas, o "FORTE DE S. JOÃO DA JUNQUEIRA". Muito modificado, conseguiu chegar ao século XX, tendo sido demolido em  (20.03.1940) aquando da abertura da "AVENIDA DA ÍNDIA", nos trabalhos preparatórios dos acessos à "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS".
O Forte já no ano de 1666 se encontrava praticamente concluído. Tinha, nessa altura, pequenas dimensões; uma casa forte à retaguarda e uma bateria voltada ao TEJO. Foi sucessivamente aumentado e transformado, sendo provavelmente no reinado de D. JOSÉ I que atingiu as grandes dimensões.
Este forte de "São João da Junqueira" no tempo deste monarca foi convertido em prisão do ESTADO. Tenebroso cárcere, com suas casas subterrâneas, suas lendas tristes, horríveis narrações que por muito exageradas  que tivessem sido pelo desespero das vítimas e pela "piedade", sempre presente dos inimigos do "Marquês de Pombal" bastante deverá ter de verdadeiro e abominável.
Cadeia severa dos presos políticos, tantos deles inocentes - túmulo em vida, do qual grande parte dos encarcerados nunca mais saiu para ver o Sol - ela está ligada à história do século XVIII; encheu-se de nobres e de plebeus, réus confessos e  simples suspeitos, principalmente quando da «CONSPIRAÇÃO DOS TÁVORAS».
O forte-prisão, tinha três pavimentos abaixo do nível do solo; o mais fundo era o "cemitério"; pois nele se enterravam os que morriam durante o cativeiro, e os outros dois constituíam propriamente as prisões.
Após a queda do MARQUÊS, a prisão foi extinta. Por carta de 1796 do príncipe regente D. JOÃO, foi criada "nas casas e armazéns do Forte de São João da Junqueira" um "PORTO FRANCO" (num edifício acrescentado e desenhado por "FRANCISCO FABRI") a iniciar a sua actividade a 1 de Janeiro de 1797
Em 1806, o "PORTO FRANCO" foi extinto, por se ter tornado "casa de contrabando público". Este casarão do areal da Junqueira e antes de ser demolido, esteve assim durante anos abandonado. Embora atarracado e misterioso, veio depois a servir de POSTODA GUARDA FISCAL, e cujo semblante não desdiz da função odiosa que teve um dia.
Á sua demolição se refere o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" de 23.11.1939, "Nogueira de Brito", sob o título«A JUNQUEIRA DE OUTROS TEMPOS E O FORTE DE SÃO JOÃO QUE VAI A DEMOLIR».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XX ] A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO ARANHA ( 1 )»

RUA DA JUNQUEIRA [ XX ]

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 Rua da Junqueira - (2008) Foto de autor não identificado (A "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha" na "Rua da Junqueira" vista do lado nascente) in MARCAS DAS CIÊNCIAS E DAS TÉCNICAS
 Rua da Junqueira - (2011) Foto de autor não identificado (Fachada da entrada da "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", hoje "Universidade Lusíada" onde podemos ver sete janelas viradas para a "Rua da Junqueira", sendo as três centrais mais elaboradas, estando a central encimada por frontão triangular) in  GEOLOCATION
 Rua da Junqueira - (2008)? Foto de autor não identificado (Fachada da antiga "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", destacando-se o torreão com telhado de mansarda) in IGESPAR
 Rua da Junqueira - (1930)? Foto de Eduardo Portugal (O Torreão do lado poente da antiga "Casa Nobre da Lázaro Leitão Aranha" na "Rua da Junqueira") in AFML
 Rua da Junqueira - (1959) Foto de Armando Serôdio ("Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha" um pormenor gracioso das sete janelas de peitoril rectilíneas e com molduras de cantaria, assentes em pequenas mísulas e recortadas na zona superior; as centrais são mais elaboradas, duas com remate em cornija e a central com friso côncavo e pedra de fecho, encimada por frontão triangular) in  AFML
 Rua da Junqueira - (1966) Foto de Garcia Neves (A antiga "Casa nobre de Lázaro Leitão Aranha" na "Rua da Junqueira") in AFML
Rua da Junqueira - (1930) Foto de Eduardo Portugal (A antiga "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha" na "Rua da Junqueira", encontrando-se a Capela no primeiro edifício do conjunto nobre) in  AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XX ]

«A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO ARANHA (1)»

O "PALÁCIO DE LÁZARO LEITÃO ARANHA" na "RUA DA JUNQUEIRA" com os números 194 e 196, foi edificado pelo Principal da Igreja Paroquial e lente da "Universidade deCoimbra" «LÁZARO LEITÃO ARANHA» em 1734, após ter mandado demolir as casas que ali existiam.
«LÁZARO LEITÃO ARANHA» foi uma importante personagem do reinado de "D. JOÃO V", tendo feito parte da "EMBAIXADA ENVIADA A ROMA EM 1712".
«CARLOS MARDEL» chegou a LISBOA em 1733, com ideias inovadoras em matéria de arquitectura, por isso, teve o privilégio de lhe ser entregue a obra da construção deste Palácio junto ao rio TEJO.
A fachada principal é de um só andar, rematada por uma cimalha com quatro vasos.
Tem o conjunto sete janelas de peitoril rectilíneas com moldura de cantaria, sendo as três do centro elaboradas, seguindo duas com remates em cornija e uma com friso côncavo de pedra de fecho, encimada por frontão triangular. De cada lado existe um corpo de duas portas ladeadas por óculos ovalizados para iluminação. Cada um destes corpos tem outro andar de torreão com telhados de mansarda.
Do lado direito, um pequeno corpo com portas em verga recta e dupla moldura recortada com pingentes laterais, encimado por óculo ovalizado com dupla moldura, a exterior formando volutas, rematando em cornia onde assenta a sineira de arco de volta perfeita e corresponde à Capela, construída em 1740.

Esta casa tornou-se célebre no século XIX quando deste Palácio foi raptada pelo "Dr. JOÃO FRANCISCO DE OLIVEIRA", médico da REAL CÂMARA, na noite de 27 de Maio de 1803, uma linda senhorinha, "D. EUGÉNIA JOSÉ DE MENESES", filha do 1º CONDE DE CAVALEIROS neta do 5º MARQUÊS DE MARIALVA, dama da Princesa Regente, e que meses depois deu à luz uma menina.
O raptor foi sentenciado à forca, mas logrou fugir para a América, de onde regressou vinte anos depois, para ser MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS. Mãe e filha entraram num Convento, tendo mais tarde "D. EUGÉNIA" sido perdoada e reabilitada a menina que veio a casar em 1847 com "WILLIAM SMITH", Cônsul-Geral da Grã-Bretanha, já viúvo e apontado como filho natural do Rei Guilherme IV da Inglaterra.
O interesse escandaloso - a coincidência - desta história está em supor-se, quase sem erro, que a aventura do médico da REAL CÂMARA foi um serviço por ele prestado ao príncipe "D. JOÃO" de quem era íntimo, príncipe que teria sido o verdadeiro sedutor de "D. EUGÉNIA JOSÉ".
Também nesta casa viveu como inquilino o "PRÍNCIPE CARLOS LUÍS FREDERICOMECKLEMBURGO", cunhado do rei de Inglaterra, um dos oficiais que viera na companhia do "CONDE DE LIPPE", em 1762.
A casa foi mudando sucessivamente de mãos, até que no século XIX era vendida em haste pública no ano de 1839 e adquirida por "CAETANA MARIA ROSA". A casa encontrava-se arruinada por não ser habitada, assim, em 16 de Setembro de 1843, "CAETANA MARIA ROSA" vendeu toda a Quinta a "MANUEL JOAQUIM DA COSTA E SILVA".
Entretanto no ano de 1880 tendo o proprietário partido para o Brasil, colocou a Quinta à venda, sendo adquirida por "MANUEL JOAQUIM DE OLIVEIRA" que alugava a casa a vários locatários. No local ainda funcionou a "ADMINISTRAÇÃO DO 4º BAIRRO" e uma Esquadra.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XXI ] A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO ARANHA (2)»

RUA DA JUNQUEIRA [ XXI ]

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 Rua da Junqueira - (2011) Foto de autor não identificado (A "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", hoje "Universidade Lusíada" vista do lado poente)  in REITORIA DA UNIVERSIDADE LUSÍADA
 Rua da Junqueira - (2011) Foto de autor não identificado (Ao lado do "Torreão" com telha de mansarda, podemos observar a antiga capela, com porta de verga recta e dupla moldura recortada, encimada por óculo ovalado e por cima, rematado em cornija onde assenta a sineira em arco de volta perfeita) in SIPA
 Rua da Junqueira - (2008)? Foto de autor não identificado (Pormenor do torreão com telhado de mansarda, na antiga "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", hoje "Universidade Lusíada", fachada principal) in IGESPAR
 Rua da Junqueira - (2011) (A escadaria nobre de pedra na antiga "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", construída já no século XX, está ladeada de 12 figuras sobre plintos decorados em azulejos recortado, em monocromia, azul de cobalto sobre fundo branco, representando os doze meses do ano, identificados por cartela inferior. Hoje entrada principal da Reitoria da Universidade Lusíada)  in SIPA
 Rua da Junqueira- (2011) (No cimo da escadaria nobre uma porta de arco abatido, ladeada de janela, com silhar de azulejos do mesmo perfil e moldura recortada, dá acesso a uma ampla sala com pavimento em "parquet" in  SIPA
Rua da Junqueira - (1950)? Foto de Horácio Novais (A antiga "Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha", na "Rua da Junqueira". Palacete que mudou várias vezes de proprietário) (Abre em tamanho grande) inAFML 


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XXI ]

«A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO ARANHA (2)»

Em 15.03.1902 a casa e quinta foram compradas pelo "1º Visconde do Marco" "CARLOS ALBERTO SOARES CARDOSO(1863-1936), bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra, casado com a filha dos primeiros "CONDES DE BURNAY", "D. AMÉLIA CAROLINA DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA GONÇALVES", herdeira do proprietário anterior.
O "VISCONDE DO MARCO" procurou de imediato executar obras de remodelação no edifício, começando por um armazém que ficava atrás da capela, um corpo de dois pisos, com vários quartos, colocação de um sistema de drenagem na cave, que se alagava frequentemente. Transferiu a primitiva entrada principal da casa para a porta do lado nascente e no novo átrio foi construída uma escadaria nobre de pedra, cujas paredes foram revestidas de azulejos setecentistas, recortado em monocromia, azul cobalto sobre fundo branco, representando os doze meses do ano, identificados por cartela inferior, conforme projecto de "FRANCISCO VILAÇA".
Muitas das transformações que esta casa sofreu foram da mão dos  arquitectos: "ERNEST KORRODI", "NICOLA BIGAGLIA", "FRANCISCO VILAÇA" e "RAUL LINO".

Entretanto e antes da compra da casa pelo "1º VISCONDE DO MARCO", a CAPELA já tinha sido transformada em Cocheira, as paredes cobertas de alvenaria e o chão de asfalto.
Das obras mandadas ainda realizar pelo Visconde, na antiga entrada, construiu-se a biblioteca, cujo recheio era precioso. Foi acrescentada uma galeria superior no Torreão poente e no Torreão nascente mandou fazer mais quartos.
Quando do restauro na CAPELA (que tivera o orago de Nª. Senhora dos Aflitos) depois de picado o reboco das paredes e o chão, surgiram na sua beleza os painéis de azulejos representando, lateralmente o "CAMINHO DO CALVÁRIO" e a "CRUCIFICAÇÃO"(Evangelho), e nas da entrada as figuras de "JOSÉ DE ARIMATEIA" e de "NICODEMUS". No chão apareceram belos desenhos em xadrez de pedras cinza e roxa.

Nos anos quarenta do século vinte o palácio é comprado pelo antiquário "JOSÉNASCIMENTO" que ai habitou até cerca dos anos cinquenta. No ano seguinte num leilão é vendido grande parte do recheio da casa.
Em 1980 o ESTADO pensa adquirir o imóvel para ali instalar a "DIRECÇÃO-GERAL DE COOPERAÇÃO DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS". No ano de 1983 o Palácio era propriedade de uma Seguradora, passando ainda nessa década para a posse da "COOPERATIVA DE ENSINO UNIVERSIDADE LUSÍADA", que ainda neste Palácio funciona. Sendo o edifício classificado como imóvel de interesse público.

COMO CURIOSIDADE
«LÁZARO LEITÃO ARANHA» terá fundado um recolhimento para viúvas nobres, no ano de 1747, na "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", com acesso pela "RUA DE SANTA APOLÓNIA" a (XABREGAS).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XXII ]-O PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA ( 1 )»
  

RUA DA JUNQUEIRA [ XXII ]

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 Rua da Junqueira- (2009) Foto de autor não identificado (Lado Norte do conjuntos de edifícios do antigo "Palácio do Marquês de Angeja" no "Altinho" virado para a "Rua da Junqueira") inMANUEL BERNARDO MACHADO
 Rua da Junqueira - (2007) (Os limites do "PALÁCIO ANGEJA" tinham grande dimensão. A Norte da "Rua da Junqueira", a Sul "Avenida da Índia", Nascente "Largo Marquês de Angeja" e a Poente a Travessa da Pimenteira") in GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (2013) (A "Biblioteca Municipal de Belém" está instalada na parte poente do antigo "Palácio do Marquês de Angeja"  in GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (1939) Foto de Eduardo Portugal ("Palácio do Marquês de Angeja" virado para a "Avenida da Índia", que nesta altura podia ver-se ainda a sua antiga muralha) inAFML
 Rua da Junqueira- (1939) Foto de Eduardo Portugal ("Palácio do Marquês de Angeja" foi construído em cima das ruínas do "Forte de S. Pedro de Belém". Em 1913 existia ainda uma guarita que foi demolida, hoje resta apenas um pouco da sua antiga muralha) inAFML 
Rua da Junqueira - (Século XIX) Desenho de autor ilegível (Desenho da casa do "Marquês de Angeja" na "Rua da Junqueira", onde viveu e adoeceu "Almeida Garrett(1799-1857) inMANUEL BERNARDO MACHADO


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XXII ]

«O PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA ( 1 )»

Antes de se falar no «PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA» vamos situar-nos numa construção que por ali existiu e suas consequências subjacentes.
Com a necessidade de reforçar a nossa defesa marítima após a "RESTAURAÇÃO", levou a que muitas fortificações fossem implantadas na margem direita do Tejo.
Assim, desde CASCAIS a XABREGAS, vários tipos de defesa marítima foram construídos: FORTES, FORTINS, BALUARTES, FORTALEZAS e TORRES.
A Poente da "Rua da Junqueira" foi edificado o "FORTE DE S. PEDRO DE BELÉM ou ESTRELA".
A guerra da "Sucessão de Espanha" no ano de 1702 em que Portugal se viu envolvido, fez com que o rei "D. PEDRO II" mandasse fortificar LISBOA a toda a pressa, construindo muros, fortes e artilhando Torres.
Entretanto a guerra da "Sucessão de Espanha" chega efectivamente ao fim em 1713, graças à preciosa intervenção do nosso diplomata "D. LUÍS DA CUNHA", que juntamente com o "CONDE DE TAROUCA", representaram com mérito os interesses portugueses no chamado "TRATADO DE UTREQUE", no congresso que tinha como finalidade por fim ao conflito entre PORTUGAL e ESPANHA. Do congresso saíram vários acordos que estabeleceram as condições de paz entre a FRANÇA, INGLATERRA a ESPANHA e outros países envolvidos.
Em consequência de uma notícia publicada em "AMESTERDÃO" no ano de 1719 mas referida aos anos de 1706 e 1707, indicava já a existência nessa época do "FORTE DE S. PEDRO DE BELÉM" (mais tarde designado também por ESTRELA) no local, onde mais tarde viria a ser edificado o "PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA".
O "Palácio do Marquês de Angeja" foi mandado construir a sua nova habitação - a anterior tinha ficado destruída por efeito do terramoto de 1755 - em terrenos cedidos pela Coroa ao "1º MARQUÊS DE ANGEJA" e "2º CONDE DE VILA VERDE", "D. PEDRO ANTÓNIO DE NORONHA E ALBUQUERQUE" (1661-1731). Inicialmente erigido na parte mais recuada da face da Rua Principal, tendo sido edificado sobre os restos do "FORTE DE S. PEDRO DE BELÉM". Existe uma foto neste blogue onde podemos ver uma parte substancial da muralha que ficava mais virada ao rio.
Esta Palácio pertenceu também aos "CONDES DO LAVRADIO", em virtude do "4º Marquês de Angeja" e "6º CONDE DE VILA VERDE", "D. JOSÉ XAVIER DE NORONHA CAMÕES DE ALBUQUERQUE DE SOUSA MONIZ(1741-1811), ter casado com a filha do "2º CONDE DO LAVRADIO" em 23.01.1768; "D. FRANCISCA TERESA DE ALMEIDA", acabando por ser a família da esposa a edificar a "CAPELA DO PALÁCIO".
O "1º MARQUÊS DE ANGEJA" foi entre 1714-1718 "3º VICE-REI DO BRASIL". E pelo tratado de "UTREQUE" (nos Países-Baixos) foi reconhecido de novo a "PORTUGAL" a posse da "COLÓNIA DO SACRAMENTO" em terras SUL-AMERICANAS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XXIII ]-O PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA ( 2 )»

RUA DA JUNQUEIRA [ XXIII ]

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 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (A "Capela" construída pelos "Lavradios" no pátio do antigo "Palácio do Marquês de Angeja", com o portão virado para a "Rua da Junqueira") in BERNARDINO MACHADO
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado ( Pormenor da "Capela" do antigo "Palácio do Marquês de Angeja", mandada construir pelos familiares de "D. Francisca Teresa de Almeida", os "Condes do Lavradio") inIGESPAR
 Rua da Junqueira - (2007) (As antigas instalações do "Palácio do Marquês de Angeja" vistas de Sul para Norte) in GOOGLE EARTH
 Rua da Junqueira - (19__) Foto de Paulo Guedes (Neste antigo "Palácio do Marquês de Angeja", construído depois de 1755, e propriedade da família até 1910, passou para a posse da CML e está hoje a funcionar neste edifício a "Biblioteca Municipal de Belém") (Abre em tamanho grande) in AFML
 Rua da Junqueira - (1967) Foto de Vasco Gouveia Figueiredo (A "Biblioteca Municipal de Belém" a funcionar no antigo "Palácio do Marquês de Angeja", na "Rua da Junqueira") in AFML
Rua da Junqueira - (1967) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (A "Biblioteca Municipal de Belém" no antigo "Palácio do Marquês de Angeja")  in AFML 

(CONTINUAÇÃO) RUA DA JUNQUEIRA [ XXIII ]

«O PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA ( 2 )»

O «PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA» imóvel de planta centralizada e irregular, é constituído por um edifício principal, de dois andares, com janelas de peito no primeiro andar e de sacada emoldurada com cantaria no piso superior, e por um conjunto de construções anexas. a "CAPELA" situa-se no pátio, apresentando fachada de feição neoclássica desenhada por um portal sobrepujado por uma janela e rematado por um frontão triangular, com fogaréus a  coroar os acrotérios.
O Palácio prolonga-se até à área onde se fez o "Largo" (que tem o nome do fundador da casa) cujos terrenos faziam parte do pátio da casa. Na parte de trás do "PALÁCIO ANGEJA" vamos encontrar prédios de rendimento. A CAPELA mantém a nota  solarenga Setecentista existindo ainda restos do "FORTE DE S. PEDRO DE BELÉM ou ESTRELA", cujo paredão se tem conservado, distribuindo-se na antiga "RUA DA PRAIA DAJUNQUEIRA", - já tão longe, afinal da praia tornada cais -  as pedras velhinhas onde o mar batia nesses tempos.
O Palacete manteve-se propriedade da família "ANGEJA" até 1910, altura em que foi adquirida pelo comerciante "JOSÉ ALVES DINIZ", que o converteu em prédio de rendimento.
Possivelmente neste Palácio o escritor "JOÃO BAPTISTA DA SILVA LEITÃO DE ALMEIDA GARRETT" "VISCONDE DE ALMEIDA GARRETT" (1799-1854), sendo nesta residência que viveu e adoeceu ( 1 ).
Outro ilustre residente foi o "Dr. BERNARDINO MACHADO" "VISCONDE DE "SÃO LUÍS", que no período da sua estadia entre 1888 a 1895, foi DEPUTADO, PAR DO REINO e "MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS, COMÉRCIO E INDUSTRIA".
Em 1913 era demolida a última guarita sobrevivente do "FORTE DE SÃO PEDRO DE BELÉM" (depois da "ESTRELA").
O corpo poente do Palácio foi habitado durante largos anos e serviu também de COLÉGIO, vindo finalmente a ser adquirido pela CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA no ano de 1962, que depois de o reabilitar o adaptou para ali instalar uma biblioteca.
A "BIBLIOTECA MUNICIPAL DE BELÉM", inaugurada em 11 de Junho de 1965, encontra-se instalada no corpo poente deste Palacete Setecentista. Esta Biblioteca tem um fundo bibliográfico de aproximadamente vinte e quatro mil volumes, que se encontram em grande parte informatizados e em livre acesso.

( 1 )- (BIBLIOTECA NACIONAL - BICENTENÁRIO DE ALMEIDA GARRETT)

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA DA JUNQUEIRA [ XXIV ]-O INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL»

RUA DA JUNQUEIRA [ XXIV ]

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Rua da Junqueira - (2008) - Foto de Dias dos Reis (O "Instituto de Higiene e Medicina Tropical", com frente para a "Rua da Junqueira") inDIAS DOS REIS
 Rua da Junqueira - (1958) Foto de Salvador de Almeida Fernandes ( O "IMT-Instituto de Medicina Tropical" nos anos cinquenta) in AFML
 Rua da Junqueira - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (O "IMT-Instituto de Medicina Tropical", fachada principal)  in AFML
 Rua da Junqueira - (1961) (Fachada Sul do edifício do "IMT-Instituto de Medicina Tropical) in  AFML
 Rua da Junqueira - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (A estátua decorativa representando "a ciência e o homem", que ladeiam as escadas da entrada principal do "Instituto de Medicina Tropical", na "Rua da Junqueira") in  AFML 
 Rua da Junqueira - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (A estátua decorativa representando "A Medicina e a Farmácia", ladeando as escadas da entrada principal do "Instituto de Medicina Tropical) in AFML
 Rua da Junqueira - (1966) Foto de Armando Serôdio (Entrada principal do "Instituto de Medicina Tropical", com a estátua de "Garcia de Orta")  in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XXIV ]

«O INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL»

O «INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL» foi criado em 24 de Abril de 1902, por carta de lei do Rei "D. CARLOS I", com a designação inicial de «ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL».
Desde 1887, este ensino de "Medicina Tropical" era desempenhado na "ESCOLA NAVAL", destinando-se exclusivamente aos médicos do "MINISTÉRIO DA MARINHA E ULTRAMAR".
Foi no edifício da "CORDOARIA NACIONAL" na ala  nascente instalada a (primeira) "ESCOLA", sendo o ensino vocacionado para a melhoria do conhecimento cientifico dos problemas de saúde ligadas aos meios tropical e intertropical, especialmente no "ULTRAMAR PORTUGUÊS". 
No ano de 1937, a "ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL" foi transformada em "INSTITUTO DE MEDICINA TROPICAL-IMT", com laboratórios, biblioteca especializada e instalações para Higiene e Patologias Exóticas.
A construção do novo edifício para o INSTITUTO deu-se entre 1954 e 1958 em terrenos que pertenciam ao "MORGADO DOS SALDANHAS".
Com a nova instalação no moderno edifício construído junto do "HOSPITAL DO ULTRAMAR" (actual Hospital Egas Moniz), o qual - como Hospital especializado em doenças tropicais - lhe servia de apoio. Estas instalações foram sendo alargadas, encontrando-se presentemente nos jardins do antigo "PALÁCIO BURNAY" (mesmo ao lado) modernos edifícios, construídos para dar apoio ao "INSTITUTO".
O "INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL" na "RUA DA JUNQUEIRA", 96 é uma instituição centenária, ímpar na academia portuguesa. Vocacionada inicialmente para o estudo, ensino e clínica das doenças tropicais, evoluiu recentemente para uma abordagem integrada que vai desde o nível molecular aos sistemas globais de saúde, adoptando, sem abandonar a sua vocação tropical, um forte empenho na resolução de problemas de saúde que, em todos os Continentes, afligem os mais pobres e os excluídos.
 Aquando da inauguração das novas instalações do "IMT" em 1958, foi também colocado na entrada da porta principal, virada para a "RUA DA JUNQUEIRA", a estátua do médico e naturalista, "GARCIA DE ORTA", figura do século XVI ligada aos DESCOBRIMENTOS e à expansão Marítima Nacional. É justamente considerado o fundador da "MEDICINA TROPICAL". Tem uma estátua de bronze, com pedestal em pedra, obra executada pelo escultor "JOAQUIM MARTINS CORREIA".
Pelo Decreto-Lei número 47 102 de 16 de Julho de 1966, o "INSTITUTO DE MEDICINA TROPICAL" passou a chamar-se "ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA E DE MEDICINA TROPICAL - ENSPMT", que se ocupava também da vertente da saúde pública.
No ano de 1972, com o Decreto-Lei nº 372/72 de 2 de Outubro, o "ENSPMT"  divide-se em duas instituições, dando origem ao actual "INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL" e à "ESCOLA NAVAL DE SAÚDE PÚBLICA".
O "INSTITUTO DE HIGIENE E MEDICINA TROPICAL" manteve-se na dependência do "MINISTÉRIO DO ULTRAMAR até à sua extinção. Em 1980 foi integrado na «UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XXV ] A FIL-FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA»

RUA DA JUNQUEIRA [ XXV ]

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 Rua da Junqueira - (1957)  - Estúdios Mário Novais (Panorama da "FIL-FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA" no ano sua inauguração) in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira - ( 1957 ) - Estúdios Mário Novais ( A "FIL-Feira das Industrias de Lisboa" no ano da sua inauguração, com uma exposição da "FIP")  in  WIKIPÉDIA 
 Rua da Junqueira - ( 1957 ) - Estúdios Mário Novais (Fachada principal da "FIL-FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA", igualmente com a exposição da FIP)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira - (depois de 1957) Foto de Salvador de Almeida Fernandes ( "Centro de Congressos de Lisboa" na antiga FIL na Junqueira) in AFML
 Rua da Junqueira - (1961) Foto de Arnaldo Madureira (Construção de um Pavilhão para a "FIL" na "Junqueira") in AFML
 Rua da Junqueira - (entre 1962 e 1966) Foto de Artur Inácio Bastos (Panorama da "FIL" à direita e na esquerda os estaleiros das obras da ponte sobre o Tejo) in AFML 
 Rua da Junqueira - (1972) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (A "FIL", parte lateral virada para a "Avenida da Índia". No primeiro andar era o restaurante com porta para o exterior) in AFML 
 Rua da Junqueira - (1972) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (A "FIL-Feira Internacional de Lisboa", na "Praça das Industrias") in AFML
Rua da Junqueira - (1972) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (A "FIL-Feira Internacional de Lisboa" os seus terrenos chegaram até à "Rua Mécia Mouzinho de Albuquerque" próximo da "Cordoaria Nacional") in AFML 


(CONTINUAÇÃO)-RUA DA JUNQUEIRA [ XXV ]

«A FIL - FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA - (JUNQUEIRA)»

A «FIL-FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA» mais tarde«FIL-FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA», localizada paralelamente entre a "AVENIDA DA ÍNDIA" e a "RUA DA JUNQUEIRA", na sua extensão ia desde a "PRAÇA DAS INDUSTRIAS" até à "RUA MÉCIA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE" junto da "CORDOARIA NACIONAL". Actualmente edesde 1998 está a funcionar no "PARQUE DAS NAÇÕES", na ZONA ORIENTAL DE LISBOA.
A "FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA" na JUNQUEIRA remonta ao período do "ESTADO NOVO", tendo sido projectada pelos Arquitectos "FRANCISCO KEIL DO AMARAL" e "ALBERTO CRUZ".
Levou aproximadamente cinco anos (1952-1957) a sua construção, foi inaugurada a 26 de Maio de 1957 pelo Presidente da República "HIGINO CRAVEIRO LOPES"(1894-1964).
Vem do século XIX o gosto por este género de exposições. Assim, em 1839 foi fundada a "AIP-ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESA" em LISBOA que foi alterando a sua designação ao longo de vários anos, encontrando-se actualmente com a designação inicial.
Foram realizadas exposições de 1861 e 1863, sendo em 1887 a primeira "EXPOSIÇÃO NACIONAL DAS INDUSTRIAS FABRIS", evento que teve o seu palco na actual "PRAÇA DO MARQUÊS DE POMBAL" e final da "AVENIDA DA LIBERDADE".
A "FIL" instalada neste local da "JUNQUEIRA" desde 1957, sofreu obras de ampliação posteriormente, sendo um dos maiores espaços de exposição do país (na época), que até 1967 foi a única feira de realizações periódicas (anual) englobando todos os sectores económicos.
O edifício da "FEIRA DAS INDUSTRIAS DE LISBOA" FIL, na altura, composto por duas grandes naves de exposição, respectivas galerias e uma zona ao ar livre para exposição de peças e maquinaria de grande porte.
Entre os anos de 1984 e 1985 são construídos os pavilhões 4 e 5 com o objectivo de acolher exposições temáticas e aumentar a área de exposição de FIL.
Dispuseram-se "Stands" de mais de 400 expositores, distribuídos pelas "Secções de Borracha e Derivados", "Calçado", "Couros e Peles", "Electricidade", "Indústria Química", "Industrias Alimentares", "Industrias de Móveis e Decoração", "Louças e Vidros", "Material de Escritório", "Materiais de Construção", "Industria Náutica" etc.  Foram expositores com presença de relevo: H. Vaultier, Laboratórios Barral, SAPEC, Viúva Ferrão, Fábrica Portugal, Vinhos de Colares,  CUF-Companhia União Fabril e outras.
Em 1957, quando da inauguração da "FIL", lia-se num jornal diário: "(...) com efeito, o que está patente no antigo areal da JUNQUEIRA, onde ainda ontem cresciam cardos e os lagartos se regalavam ao Sol, é uma obra de prodígio que excede a escala habitual dos nossos empreendimentos".
Dizemos hoje, só o "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" ali funciona. Os antigos terrenos da FIL entre a "Cordoaria Nacional" e o "Pavilhão Principal" estão devolutos e desprezados, possivelmente à espera de novos lagartos para se bronzearem.

(CONTINUA) - (PRÓXIMA) «RUA DA JUNQUEIRA  [ XXVI ] -CCL-CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA.

RUA DA JUNQUEIRA [ XXVI ]

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 Rua da Junqueira - (2009) Foto de Joaquim Carvalho (O Centro de Congressos de Lisboa" na "Junqueira" tendo como pano de fundo o magnifico Tejo) inRESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Vista ao entardecer do "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" na "Praça das Industrias" à "Junqueira")  inRESTOS DE COLECÇÃO
 Rua da Junqueira- (2009) Foto de autor não identificado (Fachada principal do "Centro de Congressos de Lisboa", com o "XII Congresso de Nutrição e Alimentação" in CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Pavilhão do Rio" do "Centro de Congressos de Lisboa", com capacidade de área bruta de 3800 metros quadrados e ainda uma galeria com 1123 m2) inCENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
 Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Aspecto do "Auditório VIII" do "Centro de Congressos de Lisboa" com uma área bruta de 390 metros quadrados, e capacidade para 400 pessoas) in  CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA
Rua da Junqueira - (2009) Foto de autor não identificado (Aspecto do "Auditório I" do "Centro de Congressos de Lisboa", com uma área bruta de 1700 metros quadrados, e capacidade na plateia para 1500 pessoas) inCENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ XXVI ]

«O CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA-CCL»

O "CCL-CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA» tem a sua origem nos dois primeiros Auditórios da "Feira das Industrias de Lisboa" (antigo Auditórios "V" e "VI") com capacidade para 250 e 100 pessoas respectivamente e que se destinavam a acolher manifestações paralelas à feira de exposições.
Em 1989 é finalizado o "PAVILHÃO POLIVALENTE", posteriormente designado Auditório do Complexo das Feiras, "CENTRO DE CONGRESSOS DA FIL" e actualmente "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA".
Esta infraestrutura que contava com 4 auditórios e 5 salas de reuniões, com utilização conjugada com os restantes pavilhões da FIL, constitui um factor decisivo ao crescimento sustentado do turismo de negócios em LISBOA acolhendo os maiores e mais prestigiados eventos internacionais que se realizam em PORTUGAL nas duas últimas décadas.
O crescimento de actividades do "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" foi particularmente notório a partir de 1995, passando de 120 eventos acolhidos nesse ano, com um total de cinquenta e cinco mil participantes, para 250 eventos em 1990 e cento e oitenta mil participantes, tendo sido uma alavanca fundamental para o posicionamento de LISBOA entre os primeiros destinos mundiais de CONGRESSOS e REUNIÕES INTERNACIONAIS.
Com a saída da "FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA", para a nova infraestrutura do "PARQUE DAS NAÇÕES" na Zona Oriental de LISBOA, em 13.03.1999, passou a ser possível de imediato aumentar a disponibilidade de instalações.
O "C.C.L." passou a contar com mais três pavilhões, correspondendo a um total de dez mil metros quadrados para acolher grandes eventos em instalações adequadas e dar sequência ao projecto de dotar a cidade de LISBOA com um grande e moderno CENTRO DECONGRESSOS, através da renovação e ampliação das actuais instalações.
Actualmente o "CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA" dispõe de oito auditórios e cinco pavilhões, sendo possível juntar o auditório três e quatro e o auditório seis com o sete.
O Pavilhão 1 tem uma área bruta de mil e oitocentos metros quadrados, seis portas de acesso sendo duas de emergência, tem capacidade de exposição para 85 módulos de 9 m2/cada, banquetes para mil e quinhentas pessoas localizado no piso zero do "CCL", esta infraestrutura com cerca de 1800 m2 de área bruta, adequada para a realização de FEIRAS E EXPOSIÇÕES, SHOW ROOMS, CATERING e BANQUETING, etc.
O seu espaço é possível combinar a instalação do auditório 5 a partir de paredes acústicas móveis, com área para exposições ou catering. Das cinco salas, três com luz natural e duas de interior e uma cafetaria, complementam as facilidades do Pavilhão um. Este pavilhão dispõe de caixas de electricidade, telecomunicações, água e esgotos no chão, que possibilita a realização de exposições e dos mais diversos eventos.
O "C.C.L." tem um total de dez mil metros quadrados disponíveis entre auditórios e pavilhões modernos, para acolher os grandes eventos, congressos e reuniões internacionais. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ADRAGÃO, José Victor-PINTO,Natália-RASQUILHO, Rui - Novos Guias de Portugal-Lisboa - Ed. Presença - 1985.
- ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa-Livro IX-Vega- Lisboa - 1993
- AZEVEDO, João de - LISBOA-125 anos sobre csrris - Roma Ed. Lisboa - 1998
- BELÉM Reguengo da Cidade - CML-Pelouro Cultural- Ed. ASA - 1990
- DICIONÁRIO da História de Lisboa - Dir. Francisco Santana e Eduardo Sucena-Carlos Quintas & Associados-Consultores,Lda. Sacavém - 1994
- DICIONÁRIO Ilustrado da História de Portugal - 2 Vol. - Pub. ALFA- 1986 - Lisboa
- LISBOA-Revista Municipal - 2ª série Nº 7 -1º Trim. de 1984 - Ed. CML
- LELLO UNIVERSAL . Dic. Enciclopédico Luso-Brasileiro- 2 Vol. -Lello&Irmão-Porto - 1976
- MENDES, João Fragoso-Olhares de Pedra- Diário de Notícias - 2004 - Lisboa
- NÉU, João B. M.-Em Volta da Torre de Belém-evolução da zona Ocidental de Lisboa-Livros Horizonte - 1994
- NOBREZA de Portugal e do Brasil-Cood. Dr. Afonso Eduardo Martins Zuquete - Vol. III - Editorial Enciclopédia - 1961 - Lisboa
- NOVA Enciclopédia Larousse - 22 Vol. - Círculo dos Leitores - 1996 - Lisboa
- O POVO de Lisboa - Exposição Iconográfica- CML Di. dos Serviços Culturais-1978-Lisboa
- PORTUGAL, Fernando e MATOS, Alfredo-Lisboa em 1758-Memórias Paroquiais de Lisboa- Publicações Culturais da CML- 1974 - Lisboa
- PROVAS Originais - 1858-1910- Arq. Municipal Pelouro da Cultura da CML -1993-Lisboa

INTERNET

(PRÓXIMO) «ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ I ]- A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO (1)»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ I ]

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 Alameda D. Afonso Henriques - (2013) (Desenho adaptado da "ALAMEDA" e seu enquadramento - Sem escala - APS - LEGENDA - ( 1 )-Alameda D. Afonso Henriques; ( 2 )-Instituto Superior Técnico-IST; ( 3 )-Instituto Nacional de Estatística-INE; ( 4)-Cinema Império; ( 5 )-Fonte Monumental da Alameda Dom Afonso Henriques. A Rua assinalada com dois traços vermelhos, já foi publicada neste blogue. ARQUIVO/APS
 Alameda D. Afonso Henriques - (195_) Foto de Augusto de Abreu Nunes (Fotografia aérea da "Alameda Dom Afonso Henriques e Areeiro) inAFML
 Alameda D. Afonso Henriques - ( 194_) Foto de Amadeu Ferrari (Panorama sobre a "Alameda D. Afonso Henriques") (Abre em tamanho grande) in AFML 
Alameda D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal (Terrenos para a construção da "Alameda". Ao fundo ficaria a "Fonte Luminosa") (Abre em tamanho grande) in AFML 
Alameda D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal - ("Alameda D. Afonso Henriques" em construção, ao fundo o "Instituto Superior Técnico-IST") in AFML 

ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ I ]

«A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 1 )»

A «ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES» pertencia a quatro freguesias: "SÃO JOÃO"; "ALTO DO PINA"; "SÃO JORGE DE ARROIOS" e "SÃO JOÃO DE DEUS". Com a Reforma Administrativa de Lisboa passou a pertencer só a três freguesias. "AREEIRO"; "ARROIOS" e "PENHA DE FRANÇA". Assim à freguesia da "PENHA DE FRANÇA" pertencem os números 1 a 9. À freguesia de "ARROIOS" pertence do Nº 11 em diante. À freguesia do "AREEIRO" pertencem os números 2 até final.
Esta "ALAMEDA" fica entre a "AVENIDA MANUEL DA MAIA" e a "FONTE LUMINOSA" (Rua Barão Sabrosa).
É atravessada pela "AVENIDA ALMIRANTE REIS". São convergentes com a "ALAMEDA" de nascente para poente no lado esquerdo a "RUA ACTOR VALE"; "RUA CARVALHO ARAÚJO"(antiga azinhaga do Areeiro); "RUA ROSA DAMASCENO"; "RUA CARLOS MARDEL" e "RUA QUIRINO DA FONSECA"(antiga Estrada de Sacavém). No lado direito igualmente de nascente para poente, "RUA JOÃO DE MENESES"; "RUA ABADE FARIA"; "RUA ACTOR ISIDORO"; "RUA CARLOS MARDEL" e "AVENIDA GUERRA JUNQUEIRO".
Foi atribuído por deliberação Camarária de 23.03.1932 e Edital de 31.03.1931 o topónimo de «ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES». Esta "ALAMEDA" com uma área aproximadamente de 5 hectares, desenvolve entre o edifício principal do "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST" e a "FONTE LUMINOSA". Na parte mais plana possui um grande relvado e um parque infantil. Sobre a "FONTE LUMINOSA" existe um miradouro e um lago enquadrado por arvoredos que proporcionam sombras agradáveis.
No subsolo desta "ALAMEDA" cruzam-se as linhas vermelha e verde do Metro de Lisboa e tem como estação o nome de "ALAMEDA".
A partir de 1926, com a implantação e consolidação do Estado Novo, LISBOAé alvo de uma nova política de expansão e embelezamento de características monumentais e nacionalistas. A cidade viu parte do seu tecido urbano desaparecer por meio de expropriações e demolições com consequente construção de espaços emblemáticos para o sistema político vigente na época. A "ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES", a "PRAÇA DO IMPÉRIO" a "PRAÇA DO AREEIRO"( 1 ) e "PRAÇA DE LONDRES", são alguns dos espaços legados pelo anterior regime.
Com a elaboração de um PLANO GERAL, que só se concretiza a partir de 1938, no chamado plano "DE GRÖER", por encomenda directa do Engenheiro "DUARTE PACHECO", que acumulava na altura, os cargos de "MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS" e o de "PRESIDENTE DA CÂMARA DE LISBOA".
A sua arquitectura oficial teve um processo de formação lento, com início nos anos 30 e sedimentação concreta a partir dos anos 40. Os seus autores são, na maioria os mesmos que projectavam as obras modernistas do período imediatamente anterior. São realizações importantes, numa primeira fase, até meados da década de 30, O "IST", o "INE" ainda fortemente marcados por uma linguagem moderna.

( 1 ) - A «PRAÇA DO AREEIRO» hoje "PRAÇA SÁ CARNEIRO", tinha ligação com a exploração local, nomeadamente na " QUINTA DA NOIVA" e "QUINTA DO NARIGÃO" (a Norte do Areeiro, de um e outro lado da «AVENIDA DO AEROPORTO», hoje "AVENIDA ALMIRANTE GAGO COUTINHO", com inúmeros areeiros em actividade na época).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ II ] A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 2 )»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ II ]

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 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) Foto de João Pimentel Ferreira (Panorama da "Alameda D. Afonso Henriques vista do lado Poente) in VERA VERITAS 
 Alameda D. Afonso Henriques - (2008) Foto de Isabel Silva (Uma panorâmica da "Alameda D. Afonso Henriques", já com as duas torres no "IST", tirada na parte de cima da "Fonte Luminosa") in  MULHER
 Alameda D. Afonso Henriques - (1966) Foto de Armando Serôdio (Panorâmica da "Avenida D. Afonso Henriques" para o lado da "Fonte Luminosa" (Abre em tamanho grande) in AFML
 Alameda D. Afonso Henriques - (195_) Foto de António Passaporte (A "Alameda D. Afonso Henriques" junto da "Avenida Guerra Junqueiro")  in AFML
Avenida D. Afonso Henriques - (1938) Foto de Eduardo Portugal (Terrenos para a  futura Alameda D. Afonso Henriques) (Abre em tamanho grande)  in  AFML


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ II ]

«A ALAMEDA E SEU ENQUADRAMENTO ( 2 )»

Ligar a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" até ao "AREEIRO" assegurando a saída para Norte em substituição da antiga "ESTRADA DE SACAVÉM", com cobertura simultânea da orla do "ARCO DO CEGO", numa zona que dependia já então da nova urbanização accionada pela grande obra do "IST", que iniciava em 1929.
Do envolvente, porém, duas obras do Arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO", que em certa medida marcaram o início e talvez o fim da fase de LISBOA "MODERNISTA": o "IST", foi estudado já em 1927 e terminado ao longo dos anos 30, bem como o "INE" iniciado em 1932 e finalizado em 1935.
A "ALAMEDA" tinha sido objecto de um grandioso plano do Arquitecto "JOÃO GUILHERMEFARIA DA COSTA" em 1939, (foi o 1º Arquitecto Urbanista) antes de se ter decidido a configuração que lhe conhecemos, através do arranjo do Arquitecto "CRISTINO DA SILVA".
No entanto era o resultado de uma intenção que "DUARTE PACHECO" e o ESTADO NOVO idealizara e que partira da construção do "IST", a "ALAMEDA" situada em terrenos ainda não inteiramente quadriculados pela rede ocidental das "AVENIDAS NOVAS" e em função da qual, tudo ali se definia.
A construção da ALAMEDA veio cortar parte da antiga ESTRADA DE SACAVÉM (tal como se antevia) que ligava o "LARGO DE ARROIOS" em épocas atrás a SACAVÉM tendo hoje o percurso assegurado até à ALAMEDA por duas Ruas; "ALVES TORGO" e a "QUIRINO DA FONSECA". Igualmente a Poente da "ALAMEDA" a "AVENIDA MANUEL DA MAIA" (antiga "ESTRADA DAS AMOREIRAS") ligava o "LARGO DE ARROIOS" a Norte e passa hoje na entrada principal (de escadaria) do "IST" e na parte Poente da "ALAMEDA". 
A "AZINHAGA DO AREEIRO" que vinha da "PENHA DE FRANÇA" e descia a "CALÇADADOS MOUROS" foi igualmente cortada pela "ALAMEDA" que por deliberação Camarária de 08.08.1924 a designaram "RUA CARVALHO ARAÚJO" (oficial da Marinha Portuguesa), tendo o seu seguimento passado a denominar-se "RUA ABADE FARIA" por Edital Municipal de 7 de Fevereiro de 1957.
A "ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES" criou assim um eixo verde de características monumentais. Numa escala urbanística, surgiu este novo eixo urbano no qual se foram edificando diversos blocos de habitação entre 1936 e 1946.
Ficou também conhecida uma grande parte desta ALAMEDA pelos nomes das RUAS que lhe atribuíram, designadamente entre a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" e a "FONTE LUMINOSA", o chamado "BAIRRO DOS ACTORES" (embora nem todas as ruas sejam atribuídas a actores), mas continua a ser uma zona da cidade de LISBOA com a maior concentração de topónimos originários de ACTORES.
Nasceu sensivelmente no início dos anos trinta do século passado, quando por Editais e Deliberações Camarárias foram sendo atribuídos os nomes de actores, aos arruamentos então abertos. A sua designação não parece oficial, não consta pelo menos dos roteiros, mas será fruto, como tantas vezes acontece, da voz do povo.
A Rua da actriz "ÂNGELA PINTO" circunda o«MERCADO DE ARROIOS» e para ela convergem cinco Ruas: do "ACTOR EDUARDO BRAZÃO"; do "FERREIRA DA SILVA", da actriz "ROSA DAMASCENO", da "LUCINDA SIMÕES" e do actor "JOSÉ RICARDO". A esta liga-se a do actor "ANTÓNIO CARDOSO", e separados pela "RUA CARVALHO ARAÚJO"(Oficial da Marinha), estão a do actor "JOAQUIM DE ALMEIDA" e do "ACTOR VALE". Um pouco mais para Leste, junto da "ESCOLA ANTÓNIO ARROIO" fica a Rua da actriz "EMÍLIA EDUARDA", e a Ocidente do outro lado da "AVENIDA ALMIRANTE REIS" está a do "JOAQUIM COSTA" entre a "RUA A. PEREIRA CARRILHO" e a "TRAVESSA DAS FREIRAS".
Na parte Norte da "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" estão as ruas do "ACTORISIDORO", da "LUCINDA DO CARMO", da "ACTRIZ VIRGÍNIA" e do actor "JOÃO ROSA". Ao todo são 15 topónimos de actores considerando as adjacentes.
Atravessa todo o "BAIRRO DOS ACTORES" inclusive a "ALAMEDA" uma rua que em nada se relaciona com actores. Trata-se da "RUA CARLOS MARDEL" que foi Engº e Arquitecto, de nacionalidade Húngara, faleceu em LISBOA em 1763. Foi sim, um grande colaborador de "MANUEL DA MAIA" e de "EUGÉNIO DOS SANTOS" após o terramoto de 1755.

O valor histórico deste jardim é bastante elevado uma vez que se encontra associado às grandes obras públicas que decorreram durante o ESTADO NOVO. A associação deste jardim (Parque) a uma personagem de destaque em Portugal, através da atribuição do topónimo "DOM AFONSO HENRIQUES"(primeiro rei de Portugal) valoriza e enaltece o seu interesse histórico. É, sem dúvida, uma das «ALAMEDAS» mais conhecidas de LISBOA, bastante utilizada como lazer, frequentemente palco de manifestações e comemorações do 1º de MAIO, limitada a Poente pelo "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO" e a nascente pela grandiosa e monumental "FONTE LUMINOSA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA D. AFONSO HENRIQUES [ III ]-O INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ III ]

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 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) Foto de autor não identificado (O conjunto arquitectónico do "Instituto Superior Técnico")  in  RÁDIO HERTZ 98 FM TOMAR
Alameda D. Afonso Henriques - (2012) Foto de autor não identificado (A "Alameda D. Afonso Henriques" com a sua Fonte Monumental, ao fundo as Torres "gémeas" do "IST")  inGUIA DA CIDADE
Alameda D. Afonso Henriques - (2012) Foto de Eduardo Martinho (O "Instituto Superior Técnico" com suas Torres , "olhando" lá do alto a ALAMEDA)  in TEMPO DE RECORDAR
Alameda D. Afonso Henriques - (2005) -Soska- (A Torre Norte do "Instituto Superior Técnico") in WIKIPÉDIA
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea do "Instituto Superior Técnico" ainda em construção) inRESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea do "Instituto Superior Técnico" durante a sua construção)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (c. 1934) Foto de Pinheiro Correia (Fotografia aérea durante a construção do "Instituto Superior Técnico" ao cimo da futura "Alameda")  in RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (Post. 1935) (O conjunto arquitectónico do "IST", foi concebido como uma "Acrópole" sobre o vale da "Avenida Almirante Reis" e num dos extremos da "Alameda D. Afonso Henriques", tendo sido inaugurado no ano de 1935)  in AFML
Alameda D. Afonso Henriques - (194_) Foto de Amadeu Ferrari ( O "IST", um conjunto de sete edifícios é exemplo importante do "Modernismo Português" e representa uma segunda fase na obra do Arquitecto "PARDAL MONTEIRO", onde a simplificação das formas e quase ausência de ornamentação são características fundamentais) (Abre em tamanho grande) inAFML 

(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ III ]

«O INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO - IST»

As instalações do «INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO-IST» - sendo uma das grandes instituições integradas actualmente, na "UTL-Universidade Técnica de Lisboa" - foram projectadas pelo arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO" em 1929 embora só inaugurada no ano de 1936.
Os edifícios projectados eram correspondentes à organização dos cursos de engenharia naquele tempo: um curso geral e cinco cursos especiais: CIVIL; MÁQUINAS; ELECTRICIDADE; QUÍMICA e MINAS.
Segundo as informações prestadas pelo arquitecto autor dos projectos, em artigo publicado no mês de Maio de 1938, na revista oficial do SINDICATO NACIONAL DOS ARQUITECTOS, dirigida então pelo Arquitecto "COTTINELLI TELMO", "PARDAL MONTEIRO" afirma que: "chegou a pensar a hipótese de destinar um pavilhão para cada curso", mas razões económicas levaram a optar por agruparno Pavilhão principal não só todos os serviços da direcção e administração, como os cursos geral e de engenharia civil (...) e nos quatro pavilhões do corpo médio (...) os outros quatro cursos de especialidade". Esta preocupação de conjugar a arquitectura com os orçamentos disponíveis, perante uma obra ao tempo de grandeza invulgar no nosso país, é salientada por "PARDAL MONTEIRO", assim como a solução do "partido arquitectónico" que "com todas as características denominadas de  clássicas". Teria de se ajustar a um terreno de acentuado declive e a uma envolvente, "onde quase não existe um trecho recto". Por outro lado, este "partido arquitectónico", recebeu influência directa das previsões do Plano de transformação para aquela área urbana, que previa a execução da actual "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES", rematada por uma "FONTE LUMINOSA", com projecto do Arquitecto "CARLOS REBELO DE ANDRADE", datável de 1939-1948.
Com base nas novas instalações, o "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO", (Ver mais neste blogue amigo RESTOS DE COLECÇÃO) a partir do ano escolar de 1936-1937, abandonou definitivamente as velhas e insuficientes construções onde funcionara a "ESCOLA SUPERIOR DE ENGENHARIA PORTUGUESA", na "RUA DA BOAVISTA".
O novo "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO" foi uma das iniciativas do jovem Ministro "DUARTE PACHECO" e seu Director, que soube escolher o arquitecto adequado a uma obra de grande vulto, mas igualmente um trabalhador incansável, duro e simultâneamente humano, moderno e artista de grande sensibilidade.
No ano de 1981 era publicado no jornal "Expresso" sobre o projecto e as primeiras polémicas referente às «TORRES» laterais que viriam surgir no "IST".
Passados treze anos, em 02.07.1994 o articulista diz-nos: "(...)resta o problema fulcral de todas as questões arquitecturais: são as "TORRES" (...)interessantes esteticamente, formalmente conseguidas".
Passada que está mais uma década sobre a construção da primeira «TORRE» e alguns anos da segunda, está à vista de toda a LISBOA o seu enquadramento, conjugado com o outro extremo que por "cima" da "FONTE" também cresceram dois prédios em altura, "espreitando" para a «ALAMEDA» do lado nascente.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ] O INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ]

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 Alameda D. Afonso Henriques - (2000) Foto de Manuel V. Botelho (O "Instituto Nacional de Estatística-INE" visto da "Avenida António José de Almeida", uma obra do Arquitecto "Pardal Monteiro"in WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (2011) - Foto de João Carvalho (O "INE" inaugurado no ano de 1935 junto à "Alameda D. Afonso Henriques"" com a sua frente virada para a "Av. Antº. José de Almeida"in WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (2010) - Foto de autor não identificado  (O "INE" com frente para a "Av. Antº. José de Almeida" na comemoração dos seus 75 anos de existência) in WIKIPÉDIA
 Alameda D. Afonso Henriques - (1966) Foto de Armando Serôdio (Vista aérea do "Instituto Nacional de Estatística-INE" ao lado do "IST") inAFML 
 Alameda D. Afonso Henriques - (Post. 1935) Foto de Ferreira da Cunha ( O "INE", edifício de 1935 do Arquitecto "Pardal Monteiro" virado para a "Av. Antº. José de Almeida") (Abre em tamanho grande) in AFML 
 Alameda D. Afonso Henriques - (Post. a 1935) Foto de autor não identificado (O "INE" no seu lado direito o "IST". Na parte de trás do "INE" o vale que mais tarde viria a preencher a "Alameda" ) in RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (Post. a 1935) - Foto de autor não identificado (Vista aérea abrangendo os dois Institutos, no lado direito da foto (para Nascente) o "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA-INE") in  RESTOS DE COLECÇÃO


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ IV ]

«O INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA - INE»

Na "AVENIDA MANUEL DA MAIA" (antigo caminho para o Arco do Cego e Campo Pequeno), na parte poente da «ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES», e entre a "AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA"e a "AVENIDA DO MÉXICO", foi construído um edifício para o "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA"pelo ESTADO NOVO no ano de 1935.
O primeiro organismo oficial português de Estatística, com carácter centralizador - a "SECÇÃO DE ESTATÍSTICA E TIPOGRAFIA" - surgiu no ano de 1841, embora já se realizassem em Portugal, desde há muito, operações de natureza estatística, como por exemplo as estatísticas do "COMÉRCIO EXTERNO" nos séculos XVIII e XIX.
Com o crescente interesse pela estatística, foram-se sucedendo outros organismos. No entanto, não se verificou uma perfeita constância de alguns dos princípios básicos que presidiram à evolução das instituições estatísticas, nomeadamente o da unificação.
Em 1929, ao serem introduzidas profundas alterações no foro estatístico, pretende-se sair do estado de dispersão, adoptando-se decididamente os princípios da centralização, da autonomia técnica e da autoridade estatística.
No período de 1929 e 1935, publicou-se uma série de medidas legislativas que culminaram com a criação do "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA", pela Lei nº 1911, de 23 de Maio de 1935, tendo-lhe sido atribuídas as "funções de notação, elaboração, publicação e comparação dos elementos estatistícos referentes a aspectos da vida portuguesa que interessavam à Nação, ao ESTADO ou à CIÊNCIA". Deste nodo foram reestruturados os SERVIÇOS OFICIAIS DE ESTATÍSTICA, visando dotá-los dos meios necessários a uma acção mais eficiente, definindo-se pela primeira vez, de forma sistemática, os princípios básicos orientadores do SISTEMA ESTATÍSTICO NACIONAL, dos quais salientamos a CENTRALIZAÇÃO DE SERVIÇOS, não por ser o mais importante, mas porque é o que mais justifica a criação do edifício-sede.
O edifício Sede do "INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA", cujas obras de construção foram iniciadas em 1932, segundo projecto do Arquitecto "PORFÍRIO PARDAL MONTEIRO", foi inaugurado em 1935, tendo uma área útil de dois mil e setecentos metros quadrados.
Destaca-se, como património artístico, o seu salão nobre (onde se encontra as mais antigas publicações que fazem parte do fundo bibliográfico do "INE"), decorado com um friso de dez frescos, da autoria do pintor "HENRIQUE FRANCO", representando as quatro estações do ano e algumas actividades económicas portuguesas: AGRICULTURA; PESCA; TÊXTIL e CERÂMICA. Na escadaria principal encontra-se um vitral, executado em 1933 nas antigas oficinas "RICARDO LEONE", sob cartão do pintor "ABEL MANTA", tendo a sua parte central sido adoptada para o ex-líbris da biblioteca do "INE". Encontra-se ainda na parte superior da fachada do edifício, duas composições de baixo-relevo da autoria do escultor "LEOPOLDO DE ALMEIDA",um alusivo à AGRICULTURA e à DEMOGRAFIA a outra ao COMÉRCIO  e à INDUSTRIA. O edifício, construído entre 1932-1935 mantém-se actualmente como sede do "INE". Um organismo governamental responsável, para produzir e divulgar informação estatística oficial de qualidade.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ] O CINEMA IMPÉRIO ( 1 )»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ]

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Alameda D. Afonso Henriques - (2010) Foto de autor não identificado (Fachada do "Cinema Império" na "Alameda D. Afonso Henriques", adquirido em 1992 pelo movimento religioso "IURD") in CINEMA AOS COPOS
Alameda D. Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de António Passaporte (O terreno onde seria edificado o "CINEMA IMPÉRIO" assinalado com um "X", na esquina da "Avenida Almirante Reis" com  a "Alameda D. Afonso Henriques") (Abre em tamanho grande) inAFML
Alameda D. Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de autor não identificado (À esquerda da foto, depois da "Av. Almirante Reis", o terreno que foi ocupado pelo edifício do "CINEMA IMPÉRIO") inRESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (1952) (Anúncio publicado na Imprensa diária, anunciando a inauguração da sala do "CINEMA IMPÉRIO", em traje de cerimónia. O produto financeiro da representação revertia a favor da Assistência Social da Junta de Freguesia de Arroios e do Inst. Superior Missionário do Ultramar. O título do filme em português "O PREÇO DA JUVENTUDE", em francês "LA BEAUTÉ DU DIABLE" in  RESTOS DE COLECÇÃO
Alameda D. Afonso Henriques - (entre 1990 e 1991) Foto de Waldmann  Michel (O "Cinema Império" na "Alameda D. Afonso Henriques", projecto de "Cassiano Branco" , nos últimos tempos do cinema) (Abreem tamanho grande)  in AFML 


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ V ]

« O CINEMA IMPÉRIO ( 1 )»

A construção do «CINEMA IMPÉRIO» reflecte o desenvolvimento da cidade de Lisboa em direcção a "ALVALADE" e ao embelezamento da "ALAMEDA".
O projecto do "CINEMA IMPÉRIO" destinava-se ao aproveitamento de um lote de terreno, que dava para três RUAS. Para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS", "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES"e"RUA QUIRINO DA FONSECA"(antiga ESTRADA DE SACAVÉM).
"CASSIANO BRANCO"é o autor do projecto do "CINEMA IMPÉRIO" apresentado em 1945. O novo cinema é definido através de uma estrutura de desenvolvimento simétrico, cujos corpos se articulam no ângulo de confluência da ALAMEDA com a AVENIDA ALMIRANTE REIS, o qual por sua vez, era acentuado por uma enorme caixa luminosa em ferro e vidro, onde se deveriam colocar as letras que compunham a palavra «IMPÉRIO».
Interiormente, a sala de forma rectangular, inscrevia-se no terreno, ocupado-o quase na sua totalidade.
O seu traçado deixava bem delimitadas as diversas categorias de lugares no desenho de uma plateia com capacidade para 908 espectadores e de dois balcões, com uma lotação total de 1418 lugares, conjugados com um sistema de fácil circulação que permitia a possibilidade de movimento entre os bufetes e o grande salão de festas, situado entre o primeiro e o segundo balcão.
A confiança da Empresa no projecto era tão grande que, em Abril de 1945, publica um anúncio nos jornais com a reprodução do desenho da fachada do edifício, no qual dava conta das palavras elogiosas que o "MINISTRO DA EDUCAÇÃO" da altura, teria proferido sobre o trabalho do Arquitecto "CASSIANO BRANCO", ao mesmo tempo publicava que o cinema se inaugurava em Novembro do ano seguinte. ( 1 ).
A "Inspecção dos Espectáculos" levantou objecções ao projecto, estando em  causa a argumentação da localização das entradas e um recinto na sub-cave que se situava no percurso da "Avenida Almirante Reis". Solução que, aparentemente, desvalorizava as ambições que se tinham em relação à ALAMEDA, e o resultado foi que se exigiam tantas alterações que o projecto parou.
Em 1947 foi apresentado um segundo projecto, estando nesta nova versão de CASSIANO BRANCO que acentuava o corpo do edifício voltada para a ALAMEDA.
Virado para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS" abrira um grande café de dois pisos. Mesmo assim existiram exigências por parte da "Inspecção de Espectáculos" o que levaram "CASSIANO" a abandonar o projecto, tendo a Empresa chamado o Arquitecto "ANTÓNIO VARELA", que se encarrega das alterações.
Mas novos requisitos foram apresentados pela "Inspecção de Espectáculos" que o Arquitecto António Varela, acabou, também, por se desinteressar do projecto, tendo a obra sido posteriormente confiada a "FREDERICO GEORGE"e a"RAUL CHORÃO RAMALHO".
Ainda no tempo do Arquitecto "ANTÓNIO VARELA" duas grandes modificações foram realizadas: O pano central da parede da fachada (virada para a ALAMEDA) por um enorme envidraçado, que melhorava as condições de utilização dos "foyers" dos balcões, iluminado-os com luz natural, permitindo que deles fosse possível ter uma perspectiva da ALAMEDA; e a modificação do traçado da escada de acesso à entrada principal (alteração sugerida pela "Insp. Esp."), uma vez que no projecto de "CASSIANO BRANCO" era bastante inclinada, não dando grandeza nem ao edifício, nem à "ALAMEDA".

( 1 ) - "EMPRESA CINEMATOGRÁFICA IMPÉRIO, LDA.", in"DIÁRIO DE LISBOA", 17 de Abril de 1945.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ] O CINEMA IMPÉRIO ( 2 )»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ]

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 Alameda Dom Afonso Henriques - (ant. 1952) Foto de Judah Benoliel (Local onde foi construído o "CINEMA IMPÉRIO", entre a "Avenida Almirante Reis", "Alameda Dom Afonso Henriques" e "Rua Quirino da Fonseca") (Abre em tamanho grande)  in AFML 
 Alameda Dom Afonso Henriques (Depois de Maio de 1952) (O "CINEMA IMPÉRIO" na década da sua inauguração) in RESTOS DE COLECÇÃO
 Alameda Dom Afonso Henriques - (depois de 1952) (O "CINEMA IMPÉRIO" na "Alameda Dom Afonso Henriques" com a representação do filme "História de um Detective") in COM O ZÉ 3
 Alameda Dom Afonso Henriques - (C. 1954) Foto de António Passaporte (O "Cinema Império" na "Alameda Dom Afonso Henriques", postal Ilustrado-351) (Abre em tamanho grande) in AFML 
 Alameda Dom Afonso Henriques - (1959) Foto de Arnaldo Madureira ("Cinema Império", projectado e construído entre 1948-1952, contou com a concepção dos Arquitectos "Cassiano Branco", "António Varela", "Raul Chorão" e "Frederico Jeorge". Foi desactivado como cinema no final dos anos 80 do séc. XX) in AFML
Alameda Dom Afonso Henriques - (2011) Foto de João Carvalho (Antigo "CINEMA IMPÉRIO" propriedade da "IURD", com a legenda no cimo da fachada principal virada para a "Alameda""JESUS CRISTO É O SENHOR") (Abre em tamanho grande) inWIKIPÉDIA


(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VI ]

«O CINEMA IMPÉRIO ( 2 )»

Após a sua inauguração em 24 de Maio de 1952 e colocada a tónica no facto de ser um cinema moderno e luxuoso, sobre a sua construção e condições de realização, nada se adiantava; mas eram referidos os cuidados postos na decoração, chamando a atenção para o efeito que provocava logo à entrada o painel de azulejos de "JOÃO FRAGOSO" e para a expressão que alcançavam o mural de "LUÍS DOURDIL" e das pinturas do próprio "FREDERICO GEORGE", presentes nos "foyers" do primeiro e segundo balcão.
A edificação do "CINEMA IMPÉRIO" parecia ter-se desenvolvido, por assim dizer, sem sobressalto. Mal se notavam as inúmeras alterações a que o projecto inicial tinha sido submetido e das sensibilidades que nele tinham intervindo e actuado. Na verdade, o edifício absorvera-as, fazendo com que se incorporassem no desenho de "CASSIANOBRANCO". Embora o cunho de "FREDERICO GEORGE" lhe tivesse imprimido outros encantos, tinha-se conseguido com a colaboração de um grupo de famosos artistas portugueses, "uma casa de espectáculos modelar"( 1 ).
Na parte virada para a "AVENIDA ALMIRANTE REIS"no"CAFÉ IMPÉRIO" a intervenção de "RAUL CHORÃO RAMALHO", apresenta uma expressão idêntica, embora mais discreta. Não obstante a solução encontrada vai favorecer a formulação original, ainda que "CHORÃO RAMALHO" a tenha renovado e enriquecido com a ajuda do seu mobiliário moderno e da enorme pintura mural de "LUÍS DOURDIL" que se estendia nos seus 48 metros quadrados, coadjuvantes com as esculturas de "MARTINS CORREIAS"
Desnecessário se torna salientar que o "CINEMA IMPÉRIO" (com todo o seu edifício) veio valorizar a "ALAMEDA" colocando-lhe uma nota de sofisticação naquele local.
O "CINEMA IMPÉRIO"é inaugurado com o filme «O PREÇO DA JUVENTUDE»( 2 ), uma realização de "RENÉ CLAIR" de 1950, cuja história tinha a capacidade de poder converter as ambições da sua personagem nas aspirações da zona. Na verdade, tal como a personagem do filme, também este local desejara para uma nova vida, um novo vigor que o libertasse da memória rural das "QUINTAS DE ARROIOS", marcando posição na onda de modernizações a que se assistia.
Com a entrada em funcionamento regular da RTP os cinemas ressentem-se. Assim, entre 1961 e 1965 o "IMPÉRIO" passou a ceder temporariamente as suas instalações à "COMPANHIA DE TEATRO MODERNO DE LISBOA"uma iniciativa de"CARMEM DOLORES", "ARMANDO CORTEZ", "FERNANDO GUSMÃO"e"ROGÉRIO PAULO". Funcionava em sessão à tarde, pelas 18,30 horas, de Segunda a Sexta existindo ainda uma sessão aos Domingos de manhã.
O "CINEMA IMPÉRIO"possuía PLATEIA, 1º e 2º BALCÃO totalizando 1672 lugares, embora o projecto inicial contemplava 2326 espectadores o que fazia dele o maior cinema do país.
Em 24 de Outubro de 1964 surge uma sala "SATÉLITE" que viria a ocupar o espaço que anteriormente tinha sido planeado para Restaurante um projecto que nunca chegou a ser realizado. Afortunadamente este novo espaço teve enorme sucesso, tendo o seu investimento sido recuperado no período de dois anos.
No início dos anos 80 e com o aparecimento de salas de cinema a multiplicar-se em "CENTROS COMERCIAIS", o"CINEMA IMPÉRIO" acabaria por encerrar a sua exploração como exibidora de cinema em 31 de Dezembro de 1983, embora esporadicamente até aos anos até aos anos 90, fosse escolhida esta sala para ante-estreias ou exibições relacionadas com festivais de cinema.
Em 1992 foi adquirido pelo movimento religioso "IURD" que aí instalou a sua sede e local de culto em LISBOA, que assim se mantém até aos dias de hoje.

( 1 ) - "CINEMA IMPÉRIO", in "Diário de Notícias", 24 de Maio de 1952.

( 2 ) - Tradução encontrada na altura para "LE BEAUTÉ DU DIABLE", título original do filme.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ] A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES ( 1 )»

ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ]

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 Alameda Dom Afonso Henriques (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais 1910-1988 - Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (A "FONTE MONUMENTAL" na "Alameda Dom Afonso Henriques) in FLICKR
 Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais- Biblioteca de Arte Fundação Calouste Gulbenkian) (Lateral direito da "FONTE MONUMENTAL" com um painel em baixo-relevo vertical de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho) inFLICKR
Alameda Dom Afonso Henriques - (1942) Foto de Eduardo Portugal (Construção da "Fonte Monumental" na "Alameda" in AFML
Alameda D. Afonso Henriques - ( 1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Terreno onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da ALAMEDA) in AFML
Alameda Dom Afonso Henriques - (1939-06) Foto de Eduardo Portugal (Local onde foi construída a "FONTE MONUMENTAL" da Alameda, em terrenos que pertenciam à "Quinta doAlperche") (abre em tamanho grande)  in  AFML 

Alameda Dom Afonso Henriques - (Post. 1948) (Foto de Horácio Novais - Biblioteca de Arte F.C.G.) (Lateral esquerdo da "FONTE MONUMENTAL) com um painel central de baixo-relevo vertical, de "JORGE BARRADAS" em alegoria ao trabalho) inFLICKR

(CONTINUAÇÃO) - ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VII ]

«A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (1)»

Nos primeiros tempos chamaram-lhe oficialmente «FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES», hoje é conhecida pela"FONTE LUMINOSA DA ALAMEDA".
Desde sempre, o ser humano se extasiou perante os naturais efeitos causados pela água a cair: uma nascente, por mais singela, torna-se objecto de romagem e ponto de encontro, em funções que vão muito para além da utilidade essencial. Poços, fontes, chafarizes, têm sempre formado lugares de referência e de atracção. Agora, quando as modernas tecnologias permitem associar facilmente os jorros de água às possibilidades cromáticas da luz, obviamente a beleza ganha novos contornos, apetecidos por muitos.
LISBOA não escapou, evidentemente, ao sortilégio das «FONTES LUMINOSAS». E algumas tentativas têm sido feitas para dotar a cidade deste atractivo. Alguns revelaram-se efémeras; outras têm remado contra o tempo.
Nesta questão de "Fontes Luminosas", a moda veio, como os alvores da alta costura, de PARIS. 
Na verdade, parece ter sido na grande exposição que lançou a "ART DECO" e se realizou na capital francesa em 1925, onde surgiram os jogos de água iluminados, electricamente. Focou célebre, por exemplo, a "FONTE DE LALIQUE", nome de um arquitecto que juntou ao cristal as inúmeras possibilidades dos feixes de água de cores multivariadas. 
Claro que LISBOA invejou logo a maravilha. Mas, se a água não lhe faltava muito, carecia da energia eléctrica suficiente para se dar ao luxo de a utilizar em enfeites. 

Segundo nos informa um bem elaborado estudo do "Dr. RUI AFONSO SANTOS", foi o aparecimento de uma empresa arrojada que permitiu arrancar com esta nova forma de criar formosura. A "ELECTRO-RECLAMO" tomou a seu cargo a divulgação em LISBOA da electricidade decorativa. Muitos lisboetas certamente se lembrarão ainda, por exemplo, dos reclamos luminosos do "ROSSIO" e"RESTAURADORES" (o relógio da Omega, que marcava mesmo as horas certas, oBrandy que vinha de carruagem puxado por cavalos que se moviam, a Torrente de água das Lombadas...) toda, esta publicidade era obra da tal firma, a mesma que instalou no "PARQUE EDUARDO VII"a primeira"FONTELUMINOSA" da cidade e do país; tal aconteceu em 1933, quando a vereação decidiu colocar naquela zona, à beira do lago, um "LUNA-PARQUE". 
Não foram muito longos nem o "LUNA-PARQUE"nem a respectiva"FONTE LUMINOSA".
Mas a semente tinha ficado lançada. Ainda nos anos 30 do século passado, teve lugar no PORTO uma célebre "EXPOSIÇÃO COLONIAL" e foi neste certame que as fontes iluminadas se apresentavam em grande esplendor.
LISBOA, organizou logo a seguir a na mesma década, uma "EXPOSIÇÃO HISTÓRICA", com sede no pavilhão que viria a ser dos DESPORTOS e depois de CARLOS LOPES.
Nova "FONTE LUMINOSA" reapareceu no lago, elaborada pelo Arquitecto "CARLOS SANTOS", um perito no género, com provas dadas no PORTO. Mas o "PARQUE" não se ficou por aí, ganhando ainda mais jactos de água luminosos, situados estes na esplanada que se abre em frente ao Pavilhão e ladeando um globo terrestre onde se assinalava o então "IMPÉRIO COLONIAL".
Em breve, chegava a "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS", realizada em 1940, celebrando os  "CENTENÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA"e a"RESTAURAÇÃO". BELÉM foi o palco escolhido. E aí surgiu, inevitavelmente, uma nova "FONTE LUMINOSA", esta construída com mais ambições. Terá, aliás, nascido sob melhores signos, dado que ainda se mantém, embora, segundo dizem os admiradores mais antigos, sem a majestade dos primeiros tempos.
Chegou a fazer 63 composições diferentes, num programa que tinha a duração de 45 minutos. De qualquer forma, é sempre bonito ver aquilo que dela resta e admirar, quando se passa na marginal ou no comboio (da linha do Estoril) aqueles jactos coloridos em jogos caprichosos.
Foi exactamente por altura das festas dos CENTENÁRIOS que se começou a falar da construção de uma "FONTE MONUMENTAL NA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES [ VIII ]-A FONTE MONUMENTAL DA ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES (2)».

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